Segundo o estudo, as imagens obtidas da plataforma de gelo Dotson servirão para interpretar e calibrar as imagens aéreas dos satélites. 

Uma das mais sérias consequências do aumento do clima mundial, a elevação do nível dos oceanos causada pelos derretimentos das plataformas de gelo nos polos, foi analisada por uma equipe internacional de pesquisadores de uma forma inédita. Eles enviaram um veículo autônomo subaquático (AUV) <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para mapear a parte de baixo da plataforma Dotson, na Antártida Ocidental</a>.&nbsp;&nbsp;Relatada em um artigo publicado recentemente na revista Science Advances: Oceanography, a pesquisa foi feita pelo AUV Ran, da Universidade de Gotemburgo na Suécia, previamente programado pela mergulhar profundamente sob a cavidade da enorme plataforma, e escanear o gelo acima dele com um avançado sistema de sonar.Durante 27 dias, o submersível fez várias idas e voltas para dentro da cavidade, totalizando mais de 1 mil quilômetros de viagens, e penetrando 17 quilômetros no interior da plataforma. A cavidade visitada é um espaço vazio entre o gelo da plataforma, que se forma a partir de geleiras que deslizam do continente para o mar, e a massa de água abaixo. &nbsp;<h2>Por que os cientistas decidiram analisar as geleiras por baixo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07234747150017.jpg" alt="Marcas parecidas com lágrimas ou marcas de garras. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)"><figcaption>Marcas parecidas com lágrimas ou marcas de garras. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)</figcaption></figure></figure>Segundo a autora principal do artigo, Anna Wåhlin, da Universidade de Gotemburgo, "anteriormente, usávamos dados de satélite e núcleos de gelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/venezuela-e-primeiro-pais-a-perder-suas-geleiras-na-modernidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para observar como as geleiras mudam ao longo do tempo</a>", disse ela em um comunicado. Mas, com o submersível, é possível obter mapas em alta resolução da parte inferior do gelo, explica.&nbsp;Para a oceanógrafa, esses modelos são indispensáveis para prever a rapidez com que as plataformas de gelo derreterão no futuro.<h2>As descobertas sob as plataformas de gelo da Antártida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07234327114016.jpg" alt="X. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)"><figcaption>Parte inferior da geleira vista pelo Ran. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)</figcaption></figure></figure>Entre as descobertas feitas pelo Ran no fundo da plataforma de gelo Dotson, na Antártida, estão estranhos padrões parecidos com picos e vales na base da geleira, resultado da erosão causada por correntes subaquáticas. Elas estão também penetrando nas rachaduras existentes, levando mais água para o seu interior."Se você olhar atentamente para as formas, elas não são simétricas, são dobradas um pouco como mexilhões azuis, e a razão para essa assimetria é a rotação da Terra", explicou Wåhlin à Live Science. Para ela, o fenômeno é o efeito da chamada força de Coriolis, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/derretimento-das-geleiras-esta-desacelerando-a-rotacao-da-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que é o resultado da rotação do planeta sobre a água mais profunda do oceano</a>.Em um comunicado, a coautora e glaciologista Karen Alley, da Universidade de Manitoba no Canadá, afirma que os mapas produzidos pelo Ran representam um enorme progresso na compreensão das plataformas da Antártida. "Tínhamos indícios de quão complexas são as bases das plataformas de gelo, mas Ran descobriu um quadro mais extenso e completo do que nunca". Infelizmente, o submersível desapareceu sob a chamada geleira do Juízo Final. &nbsp;&nbsp;

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Submarino não tripulado mapeia parte de baixo das geleiras da Antártida

Estudo revela que prever quando o próximo "ponto sem retorno" das mudanças climáticas acontecerá é difícil. No entanto, isso não significa que não estamos em um momento crucial.

Prever exatamente quando os pontos de inflexão climática serão atingidos é uma tarefa extremamente complexa, repleta de incertezas, segundo um estudo publicado recentemente. Esses pontos, que marcam t<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-maluco-por-que-a-terra-esta-passando-por-eventos-extremos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ransições rápidas e irreversíveis no clima da Terra</a>, são considerados um risco potencialmente catastrófico à medida que o aquecimento global avança.&nbsp;O problema é que, apesar de todo o esforço científico, as ferramentas e dados disponíveis hoje simplesmente não são suficientes para fazer previsões precisas sobre quando essas mudanças drásticas ocorrerão.O conceito de pontos de inflexão não é novo. Em termos simples, são momentos em que mudanças graduais em um sistema complexo, como o clima, levam a uma transformação radical e repentina. Por exemplo, a Amazônia pode se transformar de uma floresta tropical exuberante em uma savana seca se cruzar um determinado limite de degradação.&nbsp;Outro exemplo é a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês), um sistema crucial de correntes oceânicas que ajuda a regular o clima da Europa. O colapso do AMOC poderia provocar um resfriamento drástico no noroeste europeu, mesmo em meio ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>. No entanto, apesar da importância desses fenômenos, a ciência ainda enfrenta grandes dificuldades para prever com precisão quando esses eventos ocorrerão.<h2 style="text-align:justify;">Fontes de incerteza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09131945572195.jpg" alt="Os desastres climáticos estão ficando cada vez mais frequentes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os desastres climáticos estão ficando cada vez mais frequentes. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores apontam três principais fontes de incerteza. A primeira está nos próprios modelos que utilizamos para tentar entender esses mecanismos complexos. Os modelos atuais são, em muitos casos, simplificações das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121554-5-teorias-malucas-para-entender-a-fisica-quantica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">realidades físicas</a> subjacentes, o que pode levar a previsões imprecisas.&nbsp;É como tentar adivinhar quando uma avalanche ocorrerá com base apenas na observação da quantidade de neve acumulada no último inverno, sem considerar fatores como a inclinação do terreno ou a presença de ventos fortes.A segunda fonte de incerteza reside nas observações diretas do sistema climático. Dados como taxas de derretimento de gelo ou mudanças na cobertura florestal são valiosos, mas não abrangem toda a complexidade dos sistemas naturais.&nbsp;E como essas observações são limitadas em número e extensão, muitas vezes não captam todas as nuances necessárias para prever exatamente quando um ponto de inflexão pode ser alcançado. É como tentar prever uma tempestade estudando apenas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128765-como-as-nuvens-permanecem-flutuando-no-ceu-mesmo-com-o-peso-da-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nuvens</a> em um único ponto do céu.Por fim, os dados climáticos históricos, que muitas vezes são usados para calibrar e testar os modelos, são incompletos. Existe uma grande quantidade de lacunas nesses registros, especialmente quando se recua no tempo geológico, e os métodos usados para preencher essas lacunas podem introduzir mais incertezas. Portanto, tentar prever o futuro climático com base em dados históricos é como tentar montar um quebra-cabeça com peças faltando.<h2 style="text-align:justify;">Outro caminho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09143819995249.jpg" alt="Se não agirmos, poderemos entrar num caminho sem volta para uma tragédia climática. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Se não agirmos, poderemos entrar num caminho sem volta para uma tragédia climática. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um exemplo concreto dessas incertezas é o próprio AMOC. Estudos anteriores sugeriram que esse sistema poderia entrar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128324-a-civilizacao-humana-esta-a-beira-do-colapso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colapso</a> em algum momento entre 2025 e 2095. No entanto,&nbsp;o novo estudo amplia essa faixa temporal de 2050 a 8065, tornando praticamente impossível saber quando, ou até mesmo se, tal colapso ocorrerá. Essa imprecisão levanta a questão: se não podemos prever com exatidão, como podemos nos preparar?Os cientistas sugerem que, em vez de se paralisar pela incerteza, devemos usá-la como um incentivo para agir com ainda mais cautela.&nbsp;A possibilidade de que pontos de inflexão climática possam ocorrer a qualquer momento deve nos motivar a reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa e a tomar medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Afinal, a incerteza não diminui o risco – ela apenas aumenta a necessidade de precaução.Em última análise, o estudo nos lembra que, embora não possamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128630-superprevisores-seria-realmente-possivel-prever-o-futuro-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prever o futuro</a> com precisão, temos conhecimento suficiente para saber que o risco é real e iminente. E&nbsp;é exatamente por isso que devemos agir agora, enquanto ainda temos a chance de evitar os piores cenários possíveis.

Incertezas climáticas: por que o próximo ponto de inflexão é imprevisível?

O Exército Hargila se propõe a salvar esses importantes agentes ecológicos da extinção, eliminando a ignorância e o preconceito sobre as cegonhas do lixo.

Se você algum dia visitar a Índia, certamente passará longe do Boragaon, em Guwahati. Nesse local, onde funciona um dos maiores lixões do país, um bando de cegonhas de aspecto assustador revira os detritos em busca de comida. São as hargilas (Leptoptilos dubius), espécie de marabu, um grupo de grandes cegonhas da família Ciconiidae.Parecidas com os nossos urubus, as hargilas chegam a quase 1,5 m de altura e asas que, quando abertas, chegam a 2,4 metros. De porte altivo, elas têm olhos de cor azul-gelo e grandes bicos em forma de cunha. A pele dos seus pescoços pelados vai do amarelo ao vermelho-laranja, cuja base carrega uma bolsa inflável e enrugada de propósito desconhecido.Como saídas de uma galeria de vilões de um desenho animado infantil, as hargilas têm esses nomes porque, na língua assamesa, do estado onde fica o lixão, isso significa "engolidores de ossos". E essa é realmente uma de suas maiores habilidade, pois as aves são necrófagas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127555-6-seres-incriveis-que-vivem-na-grande-mancha-de-lixo-do-pacifico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">frequentemente vistas com grandes nacos de carniça em seus bicos</a>.<h2>O que está acontecendo com as cegonhas do lixo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09075752115005.jpg" alt="x. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O que está acontecendo com as cegonhas do lixo? (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por ser um pássaro de aspecto sujo, embora sejam agentes ecológicos do meio ambiente, as hargilas são perseguidas às vezes por puro preconceito, e histórias supersticiosas de que transmitem doenças ou são um mau presságio. Por isso, algumas essas cegonhas estão se tornando raríssimas, com uma população mundial entre apenas 800 a 1,2 mil indivíduos.As hargilas são aves de nidificação coloniais, o que significa que têm suas árvores preferidas para reprodução, retornando anualmente aos mesmos locais. Por isso, explica a bióloga Purnima Devi Barman, a perda de suas árvores nidificantes, além da destruição do habitat e da drenagem de pântanos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128364-5-especies-menos-conhecidas-que-podem-desaparecer-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teve grande impacto na redução da população de hargilas na Índia</a>.Ela conta à plataforma Atlas Obscura que, quando seus filhos tinham dois anos e meio, testemunhou um homem cortando uma árvore de nidificação, derrubando os filhotes no chão. Vê-los tão indefesos, ao lado dos seus próprios filhos, fez com que ela decidisse salvar essas aves. Em 2007, ela fundou um grupo de conservação chamado Exército Hargila.<h2>O que faz o Exército Hargila?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09132517741202.jpg" alt="Purnima Barman mostrando um bordado com hargila. (Fonte: Carla Rhodes/Divulgação)"><figcaption>Purnima Barman mostrando um bordado com hargila. (Fonte: Carla Rhodes/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Fundado sem nenhum tipo de planejamento por Barman, o Exército de Hargila é um movimento de base rural, coordenado por mulheres. Quando a mulher entra para o exército, ela se compromete a educar o marido sobre visões preconceituosas e atrasadas sobre as hargilas.&nbsp;Dessa forma, elas mostram ao mundo que o “mau presságio” pode ser um símbolo de resistência.Mas o grande ponto de inflexão do movimento foi quando a sororidade decidiu incorporar a hargila à gamosa, uma toalha ritual retangular de bordas vermelhas, feita de algodão, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128336-por-que-o-ganges-e-um-dos-rios-mais-poluidos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que é um dos presentes mais cobiçados na região do Assam</a>.

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Conservacionistas tentam salvar 'cegonhas do lixo' da extinção

Por mais que estejamos mais próximos do Sol quando subimos uma montanha, são as dinâmicas climáticas do planeta que fazem com que esse ambiente seja tão frio. 

No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/ainda-existem-montanhas-sendo-formadas-atualmente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">topo das montanhas</a>, é sempre mais frio do que no nível do mar, mesmo estando mais perto do Sol. Isso pode parecer contraintuitivo, mas é a pura realidade. O fenômeno se deve a vários fatores atmosféricos e físicos que interagem de maneiras fascinantes. Para entender por que isso acontece, é essencial considerar a interação entre a radiação solar e a atmosfera terrestre, além da influência da pressão atmosférica em diferentes altitudes.Para começar, a distância entre a Terra e o Sol é gigantesca – cerca de 150 milhões de quilômetros. Subir até o topo do Monte Everest, que está a aproximadamente 8.849 metros de altitude, não faz diferença significativa na proximidade em relação ao Sol. &nbsp;Em termos práticos, essa variação é insignificante quando comparada à imensidão do espaço.&nbsp;Portanto, a ideia de que "estar mais próximo do Sol significa estar mais quente" não se aplica às altitudes das montanhas. Isso porque não é a mesma coisa que ocorre quando estamos próximos a uma fogueira ou uma lareira. Essa informação pode parecer estranha, mas logo você vai entender.<h2 style="text-align:justify;">A radiação solar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08135205592186.jpg" alt="A radiação solar tem papel fundamental nesse processo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A radiação solar tem papel fundamental nesse processo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O calor que sentimos na Terra não vem diretamente do Sol na forma de calor, mas sim da radiação solar que atinge a superfície terrestre e é absorvida pelo solo, oceanos e vegetação. Essa energia é então reemitida como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calor</a>, aquecendo o ar próximo ao solo. Isso explica por que nos sentimos mais quentes ao nível do mar do que em altitudes elevadas.À medida que subimos uma montanha, nos afastamos dessa superfície aquecida. O solo age como um grande aquecedor, absorvendo a radiação solar e liberando calor. Quanto mais alto você vai, mais distante fica desse "aquecedor". Vendo por esse lado, começa a fazer mais sentido, não é mesmo?Mas se mesmo assim você estiver se questionando que o Sol toca também no topo de uma montanha, portanto deveria esquentar também, há algumas questões a serem levadas em conta.&nbsp;Uma delas é que, em lugares muito altos, a neve frequentemente cobre o solo, a vegetação e a água. Essa&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117442-por-que-a-neve-e-branca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camada branca de neve</a>&nbsp;reflete a radiação solar de volta para o espaço, o que dificulta o aquecimento da superfície.&nbsp;Além disso, no cume de uma montanha, o ar é muito menos denso, o que significa que há menos moléculas de ar para absorver e reter o calor. Por isso que a radiação passa muito mais fácil pelas regiões superiores da atmosfera.<h2 style="text-align:justify;">Densidade do ar em cena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08143435483200.jpg" alt="A paisagem vale a pena, mas o frio no alto de uma montanha pode ser mortal. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A paisagem vale a pena, mas o frio no alto de uma montanha pode ser mortal. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro ponto crucial está na convecção. As correntes de convecção são um fenômeno que ocorre devido à movimentação do ar causada por diferenças térmicas e de densidade na atmosfera. Isso desempenha um papel fundamental na variação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/lugar-mais-quente-da-terra-registra-temperaturas-mais-altas-da-historia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura</a> em diferentes altitudes, como entre o nível do mar e o topo das montanhas.Lembra que quando a radiação solar aquece a superfície do planeta, o ar próximo a essa superfície também se aquece? Pois bem, como esse ar quente é mais leve (menos denso), ele começa a subir. À medida que sobe, ele se expande, perde energia e esfria. Por outro lado, o ar frio, que é mais pesado, desce, sendo comprimido e aquecido novamente.&nbsp;Esse ciclo contínuo de ar quente subindo e ar frio descendo ajuda a espalhar o calor pela superfície da Terra. No entanto, em altitudes mais altas, onde a pressão atmosférica é menor e o ar é mais fino, esse processo é menos eficiente.Por isso, quanto mais alto você vai, mais frio fica. Esse efeito é tão significativo que a temperatura pode cair cerca de 1&nbsp;°C a cada 100 metros de elevação.Dessa maneira, embora pareça lógico pensar que estar mais perto do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-afirma-que-sol-pode-ter-consciencia-propria-sera-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a> significaria mais calor, a realidade é que outros fatores têm um papel muito mais significativo na determinação da temperatura nas altitudes mais elevadas.

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Quanto mais perto do Sol, mais frio? O fascinante paradoxo das montanhas

As temperaturas atingiram uma média de 42,5 °C no Death Valley National Park, considerado o lugar mais quente do mundo. 

O Death Valley National Park, também chamado de "Parque Nacional do Vale da Morte", é notoriamente conhecido por ser o lugar mais quente do planeta. Se isso não bastasse, a região teve seu mês mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quente</a> já registrado na história em julho, atingindo médias de 42,5&nbsp;°C de temperatura em 24 horas. Isso supera o recorde anterior de 42,3&nbsp;°C estabelecido em 2018, anunciou o Serviço Nacional de Parques (NPS) dos Estados Unidos.O mês recorde também registrou uma temperatura máxima média de 49,9&nbsp;°C e nove dias de temperaturas de 51,7&nbsp;°C ou mais. Durante os 31 dias do mês, apenas sete deles não atingiram pelo menos 48,8&nbsp;°C. O dia mais quente aconteceu em 7 de julho, quando o termômetro da estação meteorológica em Furnace Creek marcou 54&nbsp;°C.<h2>Temperaturas escaldantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07181624318349.jpg" alt="Parque Nacional do Vale da Morte exibe placar alertando visitantes sobre calor extremo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Parque Nacional do Vale da Morte exibe placar alertando visitantes sobre calor extremo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em declaração oficial, o superintendente do parque, Mike Reynolds, se mostrou surpreso com as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125630-planeta-registra-as-temperaturas-mais-altas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">altas temperaturas</a>. “Acabamos de vivenciar o mês mais quente da história no lugar mais quente da Terra! Seis dos 10 verões mais quentes aconteceram nos últimos 10 anos, o que deve servir como um chamado para despertar”, disse.Segundo Reynolds, meses recordes como este podem acabar se tornando a normalidade ao passo que as temperaturas globais aumentarem. Com isso, ele alertou para que os visitantes do parque planejem suas idas ao local com antecedência e estejam prontos para enfrentar temperaturas extremas durante os meses de verão no Hemisfério Norte.<h2>Calor no Vale da Morte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07181700527351.jpg" alt="Em 1913, Vale da Morte chegou a registrar temperatura máxima de 56,7ºC. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Em 1913, Vale da Morte chegou a registrar temperatura máxima de 56,7&nbsp;°C. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O Vale da Morte não está desacostumado com altas temperaturas e inclusive detém o título oficial da temperatura mais alta já registrada no mundo, com 56,7&nbsp;°C em 1913. O anúncio do recorde aconteceu pouco mais de uma semana após a revelação de que o dia 22 de julho marcou o dia mais quente já registrado na Terra, com temperatura global do ar atingindo 17,15&nbsp;°C.Com as temperaturas extremas se tornando mais comuns, o NPS está alertando os viajantes do Vale da Morte tomarem cuidado. Os guardas locais já responderam a vários incidentes fatais relacionados ao calor em julho e, portanto, estão pedindo aos seus visitantes que bebam bastante água, usem chapéu e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127941-o-que-e-o-paradoxo-do-protetor-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">protetor solar</a>.Em declaração anterior, Reynolds já havia dito que um calor alto como esse pode representar ameaças reais à saúde. E por mais que o recorde coloque o Vale da Morte em evidência, os números crescentes são apenas um alerta maior para o aquecimento global que vem atingindo o planeta.&nbsp;

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Lugar mais quente da Terra registra temperaturas mais altas da história

Em 2024, organizadores das Olimpíadas de Paris estão comprometidos em criar a competição mais sustentável de todos os tempos.

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/5-curiosidades-sobre-os-jogos-olimpicos-de-paris" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Olímpicos de Paris 2024</a> têm chamado atenção pelas tentativas da Comissão Organizadora em criar um evento com o mínimo de emissões de carbono possível. Sendo assim, a sustentabilidade tem se tornado um tópico importante em todos os tópicos da organização do evento.Isso significa limitar novas construções, utilizar 100% de energia renovável, serviços de alimentação com opções vegetarianas e veganas, centros esportivos com acessos a partir do transporte público e por aí vai. Porém, até aqui, muita polêmica tem sido criada em cima desse tema. Daí vem a pergunta: seria possível as Olimpíadas zerarem as taxas de emissão de carbono?<h2>Luta pela sustentabilidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29211335182005.jpg" alt="Comissão Organizadora tem trabalhado para tornar os Jogos Olímpicos de Paris os mais sustentáveis de todos os tempos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Comissão Organizadora tem trabalhado para tornar os Jogos Olímpicos de Paris os mais sustentáveis de todos os tempos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Até novembro de 2023, data em que o último relatório de sustentabilidade das Olimpíadas foi feito, mais de 560 eventos de 46 modalidades esportivas já tinham calculado suas emissões. A estimativa é que a redução das emissões de carbono caísse uma média de 24% em relação aos jogos de Tóquio, em 2021.O motivo de toda essa preocupação se relaciona com o próprio impacto que os franceses podem sofrer com o aumento das temperaturas globais. De acordo com estudos feitos pela ONG ambiental WWF França, os franceses podem perder até 24 a 66 dias de atividades esportivas caso as temperaturas ultrapassem a casa dos 32&nbsp;°C.&nbsp;A única instalação construída do zero para as Olimpíadas foi o centro aquático de Saint-Denis, que pretende deixar um legado para um bairro onde metade das crianças de até 12 anos não sabe nadar. Os Jogos Olímpicos ainda motivaram a França a limpar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126933-como-paris-conseguiu-despoluir-o-rio-sena.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rio Sena</a> e a investir em outras medidas sustentáveis, na esperança de deixar um recado para o restante do planeta.<h2>Expectativa para o futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29211433623007.jpg" alt="Com desigualdade energética no mundo inteiro, é improvável que Olimpíadas se tornem totalmente "><figcaption>Com desigualdade energética no mundo inteiro, é improvável que Olimpíadas se tornem totalmente "verdes" no futuro próximo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Um dos grandes problemas que os Jogos Olímpicos terão para o futuro visando a emissão zero de carbono é a disparidade social que existe entre as nações do mundo. Em 2024, a competição está sendo disputada em um país rico, que tem condições para gastar dinheiro investindo no fornecimento de serviços básicos.Porém, ainda vivemos em um mundo onde cerca de 800 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade e cerca de quatro vezes esse número tem acesso muito pequeno e limitado. Além disso, é preciso ter discussões futuras para que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/por-que-a-pira-olimpica-de-paris-2024-e-um-balao-e-como-ele-funciona" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Olimpíadas</a> de verão sejam transferidas para um mês diferente para evitar temperaturas escaldantes.Adaptar a competição para que ela ocorra na primavera ou no outono seria um importante passo para diminuir os gastos com energia e aumentar a sustentabilidade. De qualquer forma, existe tanta coisa para se mudar que é difícil imaginar um cenário onde os Jogos Olímpicos se tornem completamente sustentáveis em um futuro próximo.&nbsp;

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Os Jogos Olímpicos podem realmente ter emissão zero?

De acordo com especialistas, tudo vai ficar mais caro na próxima década se a mudança climática não ser controlada.

Tornou-se uma crônica diária entrar em um supermercado e ver frascos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128846-voce-sabia-que-o-azeite-de-oliva-foi-o-primeiro-lubrificante-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">azeite</a> presos nas prateleiras por lacres antifurtos como se fossem artigos de luxo. Nos últimos meses, o valor do produto subiu 53,48%. Hoje, é possível encontrar o item por até R$ 50 em alguns mercados pelo país.Engana-se, no entanto, quem imagina que esse seja um problema apenas do Brasil ou que diz respeito à inflação da nossa economia. O azeite e tudo está mais caro por conta do aquecimento global. O maior exportador mundial do produto é a Espanha, que atravessa uma das piores <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-as-ondas-de-calor-afetam-a-nossa-saude" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ondas de calor</a> de sua história. Os gases de efeito estufa emitidos pelas atividades humanas aqueceram o planeta em 1,2 °C desde os tempos pré-industriais, mas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125218-por-que-a-europa-esta-secando.htm#:~:text=O%20fen%C3%B4meno%20ocorre%20quando%20uma,remontam%20%C3%A0%20%C3%A9poca%20da%20coloniza%C3%A7%C3%A3o." rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Europa como um todo está aquecendo</a> pelo menos duas vezes mais rápido, enfrentando seu período mais seco em pelo menos 500 anos. A Catalunha ainda mais, com temperaturas 2,7 °C mais altas em 2022 do que a média entre 1960 e 1990.As oliveiras precisam de, no mínimo, temperaturas que variam entre 8&nbsp;°C e 10&nbsp;°C durante o período de floração, mas está se tornando cada vez mais impossível com o calor extremo de 30 °C e temperaturas acima da média em locais que deveriam ser frios, como no município de Navacerrada, nos arredores de Madri. Com isso, a Espanha reduziu pela metade a produção de azeite devido à seca e ao calor, aumentando seu preço 112% desde 2022.<h2>Economia "em chamas"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06143336963237.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Europa enfrenta seu período mais seco em 500 anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conforme observou a Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD), é possível que até 2040 a seca possa afetar cerca de três quartos da população mundial, o que significa que a <a href="http://Navacerrada" rel="noopener noreferrer" target="_blank">produção agrícola</a> terá que aumentar em 60% para atender à demanda global de alimentos em 2050.Em março desse ano, a Agência Europeia do Ambiente publicou uma análise regional inédita dos riscos relacionados ao clima, em que observou que os europeus devem se preparar para consequências catastróficas à medida que o aprofundamento da crise climática atinge todos os setores de sua economia neste século. O relatório apontou a região sul da Europa como a mais vulnerável, visto que lá o calor extremo se tornou mais frequente e os padrões de precipitação oscilam fora do comum.No mesmo mês, cientistas do Banco Central Europeu e do Instituto de Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático divulgaram um relatório mostrando que o aumento das temperaturas pode adicionar até 1,2 ponto percentual à inflação global anual até 2035. Considerando o cenário atual, as emissões criadas pelo homem caminham para a inflação de longo prazo à medida que os picos se tornam mais frequentes.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06143437838239.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O aumento das temperaturas pode adicionar até 1,2 ponto percentual à inflação global anual até 2035. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-maluco-por-que-a-terra-esta-passando-por-eventos-extremos#:~:text=Ondas%20de%20Calor,-As%20ondas%20de&amp;text=Esses%20eventos%20s%C3%A3o%20causados%20por,pressionando%20nossos%20recursos%20e%20infraestruturas." rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento das temperaturas</a> não só criará condições insuportáveis para as colheitas e trabalhadores, como tempestades severas e secas prolongadas que afetarão as cadeiras de suprimentos e interromperão o fluxo do comércio, como aumentarão o mercado de risco e incerteza, dificultando sustentar tudo, desde uma casa até um novo empreendimento comercial.É com isso que os produtores de azeite estão mais assustados do que nunca. Com mais calor, menos chuva, solos mais secos, menos umidade e mais moscas do azeite, alguns se perguntam como será possível continuar se chegam a perder 40%, 50% e até 60% de sua safra. Fora que precisam lidar com todos os custos de insumos, fertilizantes, cuidado, rega e outros fatores que envolve a produção em larga escala.<h2>À beira do precipício</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06143524267240.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>É possível que até 2040 a seca possa afetar cerca de três quartos da população mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Todos os especialistas dizem por uma só boca: os efeitos vão piorar, e a única maneira mais clara de limitar isso é tentar controlar o monstro que se tornou a mudança climática. Apesar de guerras e cadeias de suprimentos também terem participação ativa na subida dos preços, há pouca dúvida entre os economistas de que um mundo mais quente também será mais caro, principalmente no que diz respeito aos alimentos. Afinal, as culturas, a pecuária e a pesca são extremamente sensíveis às mudanças em seus ambientes, bem como as plantas param de formar flores e frutos e, eventualmente, são incapazes de realizar fotossíntese se perderam muita água através de suas folhas.Segundo um prospecto do economista agrícola Jerry Nelson, professor emérito da Universidade de Illinois, os produtores podem contornar os aumentos de preços induzidos pelo clima, minimizando o efeito para os consumidores. Contudo, esse tipo de estratégia de adaptação se tornará menos eficaz conforme as consequências das mudanças climáticas se tornarem mais frequentes e graves, se o sistema mundial de produção continuar nesse mesmo passo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06143555928241.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Gases de efeito estufa estão contribuindo para inflação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2019, um estudo publicado na Science Direct&nbsp;descobriu que o risco de quebras simultâneas de safra nas principais regiões produtoras de milho pode aumentar de uma chance de 6% ao ano nas últimas décadas para 40% se o mundo aquecer a 1,5 °C acima das temperaturas pré-industriais – um limite que provavelmente excederá na próxima década. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas já projeta que os desastres atingirão cada vez mais várias regiões agrícolas ao mesmo tempo, criando escassez mundial.Outros fatores, além da oferta, são importantes para prever consequências econômicas, mas modelar a fisiologia das culturas em regimes climáticos em mudança em todo mundo já serve de alerta para um futuro que está à beira do precipício – para não dizer em queda livre.Leia livros sobre o aquecimento global!&nbsp;Ficou curioso e quer compreender melhor as dificuldades e problemas ocasionados pelo aquecimento global? Então aproveite e confira algumas sugestões de obras para ler:&nbsp;Livro <a href="https://amzn.to/3Z4LOuG">Colapso, Jared Diamond</a> Livro <a href="https://amzn.to/3X63rYw">A Terra Inabitável, David Wallace-Wells</a>&nbsp; Livro <a href="https://amzn.to/3XaUu02">Caiu do Céu: o Promissor Negócio do Aquecimento Global, Mckenzie Funk</a> Livro <a href=" https://amzn.to/3yQPFRE">A espiral da morte, Claudio Angelo</a>&nbsp;

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Como o aquecimento global contribui para a inflação?

O aquecimento do planeta tem feito com que o clima tenha ficado cada vez mais estranho, intenso e perigoso.

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/afinal-qual-a-diferenca-de-tempo-e-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima da Terra</a> está mudando, tornando eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos. Ondas de calor recordes, chuvas torrenciais e incêndios florestais devastadores são sinais claros dessas mudanças, que impactam diretamente nossas vidas e nosso futuro globalmente. O que está causando essa transformação no clima?Historicamente, o clima da Terra passou por períodos de aquecimento e resfriamento. No entanto, a taxa de mudança atual é alarmante. Nesse momento, não há como fugir: somos nós, os seres humanos, os grandes responsáveis pelo aumento da velocidade do aquecimento.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Efeitos devastadores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03214021071000.jpg" alt="O planeta está sentindo o aumento de calor, deixando o clima muito mais instável. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O planeta está sentindo o aumento de calor, deixando o clima muito mais instável. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A atividade humana, especialmente a queima de combustíveis fósseis desde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125405-ossos-revelam-brutalidade-do-trabalho-infantil-na-revolucao-industrial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Industrial</a>, liberou grandes quantidades de gases de efeito estufa como dióxido de carbono e metano na atmosfera. Esses gases retêm o calor, aumentando a temperatura global, resultando em um planeta mais quente e com o clima desequilibrado.&nbsp;A Terra, por sua vez, responde de diversas formas.<h3 style="text-align:justify;">Ondas de Calor</h3>As ondas de calor são um dos efeitos mais visíveis dessa mudança. Nos últimos anos, temos visto temperaturas recordes em várias partes do mundo. Em 2024, Las Vegas, nos EUA, atingiu 49&nbsp;°C, e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tubo-de-lava-na-arabia-saudita-abrigou-humanos-durante-7-mil-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arábia Saudita</a> registrou mais de 1.300 mortes em Meca, onde a temperatura chegou nos 52&nbsp;°C.&nbsp;Esses eventos são causados por sistemas atmosféricos de alta pressão que, com o aquecimento global, estão se tornando mais fortes e duradouros. O calor extremo não só coloca vidas em risco, mas também aumenta a demanda por energia, pressionando nossos recursos e infraestruturas.<h3 style="text-align:justify;">Chuvas torrenciais e inundações</h3>Outro fenômeno agravado pelas mudanças climáticas é a precipitação extrema. A atmosfera mais quente retém mais vapor de água, resultando em chuvas intensas e inundações devastadoras, como as que mataram mais de 300 pessoas no Afeganistão em 2024. Rios atmosféricos (ou rios "voadores"), corredores de vapor de água no céu, estão se tornando mais carregados e liberando maiores volumes de chuva ao encontrar obstáculos.No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rio Grande do Sul</a>, chuvas intensas causaram inundações devastadoras, destruindo infraestrutura, desabrigando milhares e causando grandes perdas econômicas. Assim como em outras regiões, as mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a severidade desses eventos no Brasil, exigindo mais atenção e medidas de mitigação.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03215428937001.jpg" alt="Incêndios têm consumido as florestas de várias partes do mundo, inclusive no Brasil. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Incêndios têm consumido as florestas de várias partes do mundo, inclusive no Brasil. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><h3 style="text-align:justify;">Incêndios florestais e secas</h3>Os incêndios florestais também estão se tornando mais frequentes e intensos. Nos Estados Unidos, mais de 1,7 milhão de acres de terra foram queimados nos primeiros três meses de 2024. As condições mais secas e quentes criam um ambiente propício para esses incêndios, que são exacerbados por ventos fortes.&nbsp;E não podemos esquecer das secas. As regiões que já são propensas a períodos secos estão enfrentando condições ainda mais severas e prolongadas. A "megasseca" no oeste dos Estados Unidos é uma das piores dos últimos 1.200 anos, acentuada pelas altas temperaturas que aumentam a evaporação da umidade do solo e dos corpos d'água.<h3 style="text-align:justify;">Furacões e ciclones</h3>Os ciclones tropicais, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/32061-como-sao-formados-os-furacoes-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">furacões</a> e tufões, estão se tornando mais poderosos, intensificando-se rapidamente e movendo-se mais lentamente devido às águas quentes do oceano, o que resulta em mais danos.&nbsp;O furacão Harvey, que atingiu os EUA em 2017, foi um dos primeiros eventos em que cientistas mediram o impacto direto das mudanças climáticas, descobrindo que a precipitação foi 15% mais intensa devido ao aquecimento global.<h3 style="text-align:justify;">Medo nos ares</h3>A turbulência aérea, outro efeito menos discutido das mudanças climáticas, também está em ascensão. A turbulência de "ar limpo", que é altamente imprevisível e uma das principais causas de incidentes de aviação, está se tornando mais comum devido às mudanças nos padrões atmosféricos causadas pelo aquecimento global.Esses eventos extremos não são apenas eventos isolados; são parte de um padrão maior causado pelas mudanças climáticas. A cada grau de aquecimento, a frequência e a intensidade desses eventos aumentam, colocando vidas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122575-a-situacao-atual-de-5-das-principais-economias-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">economias</a> em risco.&nbsp;Embora a conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas esteja crescendo, ainda há um longo caminho a percorrer para mitigar seus efeitos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

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Clima maluco: por que a Terra está passando por eventos extremos?

Esse oásis único combina beleza natural e importância arqueológica, e oferece um vislumbre fascinante da vida no deserto.

Guelta d'Archei é uma formação geológica impressionante localizada na região de Ennedi, no nordeste do Chade. Esse oásis, com suas águas cristalinas e impressionantes paredes rochosas, é um exemplo notável da vida em um dos ambientes mais áridos do mundo. O vale estreito é notável por seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/a-lenda-das-aguas-do-lago-natron-que-supostamente-transforma-animais-em-pedra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lago</a> de água doce cercado por imponentes paredes rochosas que criam um cenário dramático e visualmente deslumbrante, contrastando fortemente com a vastidão árida do deserto ao redor.<h2>Características geográficas e ecológicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01104337610041.jpg" alt="As águas do Guelta d'Archei têm origem em fontes subterrâneas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As águas do Guelta d'Archei têm origem em fontes subterrâneas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A formação geológica do Guelta d'Archei resulta de um processo complexo de erosão e sedimentação, que esculpiu o vale e as paredes rochosas ao longo de milênios. O lago é um dos poucos pontos de água permanentes na região hiperárida do Saara, o que o torna um recurso vital para a vida selvagem e para as tribos nômades que atravessam o deserto. A água do lago é sustentada por fontes subterrâneas que mantêm o nível do <a href="https://origin-next.megacurioso.com.br/artes-cultura/shazdeh-garden-a-beleza-do-oasis-no-deserto-iraniano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oásis</a> mesmo durante os períodos de seca extrema, garantindo sua importância como um refúgio essencial em um ambiente tão inóspito.Além de sua importância como fonte de água, o Guelta d'Archei é notável por abrigar uma população de crocodilos do Nilo. Esses répteis são remanescentes da era do "Saara Verde", um período de maior umidade que terminou cerca de 5 mil anos atrás. Durante essa era, a região era atravessada por uma rede de rios e lagos, proporcionando um habitat adequado para esses animais. Hoje, eles representam uma das últimas populações de crocodilos do Nilo no Saara, além das existentes no Vale do Rio Nilo e em outras regiões da Mauritânia.<h2>Importância arqueológica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31232656450003.jpg" alt="As cavernas ao redor do Guelta d'Archei possuem antigas pinturas rupestres que mostram a vida de povos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cavernas ao redor do Guelta d'Archei possuem pinturas rupestres que mostram a vida de povos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A região de Ennedi, onde está localizado o Guelta d'Archei, é famosa por sua arte rupestre antiga. As cavernas e rochas ao redor do oásis apresentam gravuras e pinturas de animais selvagens, gado, humanos e camelos, que datam de 5000 a.C. a 1700 d.C. Essas representações fornecem um vislumbre das antigas culturas que habitavam a área e ajudam a entender a evolução das sociedades que dependiam do oásis para a sobrevivência.Devido à sua extraordinária relevância histórica e arqueológica, Guelta d'Archei foi declarado Patrimônio Cultural pela UNESCO em 2016. O reconhecimento da UNESCO ajuda na preservação contínua do local e permite que pesquisadores e visitantes futuros possam estudar e apreciar sua riqueza histórica e cultural, garantindo que ele continue a ser um ponto de referência fundamental para o estudo da história e da arqueologia do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128079-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-o-deserto-do-saara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saara</a>.

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Guelta d'Archei: um oásis escondido no Saara

Quando a pegada ecológica da humanidade é maior do que a biocapacidade do planeta, assumimos um saldo devedor com o meio ambiente.

Nesta quinta-feira, 1º de agosto de 2024, atingimos o Overshoot Day, ou Dia da Sobrecarga da Terra. Isso significa que gastamos até hoje todo o orçamento de recursos naturais que o planeta é capaz de regenerar em um ano. Ou seja, a partir de sexta-feira, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127405-humanos-ja-ultrapassaram-6-dos-9-limites-que-mantem-a-terra-habitavel-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estaremos usando os recursos do ano que vem, em um perigoso "saldo devedor" ambiental</a>.&nbsp;Calculado e divulgado publicamente desde 2006 pela organização internacional de pesquisa Global Footprint Network, o índice se tornou uma espécie de alerta para promover a sustentabilidade do planeta, e sugerir ferramentas de gerenciamento responsável dos recursos naturais.Em 2024, o dia da sobrecarga chegou um dia mais cedo do que no ano passado, o que significa que a demanda por recursos naturais e a pegada ecológica global foram maiores que do que a capacidade da Terra em repô-los. Isso pode ter ocorrido por diversos fatores, como crescimento populacional, aumento do consumo per capita e uso abusivo dos recursos.<h2>Como é calculado o Overshooting Day?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01164727497221.jpg" alt="Dia da sobrecarga do planeta por país. (Fonte: Global Footprint Network)"><figcaption>Dia da sobrecarga do planeta por país. (Fonte: Global Footprint Network)</figcaption></figure></figure>Em seu site, a ONG portuguesa Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável, explica que o dia da sobrecarga "é calculado dividindo a biocapacidade do planeta, a quantidade de recursos naturais que a Terra consegue gerar num ano, pela pegada ecológica da humanidade, o uso de recursos que faz durante um ano".Tanto a biocapacidade do planeta (capacidade de os ecossistemas regenerarem recursos naturais e absorverem resíduos da atividade humana), quando a pegada ecológica da humanidade (demanda por recursos naturais e serviços ecológicos), são medidas em hectares globais (gha).Depois esse resultado, baseado no uso de terras agrícolas, pastagens, áreas florestais, áreas de pesca, e a absorção de carbono, é multiplicado por 365 para determinar em qual dia do ano a humanidade irá esgotar os recursos disponíveis para aquele período. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128058-qual-especie-vai-dominar-a-terra-quando-a-humanidade-acabar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando a pegada ecológica é maior do que a biocapacidade</a>, a humanidade está usando o seu oneroso "cheque especial" de vida.&nbsp;<h2>É possível reduzir o uso do saldo ambiental?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01172208477234.jpg" alt="X. (Fonte: Overshoot Footprint Network)"><figcaption>Fontes renováveis de energia atrasam o dia da sobrecarga em 26 dias. (Fonte: Overshoot Footprint Network)</figcaption></figure></figure>Dentro da iniciativa #MoveTheDate, a Global Footprint Network garante que é possível reduzir o uso do saldo ambiental com algumas mudanças quotidianas. Se você quiser, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123544-calculadora-de-pegada-de-carbono-mostra-seu-impacto-no-meio-ambiente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pode até mesmo medir o seu impacto ambiental pessoal</a>&nbsp;por meio de uma calculadora do site.Veja algumas dicas:<ol><li>Redução da pegada de carbono em 50% resultaria em um crédito no cartão de crédito ambiental equivalente a mais 93 dias, levando o Overshoot Day para o início de novembro. &nbsp;</li><li>Fontes renováveis para suprir 75% das necessidades mundiais de eletricidade pode reduzir em 26 dias o uso do cartão de crédito ambiental.&nbsp;</li><li>Redução de 50% no desperdício alimentar&nbsp;pode contribuir para uma diminuição de mais 13 dias.</li><li>Redução da nossa pegada de mobilidade urbana em 50%, assumindo que um terço dos quilómetros sejam substituídos por transportes públicos, e os restantes pela bicicleta e andar a pé, empurraremos o uso do cartão de crédito para 13 dias depois.</li><li>Comer 50% menos carne, substituindo as calorias por uma dieta vegetariana, resultaria em um atraso de 17 dias no cartão.</li></ol>

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