Ciência
07/08/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 07/08/2024 às 08:00
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 têm chamado atenção pelas tentativas da Comissão Organizadora em criar um evento com o mínimo de emissões de carbono possível. Sendo assim, a sustentabilidade tem se tornado um tópico importante em todos os tópicos da organização do evento.
Isso significa limitar novas construções, utilizar 100% de energia renovável, serviços de alimentação com opções vegetarianas e veganas, centros esportivos com acessos a partir do transporte público e por aí vai. Porém, até aqui, muita polêmica tem sido criada em cima desse tema. Daí vem a pergunta: seria possível as Olimpíadas zerarem as taxas de emissão de carbono?
Até novembro de 2023, data em que o último relatório de sustentabilidade das Olimpíadas foi feito, mais de 560 eventos de 46 modalidades esportivas já tinham calculado suas emissões. A estimativa é que a redução das emissões de carbono caísse uma média de 24% em relação aos jogos de Tóquio, em 2021.
O motivo de toda essa preocupação se relaciona com o próprio impacto que os franceses podem sofrer com o aumento das temperaturas globais. De acordo com estudos feitos pela ONG ambiental WWF França, os franceses podem perder até 24 a 66 dias de atividades esportivas caso as temperaturas ultrapassem a casa dos 32 °C.
A única instalação construída do zero para as Olimpíadas foi o centro aquático de Saint-Denis, que pretende deixar um legado para um bairro onde metade das crianças de até 12 anos não sabe nadar. Os Jogos Olímpicos ainda motivaram a França a limpar o rio Sena e a investir em outras medidas sustentáveis, na esperança de deixar um recado para o restante do planeta.
Um dos grandes problemas que os Jogos Olímpicos terão para o futuro visando a emissão zero de carbono é a disparidade social que existe entre as nações do mundo. Em 2024, a competição está sendo disputada em um país rico, que tem condições para gastar dinheiro investindo no fornecimento de serviços básicos.
Porém, ainda vivemos em um mundo onde cerca de 800 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade e cerca de quatro vezes esse número tem acesso muito pequeno e limitado. Além disso, é preciso ter discussões futuras para que as Olimpíadas de verão sejam transferidas para um mês diferente para evitar temperaturas escaldantes.
Adaptar a competição para que ela ocorra na primavera ou no outono seria um importante passo para diminuir os gastos com energia e aumentar a sustentabilidade. De qualquer forma, existe tanta coisa para se mudar que é difícil imaginar um cenário onde os Jogos Olímpicos se tornem completamente sustentáveis em um futuro próximo.