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29/07/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 29/07/2024 às 15:00
Aberta oficialmente na sexta-feira (26), a Olimpíada de Paris já tem seu momento mágico, aqueles dos quais nos lembramos sempre que uma competição internacional começa. Depois que as delegações flutuaram, literalmente, pelo rio Sena, a pira olímpica foi acesa pelo judoca Teddy Riner e a velocista Marie José-Perec.
O que ninguém sabia é que a chama assumiria aqui um formato totalmente inédito e surpreendente, um balão de ar quente, ficando içada a 30 metros do chão durante os jogos, sobre o Jardim das Tulherias. Segundo o Comitê Organizador das Olimpíadas de Paris, a intenção foi homenagear o francês Jacques Charles, que construiu o primeiro balão de hidrogênio do mundo, e sobrevoou aquele histórico local, em 1º de dezembro de 1783.
Mas há mais um motivo nobre para colocar a pira olímpica sobrevoando o antigo jardim de Catherine de Médici no século XVI: reduzir a pegada de carbono do evento. Na maioria dos jogos olímpicos já realizados, as piras são imponentes estrutura de metal que consomem, durante a efeméride global, enormes quantidades de combustível, muitas vezes de origem fóssil.
Chamada pelos franceses de "Caldeirão", a pira promove o encontro da genialidade de Charles com uma tecnologia “limpa” criada especialmente pela companhia EDF (Électricité de France) para o evento. A base da pira possui vários bicos que emitem um jato contínuo de vapor d’água que, ao ser iluminado por um conjunto de poderosas lâmpadas de LED, exibe a forma e o movimento de uma chama real.
Mas coube ao presidente do Comitê Organizador de Paris-2024, Tony Estanguet, que admite não entender nada do assunto, contar o grande segredo da pira olímpica parisiense.
"É sem CO2, com água vaporizada e algumas luzes para evitar gastar várias toneladas de gás de verdade. Não vai ter queima durante os Jogos". Ou seja, não tem fogo na pira olímpica.
A pira olímpica é um dos símbolos tradicionais das olimpíadas, e já estava presente nas primeiras competições, realizadas na cidade grega de Olímpia, por volta do ano 776 a.C. Esses jogos, nos quais os atletas competiam nus, faziam parte de um ritual religioso dedicado a Zeus. A chama em si era uma homenagem a Hera, a esposa do rei dos deuses.
Durante a realização dos jogos olímpicos, o fogo sagrado era mantido aceso no templo de Héstia, deusa grega do lar e do fogo. Além de símbolo da pureza, a chama representava a busca pela excelência e renovação.
Quando o Barão Pierre de Coubertin retomou a tradição, com a realização dos Jogos Olímpicos Modernos, a partir de 1896, em Atenas na Grécia, ainda não havia pira olímpica. A tradição só seria retomada em 1928, nos jogos de Amsterdã. Posteriormente, nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936, foi adotada a prática de revezamento da tocha, por diferentes pessoas, da origem até o estádio olímpico.