Uma fonte crescente de emissões de CO2 na atmosfera da Terra tem vindo dos jatos particulares de 0,003% dos habitantes do planeta.

Além de alimentar o imaginário das pessoas “normais”, os jatinhos particulares dos ricos e famosos estão também alimentando as emissões anuais de carbono na atmosfera. Uma pesquisa recente mostrou que o CO2 proveniente da aviação privada aumentou 46% entre 2019 e 2023, ou seja, uma poderosa ajudinha no aquecimento global.Embora não seja surpresa para ninguém que poucas pessoas têm jatinhos particulares, a pesquisa descobriu que só 0,003% da população mundial tem um jato para chamar de seu. No entanto, somente em 2023, essa turminha bombeou 15,6 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, o que é mais do que a produção de países como a Eslovênia ou a Lituânia.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126844-5-jatos-particulares-das-celebridades-que-sao-extremamente-caros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 jatos particulares das celebridades que são extremamente caros&nbsp;</a></li></ul>Publicada na revista Communications Earth &amp; Environment, a pesquisa também mostrou a diferença entre um ultrarrico e um cidadão comum: é que o primeiro consegue produzir 500 vezes mais CO2 por ano do que a média dos demais.<h2>Para onde vão esses jatos particulares?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/18/18161923579209.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Grande parte das viagens de jatos particulares foi para a conferência do clima em Dubai. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As emissões de jatos particulares se revelaram mais “ricas” em CO2 durante grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo da FIFA 2022, no Catar, e , por incrível que pareça, para as negociações climáticas da COP28,&nbsp;realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.&nbsp;Os 644 voos privados para discutir melhorias no clima global, na COP28, despejaram 4,8 mil toneladas de CO2 na atmosfera. &nbsp;Outro mito que a pesquisa ajudou a desfazer foi que a maioria dessas viagens é a negócios. Não é. Os picos da aviação privada foram para destinos populares de férias, com viagens ocorrendo nos fins de semana, ou seja, chegadas às sextas-feiras e partidas aos domingos. Para os pesquisadores, "os motivos de viagem são dominados pelo lazer".<h2>De onde são os ricos e famosos que emitem CO2?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/18/18162654693212.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reproduçao)"><figcaption>O Brasil é vice-campeão mundial de emissão de CO2 na aviação privada. (Fonte: Getty Images/Reproduçao)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores da Universidade Linnaeus, na Suécia, e da Universidade de Ciências Aplicadas de Munique, na Alemanha, analisaram dados de 18.655.789 voos privados realizados entre 2019 e 2023. Depois, calcularam as emissões de CO2 de cada voo, combinando o consumo de combustível da aeronave com a duração e trajetória do voo.Um dado perverso da pesquisa é saber que a maior parte da aviação privada no mundo é utilizada por apenas 256 mil pessoas com o "patrimônio líquido ultra-alto", o que significa uma média de US$ 123 milhões e uma riqueza combinada de US$ 31 trilhões, ou um terço do PIB mundial.<ul><li>Saiba também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-as-mudancas-climaticas-estao-piorando-as-turbulencias-nos-avioes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que as mudanças climáticas estão piorando as turbulências nos aviões?</a></li></ul>Quanto à origem dos jatos, a maioria deles vem dos EUA, que concentram 68,7% dos jatos particulares registrados no mundo. Já o segundo lugar, com 927 aeronaves privadas, vai para o Brasil, vice-campeão mundial em voos de jatinhos e, portanto, segundo maior emissor de CO2 na atmosfera da Terra nessa categoria.

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Emissões de CO2 por jatos privados de ricos e famosos sobem 46% em 4 anos

Envolvendo tecnologias para dar um fim sustentável a quantidade de resíduos produzidos na cadeia alimentar, Japão também tenta reeducar seu povo sobre a cultura do "alimento perfeito".

O ser humano conseguiu fazer do planeta um grande campo minado. A cada ano, cerca de 2,12 bilhões de toneladas de lixo são produzidas pelo ser humano, segundo o World Counts, reflexo do fato de que 99% das coisas que compramos são descartadas em 6 meses. Para se ter uma ideia, se todo esse lixo fosse colocado em caminhões, seria possível dar a volta ao mundo 24 vezes.Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108238-o-lixao-que-virou-o-maior-projeto-de-recuperacao-de-uma-praia-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lixões criados pelo comércio global</a> de produção afetam diretamente cerca de 64 milhões de pessoas, representando uma séria ameaça à saúde humana e ao meio ambiente. O depósito de lixo eletrônico de Agbogbloshie, em Agrana, no Gana, recebe mais de 192 mil toneladas de resíduos eletrônicos por ano e é responsável por poluir o solo, o ar e a água da região, ameaçando a saúde de mais de 10 mil pessoas que vivem da triagem e reciclagem.A chegada do forte movimento de industrialização, consequência do pós-guerra de 1945, aumentou a produção de resíduos dez vezes na segunda metade do século passado, apenas devido a essa aceleração da vida urbana. Até 2025, as cidades do mundo devem produzir cerca de 90 milhões de resíduos, o triplo do que em 2009.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/29/29114805867101.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos adequados para consumo são descartados todos os anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Combinado às consequências que inspiraram o aumento do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>, o nível de produção estabelecido pelo longo espectro do capitalismo também está por trás do motivo pelo qual um terço de todos os alimentos para consumo humano no mundo é perdido ou desperdiçado. Nos campos, as condições climáticas desbalanceadas pela ação do homem destroem plantações e atraem mais pragas e doenças.Os alimentos são perdidos devido a métodos ineficientes de colheita, transporte e armazenamento. Na cidade, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos adequados para consumo são perdidas anualmente por meio de descarte deliberado em lojas, supermercados e residências.Enquanto os Estados Unidos lideram o ranking das nações que mais desperdiçam alimentos no mundo, o Japão é um dos poucos países a agir ativamente, apostando na redução de resíduos e reciclagem de alimentos.<h2>Buscando o "alimento perfeito"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/29/29114908272102.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A cada ano, Japão chega a jogar fora 28,4 milhões de toneladas de alimentos em bom estado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, diferente do que se pensa, não é porque os japoneses são mais conscientes com sua alimentação e priorizam e valorizam a ruralidade que constitui sua identidade milenar, que significa que desperdiçam menos lixo.Na verdade, o que torna o país de rendimento elevado diferente dos demais é apenas as iniciativas ativas na tomada de decisão das leis do governo, considerando que jogar fora todos os anos cerca de 90 quilos de comida por pessoa é demais para uma nação insular com espaço limitado em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107816-china-decide-deixar-de-ser-o-lixao-do-plastico-descartado-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aterros sanitários</a> e uma meta de maior sustentabilidade. A comida representa cerca de 40% do lixo que o país incinera, sendo que os habitantes pagam impostos para cobrir a maioria dos US$ 5,4 bilhões que o país gasta para fazer esse trabalho.O Japão possui uma parcela menor de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-o-sistema-alimentar-mundial-esta-falido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">custos ocultos&nbsp;</a>na estrutura do sistema alimentar mundial em relação à saúde nutricional dos seus habitantes, porque come mais peixe e sua comida é cara, mas isso não o impediu de produzir 5,22 milhões de toneladas de resíduos alimentares em 2020, chegando a jogar fora 28,4 milhões de toneladas de alimentos em bom estado a cada ano.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/29/29115013903107.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Comida em bom estado representa cerca de 40% do lixo que Japão incinera. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entre os vários problemas que resultam em desperdício de alimentos, algumas das questões mais significativas incluía a regra de um terço da indústria, estabelecida na década de 1990 para atender à crescente demanda por ingredientes e produtos frescos. De acordo com esta, os produtores deveriam entregar alimentos e bebidas dentro do primeiro terço do período entre as datas de produção e validade. Ou seja, um produto com data de validade de seis meses deveria ser entregue ao varejista em um prazo de dois meses.&nbsp;Distribuir produtos perecíveis com prazo curto de validade em todo o país não é uma tarefa fácil, sendo assim, os alimentos que eram entregues fora do prazo acabavam devolvidos ao produtor ou jogados fora, apesar de estarem perfeitamente aceitáveis para consumo e dentro do período de validade.Isso acabou reforçando a conduta do consumidor em desejar alimentos "bonitos" e "perfeitos", contribuindo com até metade de todo o desperdício de comida no país. Assim, os varejistas acabam descartando toneladas de itens com formatos e cores "incomuns" já no início do processo de produção.<h2>Repensando o consumo e o descarte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/29/29115110528108.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Com nova tecnologia, empresas japonesas estão fabricando até cimento feito a partir de comida descartada. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pensando em mudar essa estrutura e minimizar os danos ambientais e na saúde, em 2019, o governo japonês desenvolveu e estabeleceu a Lei de Promoção de Perda e Redução do Desperdício de Alimentos, visando reduzir o descarte em 50% até 2030 e reforçar a Lei de Reciclagem de Resíduos Alimentares, em vigor desde 2001.O novo ato incentiva as empresas a encontrarem maneiras de minimizar o desperdício de alimentos, como criar cimento e até móveis a partir de alimentos usados, ou doando seus excedentes para escolas e organizações de bem-estar.A start-up Fabula, com sede em Tóquio, criou uma receita para fazer concreto alimentar secando restos de comida, comprimindo e pressionando-os em um molde em alta temperatura. A empresa de Takuma Oishi espera trabalhar com agricultores que têm safras excedentes, mas grandes players na fabricação de alimentos, que não podem evitar a geração de muitos resíduos durante seus processos de desenvolvimento, já estão entrando em contato com a start-up inovadora.Enquanto isso, em algumas prefeituras japonesas, os cidadãos estão sendo reeducados não apenas sobre a ideia de "alimentos perfeitos" para poder promover mudanças no estilo de vida que apoiem esse objetivo, como também nas políticas de sobras. Anteriormente, e na maioria dos restaurantes do país, as sobras eram devolvidas à cozinha ou descartadas, agora os japoneses estão sendo encorajados a levarem-nas para casa e usá-las no almoço do dia seguinte, por exemplo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/29/29115207263109.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Japoneses estão sendo reeducados quanto à cultura de desejar "alimentos perfeitos". (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Algumas lojas de conveniência desenvolveram projetos de recompensa ao cliente com pontos pela compra de bentôs (marmitas populares servidas na hora do almoço ou jantar) mais próximos do prazo de validade.Ao nível de gerenciamento de negócios, as empresas estão apostando no uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-os-seres-humanos-nao-confiam-totalmente-na-inteligencia-artificial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> para combinar o estoque com a demanda do cliente, visando minimizar por meio da tecnologia o excesso de armazenamento e o descarte de alimentos não vendidos. Muitos varejistas estão sendo encorajados a doar para vários bancos de alimentos e instituições de caridade, como a Second Harvest, o primeiro banco de alimentos nacional do Japão. Existem também aplicativos em que os varejistas e produtores podem vender alimentos "feios" ou próximos do vencimento com bastante desconto, ajudando no sustento de famílias de baixa renda.O governo espera que esse novo comportamento se espalhe até se tornar uma norma nas 55.657 lojas de conveniência pelo Japão, muitas das quais estão abertas 24 horas, 365 dias por ano, e possuem um fluxo constante de produtos e alto apelo aos clientes.

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Nova lei japonesa repensa desperdício de alimentos e descarte de resíduos

Há milhares de anos, os homens já poluíam e degradavam o meio ambiente, mas já havia naquele tempo cidadãos que tomavam medidas a respeito. 

A questão ambiental, que muitos fazem questão de negar em pleno século 21, já era uma questão ética no tempo das civilizações greco-romanas há milhares de anos. Aquelas sociedade antigas não só reconheciam o impacto humano (negativo) no meio ambiente, como também tentavam mitigar esses danos e tentavam evitá-los.O escritor romano Plínio, o Velho, que viveu no primeiro século da nossa era, tinha uma clara compreensão de como os seres humanos estavam prejudicando o meio ambiente. Em sua obra História Natural, escreveu: "Contaminamos os rios e os elementos da natureza, e o próprio ar, que é o principal suporte da vida, nos transformamos em um meio para a destruição da vida".<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça as "esquisitices" da vida cotidiana dos romanos</a></li></ul>A preocupação do escritor romano, que via o planeta como a "mãe de todas as coisas", coloca-o como um dos primeiros ambientalistas da história. Essa preocupação, além de um exemplo de cidadania, é também uma prova da dimensão ética do ambientalismo, um movimento filosófico que lida com os conceitos de Bem e Mal. Ou melhor dizendo, o que nos faz bem e o que nos faz mal na natureza.&nbsp;<h2>Medidas de proteção ambiental dos gregos e romanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/25/25070848812015.jpg" alt="Plínio só passou a se chamar "><figcaption>Plínio só passou a se chamar "o Velho" depois que seu sobrinho Plínio também ficou famoso. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os gregos e romanos não ficavam apenas na retórica, e introduziram várias medidas legais para prevenir e mitigar os danos ambientais. É o caso, por exemplo, dos atenienses que criaram, em 420 a.C., uma lei para proteger o rio Ilisso. “É proibido molhar couros [de animais] no Ilisso acima do santuário de Hércules e curti-los. É proibido jogar o resíduo da lavagem no rio”.A percepção dos pesquisadores é que a medida pode ter funcionado porque, tempos depois da introdução da lei, o rio era descrito como “puro e belo”. Hoje não dá para conferir porque o Ilisso foi canalizado, coberto e convertido em um canal subterrâneo de esgoto a partir da década de 1930.<h2>Antigos sabiam que danificar o meio ambiente faz mal</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/25/25074624120000.jpg" alt="O rio Ilisso se . (Fonte: Edward Dodwell/Wikimedia Commons)"><figcaption>O rio Ilisso se tornou um rio "puro e belo" no século 4 a.C., mas se degradou modernamente. (Fonte: Edward Dodwell/Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Além da questão estética, os antigos romanos tinham também uma compreensão correta da conexão entre saúde ambiental e humana. Uma carta de Plínio, o Jovem (que era sobrinho e filho adotivo de Plínio, o Velho) ao imperador Trajano, discute como um esgoto a céu aberto em Amastris na Turquia era um problema de saúde pública.Na carta, o Jovem explica como, no centro da bela cidade, havia um riacho que “na verdade, é um esgoto imundo, uma monstruosidade nojenta que exala um fedor nocivo. A saúde e a aparência da cidade serão beneficiadas se ela for coberta e, com sua permissão, isso será feito”.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121071-plinio-o-jovem-a-testemunha-ocular-da-erupcao-do-monte-vesuvio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Plínio, o Jovem, a testemunha ocular da erupção do Monte Vesúvio</a></li></ul>O imperador foi rápido na resposta: “Há todos os motivos, meu caro Plínio, para cobrir a água que você diz que flui pela cidade de Amastris, se for um perigo para a saúde enquanto permanecer descoberta”, disse o imperador que levou o Império Romano ao auge do seu território.

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Antigos gregos e romanos fizeram as primeiras leis ambientais da história

Técnicas ancestrais podem ser a chave para enfrentar o aumento das temperaturas globais.

Hoje, com temperaturas subindo e o calor batendo recordes, não conseguimos imaginar nossas vidas sem um ventilador ou ar-condicionado ao lado. Mas, nossos ancestrais, que viviam em lugares tão ou até mais quentes, tinham truques na manga para se manter frescos.<h2>Construção com sabedoria e criatividade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09225334918002.jpg" alt="Um exemplo de captador de vento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um exemplo de captador de vento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na antiga Mesopotâmia, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122339-6-fatos-inusitados-a-respeito-dos-sumerios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sumérios</a> dominaram a arte de lidar com o calor no sul do Iraque. Eles não tinham ar-condicionado, mas tinham uma solução incrível: paredes de barro! As paredes grossas de adobe absorviam o calor do sol durante o dia e liberavam o calor gradualmente à noite, mantendo o interior das casas sempre mais fresco.As janelas eram pequenas para impedir que o sol entrasse em cheio e as casas eram todas grudadas umas nas outras, criando sombra natural. Assim, quem passava pelas ruas se sentia um pouco mais aliviado, mesmo sob o sol escaldante.Do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122871-os-6-mais-importantes-deuses-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a> ao Império Persa, os engenheiros também tinham uma estratégia eficiente: os captadores de vento. Eram aberturas nas construções projetadas para captar o vento e direcioná-lo para dentro das casas, criando uma ventilação natural que proporcionava um alívio imediato.Já os puebloans, nativos norte-americanos do sudoeste dos Estados Unidos, tinham outra sacada inteligente: construir suas moradias embaixo de penhascos, onde a sombra das rochas protegia do sol intenso no verão e, no inverno, eles aproveitavam a luz do sol para aquecer suas casas. Genial, né?<h2>Quando água e sombra eram ouro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09231349799007.jpg" alt="Pirâmide maia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pirâmide maia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Não era só na arquitetura que essas civilizações mandavam bem. Elas também sabiam gerenciar a água, um recurso tão valioso quanto ouro em regiões áridas. Os califados muçulmanos, por exemplo, criaram sistemas sofisticados de captação de água da chuva.Durante o século VIII, no norte da África e no sul da Espanha, eles usavam telhados inclinados e pátios para direcionar a água para cisternas subterrâneas, garantindo reservas de água para quando a seca apertasse.E não era só para beber, não! Eles também usavam essa água para irrigar jardins internos, que refrescavam o ambiente e traziam aquele verdinho que a gente ama ver, especialmente no calor.Por sua vez, os maias e os habitantes de Teotihuacan, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109997-12-curiosidades-sobre-o-mexico-que-vao-deixar-voce-boquiaberto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">México</a>, também eram mestres em aproveitar o que a natureza oferecia. Eles construíram sistemas urbanos de captação de água da chuva, com pirâmides e aquedutos que direcionavam o precioso líquido para grandes cisternas.Isso garantiu que suas cidades pudessem suportar longas estações secas e, de quebra, ajudava a resfriar o ambiente naturalmente.Esses conhecimentos, que hoje podem parecer distantes, já estão sendo redescobertos em lugares como a Índia, onde as cidades também estão tentando se adaptar a temperaturas cada vez mais altas. Diante do aquecimento global, talvez seja hora de resgatar essas ideias antigas e usá-las para enfrentar o futuro.

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Como as civilizações antigas lidavam com o calor extremo?

A monitoração Copernicus mostrou que o processo anual de formação do buraco da camada de ozônio começou mais tarde, o que é uma boa notícia. 

Para marcar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, comemorado no dia 16 de setembro, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS), gerido pela Comissão Europeia, anunciou que, “Em 13 de setembro de 2024, a área total do buraco de ozônio [sobre a Antártida] era de 18,48 milhões de km2, menor do que nos últimos anos para este período”.Segundo a publicação feita no site do programa de observação da Terra, se a atual tendência for mantida, é possível que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115885-niveis-de-ozonio-subiram-nos-ultimos-20-anos-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o ozônio se recupere aos níveis de 1980</a>, quando ainda não se tinha conhecimento da existência de qualquer "buraco" naquela região. A restauração total da camada, segundo o CAMS, poderá ocorrer "por volta de 2066 sobre a Antártida, sobre o Ártico em 2045 e até 2040 para o resto do mundo".Em um comunicado de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou: "A camada de ozônio, que já foi um paciente doente, está no caminho da recuperação".&nbsp;<h2>A importância da camada de ozônio na proteção à vida na Terra</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/HSbJpwTNbog" title="3D rendering of the ozone hole evolution in 2024" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Localizada entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra, a camada de ozônio é uma região específica da estratosfera terrestre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117823-o-que-e-o-ozonio-e-qual-sua-importancia-para-a-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde esse gás se concentra de forma mais elevada</a> do que em outras partes da atmosfera. Composto por três átomos de oxigênio, ele tem um importante papel na proteção da vida no planeta por vários motivos.Primeiramente, porque filtra a radiação ultravioleta nociva do Sol, especialmente a UV-B e a UV-C, funcionando como uma espécie de escudo protetor da vida na Terra.&nbsp;Sem a camada de ozônio, a radiação UV chegaria facilmente à superfície do planeta, causando danos a organismos vivos (câncer de pele e catarata entre outras doenças), impactos na cadeia alimentar marinha e a desregulação dos padrões climáticos e atmosféricos.<h2>A importância do Protocolo de Montreal&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17182150018352.jpg" alt="x. (Fonte: World Ozone Day 2024/Divulgação)"><figcaption>O Acordo de Montreal foi o único tratado ca ONU com ratificação universal. (Fonte: World Ozone Day 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O restabelecimento da camada de ozônio na atmosfera terrestre não ocorreu por acaso, mas foi fruto de um dos acordos internacionais mais bem-sucedidos da história, tanto que o Acordo de Montreal, de 1987 continua sendo o único tratado com ratificação universal, ou seja, confirmado por todos os 197 países membros da ONU, mais a União Europeia.Assinado no dia 16 de setembro de 1987, <a href="https://www.megacurioso.com.br/aquecimento-global/71590-o-cfc-ainda-e-um-dos-viloes-do-planeta-terra-e-sera-por-muito-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o acordo internacional proibiu os clorofluorcarbonetos (CFCs)</a>, produtos químicos usados em sprays de aerossóis, solventes e gases refrigerantes. Eles foram, na época, identificados como os principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio estratosférica.No press release de comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, o diretor do CAMS, Laurence Rouil, exaltou o Acordo de Montreal: “Isso mostra como a humanidade é capaz, por meio da cooperação internacional e da tomada de decisões baseadas na ciência, de transformar nosso impacto na atmosfera do planeta”.

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Buraco na camada de ozônio está diminuindo e deve fechar até 2066

Estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford pode acabar revolucionando o mercado de energia solar. 

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford promete revolucionar o setor da energia solar. Em laboratório, os cientistas desenvolveram um material que usa uma abordagem chamada de “multijunção” e&nbsp;já se mostra mais eficiente que muitos dos painéis solares tradicionais. Além disso, ele é incrivelmente fino e flexível, o que significa que pode ser incorporado em diversos objetos do dia a dia.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115140-geracao-de-energia-solar-triplicou-em-12-meses-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">energia solar</a>, como descrevem os autores Flansburgh e Linnell, é alimentada por "uma massa de gás incandescente". Com cerca de 44 quadrilhões de watts atingindo a superfície terrestre anualmente, capturar essa energia renovável parece uma solução óbvia. Na prática, porém, grandes fazendas solares podem prejudicar a biodiversidade e destruir ecossistemas. Por conta disso, encontrar alternativas que sejam eficientes e ao mesmo tempo menos prejudiciais à natureza era um desafio até a nova etapa.&nbsp;<h2>Tecnologia revolucionária</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03124711442186.jpg" alt="Pesquisadores acreditam que mochilas e celulares poderiam ser transformadas em "><figcaption>Pesquisadores acreditam que mochilas e celulares poderiam ser transformadas em "painéis solares" com novo material. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Atualmente, as opções para aproveitar a energia solar de maneira eficiente envolvem grandes fazendas solares ou painéis instalados em telhados, que são muitas vezes caros e têm eficiência limitada. Contudo, a nova tecnologia desenvolvida pelos cientistas parece estar mudando esse cenário. Segundo Junke Wang, pós-doutorando na Universidade de Oxford, o novo material mostrou-se capaz de superar o desempenho do silício.&nbsp;“Usando novos materiais que podem ser aplicados como revestimento, mostramos que podemos replicar e superar o silício, ganhando flexibilidade”, afirmou Wang em comunicado oficial. O grande diferencial desse material é a capacidade de capturar uma gama mais ampla do espectro de luz, o que o torna extremamente eficiente.&nbsp;Os dados mostram que ele apresentou mais de 27% de eficiência energética, um número bastante elevado para os padrões da tecnologia solar atual. Conforme explicou Shuaifeng Hu, outro pesquisador da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127623-o-caso-de-oxford-e-a-violencia-entre-estudantes-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Universidade de Oxford</a>, esse avanço é apenas o começo: “Nos últimos cinco anos, aumentamos a eficiência de conversão de energia de cerca de 6% para mais de 27%. Acreditamos que essa abordagem pode elevar a eficiência para mais de 45%”, concluiu.<h2>Surgimento de uma nova indústria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03124754908188.jpg" alt="Reino Unido espera ser pioneiro na aplicação de novo material para a geração de energia solar. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Reino Unido espera ser pioneiro na aplicação de novo material para a geração de energia solar. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Além da sua eficiência comprovada, o novo material é bastante fino e flexível — cerca de 150 vezes mais fino que uma camada de silício. Isso significa que ele pode ser aplicado em praticamente qualquer superfície: desde prédios e estradas até mochilas e celulares. Essa versatilidade abre caminho para uma revolução no uso da energia solar em objetos cotidianos.Henry Snaith, professor de Energia Renovável em Oxford e líder do projeto, acredita que essa inovação pode ser capaz de criar uma nova indústria voltada para a geração de energia de forma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119710-qual-a-diferenca-entre-energia-renovavel-sustentavel-e-limpa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sustentável</a> e barata. No entanto, ele alerta: “Sem novos incentivos e uma melhor estrutura para transformar essa inovação em produção, o Reino Unido perderá a oportunidade de liderar essa nova indústria global”.Com a energia solar se tornando cada vez mais barata e eficiente, especialistas acreditam que um futuro movido a energia solar é inevitável. Agora, resta saber como essas inovações serão incorporadas na sociedade e nas infraestruturas ao nosso redor.

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Novo material promete transformar tudo em painéis solares!

Estudo revela que prever quando o próximo "ponto sem retorno" das mudanças climáticas acontecerá é difícil. No entanto, isso não significa que não estamos em um momento crucial.

Prever exatamente quando os pontos de inflexão climática serão atingidos é uma tarefa extremamente complexa, repleta de incertezas, segundo um estudo publicado recentemente. Esses pontos, que marcam t<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-maluco-por-que-a-terra-esta-passando-por-eventos-extremos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ransições rápidas e irreversíveis no clima da Terra</a>, são considerados um risco potencialmente catastrófico à medida que o aquecimento global avança.&nbsp;O problema é que, apesar de todo o esforço científico, as ferramentas e dados disponíveis hoje simplesmente não são suficientes para fazer previsões precisas sobre quando essas mudanças drásticas ocorrerão.O conceito de pontos de inflexão não é novo. Em termos simples, são momentos em que mudanças graduais em um sistema complexo, como o clima, levam a uma transformação radical e repentina. Por exemplo, a Amazônia pode se transformar de uma floresta tropical exuberante em uma savana seca se cruzar um determinado limite de degradação.&nbsp;Outro exemplo é a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês), um sistema crucial de correntes oceânicas que ajuda a regular o clima da Europa. O colapso do AMOC poderia provocar um resfriamento drástico no noroeste europeu, mesmo em meio ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>. No entanto, apesar da importância desses fenômenos, a ciência ainda enfrenta grandes dificuldades para prever com precisão quando esses eventos ocorrerão.<h2 style="text-align:justify;">Fontes de incerteza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09131945572195.jpg" alt="Os desastres climáticos estão ficando cada vez mais frequentes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os desastres climáticos estão ficando cada vez mais frequentes. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores apontam três principais fontes de incerteza. A primeira está nos próprios modelos que utilizamos para tentar entender esses mecanismos complexos. Os modelos atuais são, em muitos casos, simplificações das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121554-5-teorias-malucas-para-entender-a-fisica-quantica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">realidades físicas</a> subjacentes, o que pode levar a previsões imprecisas.&nbsp;É como tentar adivinhar quando uma avalanche ocorrerá com base apenas na observação da quantidade de neve acumulada no último inverno, sem considerar fatores como a inclinação do terreno ou a presença de ventos fortes.A segunda fonte de incerteza reside nas observações diretas do sistema climático. Dados como taxas de derretimento de gelo ou mudanças na cobertura florestal são valiosos, mas não abrangem toda a complexidade dos sistemas naturais.&nbsp;E como essas observações são limitadas em número e extensão, muitas vezes não captam todas as nuances necessárias para prever exatamente quando um ponto de inflexão pode ser alcançado. É como tentar prever uma tempestade estudando apenas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128765-como-as-nuvens-permanecem-flutuando-no-ceu-mesmo-com-o-peso-da-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nuvens</a> em um único ponto do céu.Por fim, os dados climáticos históricos, que muitas vezes são usados para calibrar e testar os modelos, são incompletos. Existe uma grande quantidade de lacunas nesses registros, especialmente quando se recua no tempo geológico, e os métodos usados para preencher essas lacunas podem introduzir mais incertezas. Portanto, tentar prever o futuro climático com base em dados históricos é como tentar montar um quebra-cabeça com peças faltando.<h2 style="text-align:justify;">Outro caminho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09143819995249.jpg" alt="Se não agirmos, poderemos entrar num caminho sem volta para uma tragédia climática. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Se não agirmos, poderemos entrar num caminho sem volta para uma tragédia climática. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um exemplo concreto dessas incertezas é o próprio AMOC. Estudos anteriores sugeriram que esse sistema poderia entrar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128324-a-civilizacao-humana-esta-a-beira-do-colapso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colapso</a> em algum momento entre 2025 e 2095. No entanto,&nbsp;o novo estudo amplia essa faixa temporal de 2050 a 8065, tornando praticamente impossível saber quando, ou até mesmo se, tal colapso ocorrerá. Essa imprecisão levanta a questão: se não podemos prever com exatidão, como podemos nos preparar?Os cientistas sugerem que, em vez de se paralisar pela incerteza, devemos usá-la como um incentivo para agir com ainda mais cautela.&nbsp;A possibilidade de que pontos de inflexão climática possam ocorrer a qualquer momento deve nos motivar a reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa e a tomar medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Afinal, a incerteza não diminui o risco – ela apenas aumenta a necessidade de precaução.Em última análise, o estudo nos lembra que, embora não possamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128630-superprevisores-seria-realmente-possivel-prever-o-futuro-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prever o futuro</a> com precisão, temos conhecimento suficiente para saber que o risco é real e iminente. E&nbsp;é exatamente por isso que devemos agir agora, enquanto ainda temos a chance de evitar os piores cenários possíveis.

Incertezas climáticas: por que o próximo ponto de inflexão é imprevisível?

Em 2024, organizadores das Olimpíadas de Paris estão comprometidos em criar a competição mais sustentável de todos os tempos.

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/5-curiosidades-sobre-os-jogos-olimpicos-de-paris" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Olímpicos de Paris 2024</a> têm chamado atenção pelas tentativas da Comissão Organizadora em criar um evento com o mínimo de emissões de carbono possível. Sendo assim, a sustentabilidade tem se tornado um tópico importante em todos os tópicos da organização do evento.Isso significa limitar novas construções, utilizar 100% de energia renovável, serviços de alimentação com opções vegetarianas e veganas, centros esportivos com acessos a partir do transporte público e por aí vai. Porém, até aqui, muita polêmica tem sido criada em cima desse tema. Daí vem a pergunta: seria possível as Olimpíadas zerarem as taxas de emissão de carbono?<h2>Luta pela sustentabilidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29211335182005.jpg" alt="Comissão Organizadora tem trabalhado para tornar os Jogos Olímpicos de Paris os mais sustentáveis de todos os tempos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Comissão Organizadora tem trabalhado para tornar os Jogos Olímpicos de Paris os mais sustentáveis de todos os tempos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Até novembro de 2023, data em que o último relatório de sustentabilidade das Olimpíadas foi feito, mais de 560 eventos de 46 modalidades esportivas já tinham calculado suas emissões. A estimativa é que a redução das emissões de carbono caísse uma média de 24% em relação aos jogos de Tóquio, em 2021.O motivo de toda essa preocupação se relaciona com o próprio impacto que os franceses podem sofrer com o aumento das temperaturas globais. De acordo com estudos feitos pela ONG ambiental WWF França, os franceses podem perder até 24 a 66 dias de atividades esportivas caso as temperaturas ultrapassem a casa dos 32&nbsp;°C.&nbsp;A única instalação construída do zero para as Olimpíadas foi o centro aquático de Saint-Denis, que pretende deixar um legado para um bairro onde metade das crianças de até 12 anos não sabe nadar. Os Jogos Olímpicos ainda motivaram a França a limpar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126933-como-paris-conseguiu-despoluir-o-rio-sena.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rio Sena</a> e a investir em outras medidas sustentáveis, na esperança de deixar um recado para o restante do planeta.<h2>Expectativa para o futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29211433623007.jpg" alt="Com desigualdade energética no mundo inteiro, é improvável que Olimpíadas se tornem totalmente "><figcaption>Com desigualdade energética no mundo inteiro, é improvável que Olimpíadas se tornem totalmente "verdes" no futuro próximo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Um dos grandes problemas que os Jogos Olímpicos terão para o futuro visando a emissão zero de carbono é a disparidade social que existe entre as nações do mundo. Em 2024, a competição está sendo disputada em um país rico, que tem condições para gastar dinheiro investindo no fornecimento de serviços básicos.Porém, ainda vivemos em um mundo onde cerca de 800 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade e cerca de quatro vezes esse número tem acesso muito pequeno e limitado. Além disso, é preciso ter discussões futuras para que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/por-que-a-pira-olimpica-de-paris-2024-e-um-balao-e-como-ele-funciona" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Olimpíadas</a> de verão sejam transferidas para um mês diferente para evitar temperaturas escaldantes.Adaptar a competição para que ela ocorra na primavera ou no outono seria um importante passo para diminuir os gastos com energia e aumentar a sustentabilidade. De qualquer forma, existe tanta coisa para se mudar que é difícil imaginar um cenário onde os Jogos Olímpicos se tornem completamente sustentáveis em um futuro próximo.&nbsp;

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Os Jogos Olímpicos podem realmente ter emissão zero?

Quando a pegada ecológica da humanidade é maior do que a biocapacidade do planeta, assumimos um saldo devedor com o meio ambiente.

Nesta quinta-feira, 1º de agosto de 2024, atingimos o Overshoot Day, ou Dia da Sobrecarga da Terra. Isso significa que gastamos até hoje todo o orçamento de recursos naturais que o planeta é capaz de regenerar em um ano. Ou seja, a partir de sexta-feira, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127405-humanos-ja-ultrapassaram-6-dos-9-limites-que-mantem-a-terra-habitavel-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estaremos usando os recursos do ano que vem, em um perigoso "saldo devedor" ambiental</a>.&nbsp;Calculado e divulgado publicamente desde 2006 pela organização internacional de pesquisa Global Footprint Network, o índice se tornou uma espécie de alerta para promover a sustentabilidade do planeta, e sugerir ferramentas de gerenciamento responsável dos recursos naturais.Em 2024, o dia da sobrecarga chegou um dia mais cedo do que no ano passado, o que significa que a demanda por recursos naturais e a pegada ecológica global foram maiores que do que a capacidade da Terra em repô-los. Isso pode ter ocorrido por diversos fatores, como crescimento populacional, aumento do consumo per capita e uso abusivo dos recursos.<h2>Como é calculado o Overshooting Day?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01164727497221.jpg" alt="Dia da sobrecarga do planeta por país. (Fonte: Global Footprint Network)"><figcaption>Dia da sobrecarga do planeta por país. (Fonte: Global Footprint Network)</figcaption></figure></figure>Em seu site, a ONG portuguesa Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável, explica que o dia da sobrecarga "é calculado dividindo a biocapacidade do planeta, a quantidade de recursos naturais que a Terra consegue gerar num ano, pela pegada ecológica da humanidade, o uso de recursos que faz durante um ano".Tanto a biocapacidade do planeta (capacidade de os ecossistemas regenerarem recursos naturais e absorverem resíduos da atividade humana), quando a pegada ecológica da humanidade (demanda por recursos naturais e serviços ecológicos), são medidas em hectares globais (gha).Depois esse resultado, baseado no uso de terras agrícolas, pastagens, áreas florestais, áreas de pesca, e a absorção de carbono, é multiplicado por 365 para determinar em qual dia do ano a humanidade irá esgotar os recursos disponíveis para aquele período. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128058-qual-especie-vai-dominar-a-terra-quando-a-humanidade-acabar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando a pegada ecológica é maior do que a biocapacidade</a>, a humanidade está usando o seu oneroso "cheque especial" de vida.&nbsp;<h2>É possível reduzir o uso do saldo ambiental?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01172208477234.jpg" alt="X. (Fonte: Overshoot Footprint Network)"><figcaption>Fontes renováveis de energia atrasam o dia da sobrecarga em 26 dias. (Fonte: Overshoot Footprint Network)</figcaption></figure></figure>Dentro da iniciativa #MoveTheDate, a Global Footprint Network garante que é possível reduzir o uso do saldo ambiental com algumas mudanças quotidianas. Se você quiser, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123544-calculadora-de-pegada-de-carbono-mostra-seu-impacto-no-meio-ambiente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pode até mesmo medir o seu impacto ambiental pessoal</a>&nbsp;por meio de uma calculadora do site.Veja algumas dicas:<ol><li>Redução da pegada de carbono em 50% resultaria em um crédito no cartão de crédito ambiental equivalente a mais 93 dias, levando o Overshoot Day para o início de novembro. &nbsp;</li><li>Fontes renováveis para suprir 75% das necessidades mundiais de eletricidade pode reduzir em 26 dias o uso do cartão de crédito ambiental.&nbsp;</li><li>Redução de 50% no desperdício alimentar&nbsp;pode contribuir para uma diminuição de mais 13 dias.</li><li>Redução da nossa pegada de mobilidade urbana em 50%, assumindo que um terço dos quilómetros sejam substituídos por transportes públicos, e os restantes pela bicicleta e andar a pé, empurraremos o uso do cartão de crédito para 13 dias depois.</li><li>Comer 50% menos carne, substituindo as calorias por uma dieta vegetariana, resultaria em um atraso de 17 dias no cartão.</li></ol>

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Saldo de recursos naturais da Terra para 2024 acabou na última quinta-feira (1º)

A expectativa da Joby Aviation é criar linhas aéreas entre cidades mais distantes usando o combustível verde para estender os voos.

Uma empresa norte-americana de táxi aéreo sediada em Santa Cruz, na Califórnia, a Joby Aviation anunciou recentemente uma inovação significativa em busca da sustentabilidade ambiental. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127450-6-tecnologias-futuristicas-que-sao-mais-estilosas-do-que-praticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Especializada em veículos de decolagem e pouso vertical (VTOLs)</a>, a companhia aérea concluiu um voo inédito de teste de 840 km usando hidrogênio como energia.A aeronave, que deixou como resíduo apenas um rastro de vapor d'água segundo um comunicado à imprensa, está sendo cogitada como alternativa mais ecológica para a mobilidade aérea urbana. A ideia é substituir os tradicionais jatos movidos a gás por modelos similares movidos por combustível verde em viagens regionais de médio alcance.&nbsp;Apoiado por uma parceria da Joby com o programa Agility Prime da Força Aérea dos EUA, a iniciativa hidrogênio-elétrico da companhia americana se baseia em tecnologia desenvolvida pela subsidiária da Joby, H2FLY, adquirida em 2021, e está em sintonia com os planos operacionais futuros da companhia aérea.<h2>Como foi o primeiro voo de VTOL com hidrogênio líquido?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18162510939257.jpg" alt="x. (Fonte: Joby Aviation/Divulgação)"><figcaption>Após voar 840 km, o tanque de hidrogênio ainda tinha 10% de combustível. (Fonte: Joby Aviation/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O voo de teste histórico, que se acredita ser o primeiro voo de avanço de uma aeronave de decolagem e pouso vertical movida a hidrogênio líquido, foi concluído no mês passado usando um protótipo de aeronave elétrica a bateria de pré-produção da Joby convertida. Ela foi equipada com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128165-hidrogenio-descoberto-em-rochas-lunares-pode-mudar-exploracao-da-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um tanque para manter o hidrogênio na forma líquida</a> e seu sistema de abastecimento.&nbsp;O VTOL adaptado para hidrogênio foi capaz de completar o voo de 840 km acima da cidade de Marina, na costa central da Califórnia, sem qualquer tipo de emissão de voo, exceto água. Ao pousar, a aeronave ainda tinha um restante de combustível de hidrogênio, equivalente a 10% da carga original.&nbsp;Projetado e construído pela Joby, o tanque de combustível líquido armazena até 40 kg de hidrogênio, juntamente com uma massa reduzida de baterias. O hidrogênio é alimentado em um sistema de célula de combustível, projetado e construído pela H2FLY, para produzir eletricidade, água e calor. O sistema alimenta os seis motores elétricos da aeronave, com as baterias fornecendo energia adicional, principalmente na decolagem e aterrissagem.<h2>Energia a hidrogênio pode ampliar alcance do VTOL</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/mUbCrPk2H74" title="Joby Aviation - All-Electric Vertical Flight" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Com graus diferentes de sucesso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128922-enorme-reservatorio-de-hidrogenio-e-encontrado-em-mina-na-albania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o hidrogênio tem sido explorado para alimentar motores</a> de carros, caminhões e até iates. Nesses sistemas, o hidrogênio é introduzido em um dispositivo conhecido como célula de combustível, onde passa por uma reação química com o oxigênio, normalmente do próprio ar.&nbsp;Isso permite que a energia elétrica gerada pela reação química seja armazenada e utilizada para recarregar as células de combustível do avião durante o voo.&nbsp;Além dos anunciados ganhos ambientais, a expectativa da Joby é de que a energia de hidrogênio possa estender o alcance das suas linhas totalmente elétricas atuais de VTOLs. Com o uso do combustível verde, seria possível a introdução de trajetos entre cidades mais distantes, aproveitando a capacidade instalada.

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