Estilo de vida
19/09/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 19/09/2024 às 18:00
Para marcar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, comemorado no dia 16 de setembro, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS), gerido pela Comissão Europeia, anunciou que, “Em 13 de setembro de 2024, a área total do buraco de ozônio [sobre a Antártida] era de 18,48 milhões de km2, menor do que nos últimos anos para este período”.
Segundo a publicação feita no site do programa de observação da Terra, se a atual tendência for mantida, é possível que o ozônio se recupere aos níveis de 1980, quando ainda não se tinha conhecimento da existência de qualquer "buraco" naquela região. A restauração total da camada, segundo o CAMS, poderá ocorrer "por volta de 2066 sobre a Antártida, sobre o Ártico em 2045 e até 2040 para o resto do mundo".
Em um comunicado de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou: "A camada de ozônio, que já foi um paciente doente, está no caminho da recuperação".
Localizada entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra, a camada de ozônio é uma região específica da estratosfera terrestre onde esse gás se concentra de forma mais elevada do que em outras partes da atmosfera. Composto por três átomos de oxigênio, ele tem um importante papel na proteção da vida no planeta por vários motivos.
Primeiramente, porque filtra a radiação ultravioleta nociva do Sol, especialmente a UV-B e a UV-C, funcionando como uma espécie de escudo protetor da vida na Terra.
Sem a camada de ozônio, a radiação UV chegaria facilmente à superfície do planeta, causando danos a organismos vivos (câncer de pele e catarata entre outras doenças), impactos na cadeia alimentar marinha e a desregulação dos padrões climáticos e atmosféricos.
O restabelecimento da camada de ozônio na atmosfera terrestre não ocorreu por acaso, mas foi fruto de um dos acordos internacionais mais bem-sucedidos da história, tanto que o Acordo de Montreal, de 1987 continua sendo o único tratado com ratificação universal, ou seja, confirmado por todos os 197 países membros da ONU, mais a União Europeia.
Assinado no dia 16 de setembro de 1987, o acordo internacional proibiu os clorofluorcarbonetos (CFCs), produtos químicos usados em sprays de aerossóis, solventes e gases refrigerantes. Eles foram, na época, identificados como os principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio estratosférica.
No press release de comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, o diretor do CAMS, Laurence Rouil, exaltou o Acordo de Montreal: “Isso mostra como a humanidade é capaz, por meio da cooperação internacional e da tomada de decisões baseadas na ciência, de transformar nosso impacto na atmosfera do planeta”.