Artes/cultura
04/03/2021 às 08:00•3 min de leitura
A destruição da camada de ozônio sempre surge como um tópico central nas discussões sobre o aquecimento global e sobre os efeitos da poluição humana em nosso planeta. Porém, você sabe o que é o ozônio? Ocasionado após a ligação de três átomos de oxigênio, esse gás azul claro é naturalmente formado na atmosfera da Terra e protege sua superfície dos nocivos raios ultravioletas (UV).
Porém, por mais que o ozônio possa parecer um enorme protetor para a humanidade, esse gás também possui propriedades extremamente nocivas para a saúde dos seres humanos e pode ser considerado um poluente quando circula próximo ao solo.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
O oxigênio molecular (O²) é o gás que respiramos todos os dias e fica espalhado por toda a atmosfera. Entretanto, os raios solares podem dividir essa molécula em dois átomos singulares de oxigênio, que por consequência ficam livres para se juntar a outra molécula de O² e formar o ozônio (O³).
De acordo com um relatório da NASA, esse gás tem um odor bastante característico que lembra ao cheiro de cloro e normalmente pode ser sentido após uma tempestade, visto que os raios podem também separar as moléculas de oxigênio. Inclusive, o odor é responsável pelo gás possuir esse nome, derivado da palavra grega "ozein", que significa "cheirar".
As maiores quantias de ozônio estão situadas na estratosfera, uma camada da atmosfera que fica entre 10 e 50 km de distância da superfície da Terra. O ozônio representa apenas 0,00006% da atmosfera e sua concentração máxima fica presente na chamada "camada de ozônio" — 32 km acima do solo.
Nessa altura, o ozônio consegue absorver boa parte das radiações UV emitidas pelo Sol e tornar possível qualquer forma de vida em nosso planeta. Sem essa proteção, todas as terras seriam estéreis e tudo que nós conhecemos hoje não poderia ter nascido.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Apesar de sua importância, o ozônio é uma substância relativamente instável e pode facilmente ser destruída por moléculas de nitrogênio, hidrogênio, cloro ou bromo, os quais costumam afastar o terceiro átomo de oxigênio de seus outros dois semelhantes. Em 1950, cientistas começaram a estudar as concentrações de ozônio sobre o céu da Antártica e encontraram os primeiros indícios que a camada do gás poderia estar prejudicada.
Três décadas depois, os pesquisadores encontraram um buraco anual que se abria na camada de ozônio na região, mas ainda não conseguiam compreender os motivos. Somente em 1987, imagens aéreas produzidas pela NASA puderam comprovar que o estrago vinha sendo provocado pela poluição humana, especialmente pelos chamados clorofluorcarbonos (CFCs) — usados como aerossóis e gases de refrigeração.
O cloro e o bromo, presentes na composição dos CFCs, são altamente nocivos à camada de ozônio. Um único átomo de cloro pode romper mais de 100 mil moléculas de ozônio antes de partir da estratosfera, é o que informa a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
(Fonte: Unsplash/Reprodução)
Através de mais estudos, os cientistas puderam observar que a destruição da camada de ozônio não estava acontecendo apenas no Polo Sul, mas também em basicamente todos os continentes do planeta. Essa descoberta fez com que diversos países assinassem o Protocolo de Montreal em 1987, o qual previa um comprometimento internacional visando minimizar o buraco criado na atmosfera.
Ao longo dos anos, foi possível observar um progresso. Em um estudo recente, a NASA mostrou que, entre 2005 e 2016, houve uma queda de 20% nas moléculas de ozônio sendo destruídas pelo cloro na estratosfera. Já em 2019, o buraco encontrado na camada de ozônio sobre a Antártica apresentou seu menor tamanho desde sua descoberta.
Entretanto, nem todas as notícias foram positivas. Em 2020, o buraco localizado no Polo Norte, ao contrário do seu irmão no hemisfério sul, atingiu suas maiores proporções em todos os tempos. Ainda não há indícios se esse fenômeno será algo constante na atmosfera.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Se por um lado o ozônio traz grandes benefícios ao planeta, sua existência próxima ao chão pode gerar grandes preocupações aos seres humanos. Segundo a EPA, o ozônio gerado pela emissão dos óxidos de nitrogênio (NOx) gerados pelos carros, fábricas e usinas de energia é bastante perigoso.
A inalação de ozônio pode causar dores no peito, irritação na garganta, tosse e até mesmo provocar danos no tecido dos pulmões. Esse gás é especialmente alarmante para crianças e idosos que sofrem com problemas respiratórios, como asma, enfisemas e bronquite.
Conforme as recomendações da agência norte-americana, caminhar, andar de bicicleta e usar o transporte público são algumas medidas importantes para se reduzir os índices de ozônio próximo ao solo. Além disso, evitar o uso do ar-condicionado em momentos de alta concentração do gás e descobrir práticas sustentáveis em casa podem ajudar a salvar o futuro do planeta.