De acordo com novo estudo, velocidade da fala é um dos fatores essenciais no diagnóstico de declínio cognitivo em pessoas mais velhas. 

Quem nunca ficou na dúvida e teve aquele momento de “como é mesmo o nome daquilo?”. Ao tentar lembrar de uma palavra, a dificuldade de encontrar o termo exato é algo comum, principalmente com o passar dos anos. Esse fenômeno, conhecido como lethologica, geralmente fica mais evidente à medida que envelhecemos. Mas o que muitos não sabem é que, além dessa dificuldade,&nbsp;o ritmo da fala pode ser um sinal de alerta muito mais preciso para detectar problemas cognitivos, como o Alzheimer, em seus estágios iniciais.<ul><li>O que é:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123565-reserva-cognitiva-o-que-e-e-por-que-deve-ser-fortalecida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Reserva cognitiva: o que é e por que deve ser fortalecida?</a></li></ul>Uma pesquisa recente da Universidade de Toronto revelou que a velocidade com que uma pessoa fala pode ser um indicador crucial da saúde cerebral em adultos mais velhos. Os cientistas analisaram a fala de 125 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 90 anos, enquanto descreviam uma cena em detalhes. Surpreendentemente, o ritmo da fala se mostrou fortemente relacionado ao declínio nas habilidades cognitivas dos participantes, especialmente nas funções executivas, como atenção, velocidade de raciocínio e a capacidade de planejar tarefas.<h2>A fala como indicadora cognitiva</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01212827520005.jpg" alt="Diminuição na velocidade da fala pode ser indicador de declínio cognitivo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Diminuição na velocidade da fala pode ser indicador de declínio cognitivo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores descobriram que a diminuição da velocidade da fala em adultos mais velhos está relacionada ao desempenho mais lento em tarefas que medem a concentração e a rapidez de pensamento.&nbsp;Isso sugere que a desaceleração geral no processamento mental pode afetar tanto as funções cognitivas quanto as mudanças linguísticas com a idade. Um aspecto interessante do estudo foi o uso de uma tarefa chamada “interferência de palavras com imagens”.&nbsp;Nessa atividade, os participantes viam imagens de objetos do cotidiano enquanto ouviam palavras relacionadas ou parecidas foneticamente. O estudo revelou que a rapidez com que os adultos mais velhos conseguiam nomear as imagens estava ligada à sua velocidade de fala natural, o que reforça a ideia de que a lentidão no processamento mental pode ser um fator subjacente no declínio cognitivo.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/13-dos-diagnosticos-de-demencia-podem-estar-errados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">13% dos diagnósticos de demência podem estar errados</a></li></ul>Esse estudo também trouxe à tona um detalhe importante: a dificuldade de encontrar a palavra certa pode ser apenas uma das manifestações de um declínio mais amplo nas funções cognitivas. Portanto, mais do que o famoso momento “na ponta da língua” — quando o cérebro sabe a palavra, mas ela não sai —, a velocidade da fala se revela um indicativo ainda mais precoce de mudanças no cérebro, antes mesmo de sintomas mais evidentes do Alzheimer se manifestarem.<h2>Novas tecnologias e diagnóstico precoce</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01212912262007.jpg" alt="Pesquisadores acreditam que novas informações podem auxiliar no diagnóstico precoce de doenças mentais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores acreditam que novas informações podem auxiliar no diagnóstico precoce de doenças mentais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo da Universidade de Toronto abre novas possibilidades para o diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, através da análise da fala. Técnicas como o processamento de linguagem natural, uma forma de IA que analisa dados de linguagem humana, podem ser utilizadas para detectar essas mudanças sutis na fala, como o ritmo mais lento.<ul><li>Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128132-encolhimento-do-hipocampo-pode-ser-um-sinal-de-alzheimer-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Encolhimento do hipocampo pode ser um sinal de Alzheimer, diz estudo</a></li></ul>Isso não só oferece uma maneira mais eficiente de acompanhar a saúde cognitiva de uma pessoa ao longo do tempo, mas também pode ajudar médicos a identificar aqueles em risco antes que sintomas graves apareçam. A pesquisa também destaca a importância de ferramentas objetivas, como a análise da velocidade da fala, para detectar alterações que normalmente passariam despercebidas.&nbsp;Além disso, os pesquisadores sugerem que futuras investigações poderiam combinar essas medições com relatórios subjetivos dos próprios participantes sobre as dificuldades em encontrar palavras, criando assim um panorama mais completo sobre o declínio cognitivo e linguístico. Embora o estudo tenha se focado em aspectos mais técnicos, ele oferece um vislumbre de como a inteligência artificial pode revolucionar a forma como diagnosticamos e entendemos doenças como o Alzheimer.&nbsp;&nbsp;

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Jeito de falar pode indicar início de declínio cognitivo

Pesquisadores analisam como a vida em sociedade impacta o cérebro dos ciclídeos, um peixe de comportamento fascinante e complexo.

O estresse social não é exclusividade humana: ele também afeta outras espécies, inclusive os peixes. Cientistas descobriram que os ciclídeos, peixes com uma hierarquia social bastante rígida, podem sofrer alterações cerebrais devido ao estresse relacionado à sua posição no grupo. Essas mudanças, causadas por um desequilíbrio de radicais livres e antioxidantes, podem ter implicações maiores do que imaginamos.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba também:&nbsp;<a href="http://Conhe%C3%A7a%20o%20peixe%20que%20muda%20de%20cor%20quando%20fica%20com%20raiva" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o peixe que muda de cor quando fica com raiva</a></li></ul>Estudos anteriores já mostraram que o estresse crônico pode causar danos ao corpo, como doenças neurológicas e até câncer. No caso dos ciclídeos, pesquisadores analisaram como o status&nbsp;social influencia o chamado estresse oxidativo no cérebro, publicando os resultados na revista&nbsp;Frontiers in Behavioral Neuroscience. “Descobrimos que os peixes de menor hierarquia apresentaram níveis mais altos de estresse oxidativo no cérebro”, explicou Peter Dijkstra, biólogo da Central Michigan University e coautor do estudo.<h2 style="text-align:justify;">Hierarquia e o estresse nos cérebros dos ciclídeos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26174555427237.jpg" alt="Ciclídeos exibem hierarquias marcantes, com machos dominantes chamando atenção por suas cores vibrantes e comportamento imponente. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ciclídeos exibem hierarquias marcantes, com machos dominantes chamando atenção por suas cores vibrantes e comportamento imponente. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os ciclídeos, populares em aquários, são conhecidos por seu comportamento social estruturado. Machos dominantes são maiores, mais coloridos e agressivos, enquanto os subordinados têm uma aparência mais discreta. Essa diferença física e comportamental torna a espécie um modelo ideal para estudar os efeitos do estresse social.No experimento, os cientistas colocaram grupos de ciclídeos em tanques separados, permitindo que eles interagissem livremente com seus companheiros e visualmente com grupos vizinhos. Cada tanque tinha um território especial para os machos dominantes defenderem, reforçando a hierarquia. Em quase todos os casos, as estruturas sociais se estabilizaram rapidamente, com os peixes dominantes assumindo o controle.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125629-6-fatos-sobre-o-estresse-que-voce-deveria-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 fatos sobre o estresse que você deveria saber</a></li></ul>Ao longo de semanas, os pesquisadores coletaram amostras de sangue e analisaram cérebros e gônadas dos peixes. O resultado? Peixes subordinados apresentaram maior estresse oxidativo no cérebro e uma menor capacidade antioxidante, indicando que suas células cerebrais estavam mais vulneráveis a danos. Já os dominantes, apesar de apresentarem altos níveis de estresse no sangue, pareciam ter cérebros mais protegidos graças a antioxidantes relacionados a hormônios reprodutivos.<h2 style="text-align:justify;">Hormônios, estresse e proteção cerebral nos peixes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26175106645246.jpg" alt="Ciclídeos ajudam a entender como o estresse social afeta o cérebro, fornecendo um modelo para estudar os mecanismos biológicos dessa relação. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ciclídeos ajudam a entender como o estresse social afeta o cérebro, fornecendo um modelo para estudar os mecanismos biológicos dessa relação. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os cientistas acreditam que os hormônios associados ao status&nbsp;elevado têm um efeito neuroprotetor nos peixes dominantes. No entanto, os resultados mostram que o impacto do estresse oxidativo no cérebro varia de acordo com a área cerebral analisada, indicando que nem todos os danos podem ser considerados prejudiciais. “Esses padrões podem nos dar pistas importantes sobre como o estresse social promove doenças no cérebro”, acrescentou Dijkstra.Apesar das semelhanças comportamentais, os pesquisadores alertam para os limites de comparar o impacto do estresse social em ciclídeos com o de humanos. O estudo serve como modelo para compreender os mecanismos biológicos do estresse, mas ainda são necessárias análises mais específicas para desvendar os detalhes dessa relação.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127616-a-razao-pela-qual-os-narvais-nao-sobrevivem-em-nenhum-aquario-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A razão pela qual os narvais não sobrevivem em nenhum aquário do mundo</a></li></ul>O próximo passo, segundo Dijkstra, é realizar experimentos mais rigorosos para entender como o estresse social regula o estresse oxidativo no cérebro. Por enquanto, os ciclídeos continuam nos ensinando que, seja na água ou fora dela, a vida em sociedade tem seus altos e baixos — e seus impactos profundos.

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O estresse social está mexendo com os cérebros desses peixinhos

Descubra como o esquecimento pode ser uma ferramenta valiosa para o funcionamento cerebral.

Você já entrou em um cômodo e, ao chegar, pensou: “Espera... o que eu vim fazer aqui mesmo?” Ou viu alguém na rua e travou para lembrar o nome? Pode parecer que esses pequenos esquecimentos são uma falha irritante, mas o que pouca gente sabe é que esquecer não é só normal — é necessário!<h2>Por que "deletamos" certas memórias?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/06/06172644097293.jpg" alt="O cérebro filtra o que é importante e descarta o resto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O cérebro filtra o que é importante e descarta o resto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pense no cérebro como um gigantesco arquivo cheio de informações. Agora, imagine que você precisa consultar esse arquivo todos os dias. Seria impraticável, né? É exatamente por isso que o cérebro se dá ao luxo de esquecer muita coisa. Se lembrássemos de cada detalhe de tudo que vivemos, a quantidade de informação seria tão imensa que acabaria nos sobrecarregando.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cerebro-decide-quais-lembrancas-manter-na-mente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o cérebro decide quais lembranças manter na mente?</a></li></ul>Hermann Ebbinghaus, um psicólogo do século 19, descobriu que as memórias tendem a desaparecer com o tempo — um fenômeno que ele chamou de “curva de esquecimento”. Com o passar do tempo, nosso cérebro se ajusta e só guarda aquilo que realmente considera útil ou significativo.Já o ganhador do Prêmio Nobel, Eric Kandel, descobriu que nosso cérebro “fortalece” as memórias que julgamos mais importantes, enquanto as outras vão sendo deixadas de lado. É a forma que a natureza encontrou de nos ajudar a manter a mente organizada e funcional.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/39433-8-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-o-premio-nobel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">8 coisas que talvez você não saiba sobre o Prêmio Nobel</a></li></ul><h2>Flexibilidade da memória</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/06/06172844710294.jpg" alt="O cérebro ajusta memórias para se adaptar às novas situações. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O cérebro ajusta memórias para se adaptar às novas situações. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além de filtrar informações irrelevantes, o cérebro tem a incrível capacidade de atualizar memórias para se adaptar a novas situações. Por exemplo, ao descobrir que a estrada habitual para o trabalho está interditada, ele enfraquece a memória da rota antiga e fortalece a nova. Essa habilidade foi essencial para nossos ancestrais, que precisavam adaptar suas lembranças sobre locais seguros, como novos poços d'água, para garantir a sobrevivência.Esse processo de renovação das memórias também tem uma função protetora emocional. Em casos de traumas, como no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), não conseguir "deixar ir" certas lembranças pode ser um peso. O esquecimento, nesse caso, age como uma forma de autocuidado, abrindo espaço para novas experiências.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/99250-sindrome-do-estresse-pos-traumatico-por-que-acontece-e-como-superar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Síndrome do estresse pós-traumático: por que acontece e como superar</a></li></ul>Ou seja, esquecer é mais do que normal — é uma estratégia genial do nosso cérebro. Parece estranho pensar assim, mas o esquecimento é um truque evolutivo que nos permite dar atenção ao que realmente importa e deixar de lado o que poderia nos distrair.Então, da próxima vez que esquecer onde colocou as chaves ou não lembrar o que jantou na última quinta-feira, não se culpe. O seu cérebro está apenas fazendo o trabalho dele para te ajudar a se concentrar no que importa agora.

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Você sabia que esquecer coisas é uma estratégia evolutiva do nosso cérebro?

Embora inúmeros estudos tentem explicar a consciência por meio de redes neurais, neurotransmissores e bioquímica, uma possibilidade fascinante surge quando consideramos a física quântica

A natureza da consciência permanece um dos grandes mistérios da ciência. Embora inúmeros estudos e teorias tentem explicá-la por meio de redes neurais, neurotransmissores e bioquímica, uma possibilidade fascinante e menos convencional surge quando consideramos a física quântica. E se a consciência fosse, em parte, um fenômeno ligado ao entrelaçamento quântico? Embora essa ideia seja altamente especulativa, ela oferece uma perspectiva que desafia as fronteiras da neurociência e da física.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-afirma-que-sol-pode-ter-consciencia-propria-sera-possivel">Teoria afirma que Sol pode ter consciência própria. Será possível?</a></li></ul>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/consciencia-quantica-entrelacamento-nos-neuronios-pode-ser-a-chave-da-razao">entrelaçamento quântico</a> é um fenômeno no qual partículas, como fótons, se conectam de maneira em que o estado de uma afeta instantaneamente o da outra, mesmo a grandes distâncias. Em termos simples, quando duas partículas estão quanticamente entrelaçadas, a alteração em uma influencia imediatamente a outra, como se estivessem em sincronia, independentemente de qualquer distância física entre elas.Esse fenômeno, descrito por Einstein como “ação fantasmagórica à distância”, parece incompatível com a física clássica. No entanto, ele é comprovado e já utilizado em tecnologias emergentes, como a criptografia e a comunicação quântica. A pergunta é: poderia algo semelhante ocorrer em nosso cérebro?<h2>Cérebro quântico?</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07145532665110.jpg" alt="GettyImages-1282184282.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07145532696111.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07145532743113.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07145532727112.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07145532899114.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>A complexidade cerebral poderia ser explicada com entrelaçamento quântico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure>É aqui que entra uma hipótese intrigante. Sabemos que o cérebro funciona de maneira incrivelmente rápida e coordenada, com bilhões de neurônios trabalhando juntos para produzir nossas experiências e pensamentos. Em processos complexos, como o aprendizado e a memória, observa-se uma coordenação de sinais entre várias regiões do cérebro.Tradicionalmente, essa coordenação é explicada por sinapses e neurotransmissores, mas surge uma questão interessante: o que guia essas moléculas até o receptor correto? A química clássica oferece uma explicação baseada em afinidade e gradientes químicos, mas e se forças quânticas também desempenhassem um papel nesse direcionamento, agindo como uma espécie de “bússola” entre neurotransmissores e receptores?<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113322-fisica-quantica-pode-explicar-dificuldade-de-humanos-em-tomar-decisoes.htm">Física quântica pode explicar dificuldade de humanos em tomar decisões</a></li></ul>Hipoteticamente, partículas subatômicas em nosso cérebro poderiam utilizar forças de atração, semelhantes ao magnetismo, para guiar moléculas como o glutamato até seu receptor glutamatérgico específico. Assim, poderia haver uma “sintonia quântica” que facilita essas conexões precisas, ampliando a eficiência da comunicação sináptica e da plasticidade neuronal?Se isso fosse verdade, estaríamos lidando com uma interação que vai além da bioquímica convencional, onde as partículas em nosso cérebro seriam capazes de “sentir” estados umas das outras em um nível subatômico. Isso nos leva a outro ponto: o cérebro humano poderia ter algum mecanismo natural que permite a preservação temporária desses estados quânticos, mesmo em um ambiente quente e complexo como o cerebral?<h2>Como o entrelaçamento quântico funciona?</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07150146724119.jpg" alt="GettyImages-2160790630.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07150146615115.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07150146646116.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07150146646117.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/11/07/07150146709118.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>A física quântica explica conexões de resposta imediata. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure>Um dos principais desafios dessa ideia é que o entrelaçamento quântico é muito delicado e, tradicionalmente, só é mantido em temperaturas próximas ao zero absoluto. Por isso, muitos cientistas acreditam que o cérebro é inadequado para sustentar estados quânticos.No entanto, se considerarmos que o cérebro talvez possua estruturas ou mecanismos capazes de preservar esses estados quânticos momentaneamente, a hipótese ganha força. Estruturas como os microtúbulos, presentes nas células neuronais, foram propostas por alguns teóricos como possíveis suportes para efeitos quânticos. Se essas estruturas ou outras proteínas tivessem a capacidade de proteger estados quânticos de forma transitória, talvez fosse possível que o cérebro usasse entrelaçamento para coordenar a atividade neural.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121554-5-teorias-malucas-para-entender-a-fisica-quantica.htm">5 teorias malucas para entender a física quântica</a></li></ul>Outra hipótese instigante é que o cérebro poderia não depender do entrelaçamento quântico direto, mas sim de um tipo de interconectividade eficiente entre neurônios que simula algumas propriedades quânticas, como a simultaneidade e a sincronicidade. Nesse caso, o que percebemos como “unidade” da experiência consciente poderia emergir de múltiplos feedbacks bioquímicos e elétricos, que integrariam as informações de forma coesa, mesmo sem envolver diretamente estados entrelaçados.<h2>Estamos a caminho de uma inteligência quântica?</h2>É claro que estamos no terreno das hipóteses e especulações. No entanto, essas ideias abrem um caminho fascinante: e se, de alguma forma, os fenômenos quânticos realmente desempenhassem um papel na origem e na experiência da consciência? E se a mente humana, em sua complexidade e capacidade de adaptação, fosse um exemplo de uma “inteligência quântica” natural, que ainda estamos longe de compreender completamente?Essas hipóteses podem parecer ousadas e, para alguns, até improváveis. Mas, ao explorar a possibilidade de que partículas subatômicas se comportem de maneira integrada em nosso cérebro, abrimos novas perspectivas sobre a natureza da mente e, talvez, sobre a relação entre o mundo físico e a experiência subjetiva. Afinal, como a história da ciência nos mostra, muitas das descobertas mais impactantes começaram como perguntas que desafiam o conhecimento atual.

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A consciência e o entrelaçamento quântico — um caminho possível?

Uma simples combinação entre terapia e música mostra que é possível transformar a qualidade dos sonhos e melhorar o bem-estar.

Pesadelos frequentes não são apenas sonhos ruins; eles podem arruinar a qualidade do sono e impactar o bem-estar emocional. Para as 36 pessoas que participaram de um estudo conduzido por cientistas suíços, a solução veio em um formato curioso: a combinação entre reescrever os sonhos e um acorde específico de piano.&nbsp;Ao aplicar uma técnica chamada Reativação de Memória Direcionada (TMR, na sigla em inglês), os pesquisadores queriam testar a hipótese de que tocar um som específico durante o sono ajudaria a fixar memórias associadas a uma versão mais positiva dos pesadelos. Surpreendentemente, a teoria se mostrou eficaz, e a frequência dos pesadelos diminuiu drasticamente.Para entender a eficácia dessa abordagem, é importante conhecer o método utilizado pelos cientistas.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Misturando técnicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/31/31215642780003.jpg" alt="Pesadelos podem acabar com seu sono, o que é muito ruim para saúde se for recorrente. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Pesadelos podem acabar com seu sono, o que é muito ruim para saúde se for recorrente. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os participantes foram incentivados a praticar a Terapia de Ensaio de Imagens (IRT, na sigla em inglês), uma técnica que envolve reescrever os sonhos mais angustiantes com finais mais agradáveis. A ideia é que, ao criar uma narrativa mais positiva, o cérebro possa processar melhor as emoções associadas ao sonho. Após essa redefinição do sonho, entrou em cena a TRM, para testar se o som ajudaria a reativar a memória dessa "nova história".&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127849-quais-sao-as-chances-de-morrer-durante-o-sono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quais são as chances de morrer durante o sono?</a></li></ul>Nos experimentos, durante o sono REM — o estágio em que os pesadelos são mais comuns —, um fone de ouvido tocava um acorde específico de piano, o C69 (dó com sexta e nona), a cada 10 segundos, reforçando a sensação positiva associada ao sonho reescrito.Os resultados foram expressivos. No início do estudo, o grupo que passou pela TMR experimentava uma média de 2,94 pesadelos por semana. Após duas semanas de tratamento, essa média caiu para 0,19. A redução foi impressionante também no grupo de controle, que não teve o estímulo sonoro e passou de uma média de 2,58 para 1,02 pesadelos semanais.&nbsp;<iframe width="1903" height="742" src="https://www.youtube.com/embed/fOP_TQC4FQk" title="How To Play A C69 Chord On The Piano" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O acorde C69 tem um som bastante agradável. (Fonte: PianoFramework, YouTube/ Divulgação)Três meses depois, ambos os grupos ainda apresentavam uma redução significativa, com uma média de 1,48 para o grupo de controle e 0,33 para o grupo TMR. Além de menos pesadelos, os pacientes da TMR relataram um aumento em sonhos felizes.Mas por que o acorde C69? A escolha pode parecer arbitrária, mas cientistas sabem que sons com significado emocional específico, ao serem reproduzidos durante o sono, podem reforçar memórias e emoções associadas.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128847-por-que-as-musicas-de-espera-sao-tao-irritantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que as 'músicas de espera' são tão irritantes?</a></li></ul>No caso desse acorde, ele foi escolhido por sua sonoridade suave e tranquilizadora, ideal para estimular uma sensação de segurança e conforto. Assim, ao associar o som com a experiência positiva reescrita do pesadelo, o cérebro tende a reforçar a emoção positiva enquanto dormimos.<h2 style="text-align:justify;">Em busca de um sono de qualidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/31/31220334860004.jpg" alt="Nada como uma bela noite de sono, não é mesmo? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Nada como uma bela noite de sono, não é mesmo? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os benefícios vão além de simplesmente evitar o medo noturno. Dormir sem pesadelos melhora a qualidade do sono, reduz a ansiedade e quebra um ciclo comum que leva muitos pacientes com pesadelos crônicos a um estado de insônia e exaustão.&nbsp;Esse impacto emocional e físico do sono de má qualidade pode agravar problemas de saúde, como alterações de humor, dificuldade de concentração e até o enfraquecimento do sistema imunológico. Dormir bem, portanto, não é apenas um luxo, mas uma necessidade vital para nossa saúde mental e física.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128796-como-sempre-ter-a-melhor-noite-de-sono-de-acordo-com-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como sempre ter a melhor noite de sono, de acordo com a ciência</a></li></ul>Os autores do estudo afirmaram que os resultados foram animadores, principalmente porque a terapia demonstrou-se eficaz em um curto período. Segundo eles, ver a redução nos pesadelos e o aumento nos sonhos felizes sugere que há um grande potencial para o desenvolvimento de novos tratamentos baseados no TMR.&nbsp;A equipe ainda ressaltou que a aceitação dos participantes, que mantiveram a rotina de terapia de ensaio de imagens e usaram o equipamento de som durante o sono, foi surpreendentemente positiva, o que abre portas para que o método seja implementado em tratamentos para outros distúrbios do sono.

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Um acorde específico no piano pode acabar com pesadelo, diz a ciência

Descubra como o aprendizado de idiomas transforma o cérebro e ajuda em habilidades que vão além da comunicação.

Aprender um novo idioma pode parecer desafiador, especialmente se você já passou daquela fase da infância em que absorvemos tudo como esponjas. Mas, o que você talvez não saiba é que, além de abrir portas para novas culturas e amizades, aprender uma segunda língua é como uma academia para o cérebro!<h2>Efeitos cognitivos e emocionais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/30/30175238083138.jpg" alt="Aprender um novo idioma fortalece o cérebro e traz agilidade mental. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Aprender um novo idioma fortalece o cérebro e traz agilidade mental. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quando você estuda um idioma estrangeiro, seu cérebro passa por uma espécie de “musculação mental”. Afinal, aprender uma nova língua é mais do que só memorizar palavras e regras gramaticais, é interpretar contextos e pensar rápido para comunicar ideias.Isso ajuda a construir conexões neurais mais densas, aumentando a chamada “massa cinzenta”, e melhora a comunicação entre diferentes regiões cerebrais através da “substância branca”. Traduzindo: seu cérebro fica mais ágil e resistente.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122947-a-evolucao-cerebral-e-seu-papel-nas-suas-conexoes-neurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A evolução cerebral e seu papel nas suas conexões neurais</a></li></ul>Além disso, já reparou que, dependendo do idioma, você sente que até muda um pouco sua personalidade? Essa “nova identidade” que criamos quando aprendemos outra língua é, na verdade, o nosso cérebro se adaptando a pensar em outro idioma.Por fim, as pessoas que falam mais de uma língua tendem a tomar decisões mais racionais quando pensam em seu segundo idioma. É como se o processo ajudasse a desligar aquelas distrações emocionais que, às vezes, atrapalham.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121446-ser-bilingue-muda-a-arquitetura-do-cerebro-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ser bilíngue muda a arquitetura do cérebro, segundo estudo</a></li></ul><h2>Outros benefícios surpreendentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/30/30175758569141.jpg" alt="O aprendizado de um novo idioma fortalece a memória e aumenta a atenção. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O aprendizado de um novo idioma fortalece a memória e aumenta a atenção. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas os benefícios vão além do raciocínio: aprender uma nova língua pode melhorar consideravelmente a memória. Como qualquer habilidade, a prática leva à perfeição, e no caso de um idioma, isso significa memorização e recall constantes para lembrar de vocabulário, estruturas gramaticais e expressões idiomáticas.Com o tempo, essa prática regular turbina a memória de curto e longo prazo, ajudando até em outras tarefas do dia a dia. É como ter um up mental, uma capacidade aumentada para se lembrar dos detalhes da reunião de trabalho ou da lista de compras.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cerebro-decide-quais-lembrancas-manter-na-mente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o cérebro decide quais lembranças manter na mente?</a></li></ul>E não para por aí. Aprender uma língua exige foco, especialmente quando você se esforça para entender e conversar sem cair nas distrações. Depois de uma semana de estudos intensos, você começa a perceber que está mais atento e alerta. E esse aumento no foco vale para todas as idades.Embora o caminho possa ser desafiador, o esforço vale a pena. Então, por que não dar uma chance a esse novo idioma que sempre despertou sua curiosidade? Além de se tornar mais apto a lidar com as adversidades da vida, você poderá se surpreender com uma versão mais inteligente e resiliente que emergirá no processo!

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Aprender um novo idioma pode deixar você mais inteligente! Entenda como

Entenda os perigos que a vigília noturna traz para a saúde mental e o comportamento humano.

Quem nunca ficou acordado até tarde assistindo a séries ou navegando na internet? Mas, você já percebeu como as horas da noite podem ser traiçoeiras para a sua mente? É por isso que pesquisadores da Harvard Medical School, da Universidade do Arizona e da Universidade da Pensilvânia se reuniram para investigar como a mente humana funciona após a meia-noite.Suas descobertas, publicadas na Frontiers in Network Psychology, mostraram que, quando o relógio marca meia-noite, nossa capacidade de pensar e agir com clareza pode falhar.<h2>A hipótese “Mind After Midnight”</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23213102072009.jpg" alt="Durante a noite, a mente se torna mais suscetível a emoções negativas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A mente fica mais suscetível a emoções negativas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Imagine que seu corpo é como um celular que funciona melhor quando está totalmente carregado. Durante o dia, estamos cheios de energia, prontos para enfrentar o mundo. Mas, quando a noite chega, especialmente após a meia-noite, essa bateria começa a se esgotar.Os pesquisadores batizaram esse fenômeno de “Mind After Midnight” (mente depois da meia-noite). Segundo eles, nossos corpos seguem um ciclo circadiano de 24 horas, e essa rotina influencia nossas emoções e comportamentos.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127291-como-funciona-o-nosso-relogio-biologico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como funciona o nosso 'relógio biológico'?</a></li></ul>À luz do dia, estamos mais felizes e focados, mas, à noite, especialmente quando a lua está alta, nossas emoções negativas podem se intensificar. É como se as sombras começassem a dançar ao nosso redor, fazendo com que a gente se fixe mais nos problemas do que nas soluções.Isso tem raízes na nossa evolução: nossos ancestrais, como caçadores-coletores, eram mais eficientes durante o dia, e a escuridão representava perigos reais, como predadores. Assim, a mente aprendeu a ficar em alerta máximo quando a noite chegava.<h2>Comportamentos de risco na escuridão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23213540900014.jpg" alt="Na escuridão da noite, as decisões arriscadas se tornam tentadoras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>No período noturno, as decisões arriscadas se tornam tentadoras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A questão é que, durante a noite, especialmente depois da meia-noite, as pessoas tendem a tomar decisões mais arriscadas. É como se a escuridão nos desse um empurrãozinho para agir de forma impulsiva. Se você já se viu pedindo aquela pizza extra ou fazendo promessas que sabe que não vai cumprir na manhã seguinte, bem-vindo ao clube!<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/75665-comer-a-noite-realmente-faz-mal-e-a-ciencia-explica-o-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Comer à noite realmente faz mal e a ciência explica por quê</a></li></ul>Os pesquisadores estão cada vez mais interessados em entender esses comportamentos, principalmente porque a falta de sono só piora tudo. Durante as horas em que a maioria de nós está dormindo, o risco de pensamentos sombrios e até de comportamentos autodestrutivos aumenta consideravelmente.É um cenário preocupante, especialmente para profissionais que trabalham no turno da noite, como médicos e policiais, que enfrentam muitas vezes essas questões sem nem perceber.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/96930-5-casos-surpreendentes-de-erros-medicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 casos surpreendentes de erros médicos</a></li></ul>Entender como a mente humana opera após a meia-noite pode mudar como vemos nossa rotina noturna. Em um mundo onde muitos de nós, por escolha ou obrigação, permanecem acordados quando deveriam descansar, é preciso explorar esses padrões.

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Nossa mente não funciona bem depois da meia-noite, alertam cientistas

O estudo propõe que um QI mais alto durante a adolescência potencializa as chances de um consumo moderado ou excessivo de álcool mais tarde na vida.

O QI (Quociente de inteligência), uma pontuação em testes padronizados <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que teoricamente mede o nível de inteligência de uma pessoa</a>, sempre foi o queridinho dos pais. Eles acreditam que, se tiverem um QI alto, seus filhos conseguirão obter notas maiores e um bom desempenho escolar.&nbsp;Recentemente, pesquisadores da Universidade do Texas Southwestern, nos EUA, apresentaram uma versão até agora desconhecida dos testes de QI: uma relação entre os resultados do teste no ensino médio e o futuro consumo de álcool na meia-idade.Segundo um estudo, publicado na revista Alcohol and Alcoholism, cada aumento de um ponto no resultado do QI resulta em um aumento de 1,6% na probabilidade de o examinando relatar consumo moderado ou pesado de bebida alcoólica em comparação à abstinência.<h2>Como os pesquisadores descobriram a relação entre QI e consumo de álcool?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19205823666000.jpg" alt="Estudantes que se formaram em 1957 forneceram os dados do QI. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estudantes que se formaram em 1957 forneceram os dados do QI. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo se baseou em uma população de 6,3 mil homens e mulheres que participaram do chamado Estudo Longitudinal de Winsconsin, formado por estudantes do ensino médio que se formaram em 1957. Todas as pontuações de QI foram coletadas de resultados do teste realizado durante o primeiro ano do ensino médio dos participantes.Quase meio século depois, em 2004, os participantes relataram <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/o-grave-problema-com-consumo-de-bebida-alcoolica-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o número de bebidas alcoólicas que haviam consumido nos últimos 30 dias</a>, e também o número de vezes em que haviam consumido cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única sessão. Esta medida foi considerada um "consumo excessivo de álcool".&nbsp;Em seguida, eles usaram uma técnica estatística chamada regressão logística multinomial para entender como o QI dos adolescentes pode influenciar o seu consumo futuro de álcool. Outra técnica, a regressão de Poisson, foi usada para examinar o número de episódios de bebedeira. Renda e educação foram dois fatores também explorados, por poder interferir nos resultados.<h2>Pessoas com QI alto poderão se tornar alcoólatras?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19210454902001.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O QI no ensino médio não controla o destino, dizem os autores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Autor sênior do estudo, o psiquiatra Sherwood Brown, professor da UT Southwestern, afirma: “Não estamos dizendo que seu QI no ensino médio controla seu destino”. Para ele, o QI pode levar a fatores sociais que, estes, sim, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/experimento-agricola-centenario-protegeu-a-cerveja-das-variacoes-climaticas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">podem influenciar em um maior consumo de bebida</a>.&nbsp;Isso significa que não é o nível de educação que afeta a relação entre QI e o hábito de consumir álcool, mas fatores socioeconômicos, como a renda familiar, por exemplo, explica a coautora Jayme Palka, neurocientista da UT. Essa "lógica" se baseia em estudos anteriores que associam pontuações de QI mais altas a rendas familiares mais altas.&nbsp;No entanto, esse consumo mais frequente de álcool, associado a normas sociais "relacionadas a prestígio/sucesso", foi menos comum entre mulheres do que entre homens. Mas, como a pesquisa foi conduzida entre uma grupo específico de indivíduos em sua maioria brancos e não hispânicos, os resultados podem não se aplicar a outras populações.

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Adolescentes com QI mais alto beberão mais álcool na meia-idade, diz estudo

Pesquisadores analisaram estudos prévios e sugeriram que pode haver uma relação entre a presença de gatos e as chances maiores de desenvolver esquizofrenia. 

Se você é um&nbsp;cat lover, talvez não queira saber que ter um bichano em casa pode acarretar em certos riscos à saúde. E aqui não falamos das eventuais arranhadas que os gatinhos dão.De acordo com um estudo recente, ter um gato como animal de estimação pode causar um efeito colateral muito estranho: há uma chance de que você tenha um risco dobrado de desenvolver <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/71790-sera-que-a-esquizofrenia-tem-cura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquizofrenia</a> em algum momento da vida.<h2>O que diz o estudo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23202021414018.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Mulheres grávidas são especialmente vulneráveis à toxoplasmose. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A pesquisa, desenvolvida por investigadores australianos do Centro de Pesquisa em Saúde Mental de Queensland, fez uma análise em 17 estudos publicados nos últimos 44 anos em 11 países. Segundo o psiquiatra John McGrath, foi encontrada uma associação entre o ato de possuir gatos e as chances aumentadas de desenvolver transtornos relacionados à esquizofrenia.Por incrível que pareça, essa ideia já havia sido levantada em um estudo de 1995. A razão seria o maior contato com o parasita Toxoplasma gondii,&nbsp;que é o <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/virus-bacterias-e-protozoarios" rel="noopener noreferrer" target="_blank">protozoário</a> causador da toxoplasmose.Ainda assim, os resultados são controversos. Enquanto alguns estudos sugerem que conviver com gatos durante a infância pode tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver esquizofrenia, há outras investigações que dizem ser impossível chegar a essa conclusão.<h2>O que o protozoário causa?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23201936066016.jpg" alt="O aumento do risco se daria por conta do protozoário que causa a toxoplasmose. (Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O aumento do risco se daria por conta do protozoário que causa a toxoplasmose. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Depois de fazer a análise, os pesquisadores, liderados por John McGrath, sugeriram que o estudo precisa ter continuidade para consolidar suas conclusões. O que se sabe é que, historicamente, o protozoário&nbsp;Toxoplasma gondii&nbsp;tem sua presença conectada aos gatos.&nbsp;O parasita pode ser transmitido aos humanos por meio da carne mal cozida e pela água contaminada, mas também pelas fezes ou pela mordida de um gato infectado. Estima-se que cerca de 40 milhões de americanos possam ter a doença da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128457-fezes-felinas-com-toxoplasmose-podem-estar-matando-lontras-marinhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">toxoplasmose</a>.O grande problema é que, quando está presente no corpo, o Toxoplasma gondii&nbsp;costuma afetar o sistema nervoso central e interferir nos neurotransmissores. Por consequência, o hospedeiro pode ter seu comportamento alterado, bem como as suas habilidades psico-motoras e sua personalidade. Em último caso, isso acarreta distúrbios neurológicos, o que inclui a esquizofrenia.A grande questão agora é conseguir provar que as pessoas que tiveram essas alterações haviam sido contaminadas com o protozoário por intermédio de um gato. Mas, previamente, os pesquisadores sustentam essa hipótese: "após o ajuste para co-variáveis, descobrimos que indivíduos expostos a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118759-15-fatos-curiosos-sobre-os-gatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatos</a> tinham aproximadamente o dobro de chances de desenvolver esquizofrenia", explicaram."Concluindo, nossa revisão fornece suporte para uma associação entre a posse de gatos e transtornos relacionados à esquizofrenia. Há necessidade de mais estudos de alta qualidade, baseados em amostras grandes e representativas, para entender melhor a posse de gatos como um fator candidato a modificação de risco para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109209-10-fatos-sobre-depressao-e-outros-transtornos-mentais-que-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtornos mentais</a>", escreveram os autores.

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Ter um gato poderia dobrar as chances de desenvolver esquizofrenia

Com uma técnica inovadora, homem tetraplégico voltou a sentir o toque e a realizar movimentos.

O ano de 2023 trouxe grandes avanços para a ciência, e um deles mudou a vida de Keith Thomas, um homem que voltou a sentir sensações antes perdidas após sofrer uma lesão grave na coluna. Esse progresso foi possível graças a um implante cerebral inovador que, em conjunto com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-os-seres-humanos-nao-confiam-totalmente-na-inteligencia-artificial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> (IA), devolveu a Thomas não só o movimento, mas também a capacidade de sentir o pelo de seu cão, Bow.&nbsp;A lesão de Keith ocorreu em 2020, quando ele danificou as vértebras C4 e C5 de sua coluna, resultando em uma tetraplegia, condição que afeta a mobilidade e sensibilidade das mãos, braços, tronco e pernas, além de funções respiratórias e intestinais. Para muitos nessa situação, a esperança de recuperação era mínima, até que os engenheiros e cirurgiões do Feinstein Institutes for Medical Research, decidiram tentar algo nunca antes feito — uma ponte neural dupla para reconectar o cérebro ao corpo.<h2 style="text-align:justify;">Tecnologia promissora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16204611278047.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Keith Tomas voltou a realizar movimentos após cirurgia inovadora. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A técnica envolveu a implantação de um chip que servia como uma "ponte eletrônica", permitindo que sinais entre o cérebro e o corpo fluíssem novamente. O professor Chad Bouton, um dos principais desenvolvedores da tecnologia e investigador do estudo clínico, explicou o impacto desse avanço.&nbsp;“Essa é a primeira vez que cérebro, corpo e medula espinhal são conectados eletronicamente em um <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/42686-cenas-fortes-atleta-de-rugby-fica-tetraplegico-apos-jogada-perigosa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ser humano paralisado</a> para restaurar movimento e sensação duradouros”, contou Bouton. A abordagem, descrita como "terapia guiada pelo pensamento", revolucionou o tratamento de Keith.&nbsp;Sempre que ele pensa em mover seu braço ou mão, o chip estimula sua medula espinhal e músculos, ajudando a reconstruir as conexões entre cérebro e corpo. Isso não só promove a recuperação física, mas também oferece feedback sensorial, tornando o processo ainda mais eficaz. “Nosso objetivo é usar essa tecnologia para que pessoas com paralisia possam viver de forma mais independente”, complementou o pesquisador.<h2 style="text-align:justify;">Expectativas futuras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16204804399049.jpg" alt="(Fonte: Reprodução/Feinstein Institutes for Medical Research, Northwell Health)"><figcaption>Pesquisadores esperam que técnica possa ser usada em outros pacientes no futuro. (Fonte: Feinstein Institutes for Medical Research/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ano após o início do estudo, os resultados continuam impressionantes. Keith já é capaz de estender seu braço para pegar um copo, segurá-lo e até beber utilizando apenas seus pensamentos, sem a ajuda de computadores conectados à sua cabeça. Além disso, ele recuperou a sensação em partes do braço e do pulso, permitindo que ele sinta o toque, como o pelo de Bow, seu cachorro.O progresso de Keith, além de ser uma conquista pessoal, representa um avanço para o futuro de pessoas com paralisia. Os pesquisadores esperam que, no futuro, Thomas seja capaz de realizar tarefas mais complexas, como dirigir uma cadeira de rodas motorizada de forma independente. Para ele, o sucesso do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125285-tetraplegico-volta-a-andar-com-ajuda-de-implantes-cerebrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">implante cerebral</a> tem um significado ainda maior: “A única coisa que eu quero fazer é ajudar os outros. Se isso puder ajudar alguém ainda mais do que me ajudou, tudo terá valido a pena”, declarou Thomas em 2023, quando os primeiros resultados foram anunciados.O futuro da medicina está sendo reescrito com histórias como a de Keith Thomas, e, com a tecnologia e inovação andando lado a lado, as perspectivas para milhões de pessoas com paralisia ao redor do mundo nunca foram tão promissoras.

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