O impacto social do Ebola em 28 fotos

14/10/2014 às 11:264 min de leitura

De acordo com as informações oficiais de diversos países empenhados na contenção do atual surto de Ebola, ninguém é contaminado pelo vírus a menos que entre em contato direto com uma pessoa doente ou com os seus fluidos corporais. Disso conclui-se também que há risco de infecção apenas nos casos em que o infectado já tenha manifestado os sintomas da doença causada pelo Ebola.

Dizem, de fato, que sabem como parar o surto atual. Oficiais do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA afirma ainda que, a menos que um paciente tenha uma febre de mais de 38 graus Celsius ou manifeste outros sintomas, os passageiros de voos vindos de regiões em risco da África não têm com o que se preocupar.

Membro da organização de saúde Doctors Without Borders com roupas de proteção levando uma criança suspeita de infecção pelo Ebola até o centro de Paynesville (Liberia). A menina e sua mãe mostraram sintomas da doença.

As mutações do Ebola

Entretanto, neste exato momento, há também quem defenda que não há suficiente embasamento para que seja possível destacar outras formas de contágio do Ebola. A transmissão pelo ar, por exemplo — por espirro ou tosse —, por tanto tempo descartada, passa a ser reconsiderada por diversos especialistas.

Afinal, mesmo que o Ebola originalmente possa não ser transmissível pelo ar, as possíveis mutações oriundas da maior expansão do vírus até hoje fazem considerar praticamente qualquer via evolutiva — o que, é verdade, pode se revelar como uma diminuição do potencial mortífero da doença.

Membro das forças aéreas dos EUA, descansando após preparar 25 camas de hospital preparadas para receber agentes de saúde da Libéria infectados com o Ebola, perto de Monróvia.

“Eu percebo as razões para minimizar o impacto público”, reconheceu o virologista que lidera as pesquisas relacionadas ao vírus no exército estadunidense, Dr. Philip K. Russel, em entrevista ao LA Times. “Entretanto, cientificamente, nós estamos bem no meio do primeiro experimento de transmissão múltipla e serial do Ebola no Homem... Deus sabe no que esse vírus vai se tornar. Eu não sei.”

Métodos de contenção aeroportuários

Até o momento, o surto de Ebola na África Ocidental já ceifou as vidas de aproximadamente 3,4 mil pessoas — e absolutamente não há qualquer método para tratamento da doença. Naturalmente, isso torna necessárias intervenções de contenção, a fim de reduzir ao máximo os focos da doença.

Entre principais protocolos de contenção encontra-se a segurança aeroportuária, é claro. Entretanto, discute-se atualmente sobre a eficácia da detecção dos sintomas do Ebola, o que precisa ser feito antes que um passageiro embarque em uma das zonas consideradas “de risco”.

Trabalhador na Libéria, principal foco de manifestação do Ebola entre os países da África Ocidental. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, das mais de 3,4 mil pessoas mortas pela epidemia, 2 mil residiam no país.

“Cem por cento dos indivíduos que embarcam nesses voos são avaliados em busca de febre”, disse o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, Dr. Thomas Frieden, em entrevista ao referido veículo. “Caso apresentem febre, eles são colocados fora da fila, avaliados em busca de sinais do Ebola e não saem de lá enquanto a suspeita não for afastada.”

É melhor não ter febre...

Ocorre, entretanto, que os métodos de contenção aeroportuários têm sido questionados, dada a facilidade de driblá-los. De fato, acredita-se que muitos pacientes tem deliberadamente utilizado métodos para disfarçar possíveis sintomas — um analgésico simples, como o ibuprofeno, por exemplo, pode facilmente diminuir um quadro de febre.

Condenável? É melhor olhar mais de perto. “É bastante improvável que alguém reconheça que tem febre ou que não se sinta bem”, disse Kim Beer, um residente de Freetown (capital de Serra Leoa), em entrevista ao LA Times.

Mercy Kennedy, de 9 anos, ao lado de sua casa na Monróvia após a mãe ter sido levada para um setor de contenção do Ebola na Libéria. A mãe de Mercy faleceria pouco tempo depois, vítima do vírus.

Ele continua: “Não apenas eles provavelmente não vão entrar no voo como ainda serão convidados/levados a uma ‘instalação de contenção’, onde serão forçados a passar vários dias até a confirmação de que os sintomas não são causados pelo Ebola”. Conforme coloca Beer, trata-se “do último lugar para onde você gostaria de ir” — sobretudo pela possibilidade de dividir um mesmo espaço com outras pessoas possivelmente contaminadas.

O impacto social do Ebola em fotos

Seja como for, enquanto diversos órgãos de saúde mundiais se mobilizam para tentar compreender e conter o Ebola, os países mais afetados pelo vírus na África sobrem com revoltas e as mais variadas carências — em que se inclui a falta mesmo dos kits básicos utilizados para esterilização.

Ao lado de um centro de tratamento do Ebola próximo a Gbarnga (Liberia), trabalhadores preparam novas covas para as vítimas da doença.

Mulher espera por tratamento ao lado de um dos centros destinados ao Ebola na Monróvia (Libéria). Embora tenha apresentado sangramento por conta de um aborto, o surto da doença fez com que outras clínicas se recusassem a tratar qualquer um com hemorragia.

Membro da organização Doctors Without Borders se desinfeta com água clorada. Atrás, algumas botas desinfetadas secam ao sol da Libéria.

Moradores de New Kru Town (Libéria) fazem fila para receber os kits de desinfecção distribuídos pela Doctors Without Borders.

Em um vilarejo a 50 quilômetros de Monróvia (Libéria), uma equipe protegida aparece para levar seis pessoas suspeitas de terem se contaminado com o Ebola.

Homem suspeito de haver contraído o Ebola é levado até uma clínica na Monróvia (Libéria).

Instrutores da Organização Mundial da Saúde conduzem treinamento com agentes de saúde na Monróvia (Libéria).

Mulher espera em uma fila para distribuição de porções de arroz (Dolo Town, Libéria).

Parentes de oficiais do governo da Monróvia (Libéria) são escoltados após o levante popular em resposta à quarentena imposta pelo poder público.

Saah Exco, de 10 anos, foi um dos pacientes removidos de um centro de tratamento do Ebola após a instalação ter sido tomada por revoltosos.

Residente do distrito de West Point, na Monróvia, depois do décimo primeiro dia da quarentena imposta pelo governo.

Residentes do distrito de West Point (Monróvia) esperam pela distribuição diária de alimentos após a quarentena imposta pelo governo.Equipe do Ministério de Saúde da Libéria descarrega corpos de vítimas de Ebola em uma pira funerária no crematório de Marshall.

Residentes de New Kru Town (Libéria) protestam pela escassez dos kits de desinfecção distribuídos pela organização Doctors Without Borders.

Libérios esperam em New Tru Town pelos kits de desinfecção distribuídos pela Doctors Without Borders.

Agente de saúde de Monróvia, na Libéria, conversa com menino no centro de pacientes suspeitos de contaminação pelo Ebola no Redemption Hospital.

Em New Kru Town, mulher carrega um dos kits de desinfecção distribuídos pela Doctors Without Borders.

Residentes de New Kru Town com os kits de desinfecção da Doctors Without Borders.

Equipamento esterilizado é colocado para secar no crematório do Ministério de Saúde da Libéria, em Monróvia.Mural com mensagem de advertência — “Pare o Ebola” — em Monróvia, na Libéria.Agente de saúde de Monróvia, na Libéria, conversa com menino no centro de pacientes suspeitos de contaminação pelo Ebola no Redemption Hospital.Oficiais da Força Aérea dos EUA descarregam um centro de comando móvel de um avião na periferia da Monróvia.

Homem passa em frente à residência em que Thomas Eric Duncan alugou um quarto, na Monróvia (Libéria). Duncan foi o primeiro paciente com o Ebola diagnosticado nos EUA.

Agente de saúde acompanha coleta de corpos de vítimas do Ebola no crematório do Ministério da Saúde da Libéria.

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