Ciência
22/06/2016 às 05:44•1 min de leitura
Um acidente ocorrido em 1972, com a queda de um avião que ia de Santiago, no Chile, para Montevidéu, no Uruguai, voltou a chamar a atenção quase 45 anos após a tragédia. Na ocasião, a aeronave caiu na região da Cordilheira dos Andes e, das 45 pessoas que estavam a bordo, 25 sobreviveram.
Até a chegada do resgate, os sobreviventes esperaram mais de dois meses em condições de frio extremo e grande altitude – devido à falta de alimento, muitos deles comeram carne humana. A história inspirou o filme “Vivos”, de 1993.
Anos depois, um dos sobreviventes recebeu de volta a carteira que havia perdido no acidente. Tudo começou quando, em 2005, o músico e montanhista Ricardo Peña decidiu visitar o lugar do acidente com a ajuda de um guia local e, em meio aos destroços do avião, encontrou pedaços de um casaco – dentro do bolso, havia uma carteira com um documento de Eduardo Strauch, um dos sobreviventes. Além da identidade, havia dois dólares americanos e pesos uruguaios.
Foto de 2012. Eduardo Strauch é o de jaqueta bege, lendo a revista
Além da carteira, os dois exploradores acharam também um rolo de filme de cinema, óculos de sol e uma faca feita de improviso, com um material que parece ser da janela do avião.
Com a ajuda do dono do hostel onde Peña estava hospedado na região próxima ao acidente, foi possível contatar Strauch, o dono da carteira, em Montevidéu, que ficou sabendo do ocorrido. Por coincidência, uma semana depois de deixar o hostel, outro sobrevivente, Alvaro Mangino, chegou até o local e pegou a carteira de Strauch para fazer a devolução.
O encontro da carteira acabou criando uma amizade entre Peña e Strauch, que, tempos depois, se conheceram no México e acabaram, inclusive, montando um negócio juntos. Os dois agora são guias oficiais de viagens ao local do acidente e, desde 2006, comandam expedições anuais até o local. Taí uma bela história, hein!