Saúde/bem-estar
02/05/2016 às 11:00•3 min de leitura
O irlandês Ernest Shackleton é um dos pioneiros na exploração do Polo Sul. Ele participou de três expedições ao ponto mais extremo ao Sul do planeta, nos anos de 1901, 1908 e 1914. Nas três, foi impedido de atingir seu objetivo devido ao mau tempo ou a alguma doença. Ele tentou novamente em 1922, mas sofreu um ataque cardíaco na costa da ilha Geórgia do Sul, na Antártida, e foi enterrado por lá.
Ernest Shackleton
O explorador britânico Henry Worsley, de 55 anos, queria se tornar a primeira pessoa a atravessar a Antártida a pé e sem a ajuda de mais ninguém. A jornada começou em novembro de 2015 e parecia estar perto do fim depois de 71 dias. Worsley já havia percorrido 1,4 mil quilômetros, faltando meros 50 km para completar a missão, quando sua saúde piorou repentinamente. Levado às pressas ao Chile, de helicóptero, o aventureiro apresentava sinais de exaustão e desidratação, além de uma infecção bacteriana muito grave. Infelizmente, ele não resistiu e faleceu um dia depois de chegar ao hospital.
Henry Worsley
Aos 28 anos, em 1898, o zoólogo norueguês Nicolai Hanson partiu rumo ao Polo Sul. Ele ficou doente no caminho e parou para se recuperar na ilha Cape Adare, já na Antártida. Acreditando estar 100% renovado, Hanson continuou sua jornada. Ele morreu alguns meses depois e se tornou a primeira pessoa a ser enterrada no continente gelado. Seu túmulo é marcado com pedras de quartzo e uma cruz de madeira, sendo um monumento histórico da região.
Nicolai Hanson
O alemão Wolf Vishniac se mudou para os Estados Unidos com 18 anos de idade e se tornou um especialista em microbiologia. Seus estudos fizeram com que a Nasa o chamasse para um experimento na Antártida, onde Vishniac desenvolveria um sistema de testes para a vida em outros planetas – mais especificamente em Marte. No continente gelado, porém, o pesquisador perdeu a vida ao cair em uma fenda enquanto tentava recuperar um equipamento. Seu nome foi homenageado na maior cratera do planeta vermelho.
Wolf Vishniac
A expedição Terra Nova, de 1910, pretendia ser a primeira a chegar ao marco zero do Polo Sul. Ela contava com a experiência do inglês Robert Falcon Scott, que já havia feito grandes progressos no desbravamento da região. Com muitas dificuldades, já no comecinho de 1912, a equipe chegou ao local exato do Polo Sul e fez uma descoberta inacreditável: uma equipe norueguesa tinha “vencido” a disputa, chegando lá 34 dias antes.
A Terra Nova era composta de cinco homens: além de Scott, havia Edward Adrian Wilson, Lawrence Oates, Henry Bowers e Edgar Evans, que foi o primeiro a morrer. Os outros quatro seguiram a viagem de retorno e, eventualmente, todos acabaram sucumbindo ao frio e à fome. Seus corpos só foram encontrados 8 meses depois.
Robert Falcon Scott
Ao longo das décadas, a exploração territorial em frio extremo teve grandes avanços. Os trenós puxados por cachorros foram trocados por veículos motorizados, e as roupas de algodão deixaram de ser usadas, por reterem muita água gelada. Por isso, é bem incomum que alguém morra na região por algum “despreparo”.
Em maio de 2000, entretanto, o astrofísico australiano Rodney Marks perdeu a vida, mas ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Uma autópsia apontou uma dose letal de metanol em seu sangue. Alguns suspeitam de suicídio, mas nenhum indício parece corroborar para isso, já que Marks parecia estar feliz com a expedição, estava em um grande momento da carreira, não possuía dívidas e iniciara um novo relacionamento havia pouco tempo.
Das 49 pessoas que estavam na base de pesquisas da Antártida, apenas 13 colaboraram com as investigações. Isso aumentou as teorias de assassinato ou de morte acidental por conta de alguma “brincadeira”. Marks também tinha duas marcas de agulha no corpo e nenhum sinal de qualquer tipo de droga no sangue.
Rodney Marks
O inglês Sir John Franklin, nascido em 1786, era um notório soldado, tendo entrado para a marinha britânica aos 14 anos de idade, enfrentando, inclusive, as guerras napoleônicas. Depois de vários conflitos, ele se interessou pela exploração do oceano Ártico em território canadense, tendo mapeado diversas regiões até então desconhecidas.
Na década de 1840, Franklin quis mapear a passagem Noroeste, entre o Estreito de Barrow e o Canadá. Ele contou com ajuda de 134 marinheiros, mas apenas 5 sobreviveram à expedição – justamente os que foram deixados na Groenlândia. Acredita-se que os navios de Franklin tenham ficado presos no gelo Ártico, obrigando a tripulação a cometer canibalismo!
Na década de 1980, porém, três corpos foram encontrados contendo um alto teor de chumbo, fato que levou os pesquisadores a crer que eles morreram de envenenamento por conta das comidas enlatadas. Um único navio foi encontrado, em 2014, com a ajuda de um radar. Ele estava afundado na costa da Ilha do Rei Guilherme.
Sir John Franklin
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