Ciência
19/04/2012 às 11:34•2 min de leitura
Geoffrey W. Marcy (acima) já descobriu 70 planetas fora do nosso sistema solar (Fonte da imagem: BBC)
O professor de astronomia da Universidade da California, Geoffrey W. Marcy, é o responsável por grandes descobertas relacionadas ao espaço nos últimos anos. Foi ele, por exemplo, quem constatou a existência de 70 dos 100 primeiros exoplanetas descobertos pela humanidade.
Agora, ele está disposto a colaborar com um grupo que, por muito tempo, foi visto com desconfiança pela comunidade científica. Trata-se do Search for Extra-Terrestrial Intelligence (SETI), programa que tem por objetivo analisar possíveis sinais de rádio enviados por habitantes de outros planetas.
Entretanto, Marcy acha que a busca pode estar sendo feita de maneira errônea. Em entrevista para a revista New Scientist, o astrônomo explicou que, caso existam civilizações extraterrenas, é muito provável que elas estejam se comunicando de alguma forma.
Por anos, temos tentado escutar as ondas de rádio dessa comunicação, mas pode ser que nunca consigamos. A razão para isso, de acordo com o cientista, é que essas sociedades interplanetárias podem estar usando laser, e não rádio, como forma de comunicação.
“Lasers são a maneira mais lógica de fazer isso, porque você pode manter um nível de privacidade ao confiná-lo a um raio estreito o suficiente para chegar a uma espaçonave ou civilização que esteja próxima a outra estrela, com uma distância de três anos-luz. Isso sem mencionar a economia de energia”, explica Marcy. “Talvez eles estejam apontando lasers em nossa direção e nós ainda não estejamos observando”, complementa.
O professor Marcy também acredita que, dentro de 100 ou 200 anos, teremos telescópios tão potentes que seremos capazes de fotografar continentes inteiros de outros planetas. Ele também acha que alguns alienígenas já são capazes de fazer isso e que sabem que estamos aqui.
Quando questionado sobre o que o leva a crer que extraterrestres possam ter evoluído a esse ponto, Geoffrey Marcy explica que é o fato de que nossa galáxia possui 10 bilhões de anos, enquanto que a Terra tem “apenas” 4,5 bilhões. “Nós somos apenas um pontinho brilhante na vasta astrobiologia da galáxia”, diz.
Concepção artística do projeto Terrestrial Planet Finder (Fonte da imagem: NASA)
Perguntado pela New Scientist sobre que tipo de telescópio precisaríamos para constatar a presença de civilizações extraterrestres, Marcy é taxativo: “O que queremos é um telescópio do tamanho de um estádio de futebol, que possa fotografar planetas semelhantes à Terra orbitando estrelas próximas e obter um espectro de luz desses planetas diretamente”.
A partir desse espectro, seria possível constatar a presença de água, metano, dióxido de carbono e até ozônio. Caso exista oxigênio, por exemplo, é sinal de que há o processo de fotossíntese naquele mundo.
De acordo com Marcy, a NASA já tem planejado um telescópio como esse — o projeto se chama "Terrestrial Planet Finder" —, da mesma forma que a Agência Espacial Europeia tem pensado sobre a criação do telescópio Darwin. Porém, as pesquisas andam paradas: não existe dinheiro para isso.
Pelo visto, o SETI e as ideias de Marcy ainda parecem as mais fáceis de serem colocadas em prática, no momento. Será que viveremos o suficiente para presenciar a constatação de civilizações alienígenas? Nós, do Tecmundo, continuamos torcendo para que um dia possamos dar essa notícia.