Imagem de Catedral, paróquia, basílica: como é a estrutura da Igreja Católica? no megacurioso

Para padronizar as missas e manter uma organização, a Igreja Católica mantém uma estrutura organizacional muito interessante

<head></head><body>A Igreja Católica Apostólica Romana é uma das instituições religiosas <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/40052-confira-6-dos-documentos-mais-intrigantes-da-historia-da-igreja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mais antigas que ainda existem</a> e influenciou muito o mundo como vivemos, independentemente se você segue essa religião ou não. Universidades, hospitais, leis e até a divisão da América do Sul entre espanhóis e portugueses só ocorreram devido à influência que essa religião tinha no mundo.Para se manter sempre firme, essa igreja mantém uma organização muito rígida por meio da sua estrutura. Embora muita gente ache que paróquias, capelas e arquidioceses sejam a mesma coisa, até sinônimos, essas palavras se referem a diferentes peças da estrutura organizacional da Igreja Católica.<h2>Capela</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/04173709656501.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Comecemos pela mais simples das estruturas, a capela, que nada mais é do que um pequeno templo católico usado para a celebração de missas ou outros rituais dessa religião. Ela costuma ser muito pequena e simples, contendo apenas um altar. Existem capelas que estão dentro de fazendas, universidades e hospitais, por exemplo. Normalmente, não há um sacerdote responsável por uma capela, mas, nas raras ocasiões em que ele existe, esse padre é chamado de “capelão”.Uma curiosidade: as Forças Armadas brasileiras abrem concurso público para o cargo de capelão militar (católico ou evangélico). Nesse caso, o sacerdote se compromete a rezar missas ou cultos para os soldados.<h2>Paróquia</h2>Toda capela católica é subordinada a uma paróquia. A paróquia fica sob os cuidados de um pároco — um padre que vai administrar todas as capelas subordinadas à paróquia. Quem auxilia esse padre é um vigário.<h2>Diocese</h2>Várias paróquias ficam sob a responsabilidade de uma diocese. Quem comanda a diocese é um bispo. É frequente que exista uma diocese em cada capital brasileira, por exemplo, pois existem muitas paróquias. Contudo, em cidades menores, elas não são comuns. Existem apenas quando representam várias paróquias da região.<h2>Catedral (arquidiocese)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/04173712921502.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Já a arquidiocese administra várias dioceses. Sua liderança é exercida por um arcebispo. A arquidiocese tem como sede uma catedral, portanto quando você estiver passeando por uma cidade e ver uma catedral, saiba que o responsável por ela é um arcebispo. Por ser um templo de alta responsabilidade administrativa, é natural que as catedrais se destaquem pelo tamanho, servindo como ponto de referências nas grandes cidades.<h3>E onde entra o cardeal?</h3>Um cardeal é um bispo que recebeu esse título diretamente do papa. Ele exerce funções administrativas no Vaticano, auxiliando diretamente o líder máximo da Igreja. Além disso, os cardeais têm poder de voto na <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/35870-a-historia-dos-papas-nomes-comandos-e-outros-fatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escolha de um novo papa</a>.<h2>Basílica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/04173716077503.jpg" alt="Basílica de Aparecida (Fonte: Shutterstock)">Basílica de Aparecida (Fonte: Shutterstock)Uma basílica é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/45161-voce-sabe-qual-e-a-maior-igreja-catolica-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">templo religioso ainda mais imponente</a>, com estrutura para receber muitos fiéis e até mesmo o papa. Aliás, uma basílica só existe depois de receber autorização do líder da Igreja Católica.Em todo o Brasil, existem apenas 71 basílicas. A mais famosa é a de Nossa Senhora de Aparecida. O país com mais basílicas no mundo é a Itália — 32% das 1806 basílicas que existem no planeta ficam em solo italiano.A basílica mais famosa do mundo é a de São Pedro, no Vaticano. É lá que o papa Francisco reza suas missas.</body>

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Catedral, paróquia, basílica: como é a estrutura da Igreja Católica?

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Sem parecer, os animais representaram os primeiros passos para a modernidade

<head></head><body>Quando o famoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119827-o-inacreditavel-plano-de-salvar-napoleao-bonaparte-do-exilio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napoleão Bonaparte</a> foi atacado por milhares de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120108-napoleao-bonarpate-quase-foi-morto-por-coelhos-domesticados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coelhos domesticados</a> em 7 de julho de 1807, &nbsp;nada disso tinha a ver por serem criaturas raivosas e malignas, como já haviam sido amplamente descritos em textos e gravuras da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121347-5-refeicoes-bizarras-que-eram-normal-na-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>.Antes de Johannes Gutenberg inventar a imprensa, em meados de 1440, os livros eram copiados à mão, e muito desse trabalho foi realizado por diversos monges, que também se dedicavam a ilustrar alguns livros para exemplificar melhor a mensagem. Assim surgiu a marginália, que consistia em anotações, comentários pessoais e também iluminuras presentes no rodapé ou ao redor das páginas dos textos medievos do século XIII.Imagens de monstros, bestas, animais, cenas expositivas de assassinatos e tudo o que foi considerado grotesco presente na marginália, foi chamado de drollerie. E foi lá que os coelhos passaram de símbolos de pureza e desamparo para criaturas perturbadoras.<h2>O grotesco e a modernidade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/30/30183014924429.jpg" alt="(Fonte: Ancient Origins/Reprodução)">(Fonte: Ancient Origins/Reprodução)Munido de foices, machados, espadas e até arpões, os coelhos descritos nos&nbsp;drolleries matavam pessoas e outros animais de maneira muito sofisticada, sempre com um requinte de crueldade que ninguém esperava de uma criatura de aspecto tão dócil e afável. Eles se mostraram donos de um arsenal de armas grande que os proporcionavam travar batalhas sérias com os humanos, que pareciam não ser páreos para a mente rebuscada escondida por trás de seus miúdos olhos.Mas esse sadismo todo, obviamente, não foi verdade, apenas alegoria. A característica surgiu como parte do Renascimento, entre meados do século XIV e o fim do século XVI, responsável por desestruturar a seriedade, dogmatismo e misticismo de uma sociedade medieval inflexível e repleta de barreiras. Ao exaltar o lado cômico e relativo das verdades absolutas pregadas pelo período, os drolleries&nbsp;ressaltaram a ambivalência da realidade, representando o poder da verdade e da farsa.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Open Culture&nbsp;" data-fonte-url="https://www.openculture.com/2019/03/killer-rabbits-in-medieval-manuscripts-why-so-many-drawings-in-the-margins-depict-bunnies-going-bad.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/30/30183145283430.jpg" alt="(Fonte: Open Culture/Reprodução)">(Fonte: Open Culture/Reprodução)O filósofo russo Mikhail Bakhtin cunhou o termo "carnavalesco" exatamente como um pressuposto do estilo ou atmosfera em que o humor e o caos prevalecem, e esse mundo subversivo onde os coelhos eram cruéis é um exemplo perfeito dessa representação. Além disso, essa vingança animal também foi usada para mostrar a covardia ou estupidez da pessoa ilustrada, em um momento de submissão, sendo que não era comum ver caçadores durões se encolhendo à sombra das armas dos coelhos.Esses desenhos permitiram que o povo medievo risse, principalmente da própria realidade ou até de si mesmos, ultrapassando a linha estrita do que deveria ser correto e normal. Muito embora parecesse que os coelhos assassinos nos drolleries não passassem de um "meme" da era medieval, eles significaram um dos passos consistentes, de muitos, em direção a uma era moderna.</body>

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Por que coelhos foram retratados como assassinos na Idade Média?

Imagem de Como agitações políticas e crises globais fazem as línguas evoluírem? no megacurioso

Os diversos caminhos que a humanidade trilha por motivos políticos trazer profundas alterações na maneira como as pessoas falam

As mudan&ccedil;as na linguagem s&atilde;o inevit&aacute;veis. Palavras antigas que param de ser usadas ou ganham novos significados, novas palavras que s&atilde;o criadas, pron&uacute;ncias que mudam, regras gramaticais que s&atilde;o revisadas e o que &eacute; visto como educado ou sarc&aacute;stico, evolui. Podemos perceber isso, por exemplo, conversando com pessoas de outras gera&ccedil;&otilde;es e at&eacute; mesmo de diferentes regi&otilde;es do mesmo pa&iacute;s.
Mas quando uma comunidade sofre alguma mudan&ccedil;a repentina ou d&eacute;cadas/s&eacute;culos de disputas, os idiomas podem mudar dr&aacute;stica e rapidamente. Essas inst&acirc;ncias de contato lingu&iacute;stico &ndash; que &eacute; quando usu&aacute;rios de duas ou mais l&iacute;nguas interagem entre si com alguma frequ&ecirc;ncia &ndash; podem vir de trocas bem-intencionadas, como o com&eacute;rcio de mercadorias, mas tamb&eacute;m s&atilde;o frequentemente o resultado de disputas pol&iacute;ticas perturbadoras, e at&eacute; mesmo opressivas.
Todos esses fatores nunca deixar&atilde;o claro qual ser&aacute; o reflexo para a linguagem da comunidade: ela ser&aacute; alterada, adotada por outros, dar&aacute; origem a uma nova linguagem, ou ser&aacute; perdida?
<h2>O movimento das palavras</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/a-04161259505421.jpg" alt="a" />(Fonte: GettyImages)
Uma maneira pela qual a mudan&ccedil;a lingu&iacute;stica acontece &eacute; por meio do movimento de refugiados, o que leva a um deslocamento &uacute;nico de falantes para uma nova &aacute;rea. Isso pode fazer com que uma comunidade lingu&iacute;stica se encontre de repente em uma comunidade completamente diferente. Quando as pessoas sofrem mudan&ccedil;as repentinas, a linguagem &eacute; apenas uma parte de sua cultura que est&aacute; sujeita &agrave; incerteza.
Uma parte triste da hist&oacute;ria que os povos precisaram se adaptar foi durante o Holocausto, quando milh&otilde;es de judeus de l&iacute;ngua i&iacute;diche foram mortos, e aqueles que sobreviveram emigraram e adotaram os idiomas de seus novos pa&iacute;ses. Como refugiados, os judeus asquenazes trabalharam para preservar sua l&iacute;ngua da melhor maneira poss&iacute;vel em suas novas comunidades e para tentar aprender uma nova l&iacute;ngua ao lado de seus filhos. O resultado: anos depois, as gera&ccedil;&otilde;es mais jovens nos EUA usam mais ingl&ecirc;s e, em algumas comunidades, o i&iacute;diche se tornou um idioma falado principalmente pelas gera&ccedil;&otilde;es mais velhas.
No Duolingo, por exemplo, n&oacute;s desenvolvemos cursos de l&iacute;nguas minorit&aacute;rias, que fazem parte de uma iniciativa do app que visa ajudar a proteger estes idiomas e as suas culturas. O curso de i&iacute;diche est&aacute; dispon&iacute;vel desde o in&iacute;cio de 2021, e todos os falantes de ingl&ecirc;s podem aprend&ecirc;-lo no app. Al&eacute;m dele, outros idiomas minorit&aacute;rios tamb&eacute;m est&atilde;o na plataforma, como o guarani, havaiano, navajo, escoc&ecirc;s ga&eacute;lico, irland&ecirc;s e gal&ecirc;s.
<h2>L&iacute;nguas africanas no Brasil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/a-04161437255422.jpg" alt="a" />(Fonte: GettyImages)
A linguagem reflete todas as complexidades da hist&oacute;ria de uma comunidade. Outro exemplo que podemos citar, vivenciado no Brasil, aconteceu na &eacute;poca da escravid&atilde;o. Donos de escravos e colonizadores nas Am&eacute;ricas muitas vezes separavam intencionalmente os escravos africanos que tinham uma mesma l&iacute;ngua, na tentativa de impedir uma poss&iacute;vel rebeli&atilde;o.
Sem um idioma comum para se comunicar, os escravos improvisaram e criaram novas l&iacute;nguas que misturavam sons, vocabul&aacute;rio e gram&aacute;tica da l&iacute;ngua colonizadora, suas diferentes l&iacute;nguas nativas e outras l&iacute;nguas ind&iacute;genas americanas da &aacute;rea. Se hoje em dia ainda &eacute; dif&iacute;cil ir para outro pa&iacute;s em que n&atilde;o temos conhecimento claro do idioma, j&aacute; imaginou naquela &eacute;poca?
Mas novas l&iacute;nguas tamb&eacute;m surgiram na &Aacute;frica, do outro lado do tr&aacute;fico transatl&acirc;ntico de escravos. Os colonizadores brancos tomaram o poder em muitas partes da &Aacute;frica e seus idiomas, incluindo ingl&ecirc;s, alem&atilde;o e portugu&ecirc;s, vieram com eles. Nas Am&eacute;ricas, esse contato lingu&iacute;stico for&ccedil;ado resultou no ingl&ecirc;s pidgin camaron&ecirc;s, uma l&iacute;ngua falada em Camar&otilde;es&nbsp;&mdash; que &eacute; um dos pa&iacute;ses com maior diversidade lingu&iacute;stica do mundo!
O idioma, seu uso por uma comunidade ou uma fam&iacute;lia e quais decis&otilde;es voc&ecirc; toma sobre ele varia de pessoa para pessoa. Quem nunca foi na casa de algu&eacute;m ou viajou para outro pa&iacute;s e sentiu essas diferen&ccedil;as? Isso acontece por diversos motivos, at&eacute; mesmo, pela pr&oacute;pria cria&ccedil;&atilde;o e estrutura familiar. E assim como acontece no mundo, pelas fortes influ&ecirc;ncias pol&iacute;ticas e por estruturas de poder em escalas nacionais e globais.
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<li>Com colabora&ccedil;&atilde;o de Cindy Blanco</li>
</ul>
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Analigia Martins &eacute; diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educa&ccedil;&atilde;o no iTunes e na Google Play. Respons&aacute;vel por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experi&ecirc;ncia em marketing de servi&ccedil;os, especialmente na &aacute;rea de Educa&ccedil;&atilde;o no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia &eacute; p&oacute;s-graduada em Administra&ccedil;&atilde;o de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Funda&ccedil;&atilde;o C&aacute;sper L&iacute;bero.

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Como agitações políticas e crises globais fazem as línguas evoluírem?

Imagem de Em 1876, aconteceu a eleição mais estranha e corrupta dos EUA  no megacurioso

O circo foi tão grande que os empregadores chegaram a demitir os eleitores que não haviam exercido o direito ao voto — que deveria ser conforme o partido que apoiava, claro

<head></head><body>Para Thomas Homer-Dixon, diretor executivo do Cascade Institute, da Royal Roads University, em seu livro Commanding Hope: The Power We Have to Renew a World in Peril, o governo dos Estados Unidos deve entrar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119471-atualizacao-de-tese-do-mit-de-1972-confirma-colapso-social-em-2040.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colapso</a> até 2025, gerando extrema instabilidade política nacional, e violência civil e generalizada. Ele até comenta que em 2030, pode ser que o país seja governado por uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119974-estudo-da-cia-mostra-que-ditadura-brasileira-foi-pior-que-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ditadura</a> de direita, mostrando que o ruir da democracia americana é um cenário quase inevitável.Em 2021, a campanha eleitoral de Joe Biden e Kamala Harris, que eliminou o governo de Donald Trump e Mike Pence após 5 anos no poder, foi considerado um dos mais turbulentos e controversos da história americana, com direito a recontagem de votos e atos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109748-mas-afinal-o-que-e-o-fascismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fascistas</a>, como a invasão do Capitólio por trumpistas, — ficando atrás apenas do que aconteceu durante as eleições de 1876.Naquele ano, pela segunda vez em pouco mais de uma década, os EUA se viram à beira do abismo do colapso governamental e de uma guerra civil.<h2>Jogando sujo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01105552263109.jpg" alt="Samuel J. Tilden. (Fonte: National Park Service/Reprodução)">Samuel J. Tilden. (Fonte: National Park Service/Reprodução)A disputa pela presidência foi entre o democrata nova-iorquino Samuel J. Tilden, e o republicano ohioano Rutherford B. Hayes, em um cenário caótico. Isso porque os democratas estavam na dianteira para ganhar as eleições pela primeira vez em anos, e sabiam disso, visto que os republicanos sofriam com o rescaldo causado pelo período de Reconstrução pós-Guerra Civil que devastou a economia do país.O problema era claro: os democratas queriam recuperar o poderio, enquanto os republicanos estavam obstinados em mantê-lo. Para isso, os partidos lançaram campanhas vis e perturbadoras uns contra os outros, se acusando de alcoolismo, assassinato e até insanidade para manipular e confundir os eleitores. Cada máquina de imprensa criou sua versão de um futuro <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121707-bunkers-apocalipticos-o-negocio-que-fatura-milhoes-por-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apocalíptico&nbsp;</a>para os EUA, histórias e acusações forjadas de todos os tipos na urgência de obter algum apoio.E como era de se esperar, isso funcionou, inclusive muito pelo ponto febril e desgastado em que o país se encontrava após todo o caos gerado pela guerra. O povo nunca havia visto um país tão em frangalhos e diferente do que a Declaração da Independência propusera.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikipedia&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/50/President_Rutherford_Hayes_1870_-_1880_Restored.jpg/1200px-President_Rutherford_Hayes_1870_-_1880_Restored.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01105758482116.jpg" alt="Rutherford B. Hayes. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)">Rutherford B. Hayes. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Enquanto a guerra eleitoral acontecia, os pauzinhos eram mexidos na criação de métodos para fraudar o sistema de resultados da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119682-como-funciona-o-sistema-proporcional-para-as-eleicoes-legislativas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eleição</a>, que muito se relacionou com a conduta racial de cada partido em face à abolição não generalizada da escravatura no país, em 1865 — visto que o estado do Mississípi demorou 147 anos para fazê-lo.Na Flórida, por exemplo, os comerciantes brancos priorizavam os democratas ao conceder crédito ou aprovar pedidos de aluguel. Além disso, a companhia férrea do estado manteve uma lista de verificação de quem havia votado para poder manter um controle em quem podiam "confiar", demitindo aqueles que não haviam exercido o direito.Em alguns condados, partidos opostos chegaram a remover os pontos de votação para dificultar o processo eleitoral de seu inimigo, fazendo os eleitores viajarem longas distâncias para poder votar, pensando na possibilidade de não fazerem isso devido às circunstâncias. Grupos paramilitares também foram fortemente usados pelos oponentes para autoproteção e também hostilização.<h2>Um grande circo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01105912154117.jpg" alt="(Fonte: Walnut Hills Stories/Reprodução)">(Fonte: Walnut Hills Stories/Reprodução)A lona só foi finalmente lançada sobre o picadeiro, montando o circo que todo o processo eleitoral foi, em 7 de novembro de 1876, quando as pessoas foram às urnas. A vitória de ambos os partidos veio tão rápido quanto as acusações de fraude.Democratas do condado de Hamilton roubaram e esconderam a urna dos republicanos até 13 de novembro, quando o conselho eleitoral se reuniria. Diante desse golpe, os republicanos de Jacksonville também roubaram uma urna para "corrigir" os votos com cédulas falsas.Contudo, em nenhum estado a situação foi tão bizarra quanto em Louisiana e na Carolina do Sul, onde dois governadores foram eleitos. Quando os republicanos impediram o acesso dos democratas à casa do Estado, os democratas criaram a própria legislatura — que alegaram ser legítimas — e certificaram os próprios resultados.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01110031685118.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)">(Fonte: National Geographic/Reprodução)A única saída para essa situação era o Congresso solucionar o problema dos votos, para então determinar quem era o verdadeiro vencedor. Caso contrário, Tilden e Hayes chegariam em Washington para serem empossados como presidentes — o que era impossível. Para piorar, o próprio Congresso se encontrava em estado de calamidade, se sentindo pressionado com a iminência de uma segunda guerra civil.E essa atmosfera apenas cresceu com a quantidade de milícias estaduais e equipamentos militares se reunindo pelos estados em disputa. Ambos ensaiaram muito bem os desfiles militares, antevendo um conflito, caso o Congresso falhasse na deliberação. As pessoas se reuniram nas sedes estaduais, sedes de partido e escritórios para aguardar a solução, inflamados por um sentimento de profunda hostilidade e dúvida.O clima se manteve até às 4h10 de 2 de março de 1877, dois dias antes de o país entrar em interregno (ausência de governo) e três dias antes da posse presidencial, após os democratas contestarem cada questão da comissão eleitoral ao longo de todo esse tempo, mas cedendo de maneira misteriosa durante uma reunião secreta no Wormley Hotel, em Washington, entre emissários de ambos os partidos.Sendo assim, a vitória foi concedida a Hayes e certificada pelo Congresso naquele ano, e nada mais foi dito a respeito.</body>

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Em 1876, aconteceu a eleição mais estranha e corrupta dos EUA 

Imagem de Última falante de yagán morre no Chile aos 94 anos no megacurioso

Historicamente vista como uma língua do extremo sul da América do Sul, o Yagán passou a ser considerado recém-extinto

<head></head><body>O yagán, uma língua indígena característica do extremo sul da América do Sul praticamente deixou de existir após a morte de seu último falando vivo na região. Cristina Calderón, que tinha 93 anos, faleceu na última quarta-feira (29). Ela era considerada a guardiã de sua cultura ancestral.Após a morte de sua irmã em 2002, Calderón passou a ser a única pessoa da comunidade yagán a dominar a língua e também a última pessoa do mundo que conseguia falá-la. Durante sua vida, ela trabalhou para disseminar seu conhecimento criando um dicionário do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118031-10-beneficios-de-aprender-um-novo-idioma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">idioma</a> com traduções para o espanhol.<h2>Comoção na comunidade</h2><blockquote class="twitter-tweet">Ha fallecido mi madre, Cristina Calderón, a los 93 años. Tengo una pena profunda por no estar con ella al momento de partir. Es una noticia triste para los yagán. Todo lo que haga en el trabajo en el que estoy, será en tu nombre. Y en él, estará también reflejado tu pueblo <a href="https://t.co/zf9ecn1qOB">pic.twitter.com/zf9ecn1qOB</a>— Lidia González Calderón (@lidiayagan) <a href="https://twitter.com/lidiayagan/status/1493944345799634946?ref_src=twsrc%5Etfw">February 16, 2022</a></blockquote>A morte de Crisitina Calderón deixou grandes marcas entre os yagán. Nas redes sociais, sua filha, Lidia González, fez questão de expressar o quanto esse evento foi impactante na vida de muitas pessoas. “Com ela se foi uma parte importante da memória cultural de nosso povo”, lamentou no Twitter.Atualmente, González é uma das representantes de seu povo que trabalha para elaborar uma nova constituição no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120381-o-cemiterio-de-baleias-no-chile-que-ha-10-anos-intriga-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chile</a>, onde a família vive. O dicionário deixado para trás por Cristina, no entanto, é uma das esperanças de que a língua possa ser preservada de alguma forma para as gerações futuras.Para Lídia, sua mãe deixou uma grande riqueza de conhecimento empírico especialmente valioso em termos linguísticos. Dessa forma, ela ainda crê que o Yagán pode ser resgatado e sistematizado por outras pessoas de sua cultura. Embora ainda existam algumas dezenas de yagáns pela América do Sul, as pessoas da comunidade deixaram de aprender a língua com o passar das gerações.&nbsp;<h2>Representação de Cristina Calderón</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/04/04013248616000.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Nascida em 1928 na Ilha Navarino, uma ilha chilena no extremo sul do Chile, Cristina Calderón morreu vítima de complicações da covid-19. Enquanto estava viva, ela se autointitulou a "última falante do Yagán", uma língua que não tem uma forma escrita — apesar da existência do dicionário criado por ela.De acordo com os historiadores, o Yagán pode ser considerado um idioma isolado dos demais, uma vez que a origem das palavras é complicada demais para identificar. Calderón morava em uma casa simples na cidade chilena de Villa Ukika, criada pelos yagán nos arredores da região de Puerto Williams.Nos últimos anos, ela ganhava a vida vendendo meias de malha. O grupo étnico ancestral costumava povoar os arquipélagos do extremo sul da América do Sul, hoje Chile e Argentina, uma área que se aproxima da Antártica. Para muitos locais, Cristina era um símbolo de resistência cultural das comunidades <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119596-5-escritores-indigenas-que-voce-precisa-ler-em-2021.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> chilenas.Em 1993, o Guinness World Records chamou a palavra "mamihlapinatai", derivada do Yagán, de palavra mais sucinta do mundo todo. Embora seja considerada uma das palavras mais difíceis de traduzir no planeta, sua interpretação é bastante bela. O termo foi interpretado por pesquisadores como um "olhar não dito, mas significativo, compartilhado entre duas pessoas durante um momento privado, onde ambos entende o que está sendo expresso". A morte do Yagán seria uma perda significativa para a história da humanidade.</body>

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Última falante de yagán morre no Chile aos 94 anos

Imagem de 6 fatos inusitados a respeito dos sumérios no megacurioso

Civilização mais antiga a ocupar a Mesopotâmia, os sumérios inventaram a primeira escrita, mas também possuíam curiosidades bem chocantes

A civilização suméria foi impressionante. Considerados os primeiros habitantes do Sul da Mesopotâmia, região que compreende os atuais países Iraque e Kuwait, foram responsáveis por desenvolver muitos aspectos que, até hoje, estruturam nossas sociedades ou que impactaram nosso presente.Sua organização política, a arquitetura, agricultura e comércio, além da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121007-6-segredos-incriveis-descobertos-na-escrita-cuneiforme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escrita cuneiforme</a>, são exemplos marcantes do legado sumério. Entretanto, não é só de aspectos impressionantes que a história deles é cercada, há alguns fatos impressionantes e surreais e nós vamos mostrar alguns deles. Confira.<h2>1. Acreditavam em vampiros</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/zg7OqN8qmC4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Você pode até rir, mas isso é sério. A história conta que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120955-cetros-sumerios-encontrados-na-russia-podem-ter-sido-canudos-de-cerveja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sumérios</a> tinham crença em duas classes de demônios, os Ekimmu e os Utukku. Em comum, ambos apreciavam o gosto do sangue, algo que consideravam ser a força vital humana. Mesclando elementos de suas personalidades encontramos muitas características associadas aos vampiros.Ekimmu seriam espíritos de mortos não enterrados, já os Utukku os espíritos de mortos que não receberam oferendas em seus túmulos. Estes últimos teriam o costume de voltar ao mundo dos vivos para afligir quem encontrasse, sendo um predador voraz de suas vítimas.<h2>2. Eram terraplanistas</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/313icHT2XF8" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Os sumérios acreditavam que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116014-como-debater-com-um-terraplanista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra seria plana</a>. Em defesa deles, estamos falando de milhares de anos atrás. Pois bem, para esta civilização, os céus seriam uma sequência de três cúpulas, cada uma trabalhada com diferentes tipos de pedras raras e valiosas, sendo o conjunto responsável por cobrir a Terra... que seria plana.Até para os corpos celestes eles tinham uma visão diferente: os sumérios acreditavam que se tratava de divindades, deuses que cuidavam dos céus - este, aliás, um lugar para onde humanos não iriam.<h2>3. Construíram as primeiras "pirâmides"</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/qcF4g-Hf7Y0" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O zigurate era como se chamava uma espécie de templo criada pelos sumérios e também utilizada pelos assírios e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117638-torre-de-babel-algumas-evidencias-de-que-o-monumento-existiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">babilônios</a>. A primeira vez que foram avistados data do ano 2200 a.C. e ficaram notáveis pela semelhança com as pirâmides egípcias.Os zigurates eram retangulares ou quadrados, possuíam uma espécie de escadaria que circundava seu perímetro e não apresentavam câmaras internas. Ainda que não sejam tão famosos quanto suas primas do Egito, os zigurates podem ter sido concebidos pela mesma mente, ao menos é o que sustentam alguns estudiosos.<h2>4. Gilgamesh era filho de um demônio</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Mt3Dkgg1HJQ" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Quinto rei da primeira dinastia de Uruk, Gilgamesh foi um líder <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115738-receita-de-cerveja-de-5-mil-anos-de-idade-e-leiloada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sumério</a>. A seu respeito existem inúmeros mitos e lendas, especialmente em torno de suas conquistas e das aventuras. Das lendas que envolvem seu nome, certamente a mais espantosa diz respeito a seu pai.Um manuscrito do ano de 2400 a.C. afirma que Gilgamesh seria filho do demônio Lillu, um dos quatro que se enquadravam na categoria de vampiros. Versões dessa lenda se espalharam, inicialmente entre os babilônios e hebreus, ganhando diferentes interpretações, mas espantando muita gente.<h2>5. Foram guerreiros sanguinários</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/SxTbQ5EgiU8" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>A maior parte do que se lê sobre os sumérios diz respeito à criação da escrita cuneiforme, mas há um lado que é importante ser dito: foram guerreiros sanguinolentos. Suas cidades-estados viviam continuamente em batalhas umas contra as outras, especialmente lutando por território ou recursos naturais.Se podia ser ruim, por outro lado esse estado permanente de lutas estimulou que a Suméria desenvolvesse inúmeras técnicas e tecnologias militares sem precedentes, como a invenção da carruagem. E bem antes dos romanos darem uma nova roupagem a elas.<h2>6. Tábuas sumérias inspiraram trechos bíblicos</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/VMgeU5ObVLU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Histórias sobre o surgimento do mundo são encontradas nas mais diversas culturas do mundo, cada uma tendo como parâmetro características marcantes das sociedades que as concebeu. No caso dos sumérios não foi diferente. Eles acreditavam que os deuses sempre existiam, mesmo antes do mundo ser criado.Ainda que fossem politeístas, parte da pouca literatura de seu período que ainda permanece intacta encontra semelhanças muito fortes com as narrativas da Bíblia dos cristãos, a ponto de alguns estudiosos defenderem que esta última seria uma forma resumida de antigos escritos das tábuas cuneiformes dos sumérios.

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6 fatos inusitados a respeito dos sumérios

Imagem de Vicente Lusitano: o compositor negro esquecido pela história no megacurioso

Embora apontado como gênio, a obra de Lusitano foi quase apagada da memória das pessoas

Assim como acontecia e continua acontecendo, a cor da pele de uma pessoa pode definir se ela ser&aacute; lembrada ou n&atilde;o pela hist&oacute;ria. No <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/101462-por-essa-voce-nao-esperava-mozart-e-o-artista-que-mais-vendeu-cds-em-2016.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campo da m&uacute;sica cl&aacute;ssica</a>, existem compositores brilhantes negligenciados por muito tempo devido &agrave;s suas etnias. Vicente Lusitano &eacute; um deles: um ex&iacute;mio compositor negro do s&eacute;culo XVI praticamente apagado da hist&oacute;ria.
Lusitano nasceu em Portugal, por volta do ano de 1520. Alguns ind&iacute;cios hist&oacute;ricos sugerem que ele morreu em 1561.
<h2>Guinada na vida</h2>
Em 1551 Lusitano decidiu deixar Portugal e partiu para Roma. O centro do poder italiano era considerado como a mais importante capital musical da &eacute;poca, j&aacute; que atra&iacute;a compositores e artistas de diversas culturas de toda a Europa.
H&aacute; relatos de que Lusitano j&aacute; era padre nesse per&iacute;odo, sendo que suas habilidades como te&oacute;rico musical e compositor tamb&eacute;m eram evidentes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/26/26115504061007.jpg" alt="Motete &ldquo;Heu me Domine&rdquo; de Vicente Lusitano. (Fonte: Glosas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Motete &ldquo;Heu me Domine&rdquo; de Vicente Lusitano. (Fonte: Glosas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A quest&atilde;o &eacute; que n&atilde;o h&aacute; ind&iacute;cios de que ele tenha exercido a fun&ccedil;&atilde;o sacerdotal. E aqui j&aacute; entra o fator cor da pele: a Igreja costumava reservar fun&ccedil;&otilde;es para os europeus brancos, independentemente se soubessem fazer algo ou n&atilde;o.&nbsp;
&Eacute; por isso n&atilde;o existem muitos registros de negros na Igreja, mesmo que fossem excelentes em <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/35095-mito-ou-verdade-ouvir-musica-classica-pode-nos-tornar-mais-inteligentes-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&uacute;sica sacra e harm&ocirc;nia</a>, tal como era Lusitano
Mesmo com todos os obst&aacute;culos, ele conseguiu publicar diversas obras e tratados. Uma das mais importantes &eacute; a sua cole&ccedil;&atilde;o de motetos, uma s&eacute;rie de composi&ccedil;&otilde;es destinadas para corais sacros.
<h2>Briga de compositores</h2>
Entender os motivos que levaram ao esquecimento de Lusitano &eacute; algo um tanto complexo. O fator ra&ccedil;a foi um deles. No entanto, certamente, n&atilde;o foi o &uacute;nico.
Ap&oacute;s uma disputa sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/45121-beethoven-versao-heavy-metal-video.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">harmonia musical</a>, uma verdadeira discuss&atilde;o de Twitter medieval, e que s&oacute; foi resolvida no tribunal do Vaticano, Lusitano saiu vitorioso contra o compositor Nicola Vincentino (1551&ndash;1576). Al&eacute;m de perder, Vicentino teve que pagar uma multa para Lusitano.
Mas a coisa toda n&atilde;o parou por a&iacute;: nos anos que se seguiram Vicentino passou a fazer uma s&eacute;rie de publica&ccedil;&otilde;es enganosas apontando falhas no trabalho de Lusitano.
Toda essa obsess&atilde;o tinha apenas um &uacute;nico objetivo: prejudicar a reputa&ccedil;&atilde;o do compositor afro-portugu&ecirc;s fazendo com que suas obras fossem cada vez menos respeitadas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/26/26121024453008.jpg" alt="Lusitano era um ex&iacute;mio te&oacute;rico musical. (Fonte: MSLP/PUBLIC DOMAIN/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Lusitano era um ex&iacute;mio te&oacute;rico musical. (Fonte: MSLP/PUBLIC DOMAIN/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O fato de Lusitano ter se dado bem em Roma, mas ter sido praticamente esquecido pelo resto da Europa levou alguns especialistas e estudiosos de m&uacute;sica cl&aacute;ssica de Portugal a pesquisarem mais sobre sua vida nos &uacute;ltimos anos.
Sua m&uacute;sica, especialmente os&nbsp;motetos e madrigal, continua, lamentavelmente, ignorada em compara&ccedil;&atilde;o com v&aacute;rios de seus contempor&acirc;neos.
A boa not&iacute;cia, &eacute; que iniciativas pontuais tentam mudar um pouco isso, especialmente projetos idealizados por grupos musicais e estudiosos de m&uacute;sica cl&aacute;ssica que buscam trazer ao p&uacute;blico as obras de Lusitano e tantos outros compositores esquecidos pela hist&oacute;ria.&nbsp;
Abaixo voc&ecirc; pode conferir uma das composi&ccedil;&otilde;es de Lusitano, o moteto Inviolata, integra et casta:
<iframe width="734" height="413" src="https://www.youtube.com/embed/oOemxKDC4ko" title="Vicente Lusitano ? Inviolata, integra et casta [a 8]" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>

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Vicente Lusitano: o compositor negro esquecido pela história

Imagem de Como a estrutura de punição do Japão medieval controlava injustiças no megacurioso

A estrutura do período Edo foi severa e implacável, valendo até mesmo para aqueles que faziam a manutenção da lei, como era o caso dos samurais

<head></head><body>Provavelmente, a característica mais marcante que une e atravessa os samurais japoneses medievais com os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121868-falsos-valores-espartanos-foram-absorvidos-por-extremistas-politicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espartanos</a> forjados sob o regime de educação e treinamento<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100583-como-os-espartanos-eram-treinados-para-se-transformar-em-guerreiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Agoge</a>, é que ambos sofreram duras penas para ocuparem esse cargo na estrutura de suas sociedades.Os japoneses guerreiros compartilharam da mesma imagem romantizada e incompreendida durante o período da era medieval Edo, compreendida entre 1603 e 1867.&nbsp;Até hoje, os animes e outras histórias retratam os samurais como místicos, matadores lendários que carregavam armas de todos os tamanhos para usar contra seus inimigos — quando, na verdade, elas eram destinadas para facilitar o suicídio em caso de rompimento da moral prevista no código <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120592-bushido-o-codigo-de-honra-samurai-usado-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bushido</a>.Mas quando precisavam exercer seu trabalho como defensor da Lei, eles eram implacáveis.<h2>Exercendo o poder por baixo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28170943099602.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodução)">(Fonte: History/Reprodução)Apesar de os senhores militares terem governado mais o Japão do que o próprio imperador, que demorou muito para ser uma figura de liderança, entre o século XII e XIX, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121847-samurais-como-os-guerreiros-japoneses-treinavam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> existiam apenas para serem submetidos aos dogmas construídos pelo&nbsp;bushido, e controlados pelos senhores militares.A expansão do Xogunato Edo, o número de prevalência dos magistrados (conhecidos como bugyo) ganhou ainda mais espaço no meio militar. Antes, a função de um magistrado era apenas realizar uma tarefa definida, desempenhando o papel de uma espécie de comissário, porém, à medida que as classes sociais se tornaram cada vez mais regimentadas, a manutenção da Lei passou a ser exercida pelos samurais e magistrados.A eleição desse posto acontecia conforme a classe da qual o samurai pertencia. Os samurais não respondiam aos magistrados, ainda que esses fossem cunhados da própria classe de samurais. Os magistrados assistentes (yoriki) operavam como detetives; enquanto os policiais comuns (doshin), que faziam a manutenção da paz cívica diária, estavam entre os homens de classe mais inferior, e empunhavam porretes em vez de espadas. Os magistrados de maior nível atuavam como juízes e júris, resolvendo disputas, determinando sentenças e julgando casos em tribunais.&nbsp;Ou seja, quanto mais baixo o posto de aplicação da lei, mais inferior a classe de samurais da qual os oficiais foram retirados.<h2>Uma estrutura implacável</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28171047927603.jpg" alt="(Fonte: History Notes/Reprodução)">(Fonte: History Notes/Reprodução)Os samurais costumavam lidar com fazendeiros, comerciantes e artesões. Todos considerados a classe baixa na estrutura social, porém, ainda assim, eles não podiam cometer atos de injustiça deliberada apenas para fazer valer sua autoridade sobre quem era inferior.A punição por qualquer tipo de crime ou transgressão foi bastante rigorosa e severa no Japão medieval, e isso era aplicado em todas as classes sociais - ainda que com níveis diferentes. Roubo, assassinato e estupro foram definidos como "crimes imperdoáveis", que geravam uma dívida social grande, muito além do efeito sobre a vítima, e que só poderia ser paga com a vida do criminoso.No entanto, esses crimes não carregavam o mesmo peso quando cometidos por alguém que possuía dinheiro.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Look and Learn&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSWVZU2cKqPMC6r1o_qdGFXmX7GUjSsjEqyRk35MKmW8E096vHPc6n_LNvkPw-vh30UCyY&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28171323505605.jpg" alt="(Fonte: Look and Learn/Reprodução)">(Fonte: Look and Learn/Reprodução)O código kirisute-gomen, dava o direito ao samurai de decapitar plebeus que os insultassem de alguma forma, deixando o corpo onde estava sem medo de qualquer tipo de represália. Ainda assim, o incidente precisava ser relatado aos funcionários do governo no mesmo momento, sendo que o samurai deveria ser detido por 20 dias e testemunhas chamadas para corroborar os fatos que o levaram a tomar aquela atitude.Contudo, isso foi uma exceção pregada durante um período de guerra. Se um samurai assassinasse um fazendeiro sem motivo relevante aparente, ou sob uma falsa acusação de insulto, então o samurai seria considerado uma vergonha para seu senhor militar e família, recebendo como punição a morte por suicídio antes da estripação.A rigidez do exercício da lei pelos samurais permitiu que eles não pudessem simplesmente sair matando pessoas que esbarrassem neles sem querer ou que não gostassem de sua presença em propriedades. Além disso, impediu que outras pessoas os provocassem de alguma maneira, tentando medir força.</body>

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Como a estrutura de punição do Japão medieval controlava injustiças

Imagem de Como a obsessão de Hoxha por bunkers destruiu a Albânia em 1970 no megacurioso

Para o líder isolacionista, a defesa era mais importante que cultivar alimentos, o que fez da Albânia o país mais pobre da Europa

Al&eacute;m de ser perturbado, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120308-as-atrocidades-cometidas-por-josef-stalin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Josef Stalin</a> ficou conhecido, grande parte, por sua mente muito paranoica, caracter&iacute;stica que, consequentemente, fez dele um amante das for&ccedil;as policiais secretas e do isolacionismo. N&atilde;o &eacute; para menos que, em 1934, ele permitiu que seu bra&ccedil;o direito, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115768-area-de-testes-de-semipalatinsk-desastre-na-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lavrenti Beria</a>, perfurasse o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/122273-tbilisi-guarda-uma-cidade-subterranea-construida-pela-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">subterr&acirc;neo inteiro de Tbilisi</a>, cidade capital da Ge&oacute;rgia.
Isso fez parte da obsess&atilde;o de Stalin por <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121707-bunkers-apocalipticos-o-negocio-que-fatura-milhoes-por-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bunkers</a> que desenvolveu diante &agrave; imin&ecirc;ncia da guerra, visando se proteger e tamb&eacute;m ao seu povo contra a amea&ccedil;a de uma invas&atilde;o.&nbsp;Com um legado desse, era de se esperar que admiradores ascendessem sobre seus princ&iacute;pios, inclusive herdando as obsess&otilde;es que prosperaram no seu regime comunista. E foi assim que Enver Hoxha quase destruiu a Alb&acirc;nia.
<h2>Um homem incontrol&aacute;vel</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223050930733.jpg" alt="Enver Hoxha. (Fonte: Michael Harrison/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Enver Hoxha. (Fonte: Michael Harrison/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A jornada de Hoxha no governo da Alb&acirc;nia come&ccedil;ou logo ap&oacute;s a r&aacute;pida campanha militar italiana que invadiu o pa&iacute;s e provocou um conflito, de 7 a 12 de abril de 1939, como parte das pol&iacute;ticas imperialistas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120077-as-atrocidades-cometidas-por-mussolini-nao-conheceram-limites.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Benito Mussolini</a>&nbsp;se espalhando pela Europa ap&oacute;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> ter declarado <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121183-auschwitz-o-que-aconteceu-la-apos-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial i</a>nvadindo a Pol&ocirc;nia.
Em 1941, Hoxha se juntou ao Partido do Trabalho da Alb&acirc;nia, e dois anos depois, a Alemanha nazista invadiu o pa&iacute;s. As for&ccedil;as armadas sem equipamentos ou estrat&eacute;gia militar adequadas da Alb&acirc;nia j&aacute; haviam sido esmagadas pelos italianos, por&eacute;m a resist&ecirc;ncia permaneceu, assim como aconteceu quando os nazistas chegaram.
Valendo-se do terreno montanhoso do pa&iacute;s, perfeito para guerrilha, o povo ganhou a reputa&ccedil;&atilde;o de resistir ferozmente contra os invasores, apesar das m&iacute;nimas chances. Eles foram liderados por Hoxha, que instaurou o lema de que os albaneses deveriam estar sempre prontos, e foi assim que foram ganhando campo e crescendo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223248055734.jpg" alt="Invas&atilde;o italiana na Alb&acirc;nia. (Fonte World War II Wiki/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Invas&atilde;o italiana na Alb&acirc;nia. (Fonte World War II Wiki/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A derrota dos inimigos nazistas aconteceu em 8 novembro 1944, durante a liberta&ccedil;&atilde;o da capital Tirana, quando o ex&eacute;rcito desorganizado de comunistas e nacionalistas j&aacute; acumulava 70 mil homens. A essa altura, Hoxha j&aacute; havia sido eleito, em mar&ccedil;o de 1943, aos 34 anos, primeiro-secret&aacute;rio da Alb&acirc;nia, ascendendo ao poder como chefe simb&oacute;lico do pa&iacute;s.
O alinhamento de ideais e vis&otilde;es pol&iacute;ticas transformou a cabe&ccedil;a de Hoxha ao consolidar seu poder, exterminando n&atilde;o s&oacute; fac&ccedil;&otilde;es rivais como at&eacute; mesmo colegas l&iacute;deres de resist&ecirc;ncia que se opuseram &agrave; maneira como estava conduzindo. A Alb&acirc;nia se tornava oficialmente um Estado comunista alinhado com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121602-como-sovieticos-de-1960-viam-os-100-anos-da-revolucao-em-2017.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica</a>, enfrentando uma crise diplom&aacute;tica ap&oacute;s a outra, rompendo in&uacute;meras rela&ccedil;&otilde;es, a come&ccedil;ar com a vizinha Iugosl&aacute;via.
<h2>A tarefa de Gjici</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223400915735.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda que Hoxha tenha reconstru&iacute;do o pa&iacute;s em v&aacute;rios aspectos, ap&oacute;s a devasta&ccedil;&atilde;o causada pela guerra, instalando a primeira ferrovia, elevando a taxa de alfabetiza&ccedil;&atilde;o de adultos de 5% para 90%, eliminando <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118178-quais-sao-as-diferencas-entre-pandemia-epidemia-e-surto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemias</a>, eletrificando o pa&iacute;s e o levando &agrave; independ&ecirc;ncia agr&iacute;cola &mdash;, o l&iacute;der tamb&eacute;m fez da Alb&acirc;nia uma ostra. Foi proibido a religi&atilde;o, viagens para o exterior e propriedade privada, fechada ou convertida para usos seculares, como templos religiosos. Os dissidentes pol&iacute;ticos foram executados ou confinados em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121887-gulag-a-brutal-vida-de-um-prisioneiro-no-campo-sovietico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o de trabalho for&ccedil;ado</a>.
A Alb&acirc;nia rapidamente se tornou o pa&iacute;s mais isolado do mundo, sem nenhuma conex&atilde;o com pa&iacute;ses de fora, nos confins do sudeste europeu e, assim, Hoxha chegou &agrave; conclus&atilde;o de que seu socialismo extremo o havia tornado vulner&aacute;vel a ataques. Com isso em mente, ele incumbiu Feti Gjici de ser planejador-chefe de um projeto: criar uma rede de bunkers na cidade de Kukes, no norte do pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223511180736.jpg" alt="Feti Gjici. (Fonte: ABC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Feti Gjici. (Fonte: ABC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A princ&iacute;pio, no come&ccedil;o de 1970, o projeto era apenas criar a maior quantidade o poss&iacute;vel de abrigos antibombas. Por&eacute;m, dez anos mais tarde, a proposta j&aacute; era instalar uma verdadeira cidade r&eacute;plica no subterr&acirc;neo de Kukes, com t&uacute;neis cada vez mais longos, salas, gr&aacute;ficas que alimentavam a propaganda sovi&eacute;tica, hospitais e padarias. &Aacute;gua e luz seriam implementadas por reservat&oacute;rios, bem como um centro de comando do ex&eacute;rcito, um posto policial e um tribunal.
A ideia era que 10 mil pessoas pudessem habitar o lugar de maneira autossuficiente, estimando um per&iacute;odo de no m&iacute;nimo 6 meses. Se o projeto funcionasse, ent&atilde;o a amplia&ccedil;&atilde;o aconteceria de maneira cada vez mais r&aacute;pida, at&eacute; que toda a cidade fosse replicada no subsolo. O empenho foi t&atilde;o grande do governo que um assentamento em Kukes foi inundado com um lago artificial para servir como usina hidrel&eacute;trica para a cidade subterr&acirc;nea.
E tudo isso precisava acontecer de maneira ultrassecreta, sem que a popula&ccedil;&atilde;o desconfiasse de nada, afinal, o temor de infiltrados era algo recorrente, o que poderia arruinar drasticamente os planos. Foi por isso que Gjici s&oacute; p&ocirc;de trabalhar com uma equipe de 30 homens especializados em constru&ccedil;&atilde;o civil, cujas vidas foram minuciosamente examinadas pelos servi&ccedil;os de seguran&ccedil;a pol&iacute;tica.
&ldquo;Quanto menos pessoas soubessem, melhor&rdquo;, declarou Gjici, em mat&eacute;ria ao The Guardian, em fevereiro de 2020.
<h2>A devasta&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223615868737.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao longo da d&eacute;cada de 1980, nos momentos finais da constru&ccedil;&atilde;o, as autoridades realizaram exerc&iacute;cios regulares de confinamento quando a sirene soava pela cidade, fazendo a popula&ccedil;&atilde;o se mover de suas casas para se esconder no subsolo em apenas 7 minutos, atrav&eacute;s das 30 entradas que davam acesso &agrave; rede de bunkers que se estendiam por v&aacute;rios quil&ocirc;metros.
Uma vez l&aacute; em baixo, por&eacute;m, o povo precisava se manter inerte, impedido de circular pelos t&uacute;neis, porque tudo ainda era confidencial, e eles s&oacute; poderiam saber do que se tratava quando aquilo n&atilde;o mais fosse um exerc&iacute;cio.
Hoxha morreu no raiar da manh&atilde; de 11 de abril de 1985, aos 76 anos, ap&oacute;s sofrer por 48 horas de epis&oacute;dios repetidos de arritmia. Seu projeto foi conclu&iacute;do em 1989, quando a eletricidade e &aacute;gua foram instaladas, tendo consumido cerca de 80% dos recursos militares. Os bunkers se tornaram mais importantes do que cultivar alimentos, com a defesa acima de todos os deveres do pa&iacute;s &mdash; e isso o levou &agrave; ru&iacute;na.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/28/28223854759738.jpg" alt="(Fonte: Brick History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Brick History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com Ramiz Alia no poder como substituto de Hoxha, a Alb&acirc;nia permaneceu o pa&iacute;s mais pobre da Europa, apesar de ter permitido uma reforma econ&ocirc;mica gradual, por&eacute;m mantendo o culto ao antigo l&iacute;der e seu regime de censura.
Antes que algumas das &aacute;reas dos bunkers pudessem ser equipadas para come&ccedil;ar a exercer a fun&ccedil;&atilde;o para o qual foram planejadas, o regime da Alb&acirc;nia caiu, em mar&ccedil;o de 1992, em meio a uma cat&aacute;strofe econ&ocirc;mica e caos social.
Atualmente, os bunkers se tornaram museus para turistas, com suas estruturas povoando a cidade de Kukes, erguendo-se do solo em mon&oacute;litos hist&oacute;ricos de um passado obscuro.

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Como a obsessão de Hoxha por bunkers destruiu a Albânia em 1970

Imagem de Como um sultão deu origem ao poderoso Império Otomano? no megacurioso

Osman I estava no lugar certo, na hora certa

<head></head><body>Durante o final do século XIII, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/42967-conheca-15-belezas-naturais-do-oriente-medio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oriente Médio</a> passava por um período de forte instabilidade política. No sul, os mamelucos — ex-escravos que assumiram o poder no Egito — mantinham o poder no Cairo. No norte e no leste, o Império Mongol dominava. Enquanto isso, o Império Bizantino já não possuía a força de seus tempos de glória.Neste cenário conturbado, o turco Osman I dá início ao que ficou conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/67240-confira-5-dos-maiores-imperios-que-ja-existiram-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Otomano</a> (em árabe, a grafia de Osman é Uthman, daí o termo "otomano"). O momento em que Osman chegou na região foi o mais perfeito possível, pois sem uma estabilidade política, foi mais fácil para dominar a região. Ele era o homem certo, no lugar certo, na hora certa.<h2>Origem e expansão</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23111641236160.jpg" alt="Osman I.">Osman I.A história de Osman I é bastante imprecisa, uma vez que os turcos não deixaram registros escritos até o século XV, pouco mais de 100 anos após a sua morte. Apesar disso, sabe-se que ele se aproveitou da instabilidade política na região da Anatólia — que atualmente corresponde a maior parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121766-maior-cidade-subterranea-do-mundo-e-descoberta-na-turquia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turquia</a> — para dominá-la. De lá, o sultão Osman I inicia sua dominação sobre o então decadente Império Bizantino.O primeiro evento que é possível afirmar que teve a participação do sultão foi a Batalha de Bafeu. Ela aconteceu em 1301 ou 1302, e foi responsável por marcar o declínio do Império Bizantino e por consolidar a expansão dos Otomanos.Osman I é citado como um líder carismático e bem aceito pelos otomanos. Sob o seu comando, o Império Otomano viveu um período de expansão e prosperidade, cuja principal vitória aconteceu em 1324, quando seu filho, Orcano I, capturou a cidade bizantina de Bursa e a tornou capital do Estado otomano. Nesta época Osman I já estava bastante debilitado, e não participou da batalha, mas os poucos registros históricos sugerem que ele teve conhecimento do sucesso da campanha.<h2>Declínio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23112137345161.jpg" alt="Mehmed VI, o último sultão do Império Otomano, deixando o país após a abolição do sultanato otomano.">Mehmed VI, o último sultão do Império Otomano, deixando o país após a abolição do sultanato otomano.O Império Otomano resistiu por mais de seiscentos anos. Entre os séculos 14 e 16, os otomanos viveram o seu apogeu, expandido o território e governando com relativa tranquilidade. Em 29 de maio de 1453, Maomé II, o Conquistador, foi o responsável por liderar seu exército e capturar a cidade de Constantinopla. Este evento marca o fim do Império Bizantino e é considerado por alguns historiadores como o fim do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121356-3-habitos-alimentares-medievais-que-mudaram-a-historia-da-culinaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período medieval</a>.O Império Otomano tem seu declínio a partir do século XIX, marcado por revoltas populares e por conflitos com outras nações. No início do século XX, o Império ocupava o norte da África, a região do Cáucaso, o leste e o norte da Península Arábica e toda a região da Anatólia. Com uma área tão grande, e uma situação econômica cada vez mais debilitada, o Império Otomano chega ao fim após a Primeira Guerra Mundial, quando o sultanato otomano é abolido em 17 de novembro de 1922.</body>

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