Estilo de vida
04/11/2013 às 13:05•2 min de leitura
Muitos nazistas do alto escalão eram apreciadores da arte e confiscavam diversas obras de pintores famosos das coleções de alguns judeus, principalmente pelo alto valor das raridades. Muitas foram perdidas com o fim da Segunda Guerra Mundial, mas nem todas elas desapareceram, conforme foi divulgado na publicação alemã Online Focus nesta segunda-feira.
O site anunciou que mais de 1,5 mil pinturas, que eram tidas como destruídas na Segunda Guerra Mundial, foram encontradas na Alemanha depois que autoridades acompanharam algumas pistas e certa intuição.
Há três anos, os funcionários aduaneiros realizaram uma verificação de rotina em um trem da que ia da Suíça para a Alemanha. Neste trem, estava Cornelius Gurlitt, de 80 anos, um morador recluso de Munique, que teria tido um comportamento estranho na ocasião.
Porém, eles nunca poderiam ter imaginado que a razão para o comportamento de Gurlitt era a apropriação de um tesouro em obras de arte importantes. Eles intimaram o homem para averiguação e constataram que ele tinha 9 mil euros em dinheiro, fruto da venda de uma das obras escondidas.
Na verdade, Gurlitt era um homem “que não existia", segundo disse um policial ao Online Focus. Ele nunca trabalhou no país, não tem os registros obrigatórios com a polícia, autoridades fiscais ou serviços sociais, nem seguro de saúde. Apesar disso, e do dinheiro que estava com ele, o homem foi liberado, mas a polícia ficou com a pulga atrás da orelha.
Por isso, a investigação ao homem continuou em 2011, quando as autoridades localizaram a casa de Gurlitt e a revistaram. O local era um apartamento de orçamento miserável nos subúrbios de Munique, mas que escondia um tesouro. Atrás de montanhas de comida podre e décadas de latas velhas, estava uma coleção de obras de arte que poderiam valer mais de 1,35 bilhão de dólares, incluindo pinturas de Picasso, Matisse e Renoir.
Uma das obras de Matisse encontradas Fonte da imagem: Reprodução/Daily Mail
Segundo os investigadores, a coleção aparentemente veio do pai de Gurlitt, Hildebrandt, que era um historiador de arte quando os nazistas tomaram o poder nos anos 30. Ele teria adquirido centenas de quadros vendidos por preço de banana pelos judeus, que estavam tentando escapar do regime nazista, e as repassou para o seu filho antes de morrer.
Além disso, muitas das obras foram consideradas como "depreciativas" pelos nazistas e foram encaminhadas para destruição. Mas, obviamente, elas não tiveram esse destino e foram parar nas mãos de Cornelius Gurlitt, que vendia uma ou outra de vez em quando para arranjar dinheiro para viver sem levantar suspeitas.
A busca agora é para os proprietários originais das obras de arte. Acredita-se que uma das pinturas de Matisse possa pertencer a Anne Sinclair, esposa do desonrado político Dominique Strauss-Kahn, ex-chefe do Fundo Monetário Internacional.