Saber como agir com alguém que está de luto não é fácil: muitas pessoas pioram a situação na intenção de ajudar. Mas é possível evitar esses erros.

A morte de uma pessoa querida é um das piores traumas pelos quais passamos na vida. Por isso, é perfeitamente normal não saber o que dizer para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118673-quais-sao-as-fases-do-luto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alguém que está de luto</a> — ainda que você já tenha passado por algo parecido.&nbsp;Ao mesmo tempo, nós sentimos vontade de ajudar e queremos dizer algo que possa confortar nosso amigo, familiar ou cônjuge em luto. O problema é quando nossas palavras de conforto, na melhor intenção de ajudar, fazem com que a pessoa enlutada se sinta pior.&nbsp;Nós vivemos numa <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124123-como-nosso-cerebro-lida-com-o-luto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sociedade onde o luto</a>, por mais frequente que possa ser, não é debatido. Então, as pessoas não são ensinadas sobre como falar desse sentimento. Pensando nisso, é interessante buscar dicas de especialistas para saber como expressar suas condolências da melhor forma possível — e realmente ajudar a pessoa em luto.&nbsp;<h2>1. Evite frases feitas e platitudes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25094437193000.jpg" alt="Prefira dizer algo sincero, ao invés de frases feitas (Fonte: Freepik)"><figcaption>Prefira dizer algo sincero. (Fonte: Freepik)</figcaption></figure></figure>Existem muitas frases sobre luto que inundam os comentários dos posts de pessoas que perderam alguém e são ouvidas à exaustão em <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/75478-a-origem-do-enterro-do-velorio-e-de-outros-costumes-ligados-a-morte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">velórios</a>: "você vai superar", "você precisa ser forte", "isso vai passar", e até os mais simples "meus pêsames" e "meus sentimentos". Por mais que essas frases sejam bem intencionadas, a pessoa percebe que você está falando só por falar. Com isso, ela pode se sentir ainda mais sozinha nesse momento tão difícil.Como evitar esse erro: Diga qualquer coisa do fundo do coração, colocando-se no lugar das pessoas enlutadas e pensando no que você gostaria de ouvir se estivesse no lugar delas. Se não conseguir pensar em nada, um abraço sincero pode valer mais que qualquer palavra.&nbsp;<h2>2. "Como ele/ela morreu?"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25101258446004.jpeg" alt="Evite perguntar sobre a morte para a pessoa enlutada (Fonte: RDNE Stock/Pexels)"><figcaption>Evite perguntar sobre a morte para a pessoa enlutada. (Fonte: RDNE Stock/Pexels)</figcaption></figure></figure>Essa curiosidade é genuína, especialmente se <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125327-o-dia-dos-mil-mortos-uma-das-maiores-tragedias-da-seca-no-nordeste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a morte foi inesperada</a>. Porém, perguntar sobre isso diretamente para as pessoas enlutadas é um pouco insensível — afinal, pode ter ocorrido de forma traumática e falar sobre isso pode piorar a sensação de luto.&nbsp;Como evitar esse erro: Diga algo como "se você quiser falar sobre isso, eu estou aqui, mas se quiser falar sobre outras coisas ou não quiser conversar, eu estou aqui também". Isto é, apenas ofereça sua companhia e apoio, independente do que a pessoa diga. Se você realmente quer saber sobre a morte, pergunte para alguém menos próximo que está em melhores condições.&nbsp;<h2>3. "Se precisar de algo, me chame"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25095140612001.jpg" alt="Ofereça algo ao invés de oferecer uma ajuda vaga (Fonte: Freepik)"><figcaption>Ofereça algo, ao invés de oferecer ajuda de forma vaga. (Fonte: Freepik)</figcaption></figure></figure>Por mais sincera que seja sua vontade de ajudar, muitas pessoas dizem frases como essa da boca para fora — sem real disposição de fazer algo. Além disso, a pessoa enlutada pode sentir vergonha de pedir ajuda ou estar sofrendo tanto que nem ela mesma sabe do que precisa.&nbsp;Como evitar esse erro: Pense nas necessidades da pessoa enlutada e ofereça diretamente o que você pode fazer para ajudar, como resolver burocracias, levar um prato de comida para a pessoa, fazer uma faxina ou passear com seus cachorros. E se você não tem intimidade com a pessoa enlutada para fazer essas coisas, não é necessário oferecer ajuda só por educação.<h2>4. "Eu sei o que você está sentindo"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25095348639002.jpeg" alt="Ninguém sabe como cada pessoa enlutada vai se sentir (Fonte: Ben White/Unsplash)"><figcaption>Além dela, ninguém sabe como a pessoa enlutada se sente. (Fonte: Ben White/Unsplash)</figcaption></figure></figure>Essa é outra frase bem intencionada que pode ser um erro: mesmo que você já tenha passado por uma experiência parecida, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122955-por-que-sofremos-com-a-morte-de-pessoas-que-nao-conhecemos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">luto</a> não é o mesmo para todos. Afinal, você talvez não saiba como estava a relação do enlutado com o falecido naquele momento, ou que outras coisas estão passando pela cabeça da pessoa.&nbsp;Como evitar esse erro: Você pode dizer algo como "eu não sei o que você está sentindo, mas eu estou aqui para escutar". Assim, a pessoa vai se sentir respeitada em seus sentimentos.&nbsp;<h2>5. "Como você está se sentindo?"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25095906330003.jpeg" alt="Tenha tato para perguntar como a pessoa enlutada está (Fonte: Liza Summer/Pexels)"><figcaption>Tenha tato para perguntar como a pessoa enlutada está. (Fonte: Liza Summer/Pexels)</figcaption></figure></figure>É normal querer saber como um amigo, familiar ou pessoa querida está após perder alguém. O problema é quando você pergunta isso de qualquer forma, na fila do supermercado ou quando encontrou a pessoa casualmente na rua. Às vezes, a pessoa só está tentando seguir em frente e você está trazendo todos os sentimentos negativos à tona.&nbsp;Como evitar esse erro: Se a perda é muito recente, você pode simplesmente se oferecer para conversar sobre o assunto, caso a pessoa enlutada queira. E se já tiver passado um tempo, só converse normalmente — se a pessoa enlutada quiser falar sobre a perda, ela vai fazer isso.<h2>6. "A pessoa está num lugar melhor"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25102032802005.jpg" alt="Nem todo mundo irá receber bem essa frase, por melhor que seja (Fonte: Freepik)"><figcaption>Nem todo mundo irá receber bem essa frase, por melhor que seja. (Fonte: Freepik)</figcaption></figure></figure>Essa é uma frase muito bem intencionada e com a qual muitas pessoas enlutadas podem até concordar. Porém, esse é um tipo de pensamento que depende da crença da pessoa enlutada sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128594-o-que-acontece-quando-nos-morremos-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">além-vida</a>. E mesmo que a pessoa creia que seu ente querido irá para um lugar melhor, ela pode simplesmente estar sentindo falta desse ente ali, ao seu lado. &nbsp;Como evitar esse erro: Você pode simplesmente evitar essa frase e falar algo sincero sobre o que está sentindo, até porque você também pode estar compartilhando esse luto, em maior ou menor grau. Além disso, você pode se oferecer para conversar sobre o ente que faleceu — e compartilhar memórias felizes sobre essa pessoa.&nbsp;<h2>7. "Veja pelo lado bom"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25103219684007.jpg" alt="É difícil enxergar "><figcaption>É difícil enxergar "um lado bom" após perder alguém. (Fonte: Freepik)</figcaption></figure></figure>Frases como essa, que tentam enxergar algo positivo em meio à tragédia, podem até parecer que vão aliviar o sofrimento da pessoa. E, de fato, coisas boas podem surgir de situações ruins — nem que seja um aprendizado.&nbsp;Porém não é no momento do luto, passando por uma dor tão intensa, que a pessoa pensará nisso. Isso é uma tentativa de acelerar o processo do luto, que é bastante pessoal e demora um tempo diferente para cada um.&nbsp;Outra possibilidade dentro desse tema é "pensar no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127661-e-possivel-que-no-futuro-a-humanidade-more-em-cidades-subterraneas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futuro</a>". Por exemplo, dizer a alguém que perdeu um filho pequeno que ela pode ter outros, ou a uma pessoa viúva que ela pode se casar novamente. A pessoa não está no momento de fazer planos para o futuro — e uma outra pessoa não substitui aquela que partiu.&nbsp;Como evitar esse erro: Reconheça que a situação é horrível e que a pessoa tem sim direito de sofrer, dizendo algo como "tudo isso é horrível e se quiser colocar para fora, eu estou aqui".&nbsp;<h2>8. "Não chore" ou "você precisa ser forte"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25104141949009.jpeg" alt="Você quer ver a pessoa bem, mas não deve acelerar seu luto (Fonte: Transly Translation/Unsplash)"><figcaption>A pessoa enlutada tem direito de chorar e se sentir fraca. (Fonte: Transly Translation/Unsplash)</figcaption></figure></figure>A boa intenção por trás dessas frases são claras: você quer ver a pessoa bem e quer que ela volte a ser funcional. Além disso, podem ter outras questões dependendo dela, como cuidado com os filhos ou trabalho. Mas esse é outro caso em que você está tentando acelerar o processo de luto de outra pessoa.&nbsp;Como evitar esse erro: Deixe a pessoa enlutada chorar, ofereça seu ombro amigo para isso e sua ajuda, buscando uma água ou lenços para secar as lágrimas. Caso existam outras questões que dependam da pessoa enlutada, ofereça ajuda para realizá-las.<h2>9. "Você está sendo tão forte!"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25104904112010.jpg" alt="Às vezes a pessoa enlutada só parece forte por fora (Fonte: Freepik)"><figcaption>Às vezes a pessoa enlutada só parece forte por fora. (Fonte: Freepik)</figcaption></figure></figure>Muitas pessoas enlutadas podem ter suas próprias percepções distorcidas sobre o luto. Elas podem pensar que precisam ser fortes, por exemplo, e não podem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126985-a-testosterona-faz-com-que-os-homens-chorem-menos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chorar</a>. Ou elas apenas se sentem tão mal que nem conseguem colocar para fora o que estão sentindo. Então, elogiá-las por uma força que elas nem precisariam ter nesse momento pode piorar a situação.Como evitar esse erro: Pelo contrário, diga algo como "você não precisa ser forte nessa hora, e se quiser desabafar, eu estou aqui". Além disso, evite dizer que essa perda tornará a pessoa mais forte — por mais que isso possa ser verdade, não vai ajudar no momento.<h2>10. "Você precisa superar!"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25105517335011.jpeg" alt="Às vezes, o sentimento de luto volta quando menos se espera (Fonte: Cottonbro Studio/Pexels)"><figcaption>Às vezes, o sentimento de luto volta quando menos se espera. (Fonte: Cottonbro Studio/Pexels)</figcaption></figure></figure>Essa é uma frase que costuma aparecer quando a perda não é mais tão recente e você pode até achar que o luto foi superado. Então, vem uma lembrança e a pessoa parece "regredir" em seu sofrimento. Mas a verdade é que por mais que existam <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118673-quais-sao-as-fases-do-luto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fases do luto</a>, elas não acontecem de forma linear, uma após a outra.&nbsp;Como evitar esse erro: Simplesmente deixe a pessoa chorar, se quiser, e se ofereça para falar sobre aquilo que ela está sentindo. E se você não estiver disposto a conversar, pode dizer que vai deixar a pessoa à vontade — em muitos casos, ela realmente só quer ficar sozinha.Para finalizar, vale a pena reforçar que muitos desses erros são cometidos na melhor intenção de ajudar. Contudo, se você cometer algum deles e a pessoa parecer pior ou ofendida, sempre é possível pedir desculpas e assumir que você não sabe o que dizer.

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10 coisas que você não deve dizer a alguém que está de luto (e como evitar esses erros)

Quem já tomou cerveja quente sabe como pode ser ruim... Mas por que a temperatura faz tanta diferença na nossa sensação ao tomar esse líquido?

Se você costuma beber cerveja, você provavelmente já passou pela experiência de provar um gole que não estava tão gelado quanto deveria e causou nojo. Pior ainda é quando você pega aquela cerveja "trincando", se distrai e, quando vai tomá-la, percebe que ela já esquentou.&nbsp;A opinião de que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127359-estudo-diz-que-a-cerveja-foi-a-grande-responsavel-pelo-desenvolvimento-da-civilizacao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cerveja</a> deve ser servida gelada é bastante comum — especialmente entre os brasileiros. Mas por que a temperatura faz tanta diferença na sensação que temos ao tomar uma bebida? Parece que a ciência pode explicar isso!Um grupo de pesquisadores da China observou como as moléculas de álcool se comportam em diversas temperaturas, do frio ao quente. Os primeiros testes foram feitos com baijiu, um tipo de licor de grãos tradicional chinês que, assim como a cerveja, também é fermentado — embora seja servido em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118910-se-nossa-temperatura-e-de-37-c-por-que-sentimos-calor-com-mais-de-25-c.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura ambiente</a>.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25115545657015.jpg" alt="Existe uma razão científica pra cerveja gelada ser melhor (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Existe uma razão científica para a cerveja gelada ser melhor (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>A temperatura faz diferença no álcool</h2>As descobertas dos cientistas chineses sobre o baijiu podem trazer insights sobre a diferença na cerveja em diferentes temperaturas. Isso porque, conforme o líquido fica mais gelado, suas moléculas de álcool se juntam. Elas se organizam em formações que lembram correntes, que resultam em um sabor mais robusto e agradável para a maioria das pessoas.&nbsp;Dito isso, é claro que a temperatura exata para uma cerveja ser considerada gelada ou quente é diferente para cada pessoa. E isso também depende da variedade que você está tomando.No Brasil, as cervejas mais comuns são as pilsen (também chamadas de pilsner), que são mais leves e precisam mesmo ser servidas geladas. Especialmente no verão, é normal ver cervejas em geladeiras com temperatura negativa, por exemplo, e manter os copos no freezer para que o líquido demore mais a esquentar.&nbsp;Contudo, outros tipos de cerveja mais encorpados, comuns nos Estados Unidos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128333-historia-do-cheiro-da-europa-e-contada-em-nova-enciclopedia-online.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Europa</a>, não devem ser servidos gelados — mas sim frios. Você pode tomar uma pale ale a até 7 °C ou 10&nbsp;°C, enquanto as autênticas cervejas belgas ou alemãs são saboreadas a até 15 °C, principalmente no rigoroso inverno desses países. É por isso que muitas pessoas comentam que alemães só tomam cerveja quente.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25122001023000.jpg" alt="O tipo de copo também influencia na experiência (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O tipo de copo também influencia na experiência (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>Uma percepção pessoal, mas com razões de ser</h2>Nesse ponto, nós também devemos levar em conta que a percepção de temperatura também é pessoal e passa por construções sociais — já que o Brasil é um país majoritariamente quente e a Europa possui invernos rigorosos. Também vale observar que uma cerveja gelada demais, a ponto de congelar, pode perder seus sabores e aromas. Por isso, cervejas mais aromáticas e encorpadas não podem ser servidas com temperatura próxima de 0&nbsp;°C, como as pilsens.&nbsp;As pessoas que entendem de cerveja também vão dizer que o estilo do copo faz diferença no sabor da bebida: as pilsens e lagers são servidas em copos altos e finos, as alemãs geralmente em canecas mais baixas, e outras cervejas europeias em cálices ou tulipas.&nbsp;Cada tipo de copo faz diferença para detalhes importantes: deixar mais ou menos líquido em contato com o ar, permitir que você beba goles maiores ou menores, servir toda a cerveja de uma só vez (o que é essencial para as weizenbier, feitas de trigo) e várias outras questões.&nbsp;Mas tudo isso, é claro, só é importante se você realmente se importa com esses detalhes. Se você só quer se refrescar com uma pilsen bem gelada, pode colocar a garrafa no gelo e seus copos no <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123407-como-congelar-e-armazenar-alimentos-corretamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">congelador</a>, para que ela fique na temperatura mais baixa possível.

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Por que a cerveja fica melhor quando está gelada?

Os Jogos Olímpicos celebram o espírito esportivo, mas alguns atletas deixam isso de lado pelo objetivo de ganhar a medalha de ouro.

Os Jogos Olímpicos são, em essência, a celebração universal do espírito esportivo. Há até uma citação famosa do fundador das Olimpíadas da Era Moderna, o Barão Pierre de Coubertin, que diz que "o importante é competir".&nbsp;Entretanto, nem todos os atletas demonstram esses ideais olímpicos quando chegam à maior competição esportiva do mundo. Alguns são capazes de tudo para ganhar — até trapacear.&nbsp;Naturalmente, esse tipo de manobra em um evento tão visado como os Jogos Olímpicos atrai bastante atenção, tornando-se um escândalo. A seguir, nós resgatamos seis entre os maiores escândalos de trapaça das Olimpíadas modernas.&nbsp;<h2>1. A corrida mais suja</h2>Não é à toa que a disputa dos 100 metros rasos das Olimpíadas de Seul 1988 são lembrados como "a corrida mais suja da história". O canadense Ben Johnson saiu com a medalha de ouro, mas teve que devolvê-la dias depois, porque testou positivo para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122892-roid-rage-a-erupcao-de-furia-assassina-causada-por-anabolizantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esteroides</a>. Para se defender, ele disse que o uso de anabolizantes não era trapaça se todo mundo estivesse usando.&nbsp;O argumento de Johnson era surpreendente, mas não estava exatamente errado: a medalha de ouro foi para Carl Lewis, que tinha testado positivo para substâncias banidas durante o pré-olímpico daquele ano, mas não havia sido banido dos Jogos. E o terceiro colocado, que ficou com a prata após a desclassificação de Johnson, também testou positivo para pseudoefedrina — mas escapou de perder a medalha ao colocar a culpa do resultado num chá de ginseng.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22093558331018.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>O canadense Ben Johnson saiu com a medalha de ouro, mas teve que devolvê-la dias depois. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>2. Devolva as medalhas!</h2>A atleta estadunidense Marion Jones também teve que abrir mão de seus ouros após ser pega no <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119591-como-funciona-o-exame-antidoping-e-quais-criterios-sao-avaliados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antidoping</a>. Mas no caso dela não foi apenas uma medalha, mas sim cinco! Ela havia sido a primeira mulher a ganhar tantos ouros no atletismo olímpico, entre os Jogos de Sidney (2000) e Atenas (2004).Depois de ganhar suas cinco medalhas de ouro, Marion Jones foi perseguida por acusações de uso de esteroides por algum tempo. Até que, em 2003, ela foi finalmente indiciada em uma investigação por distribuição de substâncias ilícitas. Ela começou negando as acusações, mas confessou o uso de esteroides em 2007 — sendo obrigada a devolver as medalhas e cumprir seis meses de reclusão.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22094258616019.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>A atleta estadunidense Marion Jones teve que abrir mão de seus ouros. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><h2>3. O segredo dos ouros</h2>No terceiro caso dessa lista, o doping foi em grande escala: diversas nadadoras da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) receberam substâncias ilícitas. O pior é que isso tudo aconteceu sem o conhecimento de muitas atletas, pois era um esquema governamental.&nbsp;Isso aconteceu entre os anos 1970 e 1980, quando as competições olímpicas foram dominadas por nadadoras do país — o exemplo mais notório é Montreal 1976, onde elas ganharam 10 das 13 medalhas em disputa, estabelecendo 8 recordes mundiais. As acusações eram frequentes, mas nenhuma atleta foi pega: os casos só foram revelados após a queda do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119619-como-aconteceu-a-fuga-mais-bem-sucedida-sob-o-muro-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Muro de Berlim</a>.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22100206730049.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>Diversas nadadoras da República Democrática Alemã receberam substâncias ilícitas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>4. Esgrima elétrica</h2>Outro escândalo de trapaça aconteceu nas Olimpíadas de Montreal, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119488-olimpiadas-entenda-o-que-e-o-pentatlo-moderno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pentatlo moderno</a>. O atleta da antiga União Soviética, Boris Onishchenko, era o favorito para ganhar a medalha de ouro. Mesmo assim, ele não quis jogar limpo.Na etapa da esgrima, todas as espadas eram elétricas e programadas para registar um ponto quando o oponente era tocado. Porém, Boris escondeu um botão na sua — podendo apertá-lo para marcar pontos quando quisesse. Assim que alguns atletas britânicos desconfiaram disso e denunciaram Boris à organização, ele foi expulso das Olimpíadas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22101313386053.jpg" alt="Fonte: Getty Images"><figcaption>Boris escondeu um botão na sua espada, podendo apertá-lo para marcar pontos quando quisesse. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>5. Trapaceando para perder</h2>Nos casos anteriores, os atletas se utilizaram de artifícios para ganhar competições de forma ilícita. Mas nas Olimpíadas de Londres 2012, alguns times de badmínton feminino trapacearam para perder suas partidas — dois times da Coreia do Sul, um da China e outro da Indonésia até foram expulsos dos Jogos por esse motivo.&nbsp;Acontece que o campeonato de badmínton começou com uma fase de grupos e esses times, já classificados, queriam perder para enfrentar um adversário menos difícil na próxima fase. O desempenho deles foi tão ruim que os espectadores vaiaram, os organizadores perceberam e as atletas foram expulsas.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22102418349057.jpg" alt="Fonte: Getty Images"><figcaption>Nas Olimpíadas de Londres 2012, alguns times de badmínton feminino trapacearam para perder suas partidas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>6. Maratona de carro</h2>Para terminar essa lista, uma trapaça tão escandalosa que chega a ser engraçada. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120331-maratona-de-1904-a-prova-que-quase-fez-o-esporte-ser-banido-das-olimpiadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maratona de 1904</a>, em St. Louis (Estados Unidos), foi considerada extremamente difícil. Isso além do calor e da umidade, os atletas tinham que enfrentar ladeiras íngremes, trânsito e cães selvagens.Cansado disso tudo, o atleta estadunidense Fred Lorz decidiu descansar depois de 14 km de prova. Então, Lorz pegou uma carona de carro pelos 17 km seguintes e, quando este quebrou, voltou a correr, ganhando a prova. A trapaça foi rapidamente descoberta e Lorz perdeu a sua tão sonhada medalha de ouro.&nbsp;Quem ficou com ela foi um compatriota de Lorz, Thomas Hicks, que teve de parar e descansar, além de ser reanimado com estricnina, ovos crus e brandy, antes de cruzar a linha de chegada. O cubano Andarín Carvajal, quatro colocado, também parou para tirar uma soneca no meio da maratona, após comer maçãs estragadas.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22103432815064.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>Lorz pegou uma carona de carro por 17 km da maratona. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>É claro que vários outros escândalos de trapaça aconteceram na história centenária dos Jogos Olímpicos — mas esses seis estão entre os mais interessantes e que causaram maior debate.

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Olimpíadas: 6 trapaças que causaram escândalo no mundo do esporte

A maioria das lontras que usam ferramentas são fêmeas e, com isso, elas conseguem consumir presas maiores e proteger seus dentes.

Se você tentar morder um caranguejo de uma vez só, diretamente com seus dentes, você provavelmente vai quebrá-los, pois a carapaça do animal é dura. Por isso, nós costumamos usar ferramentas para comer essa iguaria. O que os cientistas descobriram recentemente é que as lontras-marinhas também passam pelo mesmo raciocínio.&nbsp;Um estudo recente, publicado na revista Science, mostrou que as lontras-marinhas utilizam ferramentas para lidar com alimentos maiores e mais duros, como um caranguejo. Assim, os animais conseguem preservar seus dentes e continuar se alimentando bem por mais tempo.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia mais sobre animais incríveis no Mega Curioso</a>!</li></ul><h2>Lontras usam ferramentas para abrir carapaças de presas</h2>Para chegar a tal descoberta, um grupo de pesquisadores e voluntários observou 196 lontras-marinhas da subespécie Enhydra lutris nereis, que está ameaçada de extinção e é monitorada por rádio. Essas lontras vivem na costa da Califórnia e há menos de dois mil delas na região.De modo geral, elas gostam de se alimentar de moluscos e ouriços-do-mar — que são menos duros e mais fáceis de abrir. Mas quando não encontram seus "pratos favoritos", elas precisam caçar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117157-e-verdade-que-tudo-vai-se-transformar-em-caranguejo-um-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caranguejos</a>, caramujos e outros bichos com carapaças mais duras. A partir disso, surge a necessidade de utilizar ferramentas, sendo as lontras-marinhas um dos únicos mamíferos que fazem isso, além dos seres humanos.Os pesquisadores observaram as lontras-marinhas utilizando rochas, conchas e até pedaços de lixo para abrir as carapaças e consumir suas presas mais facilmente. E o mais interessante: foi possível notar que isso diminui os danos aos dentes dos animais que usam ferramentas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/23/23170741797235.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>As lontras-marinhas fêmeas utilizam suas ferramentas com mais frequência do que os machos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>Fêmeas utilizam ferramentas com mais frequência&nbsp;</h2>Outra descoberta interessante dessa pesquisa foi que as lontras-marinhas fêmeas utilizam suas ferramentas com mais frequência do que os machos. Assim, elas conseguem se alimentar com presas maiores e até 35% mais duras, além de ter uma maior variedade de opções.Os cientistas também observaram que as fêmeas apresentam menos danos em seus dentes por conta disso. A condição dos dentes é essencial à sobrevivência das lontras-marinhas, que são animais carnívoros e podem morrer de fome se não tiverem dentes para mastigar as suas presas. Por outro lado, as fêmeas costumam ter menos forças para morder, tornando o uso de ferramentas ainda mais importante.&nbsp;"Criar filhotes exige bastante energia e as fêmeas precisam ser eficientes na sua alimentação. O estudo demonstra que a utilização das ferramentas é um comportamento importante para a sobrevivência", afirma Chris Law, que liderou a pesquisa quando era aluno da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.&nbsp;Por fim, é curioso observar que as lontras-marinhas não são a única espécie em que fêmeas utilizam mais ferramentas que os machos: com golfinhos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126716-chimpanze-e-bonobo-quais-semelhancas-eles-possuem-com-o-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chimpanzés e bonobos</a> ocorre algo semelhante. Nessas espécies, as fêmeas também são responsáveis pela criação dos filhotes e por ensiná-los a utilizar ferramentas, o que pode influenciar tal comportamento.

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Lontras usam ferramentas para se alimentar sem danificar os dentes

O médico francês René Laennec sentia vergonha de encostar seus ouvidos no peito dos pacientes, então criou o estetoscópio.

Quando imaginamos um médico, algumas coisas sempre estão na imagem, como o jaleco e o estetoscópio. É quase impossível imaginar um médico sem essa ferramenta, utilizada em todo tipo de consultório, mesmo nos mais simples. Mas você já parou para pensar como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121738-7-coisas-que-voce-nem-imagina-se-nao-for-medico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">médicos</a> faziam antes do estetoscópio? E quem foi o gênio que inventou esse aparelho?Vamos responder a essas questões de forma bem direta: antes do estetoscópio, os médicos já auscultavam o peito dos pacientes há séculos — mas faziam isso colocando o ouvido direto no local que queriam auscultar, encostando no paciente. Isso só mudou no século XIX, quando um médico francês, René Laennec, criou o primeiro tipo de estetoscópio que conhecemos.&nbsp;Mas por mais que essas perguntas iniciais tenham sido respondidas, ainda há muitos detalhes interessantes nessa história. Afinal, você sabia que um dos principais motivos para a invenção desse aparelho foi a vergonha?<h2>Um médico envergonhado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22160728672248.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>O médico francês e inventor do estetoscópio René Laennec. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>René Laennec nasceu em fevereiro de 1781, em Quimper, uma pequena cidade da Bretanha, a cerca de 500 quilômetros de Paris. Como sua família já tinha tradição na medicina e o jovem René demonstrou aptidão para a profissão, ele logo foi para a capital francesa estudar na École de Médecine.Lá, René pode aprender com grandes referências da época, como Jean-Nicolas Corvisart, que era médico pessoal de ninguém menos que&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124285-a-obsessao-historica-das-pessoas-pelo-penis-de-napoleao-bonaparte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napoleão Bonaparte</a>. A partir disso, René Laennec foi se desenvolvendo na profissão, principalmente pela produção científica: ele fazia pesquisas sobre doenças pulmonares, que exigiam que ele auscultasse pacientes.&nbsp;Antes da criação de Laennec, os médicos costumavam colar seus ouvidos no peito do paciente para tentar escutar alguma coisa. Além de parecer um pouco estranho, hoje em dia, de fato era um método pouco eficaz. Com frequência, os médicos chegavam a diagnósticos incertos — ou simplesmente não conseguiam diagnosticar qualquer doença.&nbsp;Mas para Laennec, ainda existia a questão da vergonha. Especialmente quando a paciente era uma mulher e o médico era obrigado a pressionar sua cabeça contra os seios dela. Trata-se de uma cena inusitada, realmente.Até que em 1816, quando trabalhava em um hospital de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110625-voce-conhece-o-motivo-de-paris-ser-chamada-de-a-cidade-luz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paris</a>, Laennec teve que auscultar uma paciente jovem e obesa. Então, poderia ser constrangedor para a senhorita que um médico se aproximasse tanto de seus seios — e de qualquer maneira, a constituição corporal da paciente dificultaria identificar os ruídos respiratórios corretamente.&nbsp;Nesse momento, René se recordou de umas crianças que brincavam com cilindros ocos para fazer barulhos e resolveu enrolar um pedaço de papel para tentar escutar melhor o coração da moça. E funcionou muito bem!&nbsp;Na verdade, o médico descobriu que essa técnica amplificava os ruídos, permitindo que todos os ruídos respiratórios e as batidas do coração fossem auscultados com mais clareza. Assim, o estetoscópio começou a ser inventado.<h2>Do tubo de madeira aos estetoscópios modernos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22161005924250.jpg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>Feito de madeira e latão, este é um dos estetoscópios originais do médico francês René Laennec. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Depois dessa experiência, René criou seu primeiro estetoscópio "de verdade": era um tubo de madeira com 25 centímetros de comprimento e 5 de largura. Em uma das extremidades, havia um disco que era colocado sobre a pele do paciente. Já o nome, estetoscópio, vem do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/a-curiosa-origem-gregoromana-da-palavra-cancer" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grego</a>: stethos significa peito e skopein quer dizer examinar.Com sua invenção, René Laennec fez diversas pesquisas sobre auscultação, associando ruídos a doenças e contribuindo para o avanço dessa prática.&nbsp;Trata-se de um aparato bem mais simples que os atuais — mesmo assim, ele representou uma revolução na forma como os médicos auscultavam seus pacientes. Já na década seguinte, a de 1820, o estetoscópio já tinha se espalhado por toda a Europa e outros inventores começaram a buscar maneiras de melhorar o aparelho.&nbsp;Em 1851, o médico irlandês Arthur Leared criou o primeiro estetoscópio biauricular, permitindo que o médico auscultasse com os dois ouvidos e isolasse os ruídos externos. Depois, George Cammann, um médico norte-americano, aperfeiçoou o design de Leared, criando o padrão de estetoscópios que os pacientes viram por décadas.&nbsp;Contudo, o modelo que conhecemos hoje, mais leve e flexível, só surgiu nos anos 1960. Seu inventor é o Dr. David Littmann, cardiologista e professor da Universidade de Harvard — que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127660-da-idade-media-aos-dias-atuais-como-funcionam-as-patentes-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">patenteou</a> o design e vendeu para a 3M. No fim dos anos 1970, a companhia lançou uma versão 2.0 do estetoscópio Littmann, com um diafragma de resina e silicone que torna ainda mais fácil capturar os sons.&nbsp;Mais recentemente, na virada do milênio, surgiram os estetoscópios inteligentes. Além de transmitir os sons do peito do paciente, eles se conectam com computadores e aplicativos. Assim, é possível fazer exames mais detalhados e armazenar as informações dos pacientes.Uma bela trajetória para uma invenção que começou com a vergonha de um médico francês.

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A invenção do estetoscópio foi motivada pela vergonha

O beato morto em 2006 e considerado o "santo da internet" pode ser canonizado

Quando pensamos em um santo católico, as imagens costumam remeter à antiguidade ou à Idade Média. No máximo a um padre ou freira, geralmente idosos, com sua batina ou hábito.&nbsp;De fato, a Igreja Católica reconhece cerca de 10 mil santos. 912 deles foram canonizados pelo atual <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124551-o-que-mudou-na-igreja-catolica-nos-10-anos-do-papa-francisco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papa Francisco</a> e o mais "jovem" deles nasceu em 1926. Contudo, ao que tudo indica, os fiéis católicos logo terão um santo&nbsp;millennial, cujo corpo está exposto com agasalho esportivo, para pedir intercessão.&nbsp;É o beato Carlo Acutis, cujo segundo milagre foi reconhecido pelo Vaticano em 2024. Assim, o caminho está aberto para a canonização do garoto, nascido em 1991 e morto em 2006.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29092431261013.jpg" alt="O corpo de Carlo Acutis está exposto numa igreja de Assis, com agasalho esportivo (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>O corpo de Carlo Acutis está exposto numa igreja de Assis, com agasalho esportivo (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><h2>A vida de Carlo Acutis, o santo millennial</h2>Carlo Acutis nasceu em Londres, em 1991, filho único de uma rica família italiana moradora em Milão. Antonia Salzano, a mãe do futuro santo, conta que ele ajudava os amigos, fazia caridade a pessoas em situação de rua e pedia para visitar igrejas desde muito pequeno. E Antonia não era católica até então, mas se converteu por influência do filho.&nbsp;A fé de Carlo também influenciou na conversão de um empregado indiano e de sua família. Ao crescer, ele logo buscou formas de ajudar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-grandes-reviravoltas-na-historia-da-igreja-catolica" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Igreja Católica</a> em Milão. A principal ideia de Carlo para isso não poderia ser mais moderna: criar sites para organizações cristãs e para catalogar informações de milagres. Isso rendeu ao garoto o apelido de "padroeiro da internet".&nbsp;Em outubro de 2006, com apenas 15 anos, Carlo ficou doente. O que parecia apenas uma inflamação na garganta se revelou ser uma leucemia grave, que levou à morte do jovem naquele mesmo mês. Esse foi o início de seu caminho para a canonização.Pouco antes de sua morte, Carlo já parecia conformado e ofereceu seu sofrimento à Igreja — deixando diversas mensagens que inspiraram outros fiéis. Em Milão, ele recebeu homenagens e missas, ganhando uma fama que só cresceu nos anos seguintes.&nbsp;Antonia Salzano e Andrea Acutis, que só tinham Carlo como filho e nunca mais conseguiram conceber, ganharam gêmeos em 2010, exatamente quatro anos após a morte do primogênito. Um milagre que à mãe atribui à intercessão do filho morto.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29093804669017.jpeg" alt="A mãe de Carlo Acutis defende a canonização filho (Fonte: National Catholic Register/Reprodução)"><figcaption>A mãe de Carlo Acutis defende a canonização filho (Fonte: National Catholic Register / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Os milagres e a possível canonização de Carlo Acutis</h2>No catolicismo, é comum pedir a intercessão de pessoas mortas — para que elas "conversem com Deus" e peçam milagres por você. Quando uma pessoa começa a ter milagres atribuídos a sua intercessão, ela pode ser considerada santa pela Santa Sé.&nbsp;Para Carlo Acutis, essa trajetória começou quando a Arquidiocese de Milão deu entrada nos pedidos de canonização em 2012. Esse processo tramita num órgão chamado Dicastério para as Causas dos Santos, que faz parte da Santa Sé, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128840-ha-95-anos-o-vaticano-se-tornava-um-estado-como-isso-aconteceu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vaticano</a>.&nbsp;O primeiro passo é investigar toda a vida do candidato a santo, para comprovar que ele tinha "virtudes heroicas". Mais do que ajudar o próximo ou ser um estereótipo de boa pessoa, isso demanda uma vida (ou morte) realmente dignas de reconhecimento pela Igreja. Para Carlo, o reconhecimento chegou em 2018, quando ele foi declarado "venerável" pelo papa Francisco.Para se tornar beato e, depois, santo — os próximos "níveis" na hierarquia do catolicismo — foi necessário reconhecer milagres atribuídos à intercessão de Carlo Acutis.&nbsp;O primeiro milagre aconteceu no Brasil: uma criança sofria com uma rara doença pancreática, até que um padre pediu pela intercessão de Carlo e a criança teve contato com uma camiseta com sua foto. Após uma missa, ele disse que não se sentia mais enjoado e queria uma comida sólida, sendo que ele precisava manter uma dieta líquida até aquele momento. Com isso, Carlo foi beatificado, em 2020.&nbsp;O segundo milagre — que possibilita a canonização — precisa acontecer após a beatificação. Isso aconteceu em 2022, quando uma jovem costarriquenha sofreu um acidente de bicicleta em Florença, ficando entre a vida e a morte. Sua mãe rezou junto ao corpo de Carlo Acutis e pediu pela recuperação da filha, que começou a acontecer no mesmo dia.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29094223986019.jpg" alt="Papa Francisco reconheceu milagres de Carlo Acutis, abrindo caminho para sua canonização (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Papa Francisco reconheceu milagres de Carlo Acutis, abrindo caminho para sua canonização (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>Como a Igreja Católica reconhece um santo?</h2>Nos primeiros séculos do catolicismo, não havia um processo formal para reconhecer alguém como santo. Talvez seja por isso que nós tenhamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119333-6-santos-catolicos-com-historias-bem-curiosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">santos com histórias tão curiosas</a> — como aquele que supostamente morreu duas vezes e aquela que tinha oito irmãs gêmeas.&nbsp;Ainda na Idade Média, o poder de reconhecer um santo passou para o papa. Em 1588, a Igreja criou um órgão com um processo formal para isso: a Sagrada Congregação dos Ritos, que é o atual Dicastério para as Causas dos Santos.&nbsp;Nesse órgão, existia uma pessoa conhecida como "advogada do diabo", que deveria investigar a vida dos santos e seus supostos milagres com ceticismo. Esse papel só foi abolido em 1983, embora a Santa Sé ainda realize esse tipo de investigações. Nesse ano, também mudaram as regras de tempo para começar um processo de canonização: antes era necessário esperar 50 anos, agora são só cinco. Em alguns casos emblemáticos, como os da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120319-anjo-do-inferno-as-controversias-envolvendo-madre-teresa-de-calcuta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Madre Teresa</a> e do Papa João Paulo II, foi permitido começar até antes disso.Para reconhecer os milagres concedidos pela intercessão dos santos, o Vaticano conta com médicos e especialistas — já que, de maneira geral, são casos de curas inexplicáveis. Quando os especialistas afirmam que não há explicação para a cura, a Igreja entende que ela pode ser atribuída à intercessão do santo.&nbsp;É o caso dos dois milagres de Carlo Acutis, o primeiro santo millennial e padroeiro da internet.

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Carlo Acutis vai se tornar o 1º santo millennial — mas como faz para virar santo?

Responder à questão de qual é o país mais rico do mundo depende da forma como você avalia a riqueza.

Qual é o país mais rico do mundo? Na verdade, não há uma única resposta para essa pergunta e existem vários países que podem receber esse título. Mas como assim?À primeira vista, a pergunta pode parecer fácil de responder, já que, supostamente, o país mais rico do mundo é aquele que tem mais dinheiro. Então você só precisaria somar as riquezas de cada país, subtrair suas dívidas e chegar a um resultado.Contudo, a questão começa a ficar mais complicada porque não existe apenas um critério "padrão" para avaliar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/as-8-familias-mais-ricas-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">riquezas</a> de um país. Então, a seguir, trazemos quatro respostas diferentes — todas válidas — para a questão de qual é o país mais rico do mundo.<h2>O país mais rico pela riqueza total das famílias: os Estados Unidos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/23/23174312332263.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>O país mais rico pela riqueza total das famílias: os Estados Unidos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Começando pela medida que parece mais simples, a riqueza total de um país, somando todo o valor que seus habitantes possuem. Por essa avaliação, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128552-por-que-o-territorio-dos-estados-unidos-acabou-de-crescer-1-milhao-de-quilometros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estados Unidos</a> são o país mais rico do mundo, com uma riqueza total de US$ 140 trilhões.&nbsp;Os números são do UBS Global Wealth Report de 2023 e são quase o dobro do segundo país mais rico do mundo nesse ranking: a China, com US$ 84 trilhões. Também é mais do que todo o continente europeu. Para ultrapassar os Estados Unidos nessa avaliação, você teria que somar a riqueza de todos os países da Ásia.<h2>O país mais rico segundo a renda per capita: a Suíça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/23/23175156884268.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>O país mais rico segundo a renda per capita: a Suíça. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Ter muito dinheiro não significa tanta coisa se há muita gente para gastar esse dinheiro: uma pessoa solteira que ganha R$ 5 mil provavelmente tem uma condição melhor que uma família que ganha R$ 10 mil, mas precisa sustentar 10 pessoas. Por isso, um critério bastante utilizado para avaliar a riqueza dos países é a renda per capita — ou seja, a riqueza total dividida pelo número de habitantes.Por esse critério, o país mais rico do mundo é a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127512-trabalhadores-voltam-para-casa-nadando-na-suica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Suíça</a>. Enquanto a renda per capita dos EUA é de US$ 551 mil, a da Suíça chega a US$ 685 mil. Também na Europa, Luxemburgo é outro país que se destaca nessa métrica, com uma renda per capita de US$ 586 mil.&nbsp;<h2>O país mais rico pela riqueza média dos cidadãos: a Bélgica</h2><figure class="image image_resized" style="width:75%;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527464020.jpg" alt="GettyImages-513223402 (1).jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527448019.jpg 234w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527526021.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527605022.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527605023.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>O país mais rico pela riqueza média dos cidadãos: a Bélgica. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure>O problema de calcular a renda per capita é que um grupo de pessoas muito ricas no topo da pirâmide social podem elevar a média — sem que o resto das pessoas no país realmente seja tão rica quanto os números sugerem. Então, é interessante calcular a riqueza média.&nbsp;Nesse critério, os estatísticos tentam compreender qual é a riqueza de quem está "na média" de todo o país — com um número igual de pessoas mais ricas e mais pobres que esse cidadão hipotético. É interessante observar que na riqueza média, os Estados Unidos estão apenas na 13ª posição, comprovando o argumento acima.O país mais rico do mundo por essa média é a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100440-leopoldo-ii-da-belgica-um-dos-reis-mais-sanguinarios-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bélgica</a>, com US$ 250 mil. Em segundo lugar vem a Austrália, seguida por Hong Kong.<h2>O país com a menor taxa de pobreza: a Eslovênia</h2><figure class="image image_resized" style="width:75%;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527730027.jpg" alt="GettyImages-532195020 (1).jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527651024.jpg 234w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527651025.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527651026.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/24/24125527761028.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>O país com a menor taxa de pobreza: a Eslovênia. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure>Para muitas pessoas, ter mais dinheiro talvez não seja o verdadeiro significado de riqueza, mas sim garantir que todas as pessoas tenham o necessário para viver. Pensando dessa maneira, o país mais rico do mundo seria aquele com a menor taxa de pobreza — ou seja, aquele que tem menos cidadãos vivendo com menos de dois dólares por dia.O país que se destaca nesse índice também está na Europa, mas não é conhecido pela riqueza como seus vizinhos da Europa Ocidental. É a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123281-6-paises-com-bandeiras-muito-parecidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Eslovênia</a>, que era parte da antiga Iugoslávia até 1991. Para evitar a pobreza de seus cidadãos, o país investe em políticas públicas, como acesso à educação gratuita.

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Qual é o país mais rico do mundo? A resposta muda de acordo com 4 critérios diferentes

Grave acidente com o maior dirigível do mundo, em 1937, fez com que esse meio de transporte perdesse popularidade, abrindo espaço para os aviões

Nas primeiras décadas do século XX, não existiam aviões para realizar <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/111253-100-anos-depois-surgem-fotos-ineditas-do-1-voo-transatlantico-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viagens transatlânticas</a>: o meio de transporte mais rápido e luxuoso para fazer tais viagem eram os dirigíveis, também conhecidos como zepelins.&nbsp;Porém, o acidente com o LZ 129 Hindenburg, em 1937, pôs fim à chamada "Era dos Dirigíveis" — um desastre que ficou marcado no inconsciente coletivo como um dos mais marcantes do século. Depois dele, as viagens nunca mais seriam as mesmas.&nbsp;<h2>O meio de transporte mais rápido e luxuoso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22205413574012.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>O dirigível LZ 127 "Graf Zeppelin" sobre o Rio de Janeiro. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O LZ 129 Hindenburg era um dirigível de fabricação alemã, derivado do lendário Graf Zeppelin, mas ainda maior que ele. Ao todo, eram 245 metros de comprimento e 43 de diâmetro — muito maior que qualquer avião atual, já que até um gigante <a href="https://www.megacurioso.com.br/supermaquinas/36465-conheca-os-10-maiores-avioes-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Airbus A380</a> tem "apenas" 72 metros de comprimento, 24 de altura e sete de largura (sem as asas).Sendo assim, os zepelins chamavam a atenção por onde passavam, já que era surpreendente ver algo tão grande voando. Como eles ficavam muito mais próximas do solo que aviões, com uma altitude entre 200 e 600 metros, com uma velocidade em torno dos 135 km/h, era muito mais fácil observá-los.&nbsp;Isso explica porque centenas de pessoas e até equipes de reportagem estavam à espera do Hindenburg no início da noite de 6 de maio de 1937. Ele iria pousar num campo da base naval de Lakehurst, em Nova Jersey, Estados Unidos.Aquela era a primeira de dez viagens que o Hindenburg deveria fazer entre a Alemanha e os Estados Unidos naquela temporada. No ano anterior, o mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119429-dirigiveis-quantos-ainda-existem-e-como-eles-funcionam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dirigível</a> fez diversas viagens da Europa para o Rio de Janeiro, também causando fascínio nos brasileiros que testemunharam a passagem do zepelim por aqui.Na viagem fatídica, embora apenas 36 passageiros e 61 tripulantes fizessem a viagem de ida, o dirigível deveria voltar lotado para a Alemanha. Mas ele nunca voltou.Conta a história que os fortes ventos na região atrasaram a chegada do Hindenburg à base de Lakehurst. O capitão Pruss resolveu desviar para Nova York para escapar de uma tempestade, causando um frisson na população, que saiu dos edifícios para ver o enorme dirigível.Do horário esperado, no início da tarde, o Hindenburg só chegou à base naval por volta das 19 horas. Como os ventos eram fortes, o capitão Pruss teve de fazer várias manobras para manter o dirigível alinhado com a torre de amarração. E foi nesse momento que o pior aconteceu.<h2>O desastre que chocou o mundo e acabou com os dirigíveis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22205641410013.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>Hindenburg em chamas no mastro de amarração de Lakehurst, nos Estados Unidos, em 6 de maio de 1937. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os relatos do desastre variam — e embora existam muitas imagens do Hindenburg pegando fogo, ninguém registrou o exato momento em que as chamas iniciaram. O que se sabe é que enquanto o Hindenburg manobrava para ser amarrado ao mastro e puxado para mais perto do solo, de modo que os passageiros pudessem desembarcar, o dirigível começou a pegar fogo.Como ele estava repleto de hidrogênio, as labaredas logo se espalharam por toda a enorme estrutura, gerando um cenário de horror. É verdade que os dirigíveis poderiam usar hélio, um gás menos inflamável. Porém, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126852-qual-e-a-diferenca-entre-bomba-atomica-e-bomba-de-hidrogenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hidrogênio</a> era mais barato e não dependia de importações (a Alemanha, que operava essas aeronaves, não possuía suprimentos de hélio).&nbsp;O desastre se tornou famoso pela cobertura da época, até porque foi um dos primeiros a ser filmado dessa forma. Além disso, a narração em tempo real do radialista Herbert Morrison, que estava no local, tornou o espetáculo ainda mais dantesco. O seu relato é emocionado, com os pensamentos mais sinceros de quem assistia à tragédia com os próprios olhos. Sua frase "oh, a humanidade, e todos os passageiros gritando por aqui!" se tornou famosa.&nbsp;Ao todo, 36 pessoas morreram: 13 passageiros, 22 tripulantes e uma pessoa no solo. Por mais incrível que pareça, houve um número maior de sobreviventes: 62, sendo 23 passageiros e 39 tripulantes. Mas as cenas do dirigível queimando impactaram milhões de pessoas pelo mundo.<h2>A investigação e o fim da "era dos zepelins"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22210556292014.jpeg" alt="Fonte: Wikimedia Commons"><figcaption>Os destroços em chamas do dirigível Hindenburg no solo, em Lakehurst, Nova Jersey. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como o Hindenburg causava fascínio voando, ele também atraiu multidões de curiosos para o local de sua destruição. Por conta disso, o governo dos Estados Unidos movimentou centenas de tropas para proteger os destroços e garantir a investigação das causas do acidente.&nbsp;Equipes estadunidenses e alemãs examinaram os destroços, chegando a uma conclusão bem parecida: um vazamento de hidrogênio do interior do dirigível permitiu a interação do gás com o oxigênio do ar e uma faísca, provavelmente de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119419-por-que-tomamos-choque-quando-o-clima-esta-frio-e-seco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eletricidade estática</a>, deu início ao incêndio.&nbsp;Também há teorias de que a pintura dos zepelins — totalmente prateada, para dar destaque à suástica nazista na traseira — era inflamável, contribuindo para o incêndio.O resultado do desastre, além das vidas perdidas, foi uma quebra de confiança da população nos dirigíveis. Seu combustível até foi trocado pelo hélio nas poucas viagens que a companhia realizou depois do desastre. Mas logo veio a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, tornando a importação de hélio impossível e as viagens transatlânticas menos recomendáveis.&nbsp;No conflito, os aviões foram utilizados em larga escala. Depois dele, inúmeras aeronaves foram convertidas para uso civil, fazendo que elas tomassem o lugar dos zepelins definitivamente.

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O desastre do Hindenburg e o começo do fim dos dirigíveis

Dançar em sincronia, ouvindo a mesma música ao mesmo tempo, é algo que aproxima os humanos e tem um importante papel social.

Quando você vai para uma festa e há um DJ ou músicos tocando, todas as pessoas estão lá ouvindo as mesmas canções e dançando num ritmo parecido — é uma experiência coletiva. Uma experiência que atrai milhões de pessoas em todo o mundo, pois o que não faltam são baladas, salões de festas e casas de shows por aí.&nbsp;Por outro lado, também existem formas bem menos barulhentas de participar dessa diversão: as discotecas silenciosas nasceram nos anos 1970, como forma de "driblar" as leis de silêncio em algumas cidades. Na época, cada um chegava com seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118584-20-coisas-que-foram-uma-verdadeira-febre-nos-anos-80-e-90.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Walkman</a> e ouvia as músicas que queria — mas todos dançavam juntos.&nbsp;Depois de um tempo, criou-se uma maneira de ter DJs tocando as mesmas músicas, mas com cada pessoa ouvindo em seu fone, por canais de rádio. E nos anos 2000, em alguns lugares, foram realizados até <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/44811-10-dos-festivais-mais-bizarros-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">festivais</a> silenciosos, com músicas de diversos artistas sendo transmitidas por canais diferentes.&nbsp;Essas festas talvez pareçam estranhas para você. Afinal, qual a graça de dançar em uma pista silenciosa, com seus fones de ouvido, como se você estivesse na sua própria casa? Para muita gente, não tem nada melhor.&nbsp;A questão é que, independente disso, as chamadas discotecas silenciosas trazem importantes possibilidades para pesquisas científicas sobre a sincronia e as dinâmicas sociais da música e dança. Não é por nada que tanta gente gosta de dançar junto!&nbsp;<h2>A diferença que faz dançar juntos</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447367064.jpg" alt="GettyImages-1125687455.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447383065.jpg 234w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447414067.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447430070.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447430071.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Qual é a graça de dançar em uma pista silenciosa? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure>Já foram feitos diversos estudos sobre os efeitos da sincronia nos seres humanos — isto é, as implicações sociais de fazer movimentos sincronizados, como dançar juntos.&nbsp;Em alguns estudos, os cientistas descobriram que lembramos melhor das pessoas se nós dançamos com elas. Outros nos mostraram que a dança sincronizada estimula o sistema de geração de endorfina, que está ligado às emoções positivas.Em outras experiências mais recentes, os cientistas colocaram pessoas para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124145-o-que-realmente-nos-faz-dancar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dançar</a> em pares com a mesma música. Porém, para testar os efeitos da sincronia, eles colocavam um pequeno atraso em um dos fones — sem que os objetos do estudo soubessem, é claro.&nbsp;Mesmo sem saber desse detalhe, os participantes saíam mais satisfeitos e trocavam bem mais olhares entre si quando seus fones estavam sincronizados. Ou seja, ter exatamente a mesma experiência ao mesmo tempo, faz, sim, diferença para as pessoas.&nbsp;As pessoas parecem gostar mais das outras quando estão se movimentando em sincronia. Isso foi observado tanto em pesquisas com discotecas silenciosas como em testes mais simples, de tamborilar os dedos ao mesmo tempo.<figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447289062.jpg" alt="GettyImages-1125687449.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447336063.jpg 234w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447414068.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447383066.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23151447414069.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Lembramos melhor das pessoas se nós dançamos com elas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure>Essa necessidade de sincronia nos seres humanos também foi muito perceptível na pandemia: assistir às lives de artistas proporcionavam um sentimento de conexão social maior do que ver o mesmo show gravado, em outro momento. Mesmo à distância, há alguma coisa especial em saber que outra pessoa está tendo a mesma experiência que você, ao mesmo tempo.&nbsp;Alguns pesquisadores afirmam que sincronizar seus movimentos e experiências com os outros ajuda a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122725-6-formas-simples-de-reduzir-o-estresse-com-a-faculdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reduzir o estresse</a>, liberando endorfinas. E se você colabora para reduzir o estresse de quem está dançando com você, você está elevando seu status social. Isso acontece desde os primórdios da espécie humana e pode ter sido importante em nossa jornada evolutiva.&nbsp;Sendo assim, por mais que você não goste de ambientes muito barulhentos — ou não entenda a ideia de dançar numa festa com fones — é impossível negar que a música e a dança ajudam as pessoas a se conectarem. A ciência já comprovou a importância social da sincronia.&nbsp;

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O que são as discotecas silenciosas e qual é a importância social da dança e da sincronia?

Em 1981, a Índia sofreu seu pior desastre ferroviário, com estimativas de mais de 500 mortos — possivelmente, porque o maquinista quis salvar uma vaca.

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127383-utilitarismo-bebado-excesso-de-alcool-realmente-afeta-decisoes-morais-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dilema do bonde</a> é um dos experimentos filosóficos mais conhecidos. Criado pela pensadora Philippa Foot, sua ideia é simples: você comanda um bonde descontrolado que vai matar cinco pessoas, mas você pode apertar um botão e mudar o trajeto do bonde, matando só uma. Então é melhor apertar ou não apertar esse botão?A princípio, essa parece uma questão fácil de responder — mas ela se torna mais interessante se nós colocamos outros elementos nos trilhos. Um ser humano de um lado e um cachorro de outro: quem você salvaria? E caso o animal nos trilhos fosse uma vaca, você a salvaria no lugar de um ser humano?Se você é um hindu, essa pergunta tem outro significado, já que <a href="https://www.megacurioso.com.br/oriente-bizarro/45662-indianos-acreditam-que-vaca-nascida-com-tres-olhos-e-reencarnacao-de-shiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a vaca é um animal sagrado</a> para essa religião. Inclusive, esse talvez tenha sido o dilema verdadeiro de um maquinista de trem em Bihar, em 6 de junho de 1981 — no que se tornou o pior desastre ferroviário do país.Embora as causas do acidente nunca tenham sido plenamente esclarecidas, uma das teorias mais divulgadas é que o maquinista tentou parar o trem para não atingir uma vaca que estava sobre os trilhos. Assim, o trem descarrilou e o acidente resultou em centenas de morte.&nbsp;<h2>Causas disputadas, uma tragédia inegável</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150445292035.jpg" alt="GettyImages-52594093.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150445449039.jpg 227w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150445402036.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150445433038.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150445417037.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>O local do acidente, no rio Bagmati. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure>Em 6 de junho de 1981, o trem da linha 416 trafegava entre as cidades de Mansi e Saharsa, no estado de Bihar, no norte da Índia. Os trens eram e continuam sendo um dos principais meios de transporte do país, com infraestrutura herdada da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124447-ciclone-de-bhola-o-desastre-natural-que-fez-um-novo-pais-nascer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">época do Raj Britânico</a>.&nbsp;A infraestrutura antiga é um grande problema do transporte ferroviário indiano, bem como as chuvas de monções, que atingem o país todo ano. Quando o desastre de Bihar aconteceu, os níveis do rio Bagmati já estavam muito acima do normal.&nbsp;Então, quando o trem 416 passava por uma ponte sobre esse rio, com fortes chuvas, sete dos nove truques (que são como os eixos de um trem) se desprenderam dos trilhos. Com isso, toda a composição e seus passageiros acabaram caindo nas águas do rio Bagmati.&nbsp;Como o trem afundou, centenas de passageiros foram levados pelas águas. Para piorar, todas as iniciativas de resgate foram atrapalhadas pelas fortes chuvas. Porém, nos dias seguintes, as dimensões do desastre ficaram evidentes, conforme os corpos eram empilhados nas margens do rio Bagmati — e os parentes desesperados, cobravam respostas.&nbsp;<h2>Uma tragédia "enviada por Deus"</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150540787040.jpg" alt="GettyImages-52594096.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150540819041.jpg 224w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150540962043.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150540978044.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/23/23150540962042.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Trabalhos de resgate no local do acidente. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure>Somente 88 passageiros sobreviveram, segundo matérias do jornal India Today. Ao todo, 235 corpos foram resgatados das águas, mas o real número de mortes provavelmente é bem maior.Isso porque os passageiros se amontoavam no trem como sardinhas em lata, incluindo famílias que participavam de quatro festas de casamento. Sendo assim, estima-se que algo entre 500 e 800 pessoas morreram no desastre de Bihar. Na época, os jornais estimaram até 2000 mortos.Logo depois do acidente, o condutor do trem e o bombeiro que lhe acompanhava fugiram do local. Eles se entregaram à polícia só dois dias depois, enquanto o Ministro das Ferrovias dizia que a tragédia tinha sido "enviada por Deus" — ou seja, não tinha uma explicação natural.&nbsp;Depois de algum tempo, as autoridades justificaram o descarrilamento do trem com um ciclone que o teria atingido repentinamente, enquanto passava pela ponte. Logo alguns sobreviventes contestaram essa versão, afirmando que o trem descarrilou quando o condutor pisou fundo no freio para não atingir uma vaca.&nbsp;A verdade é que mesmo que essa teoria seja verdade — e o condutor tenha freado para não atropelar uma vaca —, passar por cima dela talvez não tivesse evitado o desastre. Afinal, vacas são animais que podem descarrilar um trem com seu tamanho e peso. Aliás, isso aconteceu na Inglaterra, em 2015. Felizmente, sem nenhum morto ou ferido.

Evandro Voltolini