Um teste de ancestralidade revelou uma ligação familiar inesperada e desvendou o mistério de Baby Garnet, um caso não resolvido há 27 anos.

Imagine comprar um kit de DNA para descobrir mais sobre sua ancestralidade e acabar revelando uma conexão direta com um caso criminal arquivado. Foi exatamente isso que aconteceu com a tiktoker Jenna, cuja história viralizou após ela contar como seu teste de DNA ajudou a solucionar o caso “Baby Garnet”, uma investigação de 27 anos.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128681-tiktok-o-impacto-da-abstinencia-nas-novas-geracoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">TikTok: o impacto da abstinência nas novas gerações</a></li></ul>Tudo começou com o teste de DNA, um presente inocente para desvendar curiosidades genealógicas. Mas, ao receber os resultados, Jenna teve um contato inesperado com a polícia do Michigan. “Um oficial me ligou dizendo que reabriu um caso arquivado de 25 anos e que meu DNA tinha ligação direta com a vítima”, relatou ela. Essa ligação era com os restos mortais de um bebê, encontrado em 1997 em um acampamento em Garnet Lake, Michigan, abandonado em um banheiro de camping.<h2>O caso arquivado ganha nova vida</h2><blockquote class="tiktok-embed" style="max-width:605px;min-width:325px;" cite="https://www.tiktok.com/@__jennarose__/video/7439438048393399598" data-video-id="7439438048393399598"><section><a href="https://www.tiktok.com/@__jennarose__?refer=embed" target="_blank" title="@__jennarose__">@__jennarose__</a> sorry this video is so long, but thank you if you stuck around to watch the whole thing. its time we start talking. <a href="https://www.tiktok.com/tag/foryou?refer=embed" target="_blank" title="foryou">#foryou</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/foryourpagetiktok?refer=embed" target="_blank" title="foryourpagetiktok">#foryourpagetiktok</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/fyppp?refer=embed" target="_blank" title="fyppp">#fyppp</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/foryourpage?refer=embed" target="_blank" title="foryourpage">#foryourpage</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/fyp?refer=embed" target="_blank" title="fyp">#fyp</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/truecrime?refer=embed" target="_blank" title="truecrime">#truecrime</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/ancestrydna?refer=embed" target="_blank" title="ancestrydna">#ancestrydna</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/ancestry?refer=embed" target="_blank" title="ancestry">#ancestry</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/michigan?refer=embed" target="_blank" title="michigan">#michigan</a> <a href="https://www.tiktok.com/music/original-sound-7439438035806980906?refer=embed" target="_blank" title="? original sound - jennarose????">? original sound - jennarose????</a></section></blockquote>A vítima, conhecida como “Baby Garnet”, havia permanecido como um mistério por quase três décadas. Investigadores inicialmente descobriram que o bebê, nascido a termo, morreu por asfixia — algo que poderia ter sido evitado com assistência médica. Mas a&nbsp;identidade da mãe permaneceu desconhecida até 2022, quando tecnologias avançadas de genealogia começaram a ser usadas no caso.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127999-homem-decide-enviar-seu-dna-a-lua-para-ser-utilizado-por-alienigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Homem decide enviar seu DNA à Lua para ser utilizado por alienígenas</a></li></ul>Foi aí que o DNA de Jenna entrou em cena. Após o teste dela ser adicionado a um banco de dados global, os investigadores rastrearam a conexão até Nancy Ann Gerwatowski, avó de Jenna, que foi identificada como a mãe biológica de Baby Garnet. Em julho de 2022, Nancy foi presa em Wyoming sob acusação de homicídio e outros crimes relacionados ao caso. “Nós ficamos em choque. Nunca a conheci, mas descobrir que minha avó estava envolvida foi surreal”, contou Jenna em seu TikTok.O caso reacendeu discussões sobre a tecnologia de genealogia forense, que tem sido usada para resolver crimes antigos. Contudo, ele também expôs o lado emocional dessas descobertas inesperadas para as famílias envolvidas.<h2>Tecnologia, justiça e dilemas éticos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03195507576067.jpg" alt="**Legenda da imagem:** Testes de DNA estão revolucionando investigações criminais, mas também levantam questões éticas ao unir genealogia e justiça. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Testes de DNA estão revolucionando investigações criminais, mas também levantam questões éticas ao unir genealogia e justiça. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O uso de DNA em investigações forenses está mudando a forma como crimes antigos são solucionados. Graças ao teste de Jenna e a colaboração com um laboratório privado e o FBI, os investigadores conseguiram finalmente fechar o cerco. “Em 2022, o perfil genético de Baby Garnet indicou uma linhagem familiar específica”, reportou o estado de Michigan.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123259-6-celebridades-que-ja-foram-investigadas-pelo-fbi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 celebridades que já foram investigadas pelo FBI</a></li></ul>Mas esse tipo de tecnologia também levanta questões éticas. Quem faz um teste de DNA pensando em traçar a árvore genealógica pode acabar contribuindo involuntariamente com investigações criminais. Para Jenna, o impacto foi duplo: a descoberta trouxe justiça a Baby Garnet, mas também uma conexão dolorosa com um crime.Enquanto o julgamento de Nancy está marcado para dezembro, o caso destaca o poder transformador da ciência genética. Ele revela não só verdades escondidas no DNA, mas também o quanto estamos conectados ao passado — às vezes, de formas que nem imaginamos.

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DNA de tiktoker resolve caso arquivado e leva à prisão da própria avó

De textos antigos a línguas modernas, essa regra matemática parece estar em todo lugar. 

Já pensou que a linguagem, essa habilidade humana tão única e complexa, pode ser governada por uma simples equação? Pois é, existe algo chamado Lei de Zipf, que basicamente diz que as palavras que usamos seguem uma ordem previsível de frequência. Parece estranho, mas o mais intrigante é que isso vale para praticamente todas as línguas — e até para aquelas que ainda não conseguimos decifrar.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123460-como-a-obra-os-lusiadas-transformou-a-lingua-portuguesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como a obra “Os Lusíadas” transformou a língua portuguesa</a></li></ul>A Lei de Zipf, identificada há cerca de 80 anos, sugere que a palavra mais usada em uma língua aparece o dobro de vezes que a segunda mais frequente, três vezes mais que a terceira, e assim por diante. Em inglês, por exemplo, "the" reina absoluta, sendo usada muito mais do que palavras como "ecumenical" ou "phubbing". E isso não é exclusividade do inglês. Línguas como mandarim, espanhol e até textos históricos, como A origem das espécies, de Charles Darwin, também obedecem a esse padrão.<h2 style="text-align:justify;">Uma lei que atravessa línguas e mistérios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28194230532193.jpg" alt="Foto de George Zipf, linguista americano criador da Lei de Zipf. (Fonte: Freeport High School/Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Foto de George Zipf, linguista americano criador da Lei de Zipf. (Fonte: Freeport High School/Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Você pode pensar que essa regularidade é apenas um truque estatístico, mas a Lei de Zipf vai além. Mesmo línguas que nunca foram decifradas, como a do Manuscrito Voynich, seguem essa regra. E isso levanta uma pergunta: por quê?<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/112076-manuscrito-voynich-nem-inteligencia-artificial-consegue-decifra-lo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Manuscrito Voynich: nem inteligência artificial consegue decifrá-lo</a></li></ul>George Zipf, o linguista que identificou esse fenômeno, tinha uma teoria. Ele acreditava que a lei era um equilíbrio entre esforço e clareza. Em outras palavras, falantes preferem palavras comuns para economizar energia, enquanto ouvintes dependem de palavras menos usadas para entender melhor o contexto. É uma espécie de dança entre eficiência e significado.Outros pesquisadores sugerem que a popularidade de certas palavras aumenta com o tempo, criando um "efeito bola de neve". Mas, mesmo com essas hipóteses, ninguém conseguiu explicar de forma definitiva por que as palavras seguem essa ordem tão exata. "É curioso que palavras variem tanto em frequência, e mais ainda que sigam uma regra matemática tão precisa," reflete um estudo sobre o tema.<h2 style="text-align:justify;">E o que isso significa para nós?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28194605781196.jpg" alt="A Lei de Zipf se aplica a qualquer texto longo, até mesmo às obras de Shakespeare. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A Lei de Zipf se aplica a qualquer texto longo, até mesmo às obras de Shakespeare. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Se tudo isso já não fosse estranho o suficiente, a Lei de Zipf pode ser aplicada em qualquer texto longo — incluindo os seus. Quer testar? Pegue um texto que você escreveu, coloque em um analisador de distribuição de palavras, e veja se ele segue a regra. Spoiler: provavelmente vai seguir. Até Shakespeare, com sua obra-prima Hamlet, não escapou dessa previsibilidade linguística.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127932-peca-perdida-de-shakespeare-esta-desaparecida-ha-420-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peça perdida de Shakespeare está desaparecida há 420 anos</a></li></ul>Essa regularidade levanta questões intrigantes sobre a nossa relação com a linguagem. Por que somos tão previsíveis até na escolha de palavras? Será que isso reflete como nosso cérebro organiza informações, ou seria um reflexo das interações sociais ao longo do tempo? Até agora, nenhuma explicação conseguiu desvendar completamente o mistério. Como descreve um estudo sobre o tema: "Essa lei é uma propriedade peculiar da linguagem humana e permanece sem uma explicação definitiva."No fim, a Lei de Zipf nos lembra que, por mais criativos que tentemos ser, existe uma ordem oculta nas nossas palavras. Essa descoberta é tanto um desafio para linguistas quanto uma oportunidade para pensarmos sobre a eficiência e os limites da comunicação humana. Afinal, mesmo em nossa imprevisibilidade, parece que seguimos regras que nem sabíamos que existiam.

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Lei de Zipf: o que é a regra matemática que quase todas as línguas seguem?

Canhão de bronze de 500 anos foi transportado por uma das primeiras expedições europeias ao Novo Mundo em campanha do conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado. 

Uma descoberta histórica agitou o mundo da arqueologia: um canhão de bronze de 500 anos, ligado à expedição do conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado, foi encontrado nos restos de uma parede de adobe no sul do Arizona. Essa arma, considerada a mais antiga já localizada nos Estados Unidos continentais, fornece novas pistas sobre os passos da expedição espanhola em terras americanas durante o século 16.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/armas/41784-as-10-piores-armas-de-fogo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 10 piores armas de fogo da História</a></li></ul>Medindo 1,07 metro de comprimento e pesando cerca de 18 quilos, o canhão foi projetado para defesa e precisaria de duas pessoas para ser operado. Apesar disso, ele nunca foi usado, sugerindo que foi abandonado em meio à retirada dos espanhóis após um ataque liderado por uma tribo indígena local. Essa descoberta lança nova luz sobre a jornada de Coronado e as interações de seus homens com os povos nativos do sudoeste americano.<h2>Rastros de uma expedição perdida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03193155274053.jpeg" alt="Canhão de bronze foi encontrado por pesquisadores no meio da terra. (Fonte: International Journal of Historical Archaeology)"><figcaption>Canhão de bronze foi encontrado por pesquisadores no meio da terra. (Fonte: International Journal of Historical Archaeology)</figcaption></figure></figure>Francisco Vázquez de Coronado deixou o México em 1540, em busca das lendárias "Sete Cidades de Ouro". Com uma caravana de cerca de 2.500 pessoas, ele atravessou o sudoeste dos EUA, chegando até o atual Kansas antes de retornar ao México em 1542. No entanto,&nbsp;detalhes sobre o trajeto exato da expedição permaneciam envoltos em mistério devido à falta de evidências arqueológicas claras — até agora.Deni Seymour, arqueóloga especializada na história indígena e espanhola do sudoeste americano, dedicou décadas para rastrear os passos de Coronado. Após analisar manuscritos antigos e explorar a região da Santa Cruz Valley, no Arizona, Seymour encontrou o que seria um dos assentamentos perdidos da expedição. Entre os vestígios, o canhão de bronze foi o achado mais impressionante, enterrado sob uma parede desmoronada.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/103643-equipe-encontra-bolinho-intacto-dos-primeiros-conquistadores-do-polo-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Equipe encontra bolinho intacto dos primeiros conquistadores do Polo Sul</a></li></ul>“A descoberta desse canhão é significativa porque ele é o primeiro armamento associado à expedição de Coronado e pode ser o canhão mais antigo do continente”, explicaram os pesquisadores no estudo publicado na International Journal of Historical Archaeology.<h2>Segredos enterrados no tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03193236687054.jpeg" alt="Estudos mostram que a arma estaria ligada à expedição do século 16 do conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado. (Fonte: International Journal of Historical Archaeology)"><figcaption>Estudos mostram que a arma estaria ligada à expedição do século 16 do conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado. (Fonte: International Journal of Historical Archaeology)</figcaption></figure></figure>A pista inicial veio de um detalhe menor, mas revelador: pregos de ferro datados do século 16 encontrados na área. A partir daí, a equipe de Seymour escavou o local até encontrar o canhão, que estava intacto, apesar de sua longa história. Ele foi provavelmente fabricado no México ou no Caribe, apresentando um design simples, sem os ornamentos típicos das armas espanholas da época.O canhão fazia parte da defesa do assentamento San Geronimo III, fundado pela expedição no Arizona. No entanto, o ataque dos Sobaipuri, povo indígena local, forçou os espanhóis a uma retirada apressada, deixando para trás armas, potes de azeite e fragmentos de cerâmica europeia.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/maquina-misteriosa-dos-estados-unidos-tem-funcao-revelada-apos-decadas-de-duvidas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Máquina misteriosa dos Estados Unidos tem função revelada após décadas de dúvidas</a></li></ul>O motivo de o canhão nunca ter sido usado também foi revelado. Segundo os pesquisadores, ele estava posicionado em uma estrutura de adobe que desabou durante o ataque, impossibilitando seu uso antes da fuga dos espanhóis. “Esse desabamento parece ter sido o golpe final que levou ao abandono do canhão, onde permaneceu enterrado por quase 500 anos”, escreveram Seymour e seus colegas.A descoberta não apenas preenche lacunas sobre a expedição de Coronado, mas também enriquece nosso entendimento sobre os encontros entre culturas europeias e indígenas na formação do que hoje conhecemos como os Estados Unidos.

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Arma de fogo mais antiga da história dos EUA é desenterrada no Arizona

Pesquisadores acreditam que estrutura descoberta na Caverna Vanguard fazia parte de um sistema complexo usado pelos neandertais para extrair piche. 

Em uma reviravolta surpreendente na história da humanidade, arqueólogos descobriram uma “fábrica de piche” de 65 mil anos em uma caverna de Gibraltar, onde Neandertais produziram uma substância pegajosa para fabricar armas e ferramentas. O achado na Caverna Vanguard, parte do complexo de cavernas de Gorham — reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO —, revela que esses ancestrais eram engenheiros habilidosos muito antes da chegada dos humanos modernos na Península Ibérica.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121664-marrom-mumia-a-cor-de-tinta-feita-de-restos-mortais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">'Marrom múmia': a cor de tinta feita de restos mortais</a></li></ul>A estrutura encontrada consistia em um poço circular com cerca de 23 centímetros de diâmetro e oito de profundidade, com paredes verticais e duas pequenas trincheiras laterais. Segundo o estudo publicado na Quaternary Science Reviews, o poço era um forno engenhoso, onde folhas da planta chamada esteva eram aquecidas para extrair uma substância conhecida como lábdano. “A estrutura revelou uma maneira até então desconhecida de como os Neandertais manejavam e usavam o fogo”, afirmaram os pesquisadores.<h2>Como funciona uma fábrica de piche?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02192506870265.jpeg" alt="Pesquisadores recriaram passo a passo que neandertais tinham para extrair piche. (Fonte: Juan Ochando)"><figcaption>Pesquisadores recriaram passo a passo que neandertais tinham para extrair piche. (Fonte: Juan Ochando)</figcaption></figure></figure>O processo começava com o preenchimento do poço com folhas de esteva, cujas propriedades pegajosas emergem ao serem aquecidas. Para evitar que as folhas queimassem, os Neandertais as cobriam com uma camada de areia úmida e, por cima, faziam uma fogueira controlada usando gravetos finos. Esse cuidado era essencial para atingir a temperatura ideal de 150 graus Celsius — suficiente para liberar o piche sem o destruir.As trincheiras laterais do poço podem ter facilitado o acesso rápido às folhas ainda quentes, permitindo que fossem espremidas para extrair o lábdano. O material era, então, utilizado para colar pontas de flechas ou lanças feitas de pederneira, que depois eram reforçadas com fibras vegetais ou tendões de animais. Essa técnica sofisticada, recriada pelos cientistas, mostrou que era possível produzir piche suficiente para fabricar duas lanças em apenas quatro horas.<ul><li>Relacionado:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/humanos-e-neandertais-se-misturaram-geneticamente-mas-onde-isso-aconteceu" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Humanos e neandertais se misturaram geneticamente, mas onde isso aconteceu?</a></li></ul>Embora o uso principal do material pareça ter sido como cola, alguns especialistas sugerem que ele também poderia servir como perfume, medicamento ou até mesmo impermeabilizante. No entanto, o nível de planejamento e execução necessário para esse processo indica uma habilidade técnica notável entre os Neandertais.<h2>Neandertais: mais do que sobreviventes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02192627919266.jpg" alt="Caverna Vanguard foi o local explorado para encontrar a "><figcaption>Caverna Vanguard foi o local explorado para encontrar a "fábrica de piche". (Fonte: Visite Gibraltar/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A descoberta não apenas destaca a capacidade dos Neandertais de criar soluções complexas, mas também sugere que eles colaboravam para realizar tarefas sofisticadas. A precisão com que controlavam o fogo e a engenhosidade da “fábrica” mostram que esses ancestrais eram mais do que simples caçadores-coletores.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126820-apos-40-mil-anos-os-neandertais-ainda-vivem-em-nosso-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Após 40 mil anos, os neandertais ainda vivem em nosso DNA</a></li></ul>“O forno demonstra que Neandertais possuíam uma compreensão profunda dos materiais e do manejo do fogo”, explicou a equipe. Além disso, a presença de guano na estrutura indica que eles aproveitaram recursos disponíveis de maneira eficiente, incluindo o esterco de aves ou morcegos como isolante para manter o poço hermético.Apesar das dúvidas sobre os usos finais do piche, a complexidade desse sistema reforça a imagem dos Neandertais como indivíduos adaptáveis, inventivos e altamente sociais. Enquanto as cavernas de Gibraltar continuam a revelar segredos enterrados no tempo, uma coisa é clara: os Neandertais não eram apenas sobreviventes, mas pioneiros engenhosos de sua era.

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"Fábrica de piche" neandertal de 65 mil anos é encontrada em Gibraltar

Durante expedição, arqueólogos dinamarqueses recuperaram dezenas de lanças, arpões, espadas e facas.

Arqueólogos dinamarqueses desenterraram um verdadeiro arsenal de armas da Idade do Ferro, escondido sob o que seria a residência de um poderoso chefe tribal. A coleção, datada de 1.500 anos, inclui mais de 100 itens, como lanças, espadas e até uma rara cota de malha.&nbsp;Segundo os especialistas, esse achado pode ter sido uma oferenda após uma vitória militar.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109661-acharam-uma-carruagem-da-idade-do-ferro-sepultada-com-cavalos-e-condutor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Acharam uma carruagem da Idade do Ferro sepultada com cavalos e condutor</a></li></ul>“O número de armas é impressionante, mas o mais fascinante é o vislumbre que temos da estrutura social e da vida cotidiana na Idade do Ferro”, destacou Elias Witte Thomasen, arqueólogo líder do projeto, em comunicado. Para ele, essa descoberta nos aproxima das pessoas que viveram naquela época, mostrando o poder e a influência de figuras como o chefe tribal dono do local.<h2>Um arsenal digno de um chefe</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02192050806259.jpeg" alt="Fragmento de um "><figcaption>Fragmento de um "anel de juramento" foi encontrada sob a escavação arqueológica na Dinamarca. (Fonte: Vejle Museums)</figcaption></figure></figure>A descoberta ocorreu durante as obras de ampliação de uma rodovia na cidade de Løsning Søndermark, em agosto. As armas estavam enterradas sob duas casas do início do século V, supostamente pertencentes a alguém capaz de liderar um exército. Entre os itens encontrados estavam 119 lanças e lanças, oito espadas, cinco facas, um machado e uma cota de malha, peça rara e extremamente valiosa na época.Essa cota de malha, em particular, se destacou: enquanto outros exemplares da Idade do Ferro foram achados em túmulos, esta é a primeira descoberta em um assentamento. Os arqueólogos acreditam que ela pertencia ao próprio chefe, devido ao alto custo e ao tempo necessário para sua confecção.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127419-as-6-maiores-civilizacoes-da-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 6 maiores civilizações da Idade do Bronze</a></li></ul>Além das armas, os pesquisadores desenterraram fragmentos de dois anéis de bronze conhecidos como “anéis de juramento”. Esses itens simbolizavam poder e autoridade, reforçando a posição de destaque do chefe tribal na hierarquia local. Também foram encontrados objetos relacionados à montaria, como peças de bridão e um bugle, sugerindo a importância dos cavalos no contexto bélico e cerimonial.<h2>Armas de guerra ou espólio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02192217041260.jpeg" alt="Imagem mostra pedaço de malha recuperado durante escavações. (Fonte: Vejle Museums)"><figcaption>Imagem mostra pedaço de malha recuperado durante escavações. (Fonte: Vejle Museums)</figcaption></figure></figure>Apesar da riqueza do arsenal, os arqueólogos ainda debatem se essas armas pertenciam a guerreiros locais ou se eram o resultado de pilhagens em guerras. A teoria mais aceita é a de que o arsenal foi enterrado como um ritual de sacrifício, simbolizando gratidão ou proteção após batalhas bem-sucedidas.Curiosamente, um achado semelhante em Vindelev, a apenas 16 quilômetros de distância, indica que essa região era habitada por vários chefes poderosos durante a Idade do Ferro. Isso sugere uma complexa rede de liderança tribal e alianças estratégicas que podem ter moldado o cenário político da época.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125492-grande-cemiterio-da-idade-do-bronze-e-encontrado-perto-de-stonehenge.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grande cemitério da Idade do Bronze é encontrado perto de Stonehenge</a></li></ul>Com análises em andamento, a equipe espera desvendar mais detalhes sobre a sociedade e os guerreiros da Idade do Ferro. Enquanto isso, a descoberta em Løsning Søndermark serve como uma janela para um passado cheio de intrigas, poder e, claro, muita habilidade militar.

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Artefatos de 1,5 mil anos são achados sob casa de chefe da Idade do Ferro

Embora fenômeno raro cause aumento repentino no nível do mar, pesquisadores afirmam que ele não tem ligação com terremotos submarinos convencionais. 

Na madrugada de segunda-feira (2), os moradores de Jaguaruna, no litoral sul de Santa Catarina, viveram um susto incomum: o mar avançou de forma repentina, percorrendo uma longa extensão em direção ao continente. O evento foi identificado como um “tsunami meteorológico”, fenômeno raro que causa um aumento súbito no nível do mar devido a mudanças na pressão atmosférica.<ul><li>Relembre:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/100771-internautas-registram-passagem-de-tsunami-meteorologico-por-santa-catarina.htm]" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Internautas registram passagem de tsunami meteorológico por Santa Catarina</a></li></ul>Segundo a Defesa Civil do estado, a estação maregráfica de Balneário Rincão registrou um aumento de 1 metro no nível do mar em poucos minutos. O mais intrigante é que as condições meteorológicas tradicionais, como maré alta ou agitação marítima, não estavam presentes. O fenômeno pegou todos de surpresa, deixando rastros de curiosidade e dúvidas sobre sua origem.<h2>O que é um tsunami meteorológico?</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/RuAzmvrJQoI?si=ZmEhFKVbW6UA_Dhs" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Apesar do nome, um tsunami meteorológico não tem ligação com os grandes maremotos causados por terremotos submarinos. Este fenômeno é desencadeado por alterações bruscas na pressão atmosférica, geralmente associadas a tempestades intensas e rajadas de vento em alto-mar.Frederico Rudorff, gerente de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina, explicou que eventos como esse acontecem durante a passagem de linhas de instabilidade, que são tempestades alinhadas capazes de gerar pulsos de pressão propagados no oceano. Essas perturbações criam ondas que ganham força e altura conforme se aproximam da costa.<ul><li>Veja mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120090-os-6-maiores-tsunamis-ja-registrados-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os 6 maiores tsunamis já registrados na história</a></li></ul>Embora raro, o fenômeno não é inédito no estado. Casos semelhantes foram registrados anteriormente, incluindo um em novembro de 2023, no município de Laguna. A combinação da primavera, conhecida por ser uma estação instável, com características específicas do litoral sul catarinense, parece favorecer essas ocorrências.<h2>O susto em Jaguaruna</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03185130308036.jpg" alt="Segundo pesquisadores, tecnologias ainda não conseguem prever muito bem tsunamis meteorológicas. (Fonte: Defesa Civil SC/Reprodução)"><figcaption>Segundo pesquisadores, tecnologias ainda não conseguem prever muito bem tsunamis meteorológicas. (Fonte: Defesa Civil SC/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por volta da 1h da manhã, o tsunami meteorológico chegou de forma repentina, surpreendendo moradores e levantando preocupações. Testemunhas relataram o avanço súbito do mar, que tomou áreas mais afastadas da costa. Momentos antes, nuvens carregadas já indicavam a presença de um temporal, mas ninguém imaginava que ele resultaria em um fenômeno tão peculiar.Meteorologistas reforçam que a previsão de tsunamis meteorológicos é extremamente desafiadora. Como as condições envolvem interações complexas entre atmosferas e oceanos, dificilmente os modelos meteorológicos conseguem prever eventos como o ocorrido.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tsunami-gigante-surpreendeu-cientistas-na-groenlandia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tsunami gigante surpreendeu cientistas na Groenlândia</a></li></ul>Apesar da intensidade do fenômeno, não houve relatos de feridos ou grandes prejuízos. A Defesa Civil segue monitorando a região e reforça a importância de estar atento às mudanças bruscas no clima. No fim, o tsunami meteorológico de Jaguaruna se torna mais um exemplo da força e imprevisibilidade da natureza, lembrando que, mesmo em tempos de tecnologia avançada, ainda há muito a ser desvendado.

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Tsunami meteorológico: o que é o fenômeno que atingiu Jaguaruna, SC

De acordo com investigadores envolvidos em trabalho feito na Turquia, a inscrição fazia referência a uma deusa pagã conhecida como "a Mãe".

Por mais de dois milênios e meio, uma estátua solitária chamada Arslan Kaya, ou “Rochedo do Leão”, guardou um enigma na região central da Turquia.&nbsp;O monumento, datado de 2.600 anos atrás, já foi adornado com esfinges, leões e deusas, mas o tempo e a ação de caçadores de tesouros reduziram a estrutura a formas quase irreconhecíveis. Na base, uma inscrição desgastada permaneceu um mistério, considerada por muitos como impossível de ser decifrada.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125104-inscricao-de-behistun-a-pedra-de-roseta-da-escrita-cuneiforme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Inscrição de Behistun: a 'pedra de Roseta' da escrita cuneiforme</a></li></ul>Essa visão mudou graças ao trabalho de Mark Munn, professor de História e Arqueologia da Grécia Antiga na Penn State. Usando fotografias recentes e comparando-as com registros anteriores, Munn conseguiu o que parecia impensável: identificar o texto perdido. Segundo ele, trata-se de uma dedicação a "Materan", o nome ou título da deusa mãe conhecida como Matar, figura central na antiga Frígia.<h2>A deusa reencontrada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02191655256255.jpg" alt="Descoberta na Turquia é o primeiro monumento com inscrições fazendo referência "><figcaption>Descoberta na Turquia é o primeiro monumento com inscrições fazendo referência "a Mãe". (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O achado é significativo porque, embora existam outros monumentos frígios dedicados à deusa Matar, Arslan Kaya é único. É o único registro conhecido onde a figura da deusa foi esculpida diretamente no monumento, acompanhada de uma inscrição que a nomeia. “Nenhum dos monumentos maiores tinha uma imagem esculpida da Mãe ou inscrições diretamente associadas a ela”, explicou Munn ao ArtNet.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/estatua-de-deusa-de-3-mil-anos-e-encontrada-no-fundo-de-um-lago-na-italia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estátua de deusa de 3 mil anos é encontrada no fundo de um lago na Itália</a></li></ul>A deusa Matar aparece em outros monumentos frígios, como o Areyastis, a cerca de 40 quilômetros de Arslan Kaya. Nesses casos, o nome da deusa vinha acompanhado de epítetos que forneciam pistas sobre sua adoração. Apesar do tempo e da destruição terem apagado muito do texto original, Munn acredita que Arslan Kaya também continha uma inscrição mais longa, possivelmente detalhando quem ergueu o monumento e conferindo à deusa um título especial.Essa descoberta não só ilumina aspectos da religiosidade na antiga Frígia, como também abre portas para uma melhor compreensão da língua frígia, ainda pouco estudada. “Qualquer nova evidência é de grande interesse para estudiosos de línguas e culturas antigas da Anatólia”, destacou Munn.<h2>Luz, fotografia e paciência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02191918541256.jpg" alt="Trabalho feito por arqueólogos apresentou nova visão sobre uma língua considera "><figcaption>Trabalho feito por arqueólogos apresentou nova visão sobre uma língua considera "morta". (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O segredo para decifrar o texto estava na luz. Como Munn apontou, “muito depende da favorabilidade da luz ao tirar fotografias”. Com as condições certas, as marcas desgastadas da pedra puderam ser vistas com maior clareza. A partir disso, ele trabalhou para determinar quais letras foram gravadas há milhares de anos, concluindo que a inscrição fazia referência à deusa que uma vez ocupou o nicho esculpido no monumento.Além do avanço técnico, o trabalho de Munn ilustra o poder da paciência e da tecnologia na arqueologia. Fotografias modernas e métodos de análise comparativa permitiram revisitar um local estudado pela primeira vez em 1884 e revelar detalhes antes considerados perdidos. Agora, Arslan Kaya não é apenas uma pedra antiga, mas um testemunho vibrante da devoção a uma das figuras mais importantes da antiga Anatólia.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/potes-funerarios-com-corpos-de-bebes-sem-cabeca-sao-achados-na-turquia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Potes funerários com corpos de bebês sem cabeça são achados na Turquia</a></li></ul>Mesmo com a decifração parcial, o monumento e suas inscrições continuam a instigar perguntas. O que mais essas inscrições podem revelar sobre as crenças e estruturas sociais da Frígia? Enquanto isso, a deusa Matar, tão importante para seu tempo, volta a ocupar o lugar de destaque na história que um dia perdeu.

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Inscrição antiga feita em 'língua perdida' é decifrada por pesquisadores

De acordo com novo estudo, velocidade da fala é um dos fatores essenciais no diagnóstico de declínio cognitivo em pessoas mais velhas. 

Quem nunca ficou na dúvida e teve aquele momento de “como é mesmo o nome daquilo?”. Ao tentar lembrar de uma palavra, a dificuldade de encontrar o termo exato é algo comum, principalmente com o passar dos anos. Esse fenômeno, conhecido como lethologica, geralmente fica mais evidente à medida que envelhecemos. Mas o que muitos não sabem é que, além dessa dificuldade,&nbsp;o ritmo da fala pode ser um sinal de alerta muito mais preciso para detectar problemas cognitivos, como o Alzheimer, em seus estágios iniciais.<ul><li>O que é:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123565-reserva-cognitiva-o-que-e-e-por-que-deve-ser-fortalecida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Reserva cognitiva: o que é e por que deve ser fortalecida?</a></li></ul>Uma pesquisa recente da Universidade de Toronto revelou que a velocidade com que uma pessoa fala pode ser um indicador crucial da saúde cerebral em adultos mais velhos. Os cientistas analisaram a fala de 125 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 90 anos, enquanto descreviam uma cena em detalhes. Surpreendentemente, o ritmo da fala se mostrou fortemente relacionado ao declínio nas habilidades cognitivas dos participantes, especialmente nas funções executivas, como atenção, velocidade de raciocínio e a capacidade de planejar tarefas.<h2>A fala como indicadora cognitiva</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01212827520005.jpg" alt="Diminuição na velocidade da fala pode ser indicador de declínio cognitivo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Diminuição na velocidade da fala pode ser indicador de declínio cognitivo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores descobriram que a diminuição da velocidade da fala em adultos mais velhos está relacionada ao desempenho mais lento em tarefas que medem a concentração e a rapidez de pensamento.&nbsp;Isso sugere que a desaceleração geral no processamento mental pode afetar tanto as funções cognitivas quanto as mudanças linguísticas com a idade. Um aspecto interessante do estudo foi o uso de uma tarefa chamada “interferência de palavras com imagens”.&nbsp;Nessa atividade, os participantes viam imagens de objetos do cotidiano enquanto ouviam palavras relacionadas ou parecidas foneticamente. O estudo revelou que a rapidez com que os adultos mais velhos conseguiam nomear as imagens estava ligada à sua velocidade de fala natural, o que reforça a ideia de que a lentidão no processamento mental pode ser um fator subjacente no declínio cognitivo.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/13-dos-diagnosticos-de-demencia-podem-estar-errados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">13% dos diagnósticos de demência podem estar errados</a></li></ul>Esse estudo também trouxe à tona um detalhe importante: a dificuldade de encontrar a palavra certa pode ser apenas uma das manifestações de um declínio mais amplo nas funções cognitivas. Portanto, mais do que o famoso momento “na ponta da língua” — quando o cérebro sabe a palavra, mas ela não sai —, a velocidade da fala se revela um indicativo ainda mais precoce de mudanças no cérebro, antes mesmo de sintomas mais evidentes do Alzheimer se manifestarem.<h2>Novas tecnologias e diagnóstico precoce</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01212912262007.jpg" alt="Pesquisadores acreditam que novas informações podem auxiliar no diagnóstico precoce de doenças mentais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores acreditam que novas informações podem auxiliar no diagnóstico precoce de doenças mentais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo da Universidade de Toronto abre novas possibilidades para o diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, através da análise da fala. Técnicas como o processamento de linguagem natural, uma forma de IA que analisa dados de linguagem humana, podem ser utilizadas para detectar essas mudanças sutis na fala, como o ritmo mais lento.<ul><li>Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128132-encolhimento-do-hipocampo-pode-ser-um-sinal-de-alzheimer-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Encolhimento do hipocampo pode ser um sinal de Alzheimer, diz estudo</a></li></ul>Isso não só oferece uma maneira mais eficiente de acompanhar a saúde cognitiva de uma pessoa ao longo do tempo, mas também pode ajudar médicos a identificar aqueles em risco antes que sintomas graves apareçam. A pesquisa também destaca a importância de ferramentas objetivas, como a análise da velocidade da fala, para detectar alterações que normalmente passariam despercebidas.&nbsp;Além disso, os pesquisadores sugerem que futuras investigações poderiam combinar essas medições com relatórios subjetivos dos próprios participantes sobre as dificuldades em encontrar palavras, criando assim um panorama mais completo sobre o declínio cognitivo e linguístico. Embora o estudo tenha se focado em aspectos mais técnicos, ele oferece um vislumbre de como a inteligência artificial pode revolucionar a forma como diagnosticamos e entendemos doenças como o Alzheimer.&nbsp;&nbsp;

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Jeito de falar pode indicar início de declínio cognitivo

Arqueólogos escavaram uma tumba na Síria que parece ter revelado evidências de algumas das escritas alfabéticas mais antigas da humanidade.

Uma descoberta arqueológica recente está balançando as estruturas do que se sabia sobre a origem do alfabeto. A equipe de pesquisadores liderada pelo professor Glenn Schwartz, da Universidade Johns Hopkins, encontrou cilindros de argila datados de cerca de 2400 a.C., que desafiam a ideia de que o alfabeto teria surgido em torno do Egito.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122940-quais-as-origens-do-alfabeto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quais as origens do alfabeto?</a></li></ul>De acordo com os arqueólogos, os cilindros encontrados em Tell Umm-el Marra, na Síria, são 500 anos mais antigos do que os registros conhecidos e podem indicar que o alfabeto se originou em um lugar diferente do que se pensava até agora. Esse novo achado revela que as pessoas estavam experimentando novas tecnologias de comunicação muito antes do que imaginávamos e em um local completamente diferente.<h2>Escrituras nos cilindros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01205306584007.jpg" alt="Descoberta feita na Síria mostra forma primitiva de escrita alfabética. (Fonte: Johns Hopkins University/Reprodução)"><figcaption>Descoberta feita na Síria mostra forma primitiva de escrita alfabética. (Fonte: Johns Hopkins University/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cilindros de argila encontrados em Tell Umm-el Marra podem ter sido usados como rótulos ou identificadores de objetos. Os pesquisadores encontraram quatro cilindros, levemente assados, com sinais que indicam uma forma primitiva de escrita alfabética. Eles estavam perfurados, o que sugere que poderiam ter sido amarrados a algum outro objeto, talvez um recipiente, funcionando como uma espécie de etiqueta.&nbsp;<ul><li>Relacionado:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120876-9-letras-esquecidas-que-poderiam-estar-no-alfabeto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">9 letras esquecidas que poderiam estar no alfabeto</a></li></ul>Embora os pesquisadores não possam traduzir a escrita, há especulações sobre o que ela poderia indicar. “Sem um meio de traduzir a escrita, podemos apenas especular”, diz Schwartz. A descoberta é particularmente significativa porque os cilindros foram encontrados ao lado de artefatos de valor histórico, como joias de ouro e prata, utensílios de cozinha e até mesmo uma ponta de lança.&nbsp;Essa combinação de achados sugere que a escrita estava começando a ser usada de forma prática no cotidiano das pessoas, possivelmente para identificar a origem ou o conteúdo de objetos importantes. A escavação também revelou túmulos bem preservados da Idade do Bronze, o que ajuda a datar com precisão os artefatos e a escrita.<h2>Nova história para o alfabeto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01205515650010.jpg" alt="Recente descoberta pode mudar tudo o que sabemos até então sobre a origem do alfabeto. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Recente descoberta pode mudar tudo o que sabemos até então sobre a origem do alfabeto. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A descoberta em Tell Umm-el Marra desafia o que os estudiosos sabiam até agora sobre o alfabeto. Até então, a crença predominante era de que o alfabeto havia sido criado no Egito por volta de 1900 a.C. Mas, com a datação dos cilindros, os arqueólogos agora sugerem que o alfabeto pode ter uma história de origem completamente diferente, possivelmente ligada à região da Síria.&nbsp;<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118488-possivel-elo-perdido-do-alfabeto-foi-descoberto-em-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Possível 'elo-perdido' do alfabeto foi descoberto em Israel</a></li></ul>Essa mudança de perspectiva abre novas possibilidades de investigação e compreensão sobre como as primeiras formas de comunicação escrita se espalharam pelo mundo antigo. De acordo com Schwartz, a descoberta não apenas altera o local de origem do alfabeto, mas também ilumina um novo capítulo sobre o desenvolvimento das primeiras civilizações urbanas."Nosso artefato é mais antigo e vem de uma área diferente do mapa, o que sugere que a história da origem do alfabeto pode ser bem diferente do que pensávamos", conclui o arqueólogo. Ele compartilhará mais detalhes de sua descoberta no encontro anual da American Society of Overseas Research, onde promete expandir ainda mais os horizontes da história da escrita.

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Como cilindros de argila recém-descobertos desafiam como alfabeto foi criado

Pesquisadores acreditavam anteriormente que a agricultura teria sido fundamental para o desenvolvimento dos povos mesoamericanos — mas descoberta sugere outra coisa. 

Antes de os Maias erguem suas pirâmides imponentes, seus predecessores já estavam moldando o ambiente de uma maneira engenhosa. No coração das terras pantanosas de Belize, uma rede de canais de 4 mil anos foi descoberta, revelando uma habilidade impressionante de povos pré-Maia. Esses canais de pesca desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da civilização na região, ajudando a transformar a paisagem e os modos de vida de seus habitantes.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110910-conheca-o-incrivel-buraco-azul-no-mar-de-belize.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o incrível Buraco Azul no mar de Belize</a></li></ul>A descoberta foi possível graças ao uso de tecnologias avançadas, como drones e imagens do Google Earth. Através dessas ferramentas, arqueólogos conseguiram localizar os canais escondidos no Crooked Tree Wildlife Sanctuary, uma das maiores áreas úmidas de Belize. Esses canais, que ficaram ocultos por milênios, são agora uma chave para entender a engenhosidade dos povos que habitavam a Mesoamérica muito antes do apogeu da civilização Maia.<h2>A descoberta dos canais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01213302406009.jpg" alt="Arqueólogos trabalharam arduamente para datar canais pré-maias descobertos em Belize. (Fonte: Belize River East Archaeology Project)"><figcaption>Arqueólogos trabalharam arduamente para datar canais pré-maias descobertos em Belize. (Fonte: Belize River East Archaeology Project)</figcaption></figure></figure>De acordo com um estudo recente publicado na Science Advances, os arqueólogos focaram no Crooked Tree Wildlife Sanctuary, utilizando imagens aéreas para localizar os canais construídos pelos povos pré-Maia cerca de 4 mil anos atrás. "Aqui e em outros locais das Baixas Maias, nossa equipe identificou, por meio de sensoriamento remoto, uma vasta rede de canais ou represas de terra", explicaram os autores do estudo.&nbsp;Esses canais não só eram utilizados para a pesca, mas também revelam a ligação entre essas práticas e outras culturas pré-colombianas, como as da Amazônia Boliviana e até da África, em locais como a Zâmbia. Os canais foram projetados para capturar peixe de água doce, com arqueólogos encontrando "pontas de arpão" nas proximidades, sugerindo a prática de pesca com lanças.&nbsp;<ul><li>Relacionado:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124482-maias-os-costumes-peculiares-e-sangrentos-desta-civilizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maias: os costumes peculiares e sangrentos desta civilização</a></li></ul>Durante cerca de 1 mil anos, essas estruturas ajudaram a sustentar uma população em transição, que já não dependia totalmente da caça e coleta, mas estava começando a adotar uma vida mais sedentária. A descoberta desses canais mostra como as civilizações pré-Maia começaram a moldar sua relação com o ambiente de maneira mais complexa, e isso pode ter sido fundamental para o surgimento das grandes cidades Maia.<h2>Desenvolvimento das civilizações mesoamericanas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01213212685008.jpeg" alt="Prováveis ??locais de captura de peixes identificados nas terras baixas pré-maias. (Fonte: Belize River East Archaeology Project)"><figcaption>Prováveis locais de captura de peixes identificados nas terras baixas pré-maias. (Fonte: Belize River East Archaeology Project)</figcaption></figure></figure>Embora esses canais sejam anteriores à civilização Maia, eles podem ter servido como um ponto de partida para o que viria a seguir. O estudo sugere que as mudanças climáticas que ocorreram entre 2200 e 1900 a.C. podem ter impulsionado a criação desses canais, com os povos pré-Maia reagindo à necessidade de um fornecimento alimentar mais estável.&nbsp;De fato, o consumo de peixe, aliado a produtos agrícolas como o milho, foi uma estratégia vital que permitiu a transição de um estilo de vida nômade para a sedentarização, o que ajudou a dar origem a grandes civilizações como a Maia. Esses canais, que inicialmente foram cavados por caçadores-coletores-pescadores, continuaram a ser usados até a ascensão dos Maias, entre 2000 a.C. e 200 d.C.&nbsp;<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/arte-rupestre-em-plaquetas-de-pedra-mostra-pesca-com-redes-ha-138-mil-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arte rupestre em plaquetas de pedra mostra pesca com redes há 13,8 mil anos</a></li></ul>Mais do que uma ferramenta para captura de alimentos, esses canais também são um reflexo de como os pré-Maias já estavam, de certa forma, planejando e estruturando seu território para atender às suas necessidades. Esse tipo de "intensificação agrícola" foi fundamental para o crescimento das primeiras civilizações mesoamericanas, permitindo que comunidades se estabelecessem de forma mais permanente.

Pedro Freitas