Imagem de Mundus Patet: quando Roma abria as portas do Submundo no megacurioso

Semelhante a uma festa de Halloween, o Mundus Patet celebrava as almas dos mortos e a fertilidade agrícola da Roma Antiga

Muitas civiliza&ccedil;&otilde;es ao longo da hist&oacute;ria t&ecirc;m suas datas comemorativas relacionadas ao mundo dos mortos. Hoje &eacute; bem comum no Ocidente a celebra&ccedil;&atilde;o crist&atilde; do Dia dos Mortos, em 2 de novembro, que tem bastante rela&ccedil;&atilde;o com outras festas de origem pag&atilde; que deram origem, por exemplo, ao Halloween, em 31 de outubro.
Os antigos romanos tamb&eacute;m celebravam algumas datas relacionadas a quem j&aacute; morreu, como a Parentalia (ou Dies Parentales), quando honravam os antepassados por 9 dias a partir de 13 de fevereiro; ou a Lemuralia, ou Lemuria, quando realizavam ritos para exorcizar esp&iacute;ritos ruins de suas casas nos dias 9, 11 e 13 de maio, entre outras.
Por&eacute;m, uma das que parecem mais interessantes dessas festividades romanas ligadas ao submundo &eacute; a chamada Mundus Patet, que pode ser traduzido mais ou menos como "mundo aberto". E digo "mais ou menos" porque mundus em latim tem um conceito um pouco mais complexo do que apenas "mundo" &mdash; para os antigos romanos, tratava-se n&atilde;o apenas do plano onde vivemos fisicamente, mas tamb&eacute;m da ab&oacute;boda celeste, ou seja, o pr&oacute;prio c&eacute;u, e seu reflexo abaixo de n&oacute;s, que podemos chamar de submundo, onde os esp&iacute;ritos dos mortos residem.
<h2>Mundus Patet: o Halloween na Roma Antiga</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/05/a-05133710374167.jpg" alt="a" />Quando os mortos saem do submundo. (Fonte: Heredia / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Celebrado nos dias 24 de agosto, 5 de outubro e 8 de novembro, o Mundus Patet era uma celebra&ccedil;&atilde;o em que a porta para o submundo era aberta &mdash; e n&atilde;o digo no sentido figurado. No centro da cidade de Roma havia uma abertura para um fosso que passava o ano coberta por uma pedra chamada lapis manalis (onde lapis significa "pedra" e manalis tem liga&ccedil;&atilde;o com o verbo manare, "fluir"). Essa pedra era removida nessas datas e os esp&iacute;ritos dos mortos sa&iacute;am para passear entre os vivos.
Esse fosso que era aberto nas datas de Mundus Patet era a conex&atilde;o do plano f&iacute;sico com o Mundus Cerialis, ou Caereris Mundus, o submundo hemisf&eacute;rico onde se encontrava Ceres, uma deusa romana da agricultura (&eacute; do nome dela que vem a palavra "cereal") que tamb&eacute;m tinha o papel de controlar a barreira entre os mundos dos vivos e dos mortos.&nbsp;Durante os dias de Mundus Patet, os cidad&atilde;os romanos atiravam nesse fosso oferendas compostas pelos primeiros frutos das colheitas do ano, algo que remete &agrave;s pr&aacute;ticas c&eacute;lticas europeias que deram origem ao Halloween.
O Mundus Cerialis romano, segundo as lendas, teria sido constru&iacute;do pelo pr&oacute;prio R&ocirc;mulo, fundador mitol&oacute;gico da cidade de Roma em 753 a.C. De acordo com historiadores, esse costume teria origem na civiliza&ccedil;&atilde;o etrusca, que j&aacute; habitava a pen&iacute;nsula it&aacute;lica quando o reino de Roma foi instalado. Outras teorias indicam influ&ecirc;ncias gregas neste ritual.
<h2>Deuses e mortos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/05/a-05133952655168.jpg" alt="a" />A deusa Ceres bebe da &aacute;gua dada a ela por H&eacute;cuba no submundo. (Fonte: Wikimedia Commons / Adam Elsheimer - c. 1605 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De modo geral, as datas em que se comemorava o Mundus Patet sugerem ritos a Ceres como a divindade guardi&atilde; dos gr&atilde;os no estabelecimento das antigas cidades romanas, e tamb&eacute;m como respons&aacute;vel pela vida ap&oacute;s a morte no submundo, que era cogovernado durante os meses de inverno por sua filha Proserpina, rainha-consorte de Dis Pater, ou Rex Infernus, deus romano relacionado a esse plano e que foi posteriormente sincretizado com Plut&atilde;o (Hades) e Orcus.
Quando esse submundo era aberto, as pessoas se sentiam mais pr&oacute;ximas das pessoas mortas, portanto esses dias tamb&eacute;m eram feriados importantes durante os quais todos os com&eacute;rcios eram fechados, nenhuma batalha era travada, nenhum casamento era celebrado e os templos ficavam vazios.

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Mundus Patet: quando Roma abria as portas do submundo

Imagem de Baphomet: a verdadeira história do símbolo ligado à maçonaria no megacurioso

Seria o bode de Mendes uma alusão ao diabo? Teria ele ligações com a maçonaria como muitas pessoas afirmam? Desvendamos isso e mais neste artigo

Muita gente j&aacute; deve ter visto uma estranha figura que est&aacute; geralmente ligada&nbsp;&agrave; ma&ccedil;onaria: um ser meio humano, meio animal, com as pernas cruzadas e cobertas, o torso com seios descobertos, m&atilde;os apontando para cima e para baixo, asas escuras e uma cabe&ccedil;a que se assemelha &agrave; de um bode com grandes chifres.
Pol&ecirc;mica, a imagem de&nbsp;Baphomet &eacute; comumente associada &agrave; figura do pr&oacute;prio dem&ocirc;nio&nbsp;pela sociedade e &eacute; ligada a diversos grupos m&iacute;sticos ou religiosos, com uma conota&ccedil;&atilde;o negativa na maioria das vezes. Afinal, o que &eacute; esse ser bizarro e por que tanta gente o enxerga como Satan&aacute;s?
<h2>Qual &eacute; a origem de Baphomet?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/a-04145036877261.jpg" alt="a" />Releitura da imagem do Baphomet pelo artista H.R. Giger, o mesmo que criou o design do filme Alien: o oitavo passageiro. (Fonte: Wikimedia Commons)
O relato mais antigo do nome "Baphomet" foi encontrado em uma carta sobre o cerco de Antioquia, que ocorreu em 1098, durante a Primeira Cruzada. Historiadores acreditam que, nesse contexto, a palavra era usada pelos cruzados para se referir a Maom&eacute;, o fundador do islamismo.
Posteriormente, a figura de Baphomet teria sido ligada a uma "divindade" adorada pelos Cavaleiros Templ&aacute;rios a partir do s&eacute;culo XII. O nome aparece em diversos registros da Inquisi&ccedil;&atilde;o contra essa ordem no s&eacute;culo XIV, quando foram perseguidos pela Igreja Cat&oacute;lica, especialmente na Fran&ccedil;a, pelo rei Felipe IV e pelo papa Clemente V. Na vis&atilde;o dos crist&atilde;os, tratava-se de um deus pag&atilde;o adorado secretamente dentro dessa sociedade secreta e, por isso, o Baphomet passou a ser relacionado ao diabo.
Entre as diversas descri&ccedil;&otilde;es de Baphomet feitas pelos templ&aacute;rios torturados pela Igreja Cat&oacute;lica est&atilde;o: uma cabe&ccedil;a decepada sobre um altar; um gato preto; uma cabe&ccedil;a com diversas faces; um bode; um pentagrama (normal ou de cabe&ccedil;a para baixo), etc.
Vale notar que todas as informa&ccedil;&otilde;es sobre esse suposto Baphomet t&ecirc;m origem em documentos crist&atilde;os da Inquisi&ccedil;&atilde;o; logo, n&atilde;o h&aacute; nenhuma, por parte dos pr&oacute;prios templ&aacute;rios, que n&atilde;o tivesse sido obtida sem press&atilde;o ou tortura.
Uma das poss&iacute;veis hist&oacute;rias de origem dos ma&ccedil;ons da atualidade diz que a ma&ccedil;onaria seria uma continuidade da ordem dos Cavaleiros Templ&aacute;rios, extinta no s&eacute;culo XIV quando o &uacute;ltimo gr&atilde;o-mestre, Jacques de Molay, foi queimado vivo a mando do rei Felipe IV e do papa Clemente V. A ma&ccedil;onaria contempor&acirc;nea teria surgido no s&eacute;culo XVIII a partir de conhecimentos e pr&aacute;ticas mantidas vivas pelos templ&aacute;rios, o que incluiria essa suposta liga&ccedil;&atilde;o com Baphomet.
No s&eacute;culo XIX, o Baphomet passou a ter uma conex&atilde;o forte com o misticismo e o ocultismo, ganhando popularidade nos trabalhos de Eliphas Levi, em especial no livro Dogma e ritual da alta magia. &Eacute; dessa obra que vem a imagem mais famosa dessa figura e nela o autor tamb&eacute;m a chama de "bode de Mendes", ligando-a ao antigo culto eg&iacute;pcio na cidade de Mendes (nome grego para&nbsp;Djedete), onde um bode era adorado como divindade, segundo relatos do historiador Her&oacute;doto.
Essa rela&ccedil;&atilde;o do Baphomet com um bode se d&aacute; tamb&eacute;m pela hist&oacute;ria b&iacute;blica do bode expiat&oacute;rio, um costume hebraico do Yom Kipur, o "Dia do Perd&atilde;o", em que um desses animais era solto no ermo para que levasse consigo os pecados e as impurezas das pessoas, enquanto outro era sacrificado em honra do Deus judaico. Esse bode era chamado Azazel, que posteriormente os crist&atilde;os associaram a um anjo ca&iacute;do que acabou se tornando dem&ocirc;nio por introduzir conhecimentos proibidos aos humanos.
Al&eacute;m disso, Levi tamb&eacute;m chama Baphomet de "bode do Sab&aacute;", conectando a figura a deuses pag&atilde;os europeus venerados em reuni&otilde;es de praticantes de bruxaria na Idade M&eacute;dia. Esses cultos foram severamente perseguidos pela Inquisi&ccedil;&atilde;o da Igreja Cat&oacute;lica, acusados de apresentarem adora&ccedil;&atilde;o ao dem&ocirc;nio.
<h2>Qual &eacute; o significado de Baphomet?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/s-04145322002265.jpg" alt="s" />Uma releitura de Baphomet pelo artista Will Fugman. (Fonte: Will Fugman)
Existem muitas teorias sobre o que significa a palavra "Baphomet". Algumas delas s&atilde;o:
<ul>
<li>uma maneira "alterada" de se falar Maom&eacute; no franc&ecirc;s arcaico;</li>
<li>uma palavra cifrada com origem na frase em latim basileus philosophorum metaloricum&nbsp;(algo como "o soberano dos fil&oacute;sofos metal&uacute;rgicos" em tradu&ccedil;&atilde;o livre), o que faria refer&ecirc;ncia &agrave; pr&aacute;tica da alquimia pelos templ&aacute;rios;</li>
<li>uma adapta&ccedil;&atilde;o da palavra grega&nbsp;&beta;&alpha;&phi;&eta; &mu;&eta;&tau;ou&sigmaf; ou baphe metous, que significaria "batismo de sabedoria" em tradu&ccedil;&atilde;o livre, um termo ligado &agrave; vis&atilde;o gn&oacute;stica manique&iacute;sta de Deus herdada dos templ&aacute;rios;</li>
<li>a soma dos nomes de tr&ecirc;s deuses pag&atilde;os &mdash; baph seria ligado a Baal, um deus de civiliza&ccedil;&otilde;es (como sum&eacute;rios e ac&aacute;dios), pho faria refer&ecirc;ncia a Moloch, uma divindade da religi&atilde;o dos cananeus, e met teria conex&atilde;o com o deus eg&iacute;pcio Set;</li>
<li>Baphomet, em hebraico bpwmt, seria uma codifica&ccedil;&atilde;o num&eacute;rica cabal&iacute;stica referente a&nbsp;&scaron;wpy, interpretado como&nbsp;sophia, palavra grega que significa "sabedoria";</li>
<li>ainda segundo a cabala judaica, o termo seria escrito de tr&aacute;s para a frente,&nbsp;tem. o. h. p. ab, sendo uma abrevia&ccedil;&atilde;o do latim&nbsp;templi omnium hominum pacis abbas, em portugu&ecirc;s "abade" ou "pai do templo da paz de todos os homens".</li>
</ul>
<h2>Como &eacute; a imagem do Baphomet?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/a-04144802466260.jpg" alt="a" />Baphomet de Eliphas Levi. (Fonte: Getty Images)
S&atilde;o bem diversas as imagens ligadas a Baphomet por toda a hist&oacute;ria, como j&aacute; foram citadas, e elas divergem de acordo com quem as relata. A vers&atilde;o mais "moderna" da figura &eacute; a registrada pelo m&iacute;stico Levi (j&aacute; citada). Ela representa uma s&eacute;rie de elementos que deve ser interpretada em conjunto, resultando em uma simbologia alqu&iacute;mica da natureza humana, tanto f&iacute;sica quanto metaf&iacute;sica. &Eacute; tamb&eacute;m uma representa&ccedil;&atilde;o pante&iacute;stica e m&aacute;gica do absoluto.
O que vemos &eacute; uma figura zooantropom&oacute;rfica, ou seja, com componentes humanos e animais, e que retrata um ser hermafrodita, com caracter&iacute;sticas femininas e masculinas. Juntamente aos bra&ccedil;os de Baphomet, um aponta para cima e outro para baixo, com as palavras latinas solve ("separar") e coagula ("juntar"), esses elementos retratam opostos bin&aacute;rios, encarnando opostos e contrastes.
As m&atilde;os de Baphomet s&atilde;o humanas e apresentam apenas dois dedos esticados, gesto que pode ser visto, inclusive, em algumas imagens de Jesus Cristo. Esse elemento tem origem nos supostos trabalhos de Hermes Trismegisto, um personagem m&iacute;stico lend&aacute;rio origin&aacute;rio da fus&atilde;o de cren&ccedil;as gregas e eg&iacute;pcias. Seu significado &eacute; "aquilo que est&aacute; em cima &eacute; como aquilo que est&aacute; embaixo", ou seja, uma indica&ccedil;&atilde;o de correspond&ecirc;ncia entre diferentes planos de exist&ecirc;ncia e uma analogia entre macrocosmo e microcosmo.
As pernas cruzadas e cobertas por um pano simbolizam o conhecimento herm&eacute;tico esot&eacute;rico, a sabedoria "velada" que s&oacute; &eacute; revelada para "iniciados", buscadores dessas informa&ccedil;&otilde;es ocultas. O cetro que surge de seu ventre &eacute; o caduceu, o emblema do deus Hermes, um s&iacute;mbolo f&aacute;lico&nbsp;associado ao equil&iacute;brio moral, ao caminho de inicia&ccedil;&atilde;o e ao de ascens&atilde;o energ&eacute;tica.
O torso de Baphomet tem seios, que al&eacute;m de darem a ideia da dualidade masculino e feminino, representam a fertilidade, a maternidade e o trabalho &mdash; sinais de reden&ccedil;&atilde;o. A&nbsp;cabe&ccedil;a de bode tamb&eacute;m &eacute; uma s&iacute;ntese de outros animais, com caracter&iacute;sticas de c&atilde;o, touro e burro, ela representa a responsabilidade s&oacute; da mat&eacute;ria e a expia&ccedil;&atilde;o dos pecados corporais. Sobre ela, h&aacute; uma tocha entre os dois chifres,&nbsp;representando a intelig&ecirc;ncia equilibrante do tern&aacute;rio.
<h2>Qual &eacute; a liga&ccedil;&atilde;o de Baphomet com a ma&ccedil;onaria?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/a-04144711569259.jpg" alt="a" />Os mist&eacute;rios da ma&ccedil;onaria revelados por L&eacute;o Taxil. (Fonte: Wikimedia Commons)
A liga&ccedil;&atilde;o entre a figura de Baphomet e a ma&ccedil;onaria ainda &eacute; alvo de muita especula&ccedil;&atilde;o. Tudo come&ccedil;ou com um caso conhecido como "fraude de Taxil", quando o escritor e jornalista franc&ecirc;s L&eacute;o Taxil (1854-1907) criou uma fake news sobre a ma&ccedil;onaria ap&oacute;s ter sido expulso da ordem na d&eacute;cada de 1890.
Ele escreveu um livro chamado&nbsp;Os mist&eacute;rios da ma&ccedil;onaria revelados por L&eacute;o Taxil que tinha na capa a imagem de Baphomet e afirmava haver um culto sat&acirc;nico dentro das lojas ma&ccedil;&ocirc;nicas que o autor chamou de paladismo. Anos depois, Taxil confessou que tudo n&atilde;o passava de fic&ccedil;&atilde;o para difamar a ordem, mas o estrago j&aacute; tinha sido feito.
Movimentos antima&ccedil;onaria, principalmente surgidos entre seguidores de religi&otilde;es judaico-crist&atilde;s, passaram a propagar m&uacute;ltiplas formas de discrimina&ccedil;&atilde;o contra a ordem, que iam de difama&ccedil;&otilde;es a persegui&ccedil;&otilde;es violentas, ligando os membros da organiza&ccedil;&atilde;o a todo tipo de pr&aacute;tica "negativa" (do ponto de vista deles, claro), incluindo a adora&ccedil;&atilde;o a divindades diversas e ao satanismo.
Hoje, as lojas ma&ccedil;&ocirc;nicas negam adorar Baphomet ou sequer us&aacute;-lo como s&iacute;mbolo em seus rituais. Elas tamb&eacute;m afirmam n&atilde;o ter rela&ccedil;&atilde;o com o uso de pentagramas, da figura do bode ou algo semelhante.

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Baphomet: a verdadeira história do símbolo ligado à maçonaria

Imagem de "Romance Gap": como a desigualdade prejudica mulheres em relacionamentos no megacurioso

Privilégios masculinos e a desigualdade de gênero como um todo são uma pedra no sapato de mulheres que buscam relacionamentos saudáveis

A maioria das pessoas concordaria que conhecer algu&eacute;m novo, flertar para chamar sua aten&ccedil;&atilde;o, sentir aquela eletricidade no momento em que voc&ecirc;s se tocam ou seguram as m&atilde;os pela primeira vez e, eventualmente, iniciar um novo relacionamento &eacute; uma coisa emocionante e maravilhosa que certamente pode ser muito divertida, certo?
Entretanto, para as mulheres, essa experi&ecirc;ncia muitas vezes pode parecer como andar em um campo minado cheio de d&uacute;vidas, inseguran&ccedil;as, frustra&ccedil;&otilde;es e padr&otilde;es duplos perpetuados por centenas de anos de tradi&ccedil;&otilde;es tendenciosas de g&ecirc;nero que n&oacute;s, como sociedade, constru&iacute;mos e refor&ccedil;amos ao longo dos s&eacute;culos.
Apesar dos tremendos avan&ccedil;os positivos em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118159-mulheres-e-calcas-a-luta-por-liberdade-no-ocidente.htm" target="_blank" title="Mulheres e cal&ccedil;as: a luta por liberdade no Ocidente">igualdade de g&ecirc;nero</a> na &uacute;ltima d&eacute;cada, n&atilde;o &eacute; surpresa que a maioria dos homens cis heterossexuais ainda desfrute de um privil&eacute;gio consider&aacute;vel sobre as mulheres quando falamos sobre flertar e namorar. Embora isso quase nunca seja falado abertamente, muitas vezes &eacute; subentendido que os homens s&atilde;o aqueles que deveriam estar dando as cartas no relacionamento, particularmente naquelas primeiras intera&ccedil;&otilde;es cruciais: &eacute; esperado que eles deem o primeiro passo,&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121077-4-regras-de-etiqueta-para-os-encontros-romanticos-de-1950.htm" target="_blank" title="4 regras de etiqueta para os encontros rom&acirc;nticos de 1950">convidem a garota para sair</a> e definam qual &eacute; ou deveria ser o status do relacionamento (apenas casual, pronto para um compromisso ou o temido &ldquo;vamos com calma&rdquo;).
<h2>Igualdade de g&ecirc;nero</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/a-29181151938404.jpg" alt="a" />(Fonte: Getty Images)
Uma pesquisa de 2021 feita pelo Bumble, o aplicativo de namoro e rede social onde as mulheres d&atilde;o o primeiro passo, realizado pela YouGov em v&aacute;rios pa&iacute;ses europeus, concluiu que 85% das pessoas acreditam que a igualdade de g&ecirc;nero &eacute; importante para paquera e relacionamentos, no entanto, a esmagadora maioria (74%) acredita que, quando se trata de relacionamentos amorosos, existem diferentes expectativas e comportamentos esperados com base na identidade de g&ecirc;nero da pessoa &mdash; o Romance Gap, como Bumble nomeou esse forte&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121344-3-mulheres-que-tiveram-seu-trabalho-roubado-por-homens.htm" target="_blank" title="3 mulheres que tiveram seu trabalho roubado por homens">desequil&iacute;brio entre homens e mulheres</a> em relacionamentos heterossexuais.
O termo pode parecer novo para muitos, mas a sensa&ccedil;&atilde;o avassaladora que traz para as pessoas afetadas por ele &eacute; bastante antiga, que as mulheres de todos os lugares conhecem muito bem e experimentaram de uma forma ou de outra ao longo de suas vidas. Por exemplo, a mesma pesquisa da Yougov revelou que um ter&ccedil;o das pessoas afetadas (32%) j&aacute; expressou preocupa&ccedil;&atilde;o em parecer pegajoso, apegado ou desesperado durante o est&aacute;gio da paquera. A mesma porcentagem admite ter mudado seu comportamento para fazer com que seu parceiro atual ou em potencial se sentisse mais poderoso ou confort&aacute;vel no relacionamento.
Curiosamente, o mesmo n&atilde;o tende a acontecer com homens cis em relacionamentos heterossexuais. Todo esse "esfor&ccedil;o" para se encaixar dentro dessas normas sociais tendenciosas e expectativas de g&ecirc;nero afeta a maneira como as mulheres entram no relacionamento e moldam o papel que desempenham nele, &agrave;s vezes, at&eacute; mesmo ap&oacute;s o come&ccedil;o de um namoro, quando come&ccedil;am a calcular cuidadosamente suas atitudes, palavras e emo&ccedil;&otilde;es para evitar &ldquo;assustar&rdquo; um parceiro em potencial.
<h2>Padr&otilde;es duplos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/a-29181522594410.jpg" alt="a" />(Fonte: Getty Images)
Relacionamentos e sexo casuais s&atilde;o mais um campo minado cheio de desigualdades e padr&otilde;es duplos em desvantagem das mulheres: os homens geralmente n&atilde;o se co&iacute;bem de expressar o desejo de querer apenas um relacionamento casual, pelo contr&aacute;rio, isso &eacute; frequentemente visto como algo "natural" e "esperado", at&eacute; mesmo considerado uma atitude "honesta" de sua parte e prova de car&aacute;ter. No entanto, quando colocamos essa inten&ccedil;&atilde;o do lado das mulheres, o elogio pode rapidamente se transformar em uma enxurrada de cr&iacute;ticas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110973-dia-internacional-da-mulher-entenda-o-que-e-e-a-importancia-da-sororidade.htm" target="_blank" title="Dia Internacional da Mulher: entenda o que &eacute; e a import&acirc;ncia da Sororidade">estigmas sancionados pela sociedade</a>.
Na maioria das vezes, uma mulher que expressa abertamente seu desejo por um relacionamento casual pode ser vista como &ldquo;f&aacute;cil&rdquo; ou &ldquo;n&atilde;o ser para casar&rdquo;, criando outro n&iacute;vel de objetifica&ccedil;&atilde;o por seus parceiros e pela sociedade. &Eacute; o medo de enfrentar esse tipo de julgamento que impede muitas mulheres de expressar seus desejos livremente, namorar em seus pr&oacute;prios termos ou viver sua vida sexual livre de julgamentos, um obst&aacute;culo que os homens raramente enfrentam ao longo da vida.
<h2>Facilidade e expectativa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/a-29182048455417.jpg" alt="a" />(Fonte: Getty Images)
Outro exemplo comum dessa dualidade &eacute; a forma como o tempo &eacute; contabilizado para os homens, tendo a possibilidade de passar uma vida inteira para encontrar seu par sem ouvir um &uacute;nico julgamento a respeito disso. As mulheres, por outro lado, sentem-se obrigadas a atender a expectativas quase imposs&iacute;veis: se s&atilde;o solteiras depois de certa idade, s&atilde;o recebidas com suspeita ("por que voc&ecirc; n&atilde;o consegue encontrar um homem?"), se t&ecirc;m filhos de relacionamentos anteriores, enfrentam reservas de parceiros em potencial por conta da "bagagem", se e levaram suas vidas social e amorosa ativamente, s&atilde;o rotuladas como "impulsivas" ou "f&aacute;ceis".
Se isso n&atilde;o bastasse, as mulheres tamb&eacute;m s&atilde;o frequentemente submetidas a padr&otilde;es est&eacute;ticos irreais a respeito de seu tipo de corpo, peso, cabelo e caracter&iacute;sticas faciais. S&atilde;o algumas dessas caixinhas, sen&atilde;o todas, apenas parte de uma infinita lista de cobran&ccedil;as que pode afetar a autoestima e a forma como uma pessoa se v&ecirc; e desempenha <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122423-5-dicas-para-lidar-com-as-emocoes-em-conversas-dificeis.htm" target="_blank" title="5 dicas para lidar com as emo&ccedil;&otilde;es em conversas dif&iacute;ceis">seu papel em um relacionamento</a>.
Al&eacute;m disso, o ass&eacute;dio sexual e a seguran&ccedil;a continuam sendo&nbsp;preocupa&ccedil;&otilde;es cr&iacute;ticas e muito reais para as mulheres que, muitas vezes, se sentem pressionadas a tomarem uma s&eacute;rie de precau&ccedil;&otilde;es extras como: compartilhar sua localiza&ccedil;&atilde;o em tempo real pelo telefone, enviar mensagens de texto para amigos e fam&iacute;lia antes, durante e depois do encontro; planejar cuidadosamente como se vestir para evitar avan&ccedil;os indesejados ou at&eacute; mesmo ter que se preocupar com determinados comportamentos que possam ser interpretados como consentimento.
O Romance Gap impacta negativamente o que poderia e deveria ser uma experi&ecirc;ncia emocionante e divertida na vida de cada pessoa, a cria&ccedil;&atilde;o de uma conex&atilde;o potencialmente significativa entre duas pessoas &eacute; transformada em um verdadeiro jogo de xadrez onde o pr&ecirc;mio se torna a aprova&ccedil;&atilde;o de seus parceiros. Queremos desafiar as expectativas de g&ecirc;nero e incentivar as mulheres de todo o Brasil a darem o primeiro passo n&atilde;o s&oacute; no amor, mas na vida.
<ul>
<li>Texto de Samantha Garcia, diretora do Bumble na Am&eacute;rica Latina.</li>
</ul>

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'Romance Gap': como a desigualdade prejudica mulheres em relacionamentos

Imagem de Rockin’1000: como é o show de uma banda com 1.000 músicos? no megacurioso

O ambicioso projeto musical italiano chega a São Paulo e mostra que o rock’n’roll ainda é uma linguagem universal

Quem gosta de m&uacute;sica e, principalmente, quem j&aacute; se arriscou a tocar alguma coisa com outras pessoas sabe que n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil deixar tudo em harmonia. A pr&aacute;tica exige bastante ensaio para obtermos a sincronia adequada para a m&uacute;sica <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/83451-precisando-melhorar-a-produtividade-ouca-musica-no-trabalho.htm" target="_blank" title="Precisando melhorar a produtividade? Ou&ccedil;a m&uacute;sica no trabalho!">soar agrad&aacute;vel aos ouvidos</a>. Agora imagine tocar ao vivo para milhares de pessoas&nbsp;com outros 999 m&uacute;sicos e o resultado ainda ser incr&iacute;vel!
Essa &eacute; a proposta do projeto Rockin&rsquo;1000, que vai se apresentar em S&atilde;o Paulo no pr&oacute;ximo s&aacute;bado (8). Trazendo grandes cl&aacute;ssicos da hist&oacute;ria do rock&rsquo;n&rsquo;roll &mdash; incluindo faixas de artistas brasileiros&nbsp;&mdash;, a grandiosa banda conta com m&uacute;sicos de nada menos que 18 pa&iacute;ses, sendo a maioria deles composta por brasileiros, entre m&uacute;sicos profissionais e amadores.
<h2>Como tudo come&ccedil;ou?</h2>
O embri&atilde;o do Rockin&rsquo;1000 tem origem na cidade italiana de Cesena, onde o ge&oacute;logo marinho Fabio Zaffagnini conseguiu reunir 1.000 m&uacute;sicos para tocar a can&ccedil;&atilde;o &ldquo;Learn to Fly&rdquo;, da banda Foo Fighters, na&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/74188-quer-o-foo-fighters-na-sua-cidade-faca-mil-musicos-tocarem-learn-to-fly.htm" target="_blank" title="Quer o Foo Fighters na sua cidade? Fa&ccedil;a mil m&uacute;sicos tocarem 'Learn to Fly'!">tentativa de convencer o grupo</a> a acrescentar Cesena entre as datas de sua turn&ecirc; europeia. O resultado foi um v&iacute;deo que conta hoje com quase 61 milh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es e, claro, um show hist&oacute;rico do Foo Fighters na cidade de Zaffagnini.
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/JozAmXo2bDE?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A partir da&iacute;, o projeto ganhou vida: o Rockin&rsquo;1000 passaria a ser um ato itinerante, com apresenta&ccedil;&otilde;es internacionais. A banda j&aacute; realizou diversos shows em est&aacute;dios e locais especiais, lan&ccedil;ou um &aacute;lbum produzido pela Sony Music It&aacute;lia e o filme We are The Thousand, dirigido por Anita Rivaroli, que conta a hist&oacute;ria do grupo musical e est&aacute; atualmente em alguns dos mais importantes festivais internacionais de cinema.
<h2>Os n&uacute;meros do Rockin&rsquo;1000</h2>
A banda de 1.000 integrantes que vai se apresentar em S&atilde;o Paulo conta com os seguintes integrantes:
<ul>
<li>283 guitarristas;</li>
<li>148 baixistas;</li>
<li>296 cantores;</li>
<li>213 bateristas;</li>
<li>60 tecladistas.</li>
</ul>
O palco, que vai ocupar o centro do campo no est&aacute;dio Allianz Parque, vai ter vista em 360&deg; para as arquibancadas e vai contar com:
<ul>
<li>871 m&uacute;sicos brasileiros;</li>
<li>21 italianos;</li>
<li>19 franceses;</li>
<li>9 alem&atilde;es;</li>
<li>8 norte-americanos;</li>
<li>2 canadenses;</li>
<li>Al&eacute;m de m&uacute;sicos da Tun&iacute;sia, Argentina, B&eacute;lgica, Bol&iacute;via, Brunei, Chile, &Iacute;ndia, Holanda, Paquist&atilde;o, Pol&ocirc;nia, Peru, Portugal e Uruguai.</li>
</ul>
O mais jovem vem do Brasil e &eacute; um baterista de 12 anos, enquanto o mais velho &eacute; um baixista, tamb&eacute;m brasileiro, de 67 anos. A abertura do show fica por conta do "Papito" Supla, um dos &iacute;cones paulistanos do rock&rsquo;n&rsquo;roll, com sua banda Punks de Boutique.
Galeria 1
O setlist da apresenta&ccedil;&atilde;o do Rockin&rsquo;1000 vai contar com cl&aacute;ssicos de bandas como Beatles, Steppenwolf, Queen, Pink Floyd, Nirvana, passando pala faixa do Foo Fighters onde tudo come&ccedil;ou e&nbsp;algumas surpresas&nbsp;para os f&atilde;s brasileiros.
Mas como tudo isso funciona junto, ao vivo, com tanta gente tocando simultaneamente? O Rockin'1000 tem dire&ccedil;&atilde;o e reg&ecirc;ncia de Daniel Plentz e Andr&eacute; Frateschi, portanto &eacute; algo mais ou menos como uma orquestra, que tamb&eacute;m conta sempre com um grande n&uacute;mero de m&uacute;sicos. Eles ainda contam com o aux&iacute;lio de equipamentos de retorno e metr&ocirc;nomo para deixar a m&uacute;sica totalmente sincronizada.
A apresenta&ccedil;&atilde;o acontece no s&aacute;bado, dia 1&ordm; de outubro de 2022, no est&aacute;dio Allianz Parque, em S&atilde;o Paulo, a partir das 20h com abertura dos port&otilde;es &agrave;s 16h. Ingressos podem ser adquiridos pela plataforma Fever.

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Rockin’1000: como é o show de uma banda com 1.000 músicos?

Imagem de Ser fã é participar de um culto? no megacurioso

A psicologia está estudando se a experiência de participar de fandoms se assemelha aos cultos religiosos

Muita gente ama tanto algumas franquias de m&iacute;dia (como os filmes da Marvel, o universo de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/100042-infografico-de-star-wars-curiosidades-sobre-a-saga-mais-popular-do-cinema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Star Wars</a>, os livros de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120537-como-harry-potter-mudou-o-mundo-do-cinema-e-da-literatura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry Potter</a>, ou celebridades como Madonna e&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/look-do-momento/83769-britney-spears.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Britney Spears</a>) que dedicam tempo e energia gigantescos para estes hobbies. Estas pessoas, inclusive, podem colocar estes produtos muitas vezes com o centro de suas vidas. Poder&iacute;amos dizer, talvez, que h&aacute; algo de &ldquo;culto&rdquo; em quem participa desses&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119851-por-dentro-da-cultura-incompreendida-dos-furries.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fandoms</a>?
Trata-se de uma quest&atilde;o dif&iacute;cil de responder. Mas o fato &eacute; que h&aacute; j&aacute; v&aacute;rios pesquisadores olhando para isso.
<h2>A experi&ecirc;ncia do&nbsp;fandom</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16181845856187.jpg" alt="a" />(Fonte: Pure Break)
Fandom, como sabemos, &eacute; uma comunidade formada por superf&atilde;s de algum universo ficcional. S&atilde;o pessoas que v&atilde;o al&eacute;m de uma experi&ecirc;ncia superficial com um artista ou produto: elas querem sentir que tem uma liga&ccedil;&atilde;o mais pr&oacute;xima com eles e dividir seus sentimentos dentro de um grupo que sente a mesma coisa.
A palavra &ldquo;f&atilde;&rdquo;, ali&aacute;s, vem do latim&nbsp;fanaticus, que remete a algo &ldquo;divinamente inspirado&rdquo;. Ou seja, trata-se de uma experi&ecirc;ncia que pode se aproximar da quest&atilde;o religiosa, e demandar inclusive muito gasto de energia e dinheiro para que se possa participar.
A&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/236871-5-series-psicologia-terapia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicologia</a>, inclusive, est&aacute; estudando quais s&atilde;o os mecanismos que fazem algu&eacute;m se sentir t&atilde;o recompensado em ter esse tipo de participa&ccedil;&atilde;o dentro de um&nbsp;fandom. Alguns estudiosos j&aacute; definiram at&eacute; uma escala que explicaria os n&iacute;veis de envolvimento dos f&atilde;s com seus &iacute;dolos. No primeiro n&iacute;vel, est&aacute; a experi&ecirc;ncia de entretenimento-social; no segundo, a experi&ecirc;ncia intensa-pessoal; e, por fim, no terceiro, a experi&ecirc;ncia lim&iacute;trofe-patol&oacute;gica.
<h2>O que os f&atilde;s recebem ao participar desses grupos?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16181931277189.jpg" alt="a" />(Fonte: R7)
O site Inverse entrevistou em 2015 um f&atilde; de&nbsp;Star Wars, chamado Daniel Hassall, que ficou esperando cinco horas numa fila para ver o filme&nbsp;O Despertar da For&ccedil;a. Ele disse: &ldquo;parecia ser uma experi&ecirc;ncia de uni&atilde;o comunal. Como se voc&ecirc; tivesse um relacionamento &uacute;nico com aquela obra de arte porque voc&ecirc; a experimentou primeiro com um grupo muito dedicado de pessoas. Para ser honesto, me lembra um culto&rdquo;.
Ou seja, em comum, os&nbsp;fandoms&nbsp;e os cultos compartilham a ideia de se dividir uma mesma vis&atilde;o de mundo com outras pessoas. Jodi-Eichler Levine, professora de Estudos Religiosos da Lehigh University, explicou: &ldquo;uma maneira de definir uma religi&atilde;o &eacute; que ela &eacute; uma forma que as pessoas t&ecirc;m de se relacionar com coisas s&atilde;o humanas e sobre-humanas. &Eacute; tamb&eacute;m um modo que os humanos t&ecirc;m para construir seus lares, lidar com sofrimento e achar uma maneira de estar no mundo&rdquo;.
Para a professora, todos os&nbsp;fandoms&nbsp;t&ecirc;m o potencial de se tornarem muito religiosos. Isto tamb&eacute;m tem a ver com o fato de que o conceito de &ldquo;<a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">religi&atilde;o</a>&rdquo; tem se tornado cada vez mais nebuloso. Pesquisas mostram que um quarto dos americanos se consideram espirituais, mas n&atilde;o religiosos.
Por isso, &eacute; poss&iacute;vel afirmar que parte do papel ideol&oacute;gico que as religi&otilde;es tinham em sociedades mais antigas est&aacute; visivelmente se transferindo aos poucos para a cultura pop.
<h2>A cultura pop como culto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16182027954190.jpg" alt="a" />(Fonte: Assembleia do Esp&iacute;rito Santo)
Eichler-Levine atenta, por outro lado, que nem sempre a religiosidade &eacute; algo benigno. Muitos cultos (sejam tradicionalmente religiosos, ou voltados a produtos da cultura pop) podem se desviar para pr&aacute;ticas prejudiciais, que afastam os seus membros de uma participa&ccedil;&atilde;o &ldquo;normal&rdquo; na vida social para que se voltem a uma ideia de pureza.
Seria nesses casos, inclusive, que os&nbsp;fandoms&nbsp;se tornam cultos &ndash; quando come&ccedil;am ter alguma forma de controle sobre os seus membros. Daniel Hassall, que j&aacute; participou de&nbsp;fandoms&nbsp;da&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/238164-ordem-cronologica-filmes-series-marvel-confira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marvel</a>, da DC Comics e da&nbsp;Star Wars, testemunhou ter tido essa experi&ecirc;ncia. &ldquo;Havia uma ideia de isolamento, em que um grupo de f&atilde;s ou seguidores recebe uma designa&ccedil;&atilde;o que os separa daqueles que se envolvem apenas casualmente com as franquias. Voc&ecirc; tem que provar suas credenciais e que aquele produto faz parte do seu estilo de vida. Al&eacute;m disso, voc&ecirc; n&atilde;o pode fazer nenhuma cr&iacute;tica ao&nbsp;fandom&rdquo;, contou para a Inverse.
A escritora Courtney Summers explorou este tema em seu novo livro,&nbsp;The Project. Nesta obra, ela conta a hist&oacute;ria de duas irm&atilde;s que s&atilde;o atra&iacute;das para uma organiza&ccedil;&atilde;o que acaba se revelando como um culto perigoso. Ela observa que os&nbsp;fandoms&nbsp;trazem esta ideia de religi&atilde;o pois prometem ser espa&ccedil;os de aceite. &ldquo;Fandom&nbsp;&eacute; muitas vezes ridicularizado por pessoas que n&atilde;o entendem o poderoso senso de comunidade que ele possui. &Eacute; um lugar onde voc&ecirc; pode ser a melhor vers&atilde;o de si mesmo&rdquo;, disse ao site Psychology Today.

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Ser fã é participar de um culto?

Imagem de O que passa na cabeça dos animais? no megacurioso

Será que nossos pets conseguem sentir emoções como a gente? Entenda o que a ciência sabe sobre o tema até agora

Se voc&ecirc; tem um animal de estima&ccedil;&atilde;o dentro de casa, provavelmente j&aacute; passou muito tempo imaginando como seria se ele pudesse se comunicar como os humanos. Afinal, essas criaturinhas s&atilde;o realmente especiais para n&oacute;s e cada dia que passa pensamos conseguir decifrar cada vez mais o que eles est&atilde;o sentindo.
Logo, como saber o que se passa dentro da cabe&ccedil;a de um ser de outra esp&eacute;cie? Ser&aacute; que c&atilde;es e gatos conseguem sentir os exatos mesmos sentimentos que n&oacute;s sentimos? Amor, medo, felicidade e tristeza fazem parte da realidade de outros&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122911-o-mundo-visto-pelos-olhos-desses-4-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais</a>? Veja s&oacute; o que a ci&ecirc;ncia tem a dizer a respeito desse tema at&eacute; ent&atilde;o!
<h2>Emocional animal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16181158802181.jpg" alt="a" />(Fonte: Pixabay)
Caso te perguntassem qual caracter&iacute;stica torna os seres humanos diferentes de outras esp&eacute;cies na Terra, voc&ecirc; provavelmente diria que &eacute; o nosso c&eacute;rebro. N&oacute;s aprendemos desde jovens que somos criaturas excepcionais e fundamentalmente diferente de qualquer outro animal que viva por a&iacute;.
Ao longo do &uacute;ltimo s&eacute;culo no entanto, alguns cientistas passaram a acumular evid&ecirc;ncias de intelig&ecirc;ncia em muitas esp&eacute;cies n&atilde;o-humanas. Por exemplo, os polvos s&atilde;o capazes de resolver quebra-cabe&ccedil;as e os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121502-6-fatos-que-comprovam-a-incrivel-inteligencia-dos-golfinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golfinhos</a>&nbsp;podem ser treinados para fazer basicamente qualquer coisa que esteja ao seu alcance.
Logo, um n&uacute;mero crescente de estudos v&ecirc;m revelando que muitas esp&eacute;cies t&ecirc;m muito mais em comum com os humanos do que n&oacute;s acredit&aacute;vamos previamente. Quer mais fatos a respeito? Elefantes sofrem a perda de entes queridos, os corvos tendem a responder ao estado emocional de outros corvos e muitos primatas t&ecirc;m a capacidade de desenvolver la&ccedil;os fortes de amizade. Portanto, &eacute; poss&iacute;vel dizer que n&atilde;o estamos t&atilde;o isolados assim no mundo.
<h2>Proximidade de sentimentos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16181214967182.jpg" alt="a" />(Fonte: Pixabay)
Por muito tempo, o estudo das emo&ccedil;&otilde;es dos animais sempre foi visto como algo absurdo, uma vez que os seres humanos sempre foram interpretados como uma esp&eacute;cie em um ponto fora da curva. H&aacute; algumas d&eacute;cadas, ent&atilde;o, os cientistas passaram a admitir que certas esp&eacute;cies eram sencientes, mas que suas experi&ecirc;ncias n&atilde;o eram nem de longe compat&iacute;veis com as nossas &mdash; sendo assim insignificantes.
Nos &uacute;ltimos anos, por&eacute;m, existe uma grande vertente de pesquisadores que j&aacute; est&atilde;o se convencendo do fato de que os processos internos de muitos animais s&atilde;o t&atilde;o complexos quanto os dos humanos. A maior diferen&ccedil;a? &Eacute; que n&oacute;s somos capazes de comunicar nossos anseios atrav&eacute;s da linguagem, algo o qual nos d&aacute; maior liberdade para discutir nossos sentimentos.
No entanto, somente o fato de reconhecermos as emo&ccedil;&otilde;es em animais altera completamente a forma como enxergamos o mundo, incluindo tornando diversas situa&ccedil;&otilde;es em algo moralmente relevante. Em termos gerais, ainda estamos bastante longe de chegar a qualquer informa&ccedil;&atilde;o concreta a respeito do que se passa na cabe&ccedil;a de outras esp&eacute;cies por completo, mas abrimos uma porta para seguir nesse caminho.
Afinal, n&oacute;s ainda n&atilde;o entendemos totalmente nem mesmo o nosso pr&oacute;prio&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122754-por-que-nossos-cerebros-tem-dobras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&eacute;rebro</a>, quem dir&aacute; o de outras criaturas. Enquanto isso, voc&ecirc; pode se contentar com o fato de que o seu animal de estima&ccedil;&atilde;o verdadeiramente possui um sentimento de afeto por voc&ecirc; (ou n&atilde;o)!

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O que passa na cabeça dos animais?

Imagem de A Rainha Elizabeth era descendente de Drácula? no megacurioso

Conheça a ligação entre a família real britânica com o príncipe sanguinário que inspirou a criação do vampiro Conde Drácula

A hist&oacute;ria do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120516-dracula-qual-e-a-verdadeira-historia-do-famoso-vampiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conde Dr&aacute;cula</a>&nbsp;foi respons&aacute;vel por popularizar a figura do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119304-panico-vampiro-o-fenomeno-do-seculo-xviii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiro</a>&nbsp;em todo o mundo. Seu autor, o irland&ecirc;s Bram Stoker, foi atr&aacute;s de um personagem hist&oacute;rico e misturou elementos reais com fantasia g&oacute;tica para criar um dos personagens mais populares de todos os tempos. Mas, teria Stoker deixado passar uma liga&ccedil;&atilde;o sangu&iacute;nea de Vlad III com a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122912-4-grandes-escandalos-da-familia-real-britanica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fam&iacute;lia real brit&acirc;nica</a>?
<h2>Vlad III &mdash; ou Vlad, o Empalador?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/fonte-wikimedia-commons-14145546814113.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />
A hist&oacute;ria nem sempre &eacute; t&atilde;o impactante ou empolgante quanto a fic&ccedil;&atilde;o. No livro de Bram Stoker, Dr&aacute;cula vai at&eacute; a Inglaterra onde ataca diversas mulheres inglesas at&eacute; ser descoberto por Van Helsing, que o persegue de volta at&eacute; sua terra natal, na Rom&ecirc;nia, onde o vampiro &eacute; morto.
Na vida real, Vlad III foi o pr&iacute;ncipe da Val&aacute;quia, atual Rom&ecirc;nia, e ficou conhecido como Vlad, o Empalador, por ter utilizado o empalamento como principal m&eacute;todo de tortura e execu&ccedil;&atilde;o de seus inimigos. Por&eacute;m, se ele de fato foi t&atilde;o sanguin&aacute;rio quanto o romance de Bram Stoker sugere, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel afirmar.&nbsp;
Pesquisadores discutem sobre a quantidade de pessoas que ele mandou empalar e se o n&uacute;mero foi realmente muito maior que o de outros l&iacute;deres. H&aacute; ainda o fato de Bram Stoker ter se baseado essencialmente em leituras de relatos que ele encontrou na biblioteca do Museu Brit&acirc;nico &mdash; muitos destes relatos que vieram de nobres sax&otilde;es, rivais de Vlad. O que realmente importa &eacute; que ele levou a m&aacute; fama.
<h2>E onde entra a fam&iacute;lia real inglesa?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/a-14145755729117.jpg" alt="a" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A fam&iacute;lia real brit&acirc;nica possui linhagens de diversas regi&otilde;es do mundo. Durante muitos anos, para manter e ampliar o poder, reis e rainhas se casaram com nobres de fam&iacute;lias influentes dos mais variados pa&iacute;ses. George V, que governou o Reino Unido de 1910 a 1936, foi casado com Maria de Teck. Embora ela pr&oacute;pria tenha nascido na Inglaterra, seu pai tinha origem na atual Cro&aacute;cia, enquanto sua m&atilde;e era germ&acirc;nica.
De acordo com o Rei Charles III, Bisneto de Maria de Teck, ela seria uma descendente de Vlad II. Por&eacute;m, isso n&atilde;o faz dela &mdash; e, consequentemente, dele &mdash; descendente do pr&oacute;prio Vlad, o Empalador. Isso porque &eacute; poss&iacute;vel que seja de seu meio-irm&atilde;o, Vlad IV, o Monge, que Maria de Teck seja descendente.
Independente disso, o atual rei nunca escondeu seu interesse por seu poss&iacute;vel antepassado. Em 1998 ele visitou a Transilv&acirc;nia &mdash; regi&atilde;o que fazia fronteira com a Val&aacute;quia e onde se passa o romance de Bram Stoker &mdash; e se encantou com o local. Desde ent&atilde;o o atual rei passou a visitar a Rom&ecirc;nia anualmente e chegou a comprar uma propriedade no pa&iacute;s. Foi a partir desse contato com a regi&atilde;o que ele decidiu conhecer mais sobre a hist&oacute;ria do local e descobriu sua poss&iacute;vel conex&atilde;o com Vlad III.

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A Rainha Elizabeth era descendente de Drácula?

Imagem de Castelo de Balmoral: a residência de veraneio onde a rainha morreu no megacurioso

Por que Elizabeth II faleceu na Escócia nesse castelo cheio de histórias e importância para a familia real?

Se voc&ecirc; acompanhou a cobertura de imprensa sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122903-rainha-elizabeth-ii-do-reino-unido-morre-aos-96-anos.htm" target="_blank" title="Rainha Elizabeth II do Reino Unido morre aos 96 anos">morte da rainha Elizabeth</a>, deve ter reparado que muitos ve&iacute;culos noticiaram o local de seu falecimento: o castelo de Balmoral, em Aberdeenshite, na Esc&oacute;cia. Voc&ecirc; tamb&eacute;m deve ter se perguntado que lugar &eacute; esse e qual a import&acirc;ncia dele para a fam&iacute;lia real brit&acirc;nica.
O castelo de Balmoral &eacute; uma resid&ecirc;ncia de veraneio da Coroa brit&acirc;nica desde 1852, quando foi comprada pelo pr&iacute;ncipe Alberto, marido da ent&atilde;o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120708-a-doenca-que-a-rainha-vitoria-espalhou-pelas-familias-da-europa.htm" target="_blank" title="A doen&ccedil;a que a rainha Vit&oacute;ria espalhou pelas fam&iacute;lias da Europa">rainha Vit&oacute;ria</a> do Reino Unido. Sabe-se que o rei Roberto II da Esc&oacute;cia j&aacute; possu&iacute;a uma propriedade voltada para a ca&ccedil;a neste mesmo local em meados do s&eacute;culo XIV e o terreno foi sendo passado por diversas fam&iacute;lias da nobreza escocesa at&eacute; o s&eacute;culo XIX.
O casal real conheceu a propriedade que existia na &eacute;poca em 1848 e ela foi, alguns anos depois, adquirida pelo pr&iacute;ncipe.&nbsp;Com o crescimento da fam&iacute;lia real, a rainha Vict&oacute;ria passou a considerar a resid&ecirc;ncia pequena, e ela foi reconstru&iacute;da com a forma que tem at&eacute; hoje entre 1853 e 1856.
<h2>Castelo de f&eacute;rias</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/08/a-08171647252322.jpg" alt="a" />O castelo de Balmoral em c.1860. (Fonte: Wikimedia Commons)
A rainha e sua fam&iacute;lia tinham o costume de passarem f&eacute;rias no castelo de Balmoral e l&aacute; aconteceram alguns momentos importantes da vida da monarca, como partes de sua inf&acirc;ncia e o pedido de casamento recebido de ser marido, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118330-principe-philip-marido-da-rainha-elizabeth-ii-morre-aos-99-anos.htm" target="_blank" title="Pr&iacute;ncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morre aos 99 anos">pr&iacute;ncipe Philip</a>. Fontes pr&oacute;ximas &agrave; Coroa brit&acirc;nica afirmam que Balmoral era um dos lugares favoritos de Elizabeth II e ela passava os ver&otilde;es do Hemisf&eacute;rio Norte sempre nessa resid&ecirc;ncia.
<ul>
<li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113078-por-que-o-marido-da-rainha-elizabeth-nao-e-chamado-de-rei.htm" target="_blank" title="Pr&iacute;ncipe Philip: por que o marido da rainha Elizabeth n&atilde;o era rei?">Por que o pr&iacute;ncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, n&atilde;o era rei?</a></li>
</ul>
Era nesse castelo que os nobres realizavam atividades como piqueniques, passeios a p&eacute; ou a cavalo e festas em meio ao trabalho burocr&aacute;tico exigido pelo governo, geralmente entre os meses de agosto e outubro. L&aacute; tamb&eacute;m cresceram o agora rei Charles III e os pr&iacute;ncipes netos da falecida rainha. Todos estava l&aacute; quando receberam a not&iacute;cia da morte da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122715-diana-spencer-a-marcante-historia-da-princesa-do-povo.htm" target="_blank" title="Diana Spencer: a marcante hist&oacute;ria da 'princesa do povo'">princesa Diana</a> em 1997.
<h2>Visita&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/08/a-08171825703325.jpg" alt="a" />O terreno do castelo de Balmoral. (Fonte: Wikimedia Commons)
Em alguns per&iacute;odos do ano, entre abril e agosto, quando a fam&iacute;lia real n&atilde;o est&aacute; usando a propriedade, o castelo fica aberto para o p&uacute;blico, al&eacute;m de possuir tamb&eacute;m op&ccedil;&otilde;es de estadia em chal&eacute;s dentro do terreno da propriedade e os visitantes ainda podem realizar atividades variadas, como pesca, jogo de golfe, entre outras coisas. No castelo em si, as pessoas podem visitar apenas o sal&atilde;o de festas.
Elizabeth II estava no castelo de Balmoral como tradicionalmente faz durante o ver&atilde;o quando sentiu uma piora na sa&uacute;de. Foi l&aacute; que recebeu a primeira-ministra Liz Truss no &uacute;ltimo dia 6 de setembro para emposs&aacute;-la no cargo, algo que nunca havia acontecido naquele local, mas que teve que ser feito dessa maneira por recomenda&ccedil;&atilde;o dos m&eacute;dicos reais.
L&aacute; mesmo a rainha permaneceu seus &uacute;ltimos dias <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118331-o-que-acontece-quando-a-rainha-elizabeth-ii-morrer.htm" target="_blank" title="O que acontece agora que a rainha Elizabeth II morreu?">at&eacute; falecer no dia 8</a>.
Confira mais imagens do castelo de Balmoral:
Galeria 1

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Castelo de Balmoral: a residência de veraneio onde a rainha morreu

Imagem de Rainha Elizabeth II do Reino Unido morre aos 96 anos no megacurioso

Morre a monarca inglesa que por mais tempo reinou no país; seu sucessor deve ser seu filho Charles

Morreu hoje (08) a rainha Elizabeth II do Reino Unido aos 96 anos de idade. Not&iacute;cias sobre seu estado de sa&uacute;de come&ccedil;aram a vir a p&uacute;blico durante a manh&atilde; e sua fam&iacute;lia foi reunida para estarem pr&oacute;ximos durante seus &uacute;ltimos momentos. Elizabeth foi a monarca que reinou por mais tempo o Reino Unido &mdash; durante 70 anos &mdash; e outros 14 estados independentes que fazem parte dos Reinos da Comunidade de Na&ccedil;&otilde;es.
Elizabeth II nasceu em Londres e se tornou herdeira do trono brit&acirc;nico quando seu pai, o rei Jorge VI, assumiu a coroa em 1936 ap&oacute;s a abdica&ccedil;&atilde;o de seu irm&atilde;o, o rei Eduardo VIII. Ainda princesa, ela se casou com Filipe da Gr&eacute;cia e Dinamarca, com quem permaneceu casada at&eacute; abril de 2021, data do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118330-principe-philip-marido-da-rainha-elizabeth-ii-morre-aos-99-anos.htm" target="_blank" title="Pr&iacute;ncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morre aos 99 anos">falecimento do pr&iacute;ncipe</a>.
Com a morte da rainha, seu filho Charles deve assumir o trono como rei Carlos III e conduzir todo o protocolo planejado para o vel&oacute;rio de Elizabeth II, seu funeral e todo o ritual de passagem da coroa.
<ul>
<li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118331-o-que-acontece-quando-a-rainha-elizabeth-ii-morrer.htm" target="_blank">O que acontece agora que a rainha Elizabeth II morreu?</a></li>
</ul>
Elizabeth II reinou durante o mandato de nada menos que 15 primeiros-ministros, come&ccedil;ando por Winston Churchill, nascido em 1874, at&eacute; a atual rec&eacute;m-empossada chanceler do pa&iacute;s Liz Truss.&nbsp; Segundo o an&uacute;ncio feito pela conta oficial da Fam&iacute;lia Real Brit&acirc;nica no Twitter, "a Rainha morreu pacificamente no [castelo de] Balmoral esta tarde. O Rei e a Rainha Consorte v&atilde;o permanecer em Balmoral essa noite e retornar&atilde;o a Londres amanh&atilde;".
<blockquote class="twitter-tweet">
The Queen died peacefully at Balmoral this afternoon. The King and The Queen Consort will remain at Balmoral this evening and will return to London tomorrow. <a href="https://t.co/VfxpXro22W">pic.twitter.com/VfxpXro22W</a>
&mdash; The Royal Family (@RoyalFamily) <a href="https://twitter.com/RoyalFamily/status/1567928275913121792?ref_src=twsrc%5Etfw">September 8, 2022</a></blockquote>

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Rainha Elizabeth II do Reino Unido morre aos 96 anos

Imagem de O que acontece quando a rainha Elizabeth II morrer? no megacurioso

Saiba quais são os procedimentos oficiais no caso de falecimento da rainha da Inglaterra

Muitas pessoas se perguntaram o que acontece na ocasi&atilde;o da morte de Elizabeth II. Obviamente existe um planejamento oficial desde os anos 1960 que determina o que acontece assim que a fatalidade ocorrer. Trata-se da Opera&ccedil;&atilde;o London Bridge.
"Operation London Bridge" &eacute; o c&oacute;digo oficial usado pelo alto escal&atilde;o do governo brit&acirc;nico para se referir &agrave; morte da rainha Elizabeth. &Eacute; tamb&eacute;m o nome da opera&ccedil;&atilde;o que define o que acontece nos dias e semanas ap&oacute;s o falecimento real e serve como processo de transi&ccedil;&atilde;o para o mandato seguinte, possivelmente de seu filho Charles, que assumiria o trono com o t&iacute;tulo de rei Carlos III.
<h2>A rainha morreu, e agora?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/09/a-09111124931096.jpg" alt="a" />Funeral do rei George VI, pai de Elizabeth II
Assim que for confirmado o falecimento de Elizabeth II, seu secret&aacute;rio particular, O Muito Honor&aacute;vel Sir Edward Young (sim, esse &eacute; seu t&iacute;tulo e &eacute; muito legal!) vai notificar imediatamente o primeiro-ministro da Inglaterra usando o c&oacute;digo "The London Bridge is down", ou "a Ponte de Londres caiu" em tradu&ccedil;&atilde;o livre. &Eacute; o primeiro-ministro que vai colocar em pr&aacute;tica, ent&atilde;o, a Opera&ccedil;&atilde;o London Bridge.
Atrav&eacute;s de um canal seguro e confidencial de comunica&ccedil;&atilde;o, o primeiro-ministro da Inglaterra vai avisar todos os Reinos da Comunidade de Na&ccedil;&otilde;es (Commonwealth Realms), ou seja, outros pa&iacute;ses que t&ecirc;m Elizabeth como rainha, entre eles Canad&aacute;, Jamaica, Nova Zel&acirc;ndia e Bahamas.
Finalmente, a not&iacute;cia &eacute; dada para os "s&uacute;ditos" da rainha de uma maneira bastante tradicional: nos port&otilde;es do Pal&aacute;cio de Buckingham &eacute; colocado um aviso oficial com moldura preta para que a popula&ccedil;&atilde;o saiba da not&iacute;cia. De maneira mais tecnol&oacute;gica e simultaneamente a esse aviso, a imprensa mundial &eacute; informada sobre o falecimento.
A BBC troca toda sua identidade visual de vermelho para preto e dedica completamente sua programa&ccedil;&atilde;o &agrave; cobertura do falecimento, exibindo document&aacute;rios e outras produ&ccedil;&otilde;es sobre a rainha, enquanto &acirc;ncoras devem vestir ternos tamb&eacute;m negros que est&atilde;o sempre preparados para esse acontecimento nas reda&ccedil;&otilde;es da emissora. O canal interrompe programas de com&eacute;dia pelo menos at&eacute; a realiza&ccedil;&atilde;o do funeral.
<h2>Quem ser&aacute; o novo rei?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/09/a-09111422184097.jpg" alt="a" />Pr&iacute;ncipe Charles, herdeiro do trono brit&acirc;nico, e seus dois filhos, os pr&iacute;ncipes William e Harry
Imediatamente quando Elizabeth falecer, seu filho Charles se torna rei. No dia seguinte ap&oacute;s a morte da rainha, ele deve fazer seu primeiro discurso oficial como monarca da Inglaterra e receber os votos de lealdade ao som de uma salva de 41 tiros no Hyde Park, em Londres. Em seguida, ele deve sair em uma viagem pelo Reino Unido visitando os l&iacute;deres de governo de cada um dos pa&iacute;ses em suas capitais Edimburgo (Esc&oacute;cia), Belfast (Irlanda do Norte) e Cardiff (Pa&iacute;s de Gales).
&Eacute; apenas 4 dias depois do falecimento da rainha que o caix&atilde;o contendo seu corpo sai em prociss&atilde;o do Pal&aacute;cio de Buckingham at&eacute; o Pal&aacute;cio de Westminster, onde se re&uacute;nem a C&acirc;mara dos Comuns e a C&acirc;mara dos Lordes, as duas casas do parlamento do Reino Unido. L&aacute; vai acontecer o vel&oacute;rio e durante 4 dias s&oacute; o rei Charles, familiares da monarca e outros dignit&aacute;rios poder&atilde;o prestar suas homenagens. S&oacute; ent&atilde;o o local &eacute; aberto ao p&uacute;blico, que vai poder visitar o caix&atilde;o de Elizabeth por cerca de 10 ou 12 dias.
<h2>O funeral da rainha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/09/a-09111653976102.jpg" alt="a" />O interior da Abadia de Westminster, local onde a rainha ser&aacute; velada
Assim que o vel&oacute;rio da monarca no Pal&aacute;cio de Westminster for encerrado, deve acontecer seu funeral. Nessa data, &eacute; declarado feriado nacional no Reino Unido e, &agrave;s 11 horas da manh&atilde;, os sinos do Big Ben v&atilde;o soar, o pa&iacute;s ficar&aacute; em sil&ecirc;ncio e o caix&atilde;o ser&aacute; levado para a Abadia de Westminster, que receber&aacute; apenas 2 mil convidados selecionados entre familiares e dignit&aacute;rios.
Ap&oacute;s a cerim&ocirc;nia religiosa, o caix&atilde;o com a rainha &eacute; lavado para o Castelo de Windsor e, l&aacute; dentro, para a Capela de S&atilde;o Jorge, onde tamb&eacute;m est&atilde;o os restos mortais do pai de Elizabeth, George VI, e de in&uacute;meros outros reis da Inglaterra.
Pouco menos de um ano ap&oacute;s esse procedimento, finalmente Charles passa pela cerim&ocirc;nia oficial de coroa&ccedil;&atilde;o, que tamb&eacute;m &eacute; um feriado nacional no Reino Unido. Uma mudan&ccedil;a interessante que acontece &eacute; na &aacute;rea monet&aacute;ria: as notas de libras que trazem o rosto da rainha Elizabeth II passam a ser gradativamente substitu&iacute;das por novas contendo a face do novo rei, Charles. Mudam tamb&eacute;m selos, passaportes e uniformes da pol&iacute;cia e das For&ccedil;as Armadas. Ah, o Hino Nacional da Inglaterra tamb&eacute;m &eacute; alterado &mdash; onde antes se cantava God save the Queen (ou "Deus salve a Rainha") passa a ser, logicamente, God save the King ("Deus salve o Rei").
Somando tudo isso, a morte da rainha representaria um gasto de nada menos que bilh&otilde;es de libras na economia inglesa, um valor astron&ocirc;mico, especialmente se pensarmos em quanto essa moeda est&aacute; valendo em reais.

Rafael Farinaccio