Artes/cultura
10/08/2011 às 16:45•3 min de leitura
Para driblar o stress do dia a dia, cada um tem sua estratégia. Vale escutar música enquanto o trânsito não anda, comer um chocolate para amenizar uma frustração no trabalho ou mesmo dar uma caminhada para acalmar a mente.
Um dos maiores aliados contra essa doença moderna, no entanto, é mais acessível do que se imagina. Por ativar memórias, os cheiros são capazes de equilibrar corpo e mente. Com base nisso, a aromaterapia tem conquistado cada vez mais adeptos em todas as partes do mundo.
O tratamento utiliza óleos perfumados para curar problemas físicos e emocionais. Os aromas vêm de folhas, flores, frutos, sementes, raízes e cascas da natureza e possuem diferentes áreas de atuação. Assim, é possível acabar com sintomas típicos do stress, como ansiedade, irritabilidade, taquicardia, depressão, distúrbios na alimentação, falta de concentração e redução da libido de maneira simples e sem efeitos colaterais.
E não há motivo para desconfiar da eficácia da técnica. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) comprovou que ela funciona. Ao todo, 36 estudantes de cursos da área da saúde, com idade entre 18 e 29 anos, participaram da pesquisa. A metade deles recebeu o tratamento, composto por sete sessões de 10 minutos de inalação de óleos essenciais. Os demais não participaram.
Entre aqueles que experimentaram, houve redução de 24% do nível de stress e 19% na ansiedade. Já no outro grupo, apenas o último aspecto diminuiu e em um índice menor (11%).
Como a aromaterapia funciona
Os benefícios no uso dos óleos essenciais são possíveis graças à ligação do sistema olfativo com o cérebro. Ao inspirar, o nariz envia informações ao bulbo olfatório, que as transmitirá para o sistema límbico - o responsável por controlar emoções e comportamentos. O melhor de tudo é que a sensação de relaxamento se espalha pelo corpo em menos de três segundos.
A indicação antes de começar o tratamento, no entanto, é fazer uma visita ao médico. Depois de analisados os sintomas, o especialista poderá indicar quais aromas poderão agir de forma mais eficaz no problema. Além disso, não é somente a inalação que proporciona equilíbrio e harmonia.
Os óleos podem ser aplicados de várias maneiras, como massagem, compressa, sabonetes, banhos de imersão, escalda-pés e aromatização de ambientes. Por isso, muitas vezes nem é preciso sair de casa para começar a praticar a técnica: um banho relaxante com a essência certa, um saquinho de folhas secas na prateleira ou a presença de velas perfumadas no quarto já podem trazer vantagens para a saúde.
Quais os benefícios dos aromas?
Quem pratica a aromaterapia sente os benefícios no corpo e na mente. Além do relaxamento, os componentes naturais possuem propriedades analgésicas, digestivas, descongestionantes, diuréticas, antissépticas, antidepressivas e até bactericidas. Há outras ainda que estimulam o sistema imunológico, ajudam na cicatrização de feridas, atuam como antioxidantes e anti-inflamatórios.
A técnica também traz benefícios para a casa, com essências que afastam insetos e refrescam roupas.
No caso da massagem, a aromaterapia funciona como tratamento dermatológico. Existem óleos que protegem, regeneram, desintoxicam e hidratam a pele, proporcionando um efeito calmante e, ao mesmo tempo, estimulante.
Alívio para a mente, emoções e espírito
Se ao fim do dia você sente cansaço mental, tensão e diminuição de produtividade, talvez seja o momento de recorrer à aromaterapia.
Ela ainda ajuda a amenizar fobias, regula o sono e conserva os níveis de concentração.
No corpo, o tratamento melhora a circulação sanguínea, atuando como uma espécie de drenagem linfática natural. Assim, ele também ajuda a eliminar as toxinas do organismo, deixando-a mais bonita. Dores musculares, nas articulações e distúrbios hormonais são outros problemas constantemente eliminados pela técnica.
A aromaterapia age, inclusive, em um dos sintomas comuns do stress: a depressão. Suas propriedades naturais acalmam, aliviam o nervosismo, a tristeza e o pânico, elevando a autoestima. E, quando aliada à meditação, ela ainda amplia níveis de consciência espiritual.
Para cada óleo, uma função
Na prática da aromaterapia, são utilizados três tipos de compostos: os óleos essenciais, os vegetais e as essências sintéticas.
Os primeiros são aromas destilados retirados da natureza que agem de forma terapêutica, já que atuam diretamente na memória olfativa do paciente. Já os segundos são utilizados para diluir os essenciais, pois esses são muito concentrados.
Por fim, as essências sintéticas são aquelas industrializadas, que imitam as naturais, mas sem o mesmo efeito. Com elas, o tratamento tende a demorar mais para funcionar, apesar de ser possível desfrutar de uma sensação de bem-estar imediata.
O que você quer melhorar?
Conhecer bem os sintomas que precisam ser amenizados é fundamental antes de começar o tratamento com a aromaterapia. Isso porque cada essência atua em problemas específicos.
Assim, quem quer relaxar deve optar por jasmin, canela, eucalipto, capim-limão ou hortelã. Para dormir melhor, a manjerona e a laranja são as mais indicadas.
Aquelas que desejam ter mais energia podem utilizar essência de pimenta negra, manjericão ou carda. Já a camomila, a erva cidreira e a lavanda vão surtir o efeito contrário, acalmando.
As mulheres com problemas respiratórios podem experimentar a hortelã e o cipreste. E para combater a depressão, a solução pode estar no gerânio, tomilho, sálvia ou rosa.
E quem precisa aumentar a libido para apimentar a relação, vale espalhar essência de patchouli, rosa, jasmin ou cardamomo pela casa. Mas cuidado para não utilizá-las em excesso.