Será que a tortura pode realmente funcionar?

01/02/2017 às 12:522 min de leitura

Você já deve ter visto muito em filmes por aí: para arrancar uma verdade secreta de um inimigo, basta torturá-lo. Entretanto, essa não é uma prática apenas da ficção; ela foi usada ao longo da História, quase sempre gerando reações de indignação quando divulgada hoje. Mas será que a tortura realmente funciona?

Para Shane O’Mara, autor do livro “Why Torture Doesn’t Work”, a prática é inútil. Só que, além de avaliar o aspecto moral da tortura, ele foi atrás de dados científicos para mostrar que torturar alguém não é o melhor caminho para fazer com que a pessoa abra a boca. Claro que ele não torturou ninguém em sua pesquisa, mas analisou dados sobre os efeitos físicos e psicológicos da dor intensa.

Além da dor física, os torturadores costumam expor suas vítimas a frio ou calor intenso, as privam de sono, provocam afogamentos, trancam-nas em salas escuras, e por aí vai. De acordo com O’Mara, a tortura não produz informações confiáveis, já que a gravidade dos atos pode afetar a capacidade de raciocínio do torturado.

No cinema, estamos acostumados com cenas de tortura

Falta de discernimento

Como exemplo, O’Mara revela o caso de um soldado que sobreviveu a torturas no Camboja, durante a década de 60, confessando inúmeras verdades a seus algozes, mas também afirmando que era hermafrodita, espião da CIA para um bispo católico e filho do rei do Camboja. Ou seja, torna-se difícil saber qual das verdades era realmente verdadeira – neste caso, a vítima era apenas um professor que sabia falar francês.

Claro que os interrogadores podem ser mais preparados do que nós para separar o joio do trigo e saber qual das afirmações corresponde com a realidade. Só que não existe nenhuma comprovação científica de que eles realmente tenham esse alto grau de discernimento, portanto a prática da tortura se torna puro sadismo.

Sem contar, é claro, que essas pessoas se tornam mais desconfiadas de tudo. Às vezes, a verdade pode não ser suficiente e acaba sendo encarada como mentira. Logo, a sessão de tortura continua, mesmo o prisioneiro tendo revelado tudo o que sabia logo no começo. “Ela [a tortura] é ineficaz, inútil, moralmente espantosa e imprevisível em seus resultados”, analisa O’Mara.

Donald Trump defende o uso da tortura

Seu livro é de fundamental importância, principalmente nos dias de hoje: Donald Trump, o novo presidente dos EUA, é um dos maiores defensores da volta da tortura no combate ao terrorismo islâmico. Só que a tortura tende a causar pânico e inconsciência, levando a estados permanentes de paranoia, além de causar danos neurológicos gravíssimo em longo prazo. Será que vale a pena? Ou poderemos criar novos monstros com isso?

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