Ciência
02/02/2015 às 10:57•3 min de leitura
Quando o assunto é amor, homens e mulheres têm comportamentos diferentes. O Psychology Today publicou o resultado de uma série de pesquisas sobre relacionamentos amorosos e situações envolvendo intimidades. O resultado é bastante curioso.
Os pesquisadores Josh Ackerman, do MIT; Vlad Griskevicius, da Universidade de Minnesota; e Norm Li, da Universidade de Administração de Singapura se uniram para desvendar alguns padrões comportamentais relacionados a experiências amorosas.
Ao total, foram seis estudos comportamentais, e em um deles, os pesquisadores pediram para que um grupo de voluntários imaginasse que tinham começado um romance recente com uma pessoa que consideravam atraente e interessante. Depois disso, os participantes eram conduzidos a imaginar situações diferentes, fazendo programas que casais geralmente fazem e se imaginando em situações nas quais já houvesse um histórico de intimidade sexual, e também em situações sem sexo.
Depois de um mês de relacionamento, a ideia era imaginar o parceiro dizendo “eu te amo”. Na sequência, cada voluntário deveria responder a um questionário sobre a sensação de ouvir essa declaração de amor – em uma escala que varia de 0, para quem não gostou nada da situação; e 7, para quem gostou muito de ouvir um “eu te amo”.
Em seguida os voluntários deveriam dizer se se encaixavam mais entre os participantes irrestritos, que acham que sexo sem amor é uma boa forma de diversão; e os restritos, que preferem manter relações sexuais apenas com pessoas de quem se sentem próximas de verdade e com as quais mantêm um compromisso. Confira os resultados na tabela abaixo:
Como você pode ver, no grupo de homens irrestritos, a ideia de ouvir um “eu te amo” antes de fazer sexo é bem-vinda, o que é relativamente bizarro considerando que esse grupo é composto de homens que fazem sexo mesmo quando não estão envolvidos sentimentalmente com alguém. A explicação para isso pode estar no fato de que esses homens sabem que terão uma experiência sexual diferente, talvez até mais intensa, quando há amor envolvido.
Ouvir o mesmo “eu te amo” depois do sexo, para homens irrestritos, faz com que eles fiquem menos satisfeitos, e isso pode ter relação com o fato de que pessoas irrestritas podem não gostar de qualquer ideia que envolva algum relacionamento amoroso. Já no caso do grupo dos restritos, homens e mulheres quase empatam na preferência: é melhor ouvir um “eu te amo” depois do sexo.
Como você já deve imaginar, homens tendem a valorizar mais as relações sexuais que não dependem de relacionamentos amorosos, o que nos ajuda a entender os resultados de outra pesquisa feita pelo mesmo grupo de cientistas. A pergunta feita aos voluntários era simples: quem costuma dizer mais “eu te amo”? Homens ou mulheres?
A resposta mais comum foi a de que, lógico, as mulheres tendem a dizer a temida frase com mais facilidade – essa ideia, no entanto, está errada. No final das contas, com base em outra pesquisa, homens tendem a dizer “eu te amo” pela primeira vez antes das mulheres. Será?
A discrepância entre o senso comum e a real resposta, segundo os pesquisadores, tem a ver com questões ligadas à evolução. Nesse sentido, cientistas já repararam que as fêmeas acabam dedicando a maior parte de sua energia para cuidar dos filhotes. Na questão do acasalamento, as fêmeas precisam escolher o parceiro com muito cuidado.
Enquanto isso, os mamíferos machos são menos seletivos na hora de achar uma namoradinha. Quando um homem diz “eu te amo”, isso significa que ele está disposto a investir mais tempo na relação, o que implica que ele estará disponível e ajudará a cuidar dos filhos. Ao contrário dos homens, as mulheres são mais desconfiadas e geralmente esperam ter certeza de que o relacionamento é sério antes de dizer as palavrinhas mágicas.
Nesse quesito evolucionário da coisa, dizer “eu te amo” é um processo de negociação, e a pessoa que diz está fazendo uma espécie de oferta. A decisão de fazer essa oferta é tomada em momentos diferentes por homens e mulheres. No campo romântico de negociação, as mulheres querem diminuir o risco de fazer a venda rápido demais, digamos assim, enquanto os homens preferem fazer negócio com ofertas realmente boas.
Para os homens, o maior erro nessa negociação seria não dar sinais de compromisso e acabar perdendo o relacionamento. Do outro lado, para as mulheres, o maior erro seria acreditar rápido demais na declaração de amor do parceiro e fazer apostas em uma relação sexual sem o investimento do homem. E aí, leitoras e leitores, nos contem: vocês concordam com esses resultados?