
Ciência
25/02/2013 às 14:33•2 min de leitura
Crédito: Thinkstock
O fato das mulheres falarem mais do que os homens faz parte do cotidiano da maioria dos povos. Mas, será que isso é realmente verdadeiro e, se for, será que existe uma explicação científica? De acordo com uma nova pesquisa divulgada no The Huffington Post, existe sim um fator biológico que pode ajudar a esclarecer o porquê das mulheres falarem mais.
O estudo, realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, mostrou que níveis mais elevados de FOXP2, uma chamada "proteína de linguagem", são encontrados nos cérebros de mulheres.
"Este estudo é um dos primeiros a relatar uma diferença de sexo na expressão de uma proteína associada à linguagem em humanos ou animais. Os resultados aumentam a possibilidade de que as diferenças sexuais no cérebro e no comportamento são mais difundidas e estabelecidas mais cedo do que se pensava anteriormente", disse a pesquisadora Margaret McCarthy em um comunicado à imprensa.
Leia também:
O estudo vem suportar a afirmação anterior feita pelo psiquiatra e pesquisador Louann Brizendine, que disse que as mulheres falam, em média, cerca de 20 mil palavras por dia, enquanto os homens proferem apenas sete mil. Além disso, uma série de estudos anteriores mostrou que as meninas começam de melhor forma com habilidades de linguagem do que os meninos, segundo a revista Science.
De acordo com a revista, os cientistas já encontraram evidências da ligação entre o FOXP2 e produção de fala em 2001. O gene também foi ligado às vocalizações de outros animais, incluindo aves, morcegos e ratos. Para o mais recente estudo, os pesquisadores analisaram primeiro os níveis de FOXP2 em ratos jovens, antes de analisar um grupo de crianças com idades de 4 a 5 anos.
Crédito: Thinkstock
Eles descobriram que os filhotes machos de ratos mais ruidosos tinham taxas mais elevadas da proteína FOXP2 em seus cérebros do que os aqueles que eram mais quietos, que não emitiam muitos sons. Em contrapartida, nos seres humanos, mais de 30% da proteína foi descoberta nos cérebros das meninas.
"À primeira vista, pode-se concluir que os resultados em ratos não se estendem aos seres humanos, mas os níveis mais elevados da proteína FOXP2 são encontrados no sexo mais comunicativo de cada espécie", disse Cheryl Sisk, que estuda as diferenças de sexo na universidade do Estado de Michigan.
Os resultados ainda não são muito conclusivos e os pesquisadores ressaltam que eles devem ser levados apenas como uma pequena descoberta em um imenso mar de informações. Porém, eles dizem que essa pode ser um começo para futuras pesquisas.
"Nós não podemos dizer que este é o raciocínio final, mas é uma das primeiras vias com as quais podemos começar a explorar por que as mulheres tendem a ser mais verbalizadas do que os homens", disse o pesquisador Mike Bowers.