Ciência
06/06/2014 às 09:51•3 min de leitura
Os cereais matinais têm o seu lugar no café da manhã e no lanche de muitos brasileiros. No entanto, não podemos negar que um café e um pãozinho com manteiga faz muito mais a nossa cabeça, não é verdade?
Mesmo assim, esses alimentos fazem parte do dia-a-dia de muitas pessoas em nosso país, mas é nos Estados Unidos que eles realmente estão incrustados na “cultura gastronômica matinal” e são vendidos em uma imensa variedade de formas e sabores. Logo abaixo, você pode conferir alguns fatos bem curiosos sobre os cereais matinais.
Em 1894, o médico John Harvey Kellogg inventou o cereal clássico durante o desenvolvimento de um plano de dieta para seus pacientes. Kellogg era um “ativista” contra a masturbação, tanto que ele ficava muito desconfortável quanto ao assunto sexo, considerando-o prejudicial ao bem-estar físico e mental.
Ele mesmo absteve-se de sexo e nunca consumou seu casamento. John e sua esposa dormiam em camas separadas e todos os seus filhos foram adotados. Dessa forma, ele acreditava que o sexo e a masturbação causavam várias doenças. Por isso, foi adaptando seus tratamentos de forma que abolissem essas diversões e amenizassem o desejo de seus pacientes para a “cura” deles. E um desses tratamentos tinha a ver com a alimentação.
Ele acreditava que alimentos mais pesados ou picantes aumentavam o desejo sexual e, então, prescrevia a seus pacientes uma dieta leve para controlá-lo. No cardápio, ele indicava um produto criado por ele e por seu irmão Will Kellogg, que era feito com farinha de aveia, trigo e de milho assado em forma de biscoitos que depois eram triturados em pedaços menores.
Antes dos irmãos Kellogg, em 1863, James Caleb Jackson inventou a chamada “granula” com uma massa feita de farinha de trigo integral. Assim como John Kellogg, ele também acreditava que uma dieta mais leve poderia curar doenças, mas não tinha nada contra o sexo como no caso do seu colega.
No entanto, esse alimento feito por ele era tão duro, que precisava passar a noite de molho no leite para amaciar e ser consumido só no outro dia. Décadas mais tarde, o Dr. Kellogg também inventou um cereal semelhante e deu o mesmo nome, mas mudou-o para "granola", depois de Jackson ameaçá-lo com um processo.
Ao contrário do milho, o trigo e o arroz não possuem um escudo protetor contra a umidade. Por essa razão, para criar cereais crocantes desses itens, os fabricantes usam um método de cozimento e pressurização, que é um processo que a Quaker desenvolveu na virada do século 20.
No entanto, para isso, a empresa aperfeiçoou o processo usando um canhão de exército convertido em uma panela de pressão, que fazia com que os cereais literalmente explodissem para ficarem gostosos e crocantes. É isso mesmo. O cereal que você come hoje é resultado de muitos testes em canhões de guerra. E deu certo.
A fim de agradar as crianças e começar a fidelizar o público infantil cada vez mais (além dos “doentes” do sexo do Dr. Kellogg), em 1909, a primeira promoção com brinde em cereais foi feita nos Estados Unidos. Ao comprar dois pacotes de Corn Flakes, o cliente levava junto um livrinho chamado The Funny Jungleland Moving Pictures Book, que está na imagem acima.
Por volta do ano 1612, os exploradores franceses nos Estados Unidos, da região dos Grandes Lagos, observaram que os nativos indígenas iroqueses estouravam pipoca com areia aquecida em um recipiente de cerâmica e utilizavam para fazer sopa, entre outras refeições. Bernab Cobo, um missionário no Peru entre os anos de 1609 e 1629, também observou que os índios de lá torravam o milho até que estourasse.
Com isso, os novos colonos das Américas adotaram então a prática de estourar a pipoca, mas ela era consumida de forma diferente da que conhecemos hoje. As famílias coloniais tinham o costume de comer pipoca com açúcar e leite no café da manhã.
Você sabia que os astronautas da Apollo 11 comeram Corn Flakes da Kellogg’s a bordo da nave durante a missão do primeiro pouso na lua? O cereal foi misturado com frutas e enformado em cubos, pois comê-lo com leite era impossível sem gravidade.
A palavra "cereal" vem da palavra grega antiga "Cereália", que era um grande festival que celebrava Ceres, a deusa dos grãos e da fertilidade. Segundo a mitologia, Ceres foi quem ensinou aos mortais como plantar e colher, dando-lhes, assim, os meios básicos de sobrevivência.
Uma reportagem de 1956 da revista Confidential revelou uma declaração bem-humorada de Frank Sinatra, dizendo que seu costume em comer o cereal Wheaties era a chave do sucesso de seu personagem com as mulheres no filme “Tarzan of the Boudoir”. Ele falou isso em um tom de brincadeira.
No entanto, a declaração acabou se virando contra ele mais tarde, pois uma prostituta revelou que dormiu com Sinatra na época e realmente confirmou que no café da manhã dele tinha o tal cereal. O problema é que o famoso ator/cantor estava casado naquele período e a declaração da profissional do sexo acabou pegando mal até para a General Mills, a empresa que produzia o Wheaties. Que vacilo hein, seu Sinatra?
Tony, o Tigre, concorreu com outros três mascotes para estampar a embalagem dos flocos de milho açucarados da Kellogg’s. Junto com ele, foram colocadas à venda caixas com o canguru Katy e o elefante Elmo. No entanto, as vendas das caixas de Tony foram muito maiores e ele acabou conquistando o seu lugar como o ícone maior dos cereais matinais.