Ciência
11/03/2022 às 12:00•3 min de leitura
"Cortem as cabeças". A frase proferida pela Rainha de Copas em Alice no País das Maravilhas marcou gerações e, embora na história ela não use uma guilhotina, essa seria o instrumento perfeito para o ato.
Mas o que você sabe, de verdade, a respeito da guilhotina? Essa "máquina de execução" é bem antiga, mas ganhou fama no século XVIII, durante a Revolução Francesa. Ficou interessado em saber mais? Então, mantenham suas cabeças no lugar e nos acompanhem para descobrir sete fatos sobre a guilhotina que vocês não conheciam.
(Fonte: Universal Images Group/Getty Images)
Arrisco dizer que você tenha caído na gargalhada, mas é papo sério. A guilhotina francesa, criada no final do século XVIII pelo Dr. Joseph-Ignace Guillotin, surgiu com o propósito de ser um método de execução mais brando.
O próprio Guillotin se opunha à pena de morte, no entanto, defendia que, na impossibilidade de não apelar à pior pena, uma máquina rápida na execução resultaria em um fim mais humano e igualitário do que as feitas com espada ou machado. A primeira vítima de uma guilhotina foi decapitada em abril de 1792, para horror do homem que viu seu nome ser "homenageado".
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se você não é muito dos esportes, talvez a melhor forma de te explicar o quão importantes eram as execuções para o público é dizer que elas eram aguardadas como os episódios de Game of Thrones, uma final de copa do mundo ou o desfecho de uma novela famosa.
A ansiedade era tão grande que havia quem reclamasse que as mortes na guilhotina eram muito rápidas. Durante o dia em que alguém iria perder a cabeça, eram montadas barradas em que o público podia adquirir lembrançinhas — em alguns casos até fazer uma refeição especial. Na história, o que não falta são canções e poemas homenageando essa "ferramenta" de decapitação. Era entretenimento nível UFC.
(Fonte: Gaumont/Reprodução)
Já dissemos acima como as execuções na guilhotina eram um evento bastante popular. E como todo bom empreendedor que se preze, comerciantes do século XVIII enxergaram um gigantesco potencial para comercializar muitos produtos relacionados com a guilhotina.
Foram desenvolvidas réplicas de aproximadamente 60 centímetros de altura feitas em madeira e com lâminas, que rapidamente se tornaram populares na França. Mas não pense que foram só as crianças, algumas réplicas eram maiores e foram desenvolvidas para uso nas mesas de jantar como fatiador de pão e vegetais.
(Fonte: Iconografia da História)
"Carrasco" era a forma como chamavam as pessoas responsáveis pela execução, mesmo antes da criação da guilhotina. Com a popularização do método e dos dias de execução, os próprios carrascos passaram a ser personalidades.
Nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, houve uma família muito famosa que, por gerações, foi responsável por muitas decapitações, entre elas a do Rei Luís XVI e de Maria Antonieta.
(Fonte: SoCientífica)
Já parou para pensar o que acontecia com os corpos e as cabeças das pessoas que eram executadas nas guilhotinas? Muitos estudos foram feitos, especialmente com as cabeças.
Parte era com coisas "simples", como pedir para que piscasse os olhos. Porém, outros experimentos eram um pouco menos delicados, como expô-los a velas e amônia, de modo a testar se haveria reação. Até bombeamento de sangue na cabeça foi tentado, para descobrir se voltaria à vida.
(Fonte: Wikimedia Commons)
São menos de 50 anos desde a última vez que uma cabeça rolou na França. A guilhotina permaneceu como um método de execução estatal no país europeu até o final do século XX.
A última vítima de uma lâmina foi Hamida Djandoubi, um assassino executado em 1977. Mas até a retirada da guilhotina como método de cumprimento de pena foram mais quatro anos. Em setembro de 1981, a França aboliu em definitivo a pena.
(Fonte: Johann Reichart/Alamy)
Durante o governo de Adolf Hitler, o líder nazista fez da guilhotina um método oficial do Estado para executar condenados, especialmente na década de 1930.
Foram 20 máquinas espalhadas em cidades alemãs, responsáveis pela execução de 16.500 pessoas. A última morte registrada ocorreu em 1945, utilizada contra dissidentes políticos.