Adaga de Tutancâmon foi feita com componentes extraterrestres

10/04/2022 às 11:002 min de leitura

Com 30 séculos, o Egito Antigo se tornou a civilização mais antiga da História, desde sua unificação em meados de 3100 a.C. à conquista por Alexandre, o Grande, em 332 a.C.

Seus milhares de artefatos, múmias, tumbas, documentos e ruínas, mesmo massivamente analisados e estudados, ainda não foram suficientes para que os arqueólogos consigam desvendar todos os mistérios que a antiga civilização guardava.

Um exemplo disso é a adaga descoberta com o Rei Tutancâmon. A tumba do faraó foi escavada em 4 de novembro de 1922 pela equipe do egiptólogo britânico Howard Carter, no Vale dos Reis, Egito. Tutancâmon foi um dos governadores mais proeminentes do Egito Antigo, tendo liderado de 1332 a.C. até sua morte, em 1323 a.C.

Assim que morreu, seu corpo foi mumificado sob o processo mais rico e avançado que existia na época e enterrado em uma tumba recheada de joias, obras de arte e tesouros. Ao serem descobertos, se tornaram patrimônio da humanidade após ficarem escondidas por mais de 3 mil anos sob as areias movediças do deserto.

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A adaga milenar                                                

(Fonte: Apic/Getty Images)(Fonte: Apic/Getty Images)

Entre os 5 mil itens encontrados na tumba do faraó, enterrada bem ao lado de seus restos mortais, estava uma adaga feita de ferro de meteorito. O choque dos pesquisadores foi imediato, tanto porque a lâmina não havia enferrujado, quanto porque aquele tipo de trabalho em metal era considerado extremamente raro no Antigo Egito. A sua origem se tornou um mistério imediato.

Para fazer uma análise completa da adaga, foi utilizado uma técnica não invasiva de raios X para confirmar a composição do ferro sem danificá-lo. O estudo publicado na revista Meteoritics and Planetary Science mostrou que o punho de ouro da adaga foi trabalhado usando um material adesivo conhecido como gesso de cal, usado apenas por artesões de outras partes do mundo na mesma época, e no Egito somente muitos anos após a morte do faraó.

(Fonte: DR/Guardian Magazine/Reprodução)(Fonte: DR/Guardian Magazine/Reprodução)

Estima-se que a adaga de Tutancâmon foi feita usando de uma técnica de baixa temperatura, submetida a -950 °C, o que segundo os pesquisadores indicaria sua origem estrangeira, vindo, provavelmente, de Mitanni, na Anatólia. Isso condiz com os registros de que Amnehotep III, avô de Tutancâmon, foi presenteado pelo rei de Mitani com uma adaga de cabo de ouro. Portanto, a adaga não foi fabricada no Egito.

De outro mundo

(Fonte: Tomoko Arai at.al/Chiba Institute of Technology)(Fonte: Tomoko Arai at.al/Chiba Institute of Technology)

“O ferro meteorítico é claramente indicado pela presença de uma alta porcentagem de níquel”, disse Daniela Comelli, principal autora do estudo. Essa presença de ferro, níquel e cobalto sugere fortemente uma origem extraterrestre. Quando comparado a um dos meteoritos que caíram no raio de 2 mil quilômetros ao redor da costa do Mar Vermelho do Egito, a 240 km a oeste de Alexandria, os mesmos produtos estão presentes em sua composição.

Objetos vindos do céu já tinham grande importância para os egípcios, que os usavam em artefatos cerimoniais porque já sabiam de seu índice de raridade. O trabalho meticuloso e alta qualidade de fabricação da lâmina só mostra como os povos daquela época tinham um domínio absoluto sobre o ferro.

Atualmente, a adaga de 3,3 mil anos de Tutancâmon pode ser vista no Museu Egípcio, no Cairo.

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