Ciência
23/04/2022 às 06:00•3 min de leitura
A segunda temporada de Bridgerton, série original da Netflix, se tornou a série inglesa mais assistida da história da plataforma — mais de 251 milhões de horas assistidas na primeira semana de lançamento. A trama tem como pano de fundo a aristocracia britânica e seus papéis na cadeia social e política.
Os membros da nobreza britânica obedecem às mesmas regras e tradições de outros países da Europa. Aliás, como o Brasil foi colonizado por Portugal, a nobreza brasileira obedecia às mesmas regras hierárquicas, tendo, inclusive, os mesmos títulos de nobreza. Mas o que significam ser um duque, um visconde ou um conde? Vamos te contar no texto de hoje!
Rei Henrique VIII. (Fonte: Wikimedia Commons)
No topo da hierarquia da nobreza está, claro, a realeza. Os governantes dessa categoria herdam o trono de seus pais e, historicamente, a Europa teve mais reis do que rainhas. Mesmo assim, muitas mulheres comandaram os países europeus e tiveram importância em momentos estratégicos dessas nações.
A mulher de um rei é chamada de “rainha consorte”, já o marido de uma rainha recebe a alcunha de “príncipe consorte”. Por sua vez, o título de imperador está associado a um líder que conseguiu expandir o tamanho do império — embora não tenha sido esse o caso dos imperadores brasileiros.
Charles, Príncipe de Gales. (Fonte: Wikimedia Commons)
Herdeiros dos reis e ainda membros da realeza, esse título variava de acordo com o país em questão. Na Rússia, os príncipes eram chamados de “arquiduques”, na França de “duques”. Na Inglaterra, o príncipe mais velho recebe o título de “Príncipe de Gales”. Os cônjuges dos príncipes serão chamados de “princesas consorte” ou “príncipes consorte”.
Príncipe Philip, Duque de Edimbugo. (Fonte: Wikimedia Commons)
Logo abaixo da realeza estão eles, os nobres. Maior título dessa classe, os duques administravam grandes territórios chamados de “ducados”. Alguns ducados podiam até mesmo ser países independentes e, nesses casos, o título de duque era elevado a “grão-duque”. Vale lembrar que príncipes também podiam exercer o papel de duque.
O título, que é compartilhado pelo matrimônio, permanece em vigor nos países que preservam a monarquia, como a Inglaterra. Kate Middleton, esposa do Príncipe William, se tornou duquesa de Cambridge ao se casar — embora eles não exerçam papel administrativo, pois a Inglaterra não é mais formada por ducados.
Esses nobres administravam um condado, território menor do que um ducado. Em alguns casos, quando esse condado ficava em regiões de fronteiras, o nobre passaria a ser um “marquês”. Isso acontecia porque defender uma região fronteiriça dos inimigos era algo muito difícil, logo, esse nobres eram muito prestigiados na corte junto à realeza.
Visconde Bridgerton, da série Bridgerton. (Fonte: Netflix/Reprodução)
Os viscondes eram responsáveis por territórios menores do que um condado, normalmente algumas partes específicas dele. No entanto, o papel dos viscondes passava a ser realmente relevante na ausência do conde, como um "vice". Além da administração, eles também exerciam o papel de juízes, julgando questões levantadas pelos moradores dessa região.
Barão de Guaraciaba, o primeiro negro a receber o título de barão no Brasil Império. (Fonte: Mônica de Souza Destro/Arquivo da família)
Os barões estavam na base da pirâmide social da nobreza. Eles representavam os interesses da realeza em porções específicas de terra, em regiões menos relevantes do que os ducados e condados. Em alguns casos, como na nobreza brasileira, só estavam acima dos cavaleiros. Normalmente, não eram chamados de “barões”, mas de “senhores”.
Resumidamente, os títulos de nobreza eram atribuídos pelos reis, mas não era incomum que, em alguns países, esse poder fosse transmitido ao filho mais velho. Também não era incomum que os títulos fossem comprados. Dessa forma, pessoas que enriqueciam podiam se tornar nobres, aproveitando da falência de membros da nobreza.
Quando um rei concedia um título de nobreza, ele também dava ao novo nobre o direito de explorar o território que ficaria sob sua administração. No entanto, nem sempre o comprador conseguia ter acesso a esse território, pois muitos nobres iam à falência antes. Na nobreza brasileira, era possível comprar os títulos diretamente da família real, algo que não acontecia na Europa.