Estilo de vida
05/05/2022 às 04:00•2 min de leitura
Para entender como essa épica batalha aconteceu, é preciso saber o quanto os gatos eram populares no Egito Antigo. Sempre associados à deusa Bastet, referenciada na arte egípcia com o corpo de uma mulher e a cabeça de um gato, os gatos eram reverenciados e vistos como divindades que protegiam a casa dos espíritos malignos, das doenças e desempenhavam um papel fundamental na vida após a morte.
Ou seja, os egípcios acreditavam que fazer qualquer tipo de mal para um gato infligiria pragas e outros tipos de desastres naturais sobre o povo. Do ponto de vista social, saindo um pouco da lente mística, os gatos também eram adorados porque caçavam ratos e camundongos, o que era essencial em uma sociedade que prosperava por meio de celeiros cheios de grãos.
Além disso, os animais exigiam pouca manutenção do ponto de vista higiênico e não espalhavam doenças. E foi exatamente devido a sua associação com seres divinos e todo o seu desempenho no império, que os gatos deram a vitória a Cambises II na Batalha de Pelúsio, durante a invasão persa do Egito, lançando a potência em seu derradeiro declínio.
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(Fonte: Library of Congress/Wikimedia Commons)
Em maio de 525 a.C., no século VI, já havia ficado claro para os egípcios que eles não eram páreos para os persas, que os conquistaram facilmente depois da batalha que aconteceu em Pelúsio naquele dia.
Fora a disparidade dos exércitos, o rei dos persas, Cambises II, piorou o cenário para os egípcios quando teve a ideia de coletar o máximo de gatos possíveis para usá-los como escudo durante a invasão. Os animais foram carregados no alto, amarrados em escudos, flanqueando comboios em gaiolas e até pintados para se camuflarem. Além disso, os persas também se cercaram de um exército de cães e ovelhas.
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(Fonte: Musée d’Art et d’Histoire de Genève/Wikimedia Commons)
O rei persa sabia que os egípcios relutariam em matar os gatos por temerem demais a ira eterna da deusa Bastet sobre eles. Portanto, quando o exército persa se aproximou, os egípcios fugiram do campo de batalha e perderam a Batalha de Pelúsio. O historiador Heródoto documentou a eficácia da tática persa registrando as 50 mil mortes egípcias durante a invasão contra as 7 mil persas.
Não demorou muito para que o Egito caísse sobre as mãos de Cambises II, dando início ao Período Persa dos Faraós no Egito, que duraria quase 200 anos. Ao longo desses dois séculos, o Egito foi governado por egípcios apenas por breves períodos, até que Alexandre, o Grande, e os gregos tomassem conta do território depois dos persas, começando um governo que terminou quando o Império Romano anexou o Egito como província, em 30 a.C.
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