Ciência
18/06/2022 às 09:00•2 min de leitura
Poucas coisas são piores no mundo do que ficar com vontade de comer alguma coisa gostosa quando se está resfriado. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Quando estamos com o nariz entupido, nosso senso de sabor fica muito menos refinado e todos os alimentos parecem ficar mais sem graça.
Mas se o paladar é um sentido ligado à língua e às papilas gustativas, por que o olfato possui tamanha influência nesse processo todo? Para entendermos mais sobre o que está acontecendo no nosso corpo, precisamos entender os processos que ocorrem quando provamos qualquer tipo de sabor. Olha só!
(Fonte: Shutterstock)
Quando colocamos algum alimento na boca, as papilas gustativas da nossa língua e do céu da boca passam a detectar as cinco categorias de sabores que conhecemos até então: salgado, doce, azedo, amargo e umami. Cada pessoa possui entre 5 mil e 10 mil papilas gustativas e cada uma delas tem entre 50 e 100 células sensoriais especializadas.
Quando essas células são estimuladas, elas enviam uma mensagem ao cérebro para que ele identifique qual sabor em questão que foi detectado. Porém, se taparmos o nosso nariz, toda essa operação fica comprometida e o sabor dos alimentos perdem bastante de sua intensidade.
Isso ocorre porque a sensação de sabor que nós temos é uma combinação de gosto e cheiro. Quando mastigamos um alimento, nós também estamos forçando uma passagem de ar pelas nossas passagens nasais. Então, os odores da comida serão detectados por proteínas receptoras nas células sensoriais do nariz, que por sua vez também mandarão mensagens neurais ao cérebro. A combinação dessas duas mensagens é o que cria um sabor.
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De acordo com pesquisas recentes na área, os seres humanos são capazes de cheirar pelo menos 1 trilhão de aromas por meio de 400 tipos de receptores no nariz. Logo, é evidente que esse sentido desperta muito interesse nos produtores de alimentos.
Por exemplo, muitas comidas com sabores artificiais são preparadas em laboratório para transmitirem a fragrância de uma fruta real. Isso faz com que o consumidor apresente interesse pelo item e se sinta impelido a comê-lo. O uso do perfume também pode desencadear memórias alimentares, e um cheiro pode desencadear uma decisão alimentar.
Muitas padarias possuem uma saída do forno direcionada para a entrada da loja, o que faz com que o odor de pão fresquinho contamine o ambiente todo. Dessa forma, assim que você pisar no estabelecimento, poderá desfrutar o cheiro de uma comida deliciosa sendo preparada e instantaneamente sentirá vontade de adquiri-la.
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Pelo fato do olfato ser responsável por 80% das coisas que provamos, perdê-lo mesmo que momentaneamente não é algo que uma pessoa vai querer para sua vida. Por esse motivo, sintomas simples como os que apareceram nas primeiras cepas da covid-19 se tornaram uma verdadeira "pedra no sapato" na vida de muitas pessoas.
Afinal, não sentir o cheiro ou o gosto das coisas pode afetar negativamente o seu bem-estar mental, visto que você acaba percebendo o quão poderosa era essa sensação no seu dia a dia. Sem contar que comer é uma atividade muito social entre os seres humanos e perder o prazer de realizar essa tarefa é um grande choque na nossa saúde.
Por sorte, a maioria dos casos tem se mostrado reversível e muitos médicos têm passado exercícios para que as pessoas treinem os seus narizes a cheirarem novamente. Com isso, surge uma esperança.