Artes/cultura
26/09/2022 às 12:00•3 min de leitura
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O termo afrofuturismo descreve um movimento artístico amplo, que envolve linguagens como a arte, a tecnologia, o cinema, a filosofia e a literatura. Diferente do tipo de ficção científica mais recorrente no mundo das artes, este subgênero imagina cenários do futuro a partir da exploração da história e da cultura das pessoas negras.
Esta estética tem como marca central a criação de histórias alternativas e possíveis futuros relacionados às consequências da diáspora africana, ou seja, da migração forçada de pessoas escravizadas nos países africanos no período de tempo compreendido entre a Idade Moderna ao final do século XIX.
Se você quer saber mais sobre o afrofuturismo, uma boa sugestão é mergulhar na literatura do gênero. Neste texto, trazemos 5 indicações de livros excelentes de 4 autores brasileiros e estrangeiros que exploram com maestria este universo ficcional.
(Fonte: Amazon)
Falecida em 2006, a escritora americana Octavia Butler foi uma autora que navegou dentro do afrofuturismo feminista. Ela tem uma obra vasta e rica, que lhe rendeu vários prêmios, como o importante Nebula. Em A Parábola do Semeador, ela imagina uma distopia assustadoramente plausível, em que as mudanças climáticas e a desigualdade social levaram a uma situação de caos. É neste contexto que Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, precisa empreender uma jornada maldita em busca da conquista da segurança para si e para os outros.
(Fonte: Livrarias Curitiba)
O autor brasileiro Alê Santos cria em O Último Ancestral uma história fantástica que mescla referências de fé, da cultura e da história africana no Brasil. No futuro que é imaginado no romance, a população negra foi quase toda exilada em uma favela chamada Obambo depois que seres híbridos entre homens e máquinas tomaram o poder.
É neste lugar que o jovem Eliah busca uma vida melhor para si e para sua irmã. Contudo, sua vida começa a mudar completamente quando ele descobre que carrega em si o espírito do Último Ancestral, uma entidade que tem a capacidade de salvar os obambos da opressão.
(Fonte: Amazon)
O escritor americano Colson Whitehead (que venceu duas vezes o tradicional prêmio Pulitzer) constrói neste romance uma história bastante inóspita. Dentro do Departamento de Inspeção de Elevadores de uma grande metrópole, uma mulher negra, chamada Lila Mae Watson, tem um papel central na organização do sistema.
O departamento está dividido entre dois grupos rivais: os Empiristas, que trabalham seguindo metodicamente todas as regras, e os Intuicionistas, que simplesmente meditam e intuem se há algum defeito nos elevadores. Lila Mae é uma Intuicionista, e é reconhecida por ter um grande grau de precisão frente aos seus colegas de trabalho. Mas quando um elevador entra em queda livre, todo o sistema entra em colapso.
(Fonte: Valor Econômico)
A pedagoga e escritora brasileira Lu Ain-Zaila é considerada por muito o maior nome do afrofuturismo brasileiro. Em 2016, ela escreveu a Duologia Brasil 2408, com duas obras - (In)Verdades: Ela está predestinada a mudar tudo e (R) Evolução - Eu e a verdade somos o ponto final - que dialogam entre si e contam uma história distópica sobre o Brasil no futuro. A obra acompanha Ena, que perdeu o pai em um atentado. Ele morre como herói, mas sua história acaba sendo apagada pelo tempo.
Ena agora busca se tornar uma oficial das Forças Distritais do Brasil. Ela vai atrás de suas memórias, do resgate do dia do atentado e da busca por suas origens para poder obter o controle de si mesma e conseguir rumar ao que ela acredita ser o seu destino.