Ciência
18/02/2023 às 13:00•2 min de leitura
Nesta semana, a organização da Beija-Flor de Nilópoles, tradicional academia de samba do Carnaval no Rio de Janeiro, confirmou que fará sua apresentação na edição 2023 sob o hino do Grito dos Excluídos. A canção, adaptada em 1995 como forma de manifestação da democracia, da visibilidade e da inclusão das minorias, surge para convocar o povo à sua liberdade e traz raízes profundas sobre conceitos que ganharam forças nos últimos anos.
Tradicional mobilização brasileira, o Grito dos Excluídos é formalizado como maneira de protestar contra o 7 de setembro, data que se celebra o Dia da Independência — ou Dia da Pátria Nacional. Com o intuito de promover reflexões sobre o modelo de soberania implantado pelo sistema, e de gerar ações que envolvam o interesse comum em uma sociedade justa e inclusiva, milhares de pessoas vão anualmente às ruas para lutar por quem se encontra às margens.
(Fonte: Grito dos Excluídos/Reprodução)
Organizadores se reúnem na tentativa de denunciar as estruturas vigentes, que agem com ampla opressão diante de grupos desprestigiados. Assim, eles convocam participantes para ocupar espaços públicos e, democraticamente, levantar cartazes a favor dos direitos básicos. Todas essas ações estampam o lema “Por direitos e democracia, a luta é todo dia”, retratando as injustiças, os preconceitos, as agressões físicas e simbólicas, e a perpetuação de um passado que por séculos ofuscou os excluídos.
“A cada 7 de setembro, o Grito dos Excluídos vem para lembrar que o Brasil ainda não garantiu os direitos de cidadania à maioria da nação. São pessoas que fazem parte da sociedade, mas não usufruem dos direitos básicos de cidadania”, diz a secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Nacional, Janeslei Albuquerque. "Os direitos nunca foram concessões das elites do país e sim fruto de muita luta da classe trabalhadora e dos povos excluídos."
A cada edição, um novo tema é explorado para ser o foco central das manifestações. O primeiro, por exemplo, trouxe um cartaz de “A fraternidade e os excluídos”, enquanto a edição de 2022 espalhou as palavras "Independência para quem?", e ocorreu em 25 estados brasileiros. Segundo os idealizadores, o objetivo é refletir sobre questões atuais a cada ano, mas sempre tendo em mente a trajetória do povo brasileiro e o processo histórico e social que resultou nos níveis de opressão e marginalização nos tempos presentes.
(Fonte: Grito dos Excluídos/Reprodução)
O Grito dos Excluídos se propõe a superar um patriotismo passivo tendo em vista a construção de uma sociedade justa, solidária, plural e fraterna. Com movimentos em todo o Brasil, visa-se tornar o Dia da Pátria não apenas uma celebração pelo processo histórico nacional, mas também em uma data de consciência política, onde cada um possa refletir sobre como é possível contribuir com a promoção de um mundo inclusivo.
Durante os encontros, membros promovem espaços de diálogo e de trocas de experiências, onde histórias de lutas, mudanças e resistência popular são pautas essenciais. Além disso, conceitos como a privatização dos recursos naturais e as reformas que reduzem os direitos dos trabalhadores são constantes alvos de críticas, com direito a ações organizadas para se fundar um novo projeto de sociedade.
Para saber mais sobre o Grito dos Excluídos e conhecer sobre manifestações em sua região, notícias, colunas, instituições parceiras e outros assuntos atuais, basta acessar o site oficial.