Ciência
29/10/2023 às 10:00•2 min de leitura
Imagine morar em um lugar onde vizinhos e familiares se acusam mutuamente de irregularidades, comunidades se reúnem para julgamentos sensacionalistas e pessoas são executadas por serem "culpadas" de praticar bruxaria. Assim era a vida de muitas pessoas num passado que nem parece tão longínquo assim.
Os julgamentos de bruxas em Salém, nos Estados Unidos, de 1692 a 1693, podem até ser os mais infames nesse quesito, mas dificilmente são casos isolados. Pensando nisso, nós separamos uma lista com os maiores julgamentos de bruxas que ocorreram fora dessa região no passado!
(Fonte: Wikimedia Commons)
A moderna caça às bruxas começou há quase 600 anos em Valais, na Suíça. Entre 1428 e 1436, o medo, a paranoia e a morte tomaram conta desta região e diversas pessoas passaram a serem perseguidas. Os julgamentos surgiram em meio a tensão política e religiosa que lá acontecia.
Segundo historiadores, a maioria das vítimas eram camponeses do sexo, embora um terço dos acusados fossem mulheres. Ao todo, 367 pessoas foram condenadas por prática de bruxaria. Os mais sortudos foram decapitados, enquanto a grande maioria foi queimada viva.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 1589, o rei Jaime VI da Escócia partiu para Copenhague para se casar com a princesa Ana. Durante sua viagem, um terrível vendaval atingiu sua embarcação e o monarca emergiu da experiência convencido de que tinha sido obra de bruxas. Especificamente, ele suspeitava que havia sido atacado por bruxas da pequena cidade escocesa de North Berwick.
Pelo menos 70 pessoas acusadas foram presas e interrogadas após a declaração do rei. Algumas mulheres caíram sob suspeita simplesmente por terem cabelos ruivos ou serem canhotas. Os julgamentos de bruxas em North Berwick deram início a uma tendência assustadora na Escócia, que matou cerca de 3 a 4 mil pessoas no país por bruxaria entre 1560 e 1707.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao contrário de muitos outros julgamentos de bruxas, a situação em Pendle, na Inglaterra, foi um tanto quanto diferente. Na época, muitos ingleses estavam em alerta máximo contra as bruxas e o "encontro" do rei Jaime com elas em North Berwick ainda tinha grande repercussão no Reino Unido. Em Pendle Hill, um reduto católico na Inglaterra protestante, isso causou a investigação de uma mulher chamada Alizon Device.
Em 1612, Device foi acusada por um homem chamado John Law de tê-lo amaldiçoado e causado um derrame após ela se recusar a comprar alguns de seus produtos. No entanto, durante o julgamento, a mulher rapidamente confessou que pediu ao Diabo para atacar o homem e afirmou que sua família também possuía outras bruxas. No fim das contas, Alizon provocou não apenas a sua morte por enforcamento, mas como também a de sua avó e de outras oito mulheres.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Num dia de primavera de 1675, uma espessa fumaça tomou conta das ruas de Torsaker, na Suécia. Lá, um número surpreendente de 71 bruxas acusadas foram decapitadas e queimadas na fogueira de uma paróquia. De acordo com historiadores, esse foi um dos maiores assassinatos em massa de bruxas na história da humanidade.
A paranoia sobre a existência de bruxaria chegou na Suécia durante o século XVII, num período conhecido como "O Grande Barulho". Ao todo, estima-se que mais de 400 pessoas foram mortas durante essa fase.
(Fonte: Getty Images)
Em 2009, a Anistia Internacional anunciou uma revelação chocante: cerca de mil pessoas foram raptadas por serem "feiticeiros" na Gâmbia, levadas para centros de detenção e forçadas a beber um líquido ardente. Essa caça às bruxas moderna foi ordenada pelo presidente do país, Yahya Jammeh.
Jammeh alegava que bruxas tinham como alvo a sua família e estavam por trás da morte de sua tia. Muitas das "bruxas" capturadas foram severamente espancadas e alguns sofreram com os efeitos da bebida alucinógena a longo prazo, incluindo problemas renais e de visão.