Artes/cultura
11/12/2023 às 12:00•2 min de leitura
O desempenho brasileiro no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022 foi bastante preocupante. Após os exames, o Brasil se posicionou entre os 20 piores países em matemática e ciências. O teste, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), avaliou 690 mil estudantes de 15 anos em 81 países. No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas passaram pela avaliação.
Aplicado a cada três anos, o PISA avalia os conhecimentos dos estudantes em matemática, leitura e ciências. Na edição de 2022, o foco foi na matemática. Os resultados brasileiros foram inferiores a diversos países da América Latina, como Chile, Uruguai, México e Costa Rica.
(Fonte: GettyImages)
Segundo o levantamento, 27% dos alunos brasileiros atingiram o nível 2 de proficiência em matemática. Esse é o patamar mínimo de aprendizado desejado para um estudo. Para métodos de comparação, a média dos países da OCDE na disciplina é de 69% nessa categoria.
Enquanto isso, apenas 1% dos estudantes no país conseguiram atingir os níveis 5 ou 6 da matéria, considerados os mais altos, que envolvem a resolução de problemas complexos, além de comparar e avaliar estratégias. Para esse quesito, a média da OCDE é de 9%. Dos 81 países e economias participantes do PISA 2022, somente em 16 deles mais de 10% dos alunos atingiram esses níveis.
No total, o Brasil ficou posicionado em 70º lugar com 348 pontos em matemática, contrastando fortemente com países como Singapura, líder do ranking com 569 pontos, e Estônia, destaque na Europa com 547 pontos. A média internacional da OCDE foi de 489 pontos.
(Fonte: GettyImages)
Em ciências, cerca de 45% dos alunos brasileiros chegaram ao nível 2, contra 76% da média da OCDE. Mais uma vez, assim como a matemática, os estudantes com melhor desempenho somaram apenas 1% do total. Essa também foi a segunda vez que o Brasil ocupou o 70º lugar no ranking de 81 países, com seus 377 pontos. A média da OCDE nesta área foi de 489 pontos.
Em leitura, os números brasileiros foram um pouco melhores do que nas outras duas categorias, mas nada animador. Nesse sentido, 50% dos alunos obtiveram o nível 2 ou mais. Apesar do melhor desempenho, o percentual ainda fica abaixo da média da OCDE de 74%. Nos patamares 5 ou 6, o percentual foi de apenas 2%.
(Fonte: GettyImages)
Em comparação com o PISA de 2018, o desempenho médio dos países da OCDE caiu 10 pontos em leitura e quase 15 pontos em matemática, permanecendo estável somente em ciências. De acordo com os pesquisadores, 25% dos jovens de 15 anos têm dificuldade em fazer cálculos com algoritmos básicos ou interpretar textos simples.
Em nações como a Alemanha, Islândia, Países Baixos, Noruega e Polônia, as notas em matemática caíram 25 pontos ou mais entre 2018 e 2022. Segundo o levantamento, pode haver uma grande culpada para a queda de desempenho global: a pandemia de covid-19, que causou impacto na educação dos jovens nesse período através do fechamento de escolas e adoção de aulas online. Contudo, isso não pode ser apontado como única causa para o desempenho inferior nos países, uma vez que questões de longo prazo nos sistemas educativos também são culpados por essa queda.