Dia Mundial do Livro: 6 dicas para despertar o interesse pela leitura

22/04/2023 às 13:003 min de leitura

Educadores são unânimes: a leitura é um hábito que faz bem para o desenvolvimento infantil e dos jovens. E o Dia Internacional do Livro, celebrado em 23 de abril, coloca foco ainda maior nessa questão. 

Números indicam uma queda na quantidade de obras lidas por crianças e adolescentes. A última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pela Fundação Pró-Livro, Itaú Cultura e IBOPE Inteligência, informa que 44% da população não lê e 31% nunca comprou um livro.

Segundo levantamento recente feito pelo IPL (Instituto Pró-Livro) em parceria com a Abrelivros, a Câmara Brasileira de Livros e o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), a primeira faixa etária (crianças entre 5 a 10 anos) é o perfil com maior frequência de leitura, correspondendo a 23% de toda a população com hábito frequente.

Mas qual é o “segredo” para chamar a atenção desse público e tornar as crianças e jovens “apaixonados” por livros? “No mundo digital de hoje, em que tudo acontece de forma muito acelerada, pode ser difícil fazer com que a criança ou jovem se sente e se concentre por 20 ou 30 minutos para ler”, avalia o professor de literatura Alencar Schueroff, docente da Plataforma Professor Ferretto.

No entanto, na visão do professor, nem tudo “está perdido”, e é possível, sim, ajudar o público mais jovem a adotar o hábito de ler, seguindo algumas dicas simples. Confira a seguir.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

1. Leitura digital

Ainda que crianças e jovens venham passando mais tempo à frente de celulares, tablets e computadores, essas ferramentas podem ser usadas a favor da leitura. 

“Os eletrônicos podem ser o pontapé inicial para o interesse pela leitura. Para minha ‘surpresa’, tenho mais de 40 mil seguidores no meu Instagram, onde falo sobre Literatura e tento levar esse universo aos alunos. E na Internet há materiais para facilitar o acesso aos livros”, revela o professor.

No entanto, Alencar ressalta que embora a internet tenha em muitos casos facilitado o acesso a livros — em parte pelos e-books —, esses dispositivos não substituem as obras impressas, que são aliados da leitura. 

“A experiência de folhear o livro é difícil de substituir, é algo mais pessoal e que cria proximidade com a ideia de ler”, comenta o professor.

2. Histórias em quadrinhos

Outra dica do professor é utilizar os gibis — como são popularmente chamadas as histórias em quadrinhos — também como “porta de entrada” para a literatura. “Eu mesmo, por exemplo, comecei lendo histórias em quadrinhos e daí passei a me interessar pelo mundo das palavras”, conta Alencar.

De acordo com Retratos da Leitura no Brasil, os quadrinhos figuram entre os estilos literários preferidos entre as crianças e os pré-adolescentes. “Isso permite que clássicos sejam adaptados para o estilo e lidos mais ‘facilmente’”, sugere ele.

3. Obras menores de autores famosos

Jovens não costumam gostar de ler livros extensos com uma linguagem distante da atual. No caso do autor brasileiro Machado de Assis — frequentemente citado entre autores clássicos obrigatórios, por exemplo — pode-se começar por uma obra mais curta de poucas páginas, em vez de já começar com o livro Quincas Borba, por exemplo

“Isso é importante para que o aluno conheça o estilo daquele autor e, aos poucos, vá se acostumando com ele e se inserindo naquele universo. É claro que a linguagem muda ao longo dos anos, mas há, sim, diversas leituras clássicas que podem ser apreciadas por crianças e adolescentes”, afirma Alencar.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

4. Literatura de nicho

Identificar uma leitura de nicho — de algum tema que dialogue com o público — também pode ajudar bastante. “Podem ser os livros da série Harry Potter, por exemplo, ou qualquer outro que chame a atenção da criança ou jovem”.

Isso porque, ao indicar ou apresentar livros que não vão ao encontro da maturidade de determinada turma de alunos, a escola — ou os pais — os afasta da literatura. “Contos, livros de poesia, ficção e aventura costumam ter grande apelo entre os leitores mais jovens”, recomenda o professor.

5. Vai cair na prova

Ler por “exigência escolar” muitas vezes é a maior motivação das crianças e adolescentes para abrir e ler um livro até o final. Mas, em vez de aplicar uma prova nos moldes tradicionais, pode-se optar por avaliações em grupos ou debates interpretativos do que foi lido, no modelo de saraus.

“Pedir que os alunos leiam uma determinada obra e depois dividam sua opinião com os colegas, dando chance para que discutam ideias e pensem sobre o que leram, costuma funcionar bem e ajuda a compreender melhor o livro em questão”, ensina Alencar.

6. Dar o exemplo

Tanto os professores quanto os pais devem dar o exemplo, não somente falando para que as crianças leiam e apresentando livros como eles mesmos inserindo o hábito de ler em suas rotinas.

“Estar sempre com a leitura em dia ou mostrar que está lendo algo influencia mais as crianças do que simplesmente pedir que elas leiam”, conclui o professor de literatura.

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