Artes/cultura
22/07/2019 às 08:00•3 min de leitura
Erin Blank, que já interpretou a mascote do time de beisebol Detroit Tigers, conta que certa vez presenciou uma equipe adversária com problemas com seu “animalzinho”: apesar dos pelos falsos, a fantasia estava repleta de pulgas! Toda a pelagem caiu, deixando o time sem seu mais caricato torcedor. Blank também é treinador de mascotes e conta que muitos tratam as fantasias como bichinhos de verdade, inclusive com produtos de higiene adequados a seres vivos.
Mascote do Detroit Tigers
A ideia é passar toda a mensagem através da roupa e dos gestos, por isso as mascotes não estão autorizadas a falar. Kevin Vanderkolk, que trabalhou com isso durante 14 anos, fazendo o personagem Bango do time de basquete Milwaukee Bucks, conta que em toda sua profissão ele nunca falou debaixo da fantasia. “Você não quer humanizar a mascote”, revelou, apesar de assentir que dizia “sim” ou “não” com movimentos de cabeça.
Bango, assim como as outras mascotes, não pode falar
As mascotes surgiram nos estádios norte-americanos na década de 1960 e pouca coisa mudou de lá para cá. A maioria continua não podendo ser levada a máquinas de lavar, por exemplo. Mas não dá para deixá-las sem higiene, né? Alguns truques, como espirrar vodca para matar as bactérias, continuam valendo até hoje. Tem gente que usa enxaguante bucal para isso, mas alguns correm o risco de manchar a fantasia.
Algumas mascotes não podem entrar na máquina de lavar, por isso recebem "banhos" de vodca
Não existe uma regra muito clara para contratar alguém para vestir a fantasia da mascote de um time nos Estados Unidos; porém, isso vem mudando gradualmente. Antes, bastava ser ginasta ou ator e ter a desenvoltura necessária. Agora, cada vez mais times investem em pessoas com graduação em Marketing Esportivo para vestirem as fantasias tradicionais de seus clubes.
Não basta ter graça: é preciso saber o que está fazendo
Quem faz sucesso é a mascote e raramente a pessoa que está por baixo da fantasia. Como esse é um emprego que não se sabe ao certo quanto tempo vai durar, quando alguém pede um autógrafo, o profissional precisa estar preparado para assinar como a personagem. Por isso, antes de assumirem a vestimenta, as pessoas treinam as assinaturas feitas por seus antecessores no cargo.
Assinaturas precisam ser padronizadas
Você já deve ter visto as mascotes aprontando as mais diversas acrobacias. Por isso, é de se esperar que vez ou outra algo saia do controle e acabe em machucado. “Eu já rompi um ligamento, torci o tornozelo algumas vezes e tive lesões bastante significativas no ombro, além de vários ferimentos nas mãos”, relembra Kevin Vanderkolk, que era ginasta antes de vestir a fantasia da mascote do Milwaukee Bucks.
Deu ruim
O clima de amizade entre equipes rivais raramente é visto – tirando, é claro, quando suas mascotes fazem aniversário. Como forma de criar uma boa base de relações públicas, alguns times das principais ligas de basquete e beisebol investem em festinhas de aniversário para suas mascotes contando com a presença dos personagens dos adversários.
Reunião de diferentes mascotes
As mascotes chamam a atenção por onde passam, inclusive muitas pessoas querem tirar uma selfie com elas. É necessário ter paciência redobrada nesses casos, já que é preciso agradar aos torcedores do time. O que as irrita mesmo é serem tratadas como bichinhos de pelúcia. “Mascotes não gostam de ter sua cauda puxada”, diz Dan Meers, que interpreta a mascote do time de futebol americano Kansas City Chiefs.
Todo mundo quer uma fotinho com a personagem
Não é obrigatório torcer por um time específico para se tornar o intérprete da sua mascote. Entretanto, é bastante importante saber que tipo de informações compartilhar nas suas redes sociais para não perder a esportividade. Em 2015, Darnell Enrique, que interpretava a mascote do time de basquete Philadelphia 76ers, entrou em atrito com os fãs depois que antigas mensagens depreciando o clube foram resgatadas no Twitter.
Darnell Enrique entrou em atrito com os fãs nas redes sociais