Ciência
22/08/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 22/08/2024 às 20:00
O breaking foi uma sensação nos Jogos Olímpicos de Paris – e parte disso, claro, foi por conta da repercussão em torno da performance da australiana Rachael Gunn, que fez uma apresentação meio desastrosa e zerou a nota dos avaliadores.
Contudo, a dança urbana, que faz parte da cultura hip hop, não estará nas Olimpíadas de Los Angeles. Diferente do que alguém pode pensar, isso não tem nada a ver com a inusitada dançarina da Austrália.
A decisão havia sido tomada antes mesmo da ocorrência dos Jogos de Paris. Em 2022, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que 28 esportes foram aprovados para os Jogos de Los Angeles, em uma lista que não incluía o breaking. Em 2023, mais cinco esportes foram colocados na lista: beisebol, críquete, flag football, lacrosse e squash.
Segundo informações da revista People, Kit McConnell, que é diretor de esportes do Comitê Olímpico Internacional, não se interessou pela presença do breaking nas Olimpíadas de Los Angeles. Ele teria defendido a ideia de que há outras maneiras de atrair os jovens para os jogos.
"Cabe a cada comitê organizador local determinar quais esportes adicionais apresentar que se ajustem à sua visão dos Jogos. Obviamente, o breaking coube claramente na visão de Paris de engajamento centrado nos jovens", afirmou McConnell em uma coletiva de imprensa.
Isso, claro, ocasionou certa decepção, especialmente na World DanceSport Federation, que é o órgão regulador internacional do dancesport e do Paradancesport, reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional e pelo Comitê Paraolímpico Internacional. "A WDSF está orgulhosa de tudo o que conquistou, junto com a comunidade do breakdance, em um período de tempo extremamente curto", afirmou o órgão em declaração à imprensa.
O breaking não é a primeira modalidade que foi incluída em uma edição das Olimpíadas, mas excluída na edição seguinte. Foi o caso do beisebol e do caratê, que estiveram em 2020 nas Olimpíadas de Tóquio, e depois ignorados nos Jogos de Paris.
A World DanceSport Federation pontuou que agora batalha para que o breaking retorne para os Jogos Olímpicos de Brisbane, na Austrália, em 2032. O beisebol, por exemplo, estará de novo presente nos Jogos de Los Angeles.
Um porta-voz dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos das Olimpíadas de Los Angeles disse, em declaração ao site Today.com, que a exclusão do breaking levou em consideração o respeito aos fãs e atletas. "Embora a equipe dos Jogos Olímpicos de Los Angeles reconheça o valor que o breaking pode trazer ao Movimento Olímpico, nós propusemos, em última análise, um pacote holístico e equilibrado de novos esportes que prioriza a capacidade de mostrar esportes americanos por excelência ao lado de esportes globais influentes", disse o porta-voz.
Ao total, as próximas Olimpíadas contarão com 36 modalidades. Cada uma delas deve ser regulada por órgão internacional específico. A previsão do COI é que 10.500 atletas estejam presentes nas competições.