Como e por que a tecnologia está acabando com as relações afetivas

03/11/2017 às 09:003 min de leitura

Telefones celulares são realmente incríveis e podem nos ajudar em diversos aspectos da vida, a gente sabe. A cada dia, surgem novos aplicativos, novos modelos de celular, novos filtros de fotos para o Instagram e o Snapchat, novos emojis divertidos e, obviamente, não é de se espantar que as pessoas estejam cada vez mais voltadas para as telinhas de seus celulares do que para o mundo real – e isso inclui as pessoas com quem elas têm algum tipo de relacionamento amoroso.

A terapeuta de casais Christine Wilke falou ao Huffington Post sobre uma de suas pacientes, que chegou até ela perplexa depois de perceber que seu celular estava arruinando sua vida afetiva. Basicamente, ela saiu para jantar com o namorado e ficou tão entretida na telinha que simplesmente não percebeu quando seu companheiro se levantou, pagou a conta e ficou em pé a esperando na saída do restaurante.

Esse comportamento, cada vez mais comum, não pode deixar de nos chamar a atenção: estamos realmente chegando ao ponto de que a pessoa com quem dividimos uma mesa de bar ou restaurante é menos importante do que o que quer que esteja acontecendo no celular, e isso está afetando negativamente nossas interações sociais e, especialmente, nossos relacionamentos românticos.

Assunto sério

casal viciado em celular

Um estudo feito pela Universidade de Baylor analisou 143 pessoas que estavam em um relacionamento – dessas, 70% afirmaram que o uso do celular já atrapalhou as interações que tinham com seus parceiros.

Outra pesquisa, realizada com 145 pessoas, relatou que 22,6% delas sentiam que seus relacionamentos estavam piorando por causa do celular, e 36,6% se diziam deprimidas sempre que seus parceiros davam mais atenção ao aparelho do que a elas.

“Os casais que vejo muitas vezes desejam uma conexão significativa entre si, mas seus telefones têm superado suas vidas. Eles muitas vezes me dizem que parece que seus parceiros estão tendo um caso com seus telefones”, revelou a terapeuta.

Preocupante é o fato de que esse tipo de relato, mesmo quando não verbalizado, é cada vez mais comum. A boa notícia é que, ainda que a tecnologia nos roube daqueles que amamos, é possível encontrar uma maneira de colocar cada coisa em seu lugar e dar prioridade ao que realmente é importante em nossas vidas. A seguir, veja o que dizem alguns terapeutas que tratam o uso excessivo do celular entre seus pacientes:

1 – O que vale mais: a foto do Instagram ou o que vocês vivem de verdade?

casal redes sociais

“Uma das coisas que continuam a me surpreender (e que, como terapeuta, me entristecem) é quando vejo um casal juntos, e uma pessoa está ocupada publicando fotos em vez de prestar atenção real à outra. A mídia social tem muitos benefícios positivos, mas também pode fazer com que as pessoas busquem gratificação imediata em vez de experimentar a satisfação do momento”, disse Carin Godstein, que nos recomenda tirar fotos de vez em quando, mas não fazer desse tipo de registro uma regra maior do que a intimidade real do casal.

2 – Você conseguiria ficar longe do seu celular?

vício em celular

“Uma das atribuições que eu dei aos meus pacientes é criar uma zona livre de eletrônicos por pelo menos 30 minutos por dia. Esse é o momento em que eles podem ter uma conexão significativa entre os dois sem intrusão externa. Muitas vezes, esses 30 minutos se transformam em um período de tempo mais longo”, contou Christine Wilke.

3 – Seu celular não é seu inimigo

vício em celular

“Isso pode parecer contraintuitivo, mas se o que você deseja é tempo e atenção do seu parceiro, tente não enxergar seu celular como a raiz do problema, mas sim como uma ferramenta de solução. Textos e snapchats podem ser um excelente lembrete de que você e seu parceiro estão pensando um no outro ao longo do dia”, comenta Spencer Scott

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A tecnologia, quando inserida dentro dos relacionamentos afetivos, é realmente uma questão que pode ser debatida por muito, muito tempo. De qualquer forma, é sempre válido estipular um tempo máximo para que você se entretenha com o celular.

Em termos sociais, vale lembrar também que é um sinal de falta de educação estar em um jantar de família ou de negócios, por exemplo, e não tirar as mãos e os olhos do celular. De vez em quando, é preciso atender uma ligação ou responder uma mensagem – quando for o caso, peça licença e o faça de maneira rápida. Mudar a relação de dependência que acabamos criando com esses aparelhos é uma forma bastante eficiente de melhorar nossas relações interpessoais.

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