Saúde/bem-estar
27/03/2018 às 10:01•1 min de leitura
O Paquistão não é exatamente um país muito favorável aos direitos da comunidade LGBT: o Código Penal do país foi escrito em 1860, uma época muito mais conservadora do que os dias de hoje. Até hoje, gays, lésbicas, bissexuais e transexuais podem ser punidos com prisão por lá, por isso costumam viver escondidos.
Isso aos poucos pode mudar. No começo de março, o Senado paquistanês aprovou uma lei para garantir o direito à identidade de pessoas transgêneros, isto é, quem se identifica dessa maneira pode ser reconhecida com o gênero que mais se encaixa, sem precisar de um exame médico comprobatório.
Seguindo essa abertura de discurso, o Paquistão registrou sua primeira âncora de um telejornal autodeclarada transgênero: Maavia Malik apresentou um programa no canal privado Kohenoor News. Ainda que seja uma emissora particular, trata-se de um avanço gigantesco em um país com maioria muçulmana (96,3% do total).
Maavia Malik à frente do telejornal: repercussão foi positiva
O Paquistão segue os rumos da Índia, seu país vizinho, que também tem avançado na discussão de incluir o terceiro gênero na sociedade. Na Índia, Padmini Prakash foi a primeira mulher transgênero a apresentar um telejornal diário, em 2014. Para os cerca de 500 mil transgêneros do Paquistão, essa é uma vitória a ser comemorada.
“Estou extremamente feliz por esta oportunidade”, declarou Maavia, que até o começo do ano trabalhava como modelo no país. “Minha principal razão para chegar até aqui foi conseguir visibilidade e representação da comunidade transgênero no mainstream”, continuou a jornalista, que já vê a mudança acontecendo em seu país.
Felizmente, a população de lá parece estar aceitando bem a novidade. No Twitter, a maioria dos internautas aprovou a inclusão. Será que essa febre positiva pode se espalhar por outros países ditos mais tolerantes? Vamos torcer!
Maavi Malik em um trabalho de modelagem