Linda Lovelace: conheça a garota por trás do famoso pornô dos anos 70

01/05/2018 às 13:002 min de leitura

Criado por Gerard Damiano, "Garganta Profunda" foi filmado em motéis baratos da Flórida, custou apenas 23 mil dólares e foi pago com dinheiro da máfia. Qual era a probabilidade de um pornô de 62 minutos de baixo orçamento e estrelado por uma anônima faturar mais de US$ 600 milhões? Baixíssima! Mas foi isso que aconteceu com esse em especial.

E o motivo de todo esse sucesso foi provavelmente foi sua protagonista, Linda Lovelace. Ela não era uma atriz profissional e, na ocasião, tinha apenas 23 anos.

Quem a conheceu quando criança ou até mesmo quando jovem não acreditou que a menina tímida — que chegou a ser apelidada de Senhorita Sagrada, por não deixar nenhum garoto se aproximar  estaria tão pouco tempo depois estrelando um filme pornográfico.

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Mas, o que levou Linda a trilhar esse caminho? Criada com rigor pelos pais, a nova-iorquina estudou a vida toda em escolas católicas e era extremamente bem comportada. Aos 20 anos, no entanto, tudo mudou. Depois de sofrer um acidente, ela foi viver na Flórida, onde conheceu Chuck Traynor, que era dono de um bar e vivia de um jeito totalmente diferente do dela.

A jovem então caiu na rede de Traynor e, em questão de semanas, isso virou sua vida de ponta-cabeça. Linda começou a beber, usar maconha e metanfetamina, e, em poucos meses, já se prostituía. Tempos depois, a própria Linda contou que tudo o que fez foi por se sentir forçada por Traynor, em um caso pesadíssimo de relacionamento abusivo.

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Tão abusivo que, em 1971, aos 22 anos, ela se casou com Traynor para protegê-lo de uma acusação de tráfico de drogas — o privilégio conjugal impediria que ela pudesse depor contra ele em um processo criminal. 

Um ano depois, o casal conheceu Damiano, e eles gravaram "Garganta Profunda"  um filme com o plot inusitado de uma mulher que tinha o clitóris na garganta.

Pornô revolucionário

Assim como a pornochanchada foi para o Brasil, "Garganta Profunda" foi um verdadeiro marco na indústria cinematográfica pornô dos Estados Unidos. Foi um dos primeiros filmes do gênero a ter um roteiro e se tornar pauta em outros canais de comunicação, diminuindo o estigma em torno do setor.

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Mas a verdadeira revolução em virtude da produção foi na vida de Linda Lovelace. Dois anos depois do lançamento do filme, graças à projeção que conseguiu com ele, ela se empoderou o suficiente para dispensar o embuste do Traynor e seguir com a vida.

Em 1980, já casada e mãe de dois filhos, longe da indústria do pornô e de qualquer outro filme, ela escreveu sua autobiografia.

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Só então o mundo soube que o pornô que deu sucesso a Linda Lovelace na verdade mostrava um estupro. Longe de ser atriz, a jovem era obrigada a sorrir enquanto era violentada em frente às câmeras.

E isso era somente mais uma das formas de agressão que ela sofria. Afinal, além do abuso psicológico e emocional, Traynor cometia violências físicas contra ela.

De "estrela", Linda se tornou ativista antipornô, convencida de que precisava ajudar outras mulheres e expor o que há por trás de muitos filmes do gênero. Infelizmente, Linda morreu em 2002, ao se envolver em outro acidente de carro.

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