Por que é tão gratificante cozinhar para outras pessoas?

07/10/2019 às 13:302 min de leitura

O ato de cozinhar, principalmente para outras pessoas, traz uma série de benefícios psicológicos. Envolver-se em atividades criativas, grandes ou pequenas, pode ter um impacto significativo no bem-estar.

"Cozinhar permite a expressão criativa das pessoas", afirma a professora associada de Psicologia e Ciências da Universidade de Boston, Donna Pincus. "Há muita literatura que conecta expressão criativa e bem-estar geral. Pintando, fazendo música ou cozinhando, isso causa um alívio do estresse por ter algum tipo de saída e uma maneira de se expressar", explica.

(Fonte: Pexels)

Em um estudo recente publicado no veículo especializado Journal of Positive Psychology, pesquisadores acompanharam 658 pessoas por 2 semanas e descobriram que fazer coisas como cozinhar "fez o grupo se sentir mais entusiasmado com suas atividades no dia seguinte".

Forma de expressão

Cozinhar para os outros também é uma boa maneira de se comunicar, especialmente para pessoas que não se sentem à vontade para expressar suas emoções. "Em muitas culturas, em muitos países, a comida é realmente uma expressão de amor", explica Julie Ohana, assistente social médica e terapeuta de arte culinária.

(Fonte: Pexels)

Já Susan Whitbourne, professora de Ciências Psicológicas e Cerebrais da Universidade de Massachusetts, aponta para a norma cultural de levar comida a alguém quando um ente querido morre: às vezes não há palavras e apenas a comida pode comunicar o que você está tentando dizer. "Pode ser útil para pessoas que têm dificuldade em expressar seus sentimentos em palavras, para que mostrem agradecimento, apreço ou simpatia", ressaltou Whitbourne em entrevista ao HuffPost.

Foco e atenção

A precisão e o foco exigidos ao cozinhar também promovem atenção plena, algo que os especialistas acreditam que pode ajudar a melhorar vários problemas, incluindo redução do estresse, flexibilidade emocional e satisfação nos relacionamentos. "Cozinhar, na verdade, requer muita atenção e dedicação. Você precisa medir e se concentrar fisicamente na distribuição de massa. Se você se concentra no olfato e no paladar, em estar presente com o que está criando, esse ato de atenção no momento também pode resultar em redução do estresse", explica Pincus.

Importância para a saúde mental

A ideia de cozinhar para ajudar na saúde mental ganhou popularidade nos últimos anos, já que a prática também pode afastar a presença de pensamentos tristes. John Whaite, o padeiro que ganhou o programa "The Great British Bake Off", em 2012, disse publicamente que cozinhar foi algo que o ajudou a lidar com a depressão.

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Para Pincus, quando a atitude de lutar contra a depressão é consciente, pode significar menos tempo gasto ruminando seus pensamentos. "Sabemos que a ruminação leva à depressão e a pensamentos tristes, mas isso não acontece se você estiver fazendo algo produtivo. E o bom de cozinhar é que você tem uma recompensa tão tangível no fim que representa algo muito benéfico para o cozinheiro e para os outros".

Mas os psicólogos alertam: se cozinhar for uma atividade que o estressa, os benefícios não serão os mesmos. "Se alguém tem fobia de cozinhar, então essa atividade não é recomendada para ela. É melhor para as pessoas que começam com um nível de conforto básico na cozinha", diz Ohana. Pincus concorda: "Desde que não seja estressante nem obrigatório, pode ser benéfico para todos".

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