Ciência
24/02/2022 às 05:26•2 min de leitura
Nesta quinta-feira (24), forças militares russas iniciaram uma ampla invasão da Ucrânia, dias após o presidente russo, Vladimir Putin, ignorar um acordo de paz e ordenar que tropas fossem para duas regiões do leste controladas por rebeldes. Com isso, o caos foi instaurado em boa parte da Europa e promessas por retaliações vieram de todas as partes.
Isso também faz com que muitas pessoas se questionem: estamos vendo o início de uma Terceira Guerra Mundial? Para responder essa pergunta, vamos nos aprofundar sobre todos os pormenores desse conflito e compreender quais ações a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode tomar no futuro. Veja só!
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De forma resumida, as chances dos ataques do Kremlin contra a Ucrânia escalarem para um conflito armado global são bem pequenas. Por mais que a situação na fronteira entre os dois países esteja caótica no momento, especialistas não conseguem imaginar um cenário onde a Otan irá entrar em um conflito militar direto contra a Rússia.
Inclusive, Estados Unidos e Reino Unido retiraram rapidamente seus conselheiros militares da região quando passaram a observar a Rússia montar uma força capaz de invadir a Ucrânia. As falas do presidente norte-americano Joe Biden também indicam esse caminho. "É uma guerra mundial quando americanos e russos começarem a atirar uns nos outros", disse no início do mês.
Em sua declaração, Biden prometeu que não enviaria tropas americanas para a Ucrânia sob nenhum pretexto. Porém, isso tudo não remove a enorme preocupação de líderes ocidentais sobre a possibilidade de o ataque russo ser em larga escala e a situação se agravar em um futuro próximo.
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Para avaliarmos quem está em real risco com esse conflito armado, precisamos entender o que se passa no território europeu agora. Logicamente, soldados ucranianos e milhões de civis da região são os mais ameaçados pela invasão russa e devem ter o cotidiano afetado pelo conflito.
Porém, enquanto os ataques russos estiverem concentrados apenas nas fronteiras, outras cidades devem estar a salvo de maiores riscos — isso inclui a capital ucraniana Kiev. A maior chance desse conflito escalar para uma Terceira Guerra Mundial, por outro lado, é se a Rússia ameaçar algum país membro da Otan.
Nesse cenário, o Artigo 5 da organização afirma que aliança militar ocidental é obrigada a defender qualquer aliado atacado. A Ucrânia não faz parte da Otan, apesar de ter demonstrado interesse em se juntar à aliança militar — algo que Putin está determinado a impedir que aconteça.
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Se por um lado a Ucrânia não faz parte da Otan, países do Leste Europeu como Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia são todos membros. Em comum, todas essas nações orbitaram Moscou nos tempos soviéticos. Logo, se a Rússia decidir não parar na Ucrânia, é possível que esses se tornem novos alvos.
Especialistas acreditam que o governo russo usaria algum pretexto de "ajudar" minorias étnicas russas no Báltico para continuar invadindo outros países. Por esse motivo, a Otan enviou reforços a seus membros nessa região recentemente. Porém, não há razão para que a crise escale para uma guerra mundial se esses Estados permanecerem inatingidos.
É preciso ter em mente também que EUA e Rússia juntas possuem mais de 8 mil ogivas nucleares, o que seria suficiente para destruir o planeta sete vezes em um conflito nuclear. Por isso, todo tipo de conflito bélico entre grandes nações gera ressalvas quanto as consequências que o mundo enfrentaria.
Vale ressaltar, entretanto, que ações russas não irão passar desapercebidas. Com a escalada do conflito, países como EUA, Reino Unido e Alemanha já preparam as primeiras sanções contra o governo de Putin — prejudicando o país invasor financeiramente. Como retaliação, a Rússia certamente deverá tornar a vida de empresas ocidentais mais difícil dentro de seu território.