Ciência
22/12/2023 às 06:30•2 min de leitura
Depois de ter vivido tempos complicados por conta da pandemia de covid-19, que também afetou diversas outras nações ao redor do mundo, o Brasil parece estar recuperando gradativamente seu potencial turístico. Em comparação com o período de janeiro a outubro de 2022, o país recebeu 74% mais pessoas em 2023. Ao todo, aproximadamente 4,78 milhões de estrangeiros vieram até aqui.
Somente em outubro do ano passado, quando os últimos números oficiais estiveram disponíveis, foi registrada a chegada de 410 mil visitantes internacionais — número semelhante aos 413 mil turistas que vieram em outubro de 2019, no período pré-pandemia. A expectativa, porém, é que o país feche o ano com números próximos a 6 milhões de visitas até o final do ano.
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Em comunicado oficial, o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, ressaltou o cenário atual vivido pelo Brasil. "Estamos em um momento muito positivo no setor de turismo. Sem dúvida, nos aproximaremos aos níveis históricos anteriores à pandemia. Em termos de arrecadação, provavelmente encerraremos o ano com um recorde histórico", disse.
De acordo com levantamento feito pela própria Embratur, a Argentina foi o país que mais enviou turistas para cá, com um total de 1,5 milhão de pessoas. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com pouco mais de 483 mil visitantes, seguidos por Chile e Paraguai, ambos com um pouco mais de 311 mil turistas cada. Contudo, mesmo com os números positivos em relação ao ano passado, o cenário ainda não é dos mais favoráveis.
Em outubro de 2023, o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que houve um crescimento notável tanto nas receitas quanto nas despesas com viagens internacionais. Porém, apesar desse aumento, o déficit de viagens continua abaixo dos níveis pré-pandêmicos.
Segundo os dados previamente publicados pelo Banco Central, a conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 679 milhões em outubro do ano passado, refletindo a diferença entre os gastos de brasileiros no exterior e a renda regada por estrangeiros no Brasil.
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O desempenho da conta de viagens internacionais vista em outubro ocorreu principalmente pela quantidade de dinheiro gasto por brasileiros fora do país, o que totalizou US$ 1,329 bilhão. Por outro lado, turistas gastaram apenas US$ 650 milhões em viagens para o Brasil neste mesmo período. Em resumo, a situação econômica em termos de viagens internacionais no Brasil mostra uma dualidade intrigante.
Embora exista um aumento nas receitas de turismo durante o último ano, o déficit persistente na conta de viagens segue muito expressivo. Esses números sugerem uma mudança na dinâmica econômica do país, mas com implicações para o setor do turismo e para a balança comercial. Sendo assim, empréstimos pessoas se tornam opções cada vez mais frequentes para aqueles que querem financiar uma viagem internacional.
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Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto QualiBest, as capitais do Sudeste, especificamente São Paulo (24%), Rio de Janeiro (17%) e Belo Horizonte (13%), lideraram a lista de cidades mais visitadas em 2023. Em seguida, Florianópolis, Salvador e Fortaleza também aparecem com bons índices de procura.
A análise foi baseada em mais de 3,7 mil entrevistas realizadas entre junho e agosto deste ano. Segundo a gerente de Serviços e Planejamento do Instituto QualiBest, Fábia Duarte, apesar da região nordeste ser um destino importante de viagens, ela ainda não atingiu seu potencial esperado.
Mesmo assim, as expectativas para a atividade turística nacional são promissoras. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indicou que o setor movimentou mais de R$ 38 bilhões em setembro. E segundo uma nova pesquisa feita pela IPC Maps, espera-se que o turismo nacional movimente mais R$ 82,7 bilhões até o fim do ano.