No fim das contas, o apêndice pode não ser tão inútil, diz nova pesquisa

11/01/2017 às 13:032 min de leitura

Na escola, a gente aprende que a evolução dos seres humanos continua acontecendo, por isso ainda temos partes em nosso corpo que não têm muita utilidade, como o apêndice, os dentes do siso e o cóccix. Porém, novos estudos apontam que ao menos o apêndice não deveria fazer parte dessa lista, já que ele tem, sim, uma função!

De acordo com pesquisadores da Universidade Midwestern, nos EUA, o apêndice já sumiu e reapareceu várias vezes ao longo dos últimos 11 milhões de anos. E não apenas nos seres humanos: o órgão existe em vários mamíferos, dependendo da necessidade. Ao longo da evolução, acredita-se que o apêndice tenha evoluído 29 vezes – podendo chegar a 41 – e “desapareceu” apenas 12 vezes.

E já que essa estrutura reaparece mesmo depois de perder o sentido, talvez ela não seja assim tão descartável. Acredita-se que o apêndice seja o vestígio de um órgão que foi muito útil para o homem primitivo, tendo desempenhado um papel tão importante na evolução que é por isso que ele ainda permanece como um vestígio. É como se houvesse pouca pressão evolutiva para ele desaparecer completamente.

Vestígio de órgão ou estrutura ainda necessária?

O apêndice ao longo da história

A principal hipótese para a existência do apêndice é a de que ele seria um recanto de bactérias intestinais benéficas ao corpo humano. Um estudo publicado em 2012 constatou que pessoas sem o órgão são 4 vezes mais propensas a desenvolver colite pela bactéria Clostridium difficile, que causa diarreia, febre, vômito e dor abdominal.

Na nova pesquisa, foram reunidos dados sobre a existência ou a ausência do apêndice em 533 espécies de mamíferos ao longo dos últimos 11,2 milhões de anos. Desde que ele surgiu em algum animal específico, raramente ele desapareceu. Ele evoluiu diferentemente em cada espécie, mas quase sempre se manteve presente, mostrando que deve ter alguma função adaptativa por trás de sua existência.

Com essa dedução, foi feita uma análise de fatores ecológicos, como comportamentos sociais, dieta, habitat e clima, para saber se isso influenciou na permanência do órgão em determinada espécie. Aquelas que mantiveram ou desenvolveram o apêndice são as que mais apresentam concentrações médias de tecido linfoide do ceco – uma pequena parte do intestino.

Região do ceco é responsável por absorver alguns nutrientes dos alimentos

Conclusão? Calma lá...

Após essa descoberta, os cientistas deduziram que o apêndice pode ter um papel importante no sistema imunológico das espécies, já que o tecido linfático estimula o crescimento de bactérias intestinais que fazem bem à saúde. Essa relação já havia sido sugerida anteriormente, mas agora os novos dados deram uma validação quantitativa para essa teoria.

Entretanto, a grande maioria das pessoas que remove o apêndice não sofre nenhum efeito colateral em longo prazo. Por isso o estudo ainda não é conclusivo, mas já dá uma luz maior para qual caminho os pesquisadores deverão seguir na busca de entender a função dessa parte considerada inútil no corpo humano.  

Apesar dessas novas informações, sempre fique atento a dores nessa região, já que a apendicite pode até matar se não for tratada com urgência

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