Ciência
03/11/2016 às 10:00•2 min de leitura
Um dos problemas que temos com a grande maioria dos mapas do mundo que existem em circulação é que, ao tentar projetar a Terra — esférica — sobre uma superfície plana, os tamanhos dos continentes acabaram ficando distorcidos, dependendo de sua localização com respeito à linha do equador.
É por esse motivo, aliás, que as massas continentais situadas mais próximas dos polos parecem ser muito maiores do que elas são na realidade. Ou seja, é por conta da distorção na projeção que a Antártida parece ser monstruosamente grande — apesar de ela ser apenas maior do que a Austrália e a Europa —, assim como a Groelândia, que parece ser do mesmo tamanho que a África quando, na verdade, a área do continente africano é 14 vezes maior!
Mas, calma, não critique os mapas não! Conforme explicamos em uma matéria anterior aqui do Mega Curioso — e que você pode acessar através deste link — eles foram criados a partir da Projeção de Mercator, proposta no século 16 por um matemático, cartógrafo e geógrafo flamengo chamado Gerardus Mercator.
Esta é uma representação do nosso mundo criada a partir da Projeção de Mercator
E Mercator fez algo brilhante, já que ele criou uma representação gráfica do mundo para que os navegadores da época pudessem explorar o nosso planeta sem medo de se perder por aí. O problema é que, com a popularização dos mapas — distorcidos —, a nossa percepção da dimensão real das massas continentais e oceanos também ficou afetada. Pois o arquiteto japonês Hajime Narukawa propôs uma atualização para a Projeção de Mercator.
De acordo com o pessoal do site Spoon&Tamago, o mapa desenvolvido por Narukawa — batizado de AuthaGraph — acabou de vencer um prestigioso concurso de design no Japão e, apesar de parecer meio esquisitão, é uma das representações gráficas mais proporcionais já criadas até hoje.
Mapa desenvolvido por Narukawa
Para criar seu mapa, o japonês dividiu o globo terrestre em 96 regiões iguais e transferiu tudo isso sobre um tetraedro. O método desenvolvido por Narukawa permite que uma superfície esférica seja projetada sobre um plano retangular sem que ocorram distorções nas proporções das áreas representadas. Com isso, tanto as massas continentais como os oceanos são representados da maneira mais fiel e precisa possível no mapa.
Solução criativa
Vale destacar que a alternativa proposta pelo arquiteto japonês não é completamente perfeita, já que o norte do mundo não se encontra necessariamente no topo do mapa. Isso significa que a representação de Narukawa talvez não seja a mais indicada para fins de navegação. Entretanto, ela pode ser usada em diversas situações — e ser aplicada sobre formatos diversos — sem perder sua precisão.
Quase um origami
E aí, caro leitor, o que você achou da solução apresentada por Hajime Narukawa? Conte para a gente nos comentários!