Artes/cultura
03/08/2013 às 07:47•2 min de leitura
Você sabia que nem sempre os mapas apresentavam o norte na parte superior e que todos os pontos cardeais já ocuparam o lado de cima das representações de rotas e direções?
A convenção de colocar o norte no topo dos mapas ocorreu por volta do século XV, com o renascimento europeu, o início das grandes navegações e o maior desenvolvimento científico e astronômico, que influenciaram a cartografia.
Entre os aspectos que estão diretamente ligados a essa convenção, podemos citar a invenção da bússola e a descoberta do norte magnético, a referência da Estrela Polar no firmamento e o egocentrismo europeu de querer estar no centro do mundo.
Todas as sociedades tentaram, à sua maneira, criar representações que valorizavam seus territórios e pontos de vista. Cartógrafos árabes e egípcios chegaram a desenhar mapas com o sul no topo, e os primeiros colonizadores norte-americanos propuseram cartografias de orientação oeste-leste que acompanhavam sua trajetória de exploração do continente.
Como bem sabemos, o modelo europeu prevaleceu e se tornou o padrão em representações cartográficas. Conheça em detalhes as razões de o norte estar no topo dos mapas.
A utilização da bússola, como instrumento de orientação e navegação, tem forte influência na composição de mapas a partir dos anos 1.200, com o início da exploração marítima e a conquista de novos territórios.
A descoberta de que a agulha magnetizada se alinha ao eixo magnético da Terra e define um sentido de direção ajudou a determinar a orientação norte-sul baseada no ponteiro da bússola.
Muitos astrônomos e cientistas, desde a Grécia Antiga, já haviam percebido que a Terra girava em torno de um eixo, e esse ponto magnético passou então ser uma referência obrigatória de orientação.
Além disso, os povos mais antigos tinham como costume se guiar pelas estrelas, especialmente pela Estrela Polar, que era sempre fixa no firmamento e servia para guiar os viajantes. A ideia de um norte baseado nas representações celestes ajudou a definir a disposição dos pontos cardeais.
Como para ver o céu e as estrelas nós olhamos para cima, a parte superior dos mapas acabou herdando essa cultura de nos orientar pelo alto – pelos astros. É interessante notar também que até modelos baseados na direção do Sol foram criados, com a nascente do astro rei no topo das representações.
É impossível negar, no entanto, que o poderio econômico e cultural da Europa, especialmente na era dos descobrimentos, tenha sido determinante no posicionamento do norte no topo dos mapas como conhecemos até hoje.
Ter o norte situado na faixa superior dos modelos cartográficos deixou a Europa em uma posição de destaque, no centro do mundo, e certamente era essa a imagem que os colonizadores queriam passar na época das grandes navegações.
Hoje, o hemisfério norte abriga as maiores potências mundiais. A Europa e os Estados Unidos continuam influenciando comercialmente e culturalmente todo o resto do planeta, e se mantêm, inclusive nos mapas, no topo do mundo.