Ciência
31/03/2017 às 05:21•2 min de leitura
Você está familiarizado com a lenda do Rei Arthur? Basicamente, ele era filho de um monarca bretão chamado Pendragon, que, depois de ouvir os conselhos de Merlin, decidiu confiar a educação do menino ao mago para evitar que a sua posição como futuro herdeiro do trono fosse descoberta e, portanto, sua vida pudesse ser colocada em risco.
Anos mais tarde, conforme o mago havia previsto, o falecimento do Rei Pendragon deu início a uma feroz disputa pelo trono. Merlin usou sua mágica para cravar uma espada em uma rocha e espalhou a notícia de que apenas o verdadeiro herdeiro seria capaz de tirar a arma de lá. Todos aqueles que desejavam se tornar o novo Rei da Inglaterra tentaram extrair a lâmina da pedra, mas seus esforços foram em vão.
A mítica espada Excalibur
Então, um jovem desconhecido apareceu e conseguiu remover a espada da rocha com facilidade, provando que ele era o herdeiro de direito ao trono. Essa espada, como você deve saber, se chamava Excalibur, e o rapaz, Arthur, estabeleceu seu reino em Camelot, se casou com Guinevere e tinha uma série de cavaleiros — da Távola Redonda — ao seu lado, entre eles, seu grande amigo Lancelot.
Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda
De acordo com as histórias, o Rei participou de inúmeras batalhas contra os saxões e, juntamente com seus cavaleiros, tinha a importante missão de encontrar o Santo Graal, o cálice sagrado que teria sido utilizado por Jesus na Última Ceia. No fim, Arthur teria caído após lutar contra o traidor Mordred — e seu corpo teria sido sepultado em Avalon. A coisa toda é muito legal e impressionante, mas, será que existe algo de real em tudo isso?
As incríveis histórias sobre o Rei Arthur e suas batalhas se tornaram tão disseminadas e populares que até hoje os estudiosos debatem se ele realmente existiu ou não. Os relatos situam a presença desse personagem entre os séculos 5 e 6, mas, na verdade, o único registro histórico da época das invasões dos anglo-saxões à Grã-Bretanha não menciona nenhum monarca chamado Arthur.
Mistério...
Seu nome só foi aparecer séculos mais tarde, nos trabalhos de Nênio, um monge galês que viveu no século 9 e escreveu a obra Historia Brittonum (História dos Bretões). Nos manuscritos, Nênio menciona uma série de batalhas nas quais Arthur teria lutado. Contudo, após analisar as informações nos textos sobre quando e onde os conflitos teriam acontecido, os historiadores concluíram que seria impossível que um único homem tivesse participado de todos eles.
Guerreiro ninja
O fato é que com o tempo outros autores se inspiraram nos textos de Nênio e começaram a escrever sobre o Rei Arthur — e suas façanhas e lendas começaram a se espalhar. A popularidade do personagem se estabeleceu de vez no século 12, graças ao trabalho de outro clérigo galês, Geoffrey de Monmouth, que escreveu a obra Historia Regum Britanniae (História dos Reis da Bretanha) e disseminou a maioria dos contos relacionados com Arthur.
De qualquer maneira, apesar de ninguém saber ao certo se realmente existiu um Rei Arthur, alguns historiadores não descartam a possibilidade completamente. Alguns estudiosos acreditam, por exemplo, que a criação do personagem lendário pode ter sido inspirada em uma porção de líderes que viveram na época das invasões à Grã-Bretanha.
Possíveis explicações
Além disso, existem historiadores que, baseados em evidências históricas, apontam que existiu um líder militar romano que pode ter ajudado os bretões a lutar contra os saxões. No entanto, esse cara não foi nenhum rei, mas sim um general que travou suas batalhas no sul da Escócia e no condado de Northumberland, no norte da Inglaterra, e passou boa parte da vida em Strathclyde, uma das nove antigas regiões que pertenciam ao território escocês.
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