Rota do Cangaço: um passeio pela história do sertão nordestino

03/08/2016 às 10:253 min de leitura

Eis uma chance de ver de perto aquele período da História Brasileira que se estudou no colégio e que já gerou tantos livros, filmes e séries. A Rota do Cangaço é uma ótima oportunidade de explorar uma região do Nordeste – mais precisamente, a divisa dos estados de Alagoas e Sergipe – que, apesar de pouco valorizada, é dos mais interessantes pelos atrativos históricos e naturais. Aproveite esse passeio e confira as principais partes que a Momondo preparou:

O ponto central é o município alagoano de Piranhas, considerado Patrimônio Histórico Nacional. Dono de um casario histórico muito bem preservado e com uma vida noturna das mais movimentadas – com direito a forró todas as noites – é de lá também que saem os catamarãs que levam ao Cânion do Xingó, um dos mais famosos (e lindos) lugares de visitação do Sergipe.

Durante a Rota do Cangaço, os guias costumam se vestir a caráter, com roupas típicas de cangaceiros, e contam detalhes da história do bando de Lampião e Maria Bonita de forma ao mesmo tempo informativa e divertida.

A história de Lampião e do Cangaço

O Cangaço foi um fenômeno do banditismo brasileiro ocorrido no Nordeste, quando grupos vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania.

Um de seus principais líderes foi Virgulino Ferreira da Silva, o Capitão Lampião. Conhecido como “O Rei do Cangaço” e “Senhor do Sertão”, atuou durante as décadas de 1920 e 1930 em praticamente todos os estados do Nordeste. Para as autoridades, ele simbolizava a brutalidade e o mal a ser extirpado; por outro lado, para parte da população do sertão à época, ele encarnava valores como a bravura e o heroísmo.

Em 1929, Lampião conheceu a baiana Maria Gomes de Oliveira, a “Maria Bonita”, a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. Casaram-se e tiveram uma filha (há versões que dizem que tiveram mais filhos, mas não reconhecidos).

Em 28 de julho de 1938, na localidade sergipana de Angicos, Lampião foi apanhado em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com Maria Bonita e mais nove cangaceiros. Todos foram degolados e suas cabeças foram depois expostas publicamente por todo o Nordeste. O fato marcou simbolicamente o fim da era do cangaço brasileiro.

A Rota do Cangaço

A chamada Rota do Cangaço parte do atracadouro de Piranhas, começando com um passeio de catamarã de cerca de 45 minutos pelo leito natural do Rio São Francisco.

A primeira parada é no distrito de Entremontes, conhecido pelo trabalho artesanal das bordadeiras de “rendedê”. Além de ser possível ver as mulheres com agulhas, linhas e bastidores nas mãos em suas casas, há um pequeno museu exibindo peças antigas confeccionadas com o rendedê. Outro ponto de interesse em Entremontes é a casa onde o imperador Dom Pedro I se hospedou durante sua passagem pela cidade.

Depois de cerca de meia hora, o catamarã segue para o Restaurante Angicos, de onde sai a trilha que leva à atração principal do passeio: a Grota de Angicos. Foi lá que Lampião, Maria Bonita e os demais cangaceiros morreram na emboscada da polícia. Antes, porém, um alerta: a trilha em si é pequena – cerca de 700 metros – mas o calor escaldante do sertão, por entre a vegetação rasteira de cactos e mandacarus, vai requerer um bom preparo, com direito a várias pausas para tomar água e descansar.

Mas vale a pena ver de perto a caatinga, bioma que só existe no Brasil, especialmente no Nordeste.

Gruta de Angicos

Logo no início da caminhada, o visitante é chamado a observar uma casa de taipa que supostamente teria sido de Pedro Cândido, um dos coiteiros (os que davam asilo e proteção) de Lampião. A história dele, aliás, é bem controversa: há quem diga que foi ele quem entregou o paradeiro do grupo após ser torturado pela polícia de Alagoas ou, ainda, que recebeu em troca da delação o posto de subdelegado de Piranhas.

A Grota de Angicos faz jus à escolha de “lugar seguro” de Lampião, pois realmente é de difícil acesso. No local hoje estão cruzes e placas com os nomes dos cangaceiros emboscados, além da de Adrião Pedro de Souza, o único soldado morto no confronto.

Dica: quando voltar ao ponto inicial do passeio, aproveite para almoçar provando delícias típicas locais, como o tucunaré frito e um doce feito de cactos!

Fazenda Mundo Novo

Outra opção de passeio temático sobre o cangaço é visitar a Fazenda Mundo Novo, a 30 km do lindo município de Canindé de São Francisco. A área de 663 hectares, em meio à vegetação da caatinga, servia de refúgio para Lampião e seu bando.

Os detalhes históricos da passagem de Lampião podem ser conhecidos através da Trilha do Cangaço. São 557 metros que incluem tanto a famosa Banheira de Maria Bonita, uma formação rochosa onde a mulher de Lampião costumava se banhar, quanto o local onde o casal dormia (uma cama de pedra sob rochas).

Os mais antenados vão identificar o local como cenário da minissérie “Amores Roubados” e da novela “Cordel Encantado”, ambas da TV Globo. Informações sobre os passeios podem ser obtidas pelo site da Ecofazenda Mundo Novo.

Como chegar a Piranhas vindo de Aracaju

De carro pela BR-101 sentido Maceió, seguindo pela SE-106 e cruzando municípios como Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Canindé. De ônibus, são 4,5 horas de viagem entre Aracaju e Piranhas.
Há também agências de excursão como a Nozes Tur e a Peregrinos, com pacotes que incluem hospedagem, Rota do Cangaço e passeio ao Cânion do Xingó.

E aí, ficou animado para conhecer mais sobre o sertão nordestino e a história de Lampião? Embarque numa viagem para percorrer a Rota do Cangaço!

Via assessoria

Fonte

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