
Estilo de vida
28/06/2012 às 06:01•2 min de leitura
O autorretrato de Da Vinci. Fonte: Reprodução/Wikimedia
(Reuters) Leonardo da Vinci está doente e ninguém sabe de fato se ele será capaz de receber visitantes outra vez.
Especialistas em conservação e restauração de arte recentemente concluíram semanas de exames no famoso autorretrato de um dos maiores gênios da história, pintado no início dos anos 1500 quando ele era sexagenário.
E o diagnóstico é decididamente sombrio.
Os estudos não invasivos confirmaram os piores temores dos especialistas: o desenho está seriamente danificado e se deteriorando e qualquer restauração seria delicada e arriscada, para dizer o mínimo.
"Eu acho que devemos pensar bem antes de fazer qualquer coisa a esse rosto muito familiar", disse Jane Roberts, bibliotecária real e curadora da Sala de Reproduções do Castelo de Windsor.
"Mas podemos contar bem mais sobre ele ao continuar fazendo perguntas", ela disse em uma coletiva de imprensa em Roma.
O pequeno desenho do mestre renascentista, que mede 33,5 centímetros por 21,6 centímetros, mostra Leonardo com olhos pensativos e inchados, sobrancelhas grossas e uma barba solta.
O autorretrato, feito com giz vermelho sobre papel, está sofrendo do que os restauradores de arte chamam de "foxing", um termo genérico para manchas, marcas e pintas - sinais que não deveriam estar ali.
O foxing pode ser causado pela oxidação da pigmentação que Leonardo usou, por fungos no papel que foi feito de cânhamo, linho e lã, ou ainda por ferrugem do ferro presente nos pigmentos.
A testa de Leonardo, o nariz aquilino e as bochechas gordas dão a impressão de que ele tem um caso grave de sarampo.
"Porque essa é uma obra-prima, a prudência prevaleceu", disse Maria Cristina Misiti, chefe do Instituto Central para Restauração e Conservação de Arquivos e Patrimônio de Livros da Itália.
"É assustador lidar com uma obra de arte desta magnitude e exclusividade", ela disse.
A decisão sobre restaurar o desenho será difícil e será tomada pela Biblioteca Real de Turim, o instituto de restauração e os cientistas, ela disse.
O desenho foi adquirido pelo rei Carlo Alberto de Savoia em 1839 e foi bem preservado na Biblioteca Real por quase cem anos. Mas em 1929 foi emoldurado e pendurado na parede, sendo exposto à luz do sol.
"Vamos continuar estudando-o para diagnosticá-lo. Todos concordam com isso", disse Misiti.