
Artes/cultura
13/05/2013 às 11:44•2 min de leitura
Imagine só as dificuldades de enviar uma missão tripulada a Marte: além do ambiente inóspito que os humanos encontrariam por lá — com altos níveis de radiação na superfície e probabilidade de problemas de comunicação com a Terra —, só o trajeto de ida levaria cerca de mil dias, ou seja, quase três anos.
No entanto, a NASA revelou que o número de inscritos em seus programas de treinamento quase atingiu níveis recorde, e que o interesse da agência em enviar seres humanos ao Planeta Vermelho é maior do que nunca. Tanto que durante a conferência Humans 2 Mars, que ocorreu em Washington na semana passada, Charles Bolden, administrador geral da agência espacial, afirmou que “viajar a outro planeta é o destino do homem”.
De acordo com o The Guardian, a conferência — que reuniu os principais especialistas, empresários e cientistas voltados à exploração espacial — também serviu para apontar algumas “lacunas tecnológicas” que terão que ser solucionadas para que a esperada viagem ocorra. Entre as dificuldades, está o tamanho da espaçonave que transportará a tripulação humana, cujo peso foi estimado em 40 vezes superior ao da nave que levou a sonda Curiosity.
Fonte da imagem: Reprodução/NASA
A viagem também envolveria — pelo menos — cinco missões não tripuladas só para o transporte de suprimentos, que incluiriam o envio de um veículo robótico para a realização de furos em busca de água potável e para ser empregada na viagem de volta. Também existe o risco de que a comunicação com a Terra seja interrompida durante semanas, e seria necessário construir uma estrutura de proteção contra a exposição à radiação cósmica.
Além disso, outros aspectos que não podem ser deixados de lado são os efeitos da falta de gravidade sobre o organismo dos astronautas, e a possibilidade de cultivar plantinhas no espaço, questões que já estão sendo contempladas em diversos estudos. E claro, tudo isso sem contar os cortes orçamentários que a NASA sofreu recentemente.
Mesmo assim, a agência espacial espera que a administração norte-americana aprove um orçamento anual de US$ 17,7 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões), que será pouco a pouco cada vez mais focado na missão a Marte. A previsão é que a viagem ocorra por volta de 2030, mas se todos os demais projetos de exploração do Planeta Vermelho derem certo até lá, é provável que os astronautas da NASA sejam recepcionados por colonizadores terráqueos.