Ciência
24/10/2016 às 07:39•2 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar a respeito do Triângulo das Bermudas centenas de vezes, certo? Ele corresponde a uma região que fica entre as cidades de Miami, nos EUA, San Juan, em Porto Rico e as ilhas de Bermuda, no Atlântico, e recebeu esse nome — em meados dos anos 60 — devido ao triângulo que obtemos quando conectamos essas três localidades através de linhas. Veja:
Esse é o famoso triângulo
Segundo a crença popular, o Triângulo das Bermudas teria sido palco de inúmeros acidentes aéreos, naufrágios e desaparecimentos sinistros, e várias teorias já foram propostas para explicar a bizarra atividade na região — entre elas a ação de OVNIs, anomalias no campo magnético terrestre e a liberação de gases no fundo do mar (que atingiriam a superfície, afetando embarcações e aeronaves que, por azar, se encontrem na região nesse momento).
No entanto, vale destacar que o Triângulo das Bermudas nunca foi reconhecido oficialmente como território. Além disso, apesar da má fama envolvendo a área, levantamentos feitos por uma das seguradoras mais renomadas do mundo apontaram que não acontecem mais incidentes ali do que em qualquer outro lugar do planeta — e a Guarda Costeira dos EUA nem reconhece o local como sendo perigoso.
Bem, apesar de tudo o que explicamos acima, a verdade é que as teorias sobre a suposta atividade incomum na região não param de surgir, e a última viralizou recentemente. De acordo com Fiona MacDonald, do portal Science Alert, um documentário produzido pelo Science Channel revelou que especialistas teriam identificado a ocorrência de nuvens bem estranhas sobre o Triângulo das Bermudas.
Nuvens hexagonais sobre o Triângulo das Bermudas
Essas nuvens teriam o formato de hexágonos e seriam responsáveis por criar ventos de mais de 105 quilômetros por hora. Ademais, segundo os especialistas, elas funcionariam como bombas de ar capazes de derrubar aviões e afundar embarcações. As nuvens foram detectadas depois de os pesquisadores analisarem imagens de satélite capturadas pela NASA e, de acordo com eles, elas medem entre 32 e 88 quilômetros de largura.
Ainda segundo os especialistas, as nuvens hexagonais foram identificadas cerca de 240 quilômetros do litoral da Flórida, sobre a região de Bahamas, e seu formato, com as margens aparentemente retas, são bastante incomuns. Afinal, o normal é que, na maioria das vezes, as nuvens tenham distribuição aleatória e não formando ângulos.
Embora os especialistas tenham afirmado que as nuvens hexagonais são bem raras, formações similares já foram avistadas em outros locais — além da região do Triângulo das Bermudas. Um desses lugares inclui o litoral do Reino Unido, no Atlântico Norte, e as nuvens foram associadas com a presença de ventos de até 160 km/h no nível do mar, poderosos o suficiente para criar ondas com mais de 14 metros de altura.
A fama sinistra persiste
Conforme um dos pesquisadores que participou do documentário explicou, essas nuvens são formadas pelo que os cientistas chamam de microrrajadas, que se caracterizam por rajadas de vento que vêm da base das nuvens e atingem a superfície do oceano. Elas podem dar origem a ondas que, algumas vezes, podem ser bem grandes e interagir umas com as outras e, portanto, oferecer riscos para embarcações que trafeguem nas áreas afetadas.
No entanto, lembrando que o índice de naufrágios e outros incidentes não é maior no Triângulo das Bermudas do que em outras regiões do planeta, o que os especialistas descobriram não foi uma possível solução para o misterioso local — que nem existe de verdade! —, mas sim evidências de um fenômeno meteorológico até então desconhecido.