
Ciência
26/09/2018 às 14:10•2 min de leitura
Imagine só o escândalo que o quadro que você poderá ver logo mais não causou! Criada em meados do século 19 pelo pintor francês Gustave Courbet, a obra — batizada de L'Origine du monde ou A origem o mundo em tradução livre — não só mostra uma mulher nua em uma pose insinuante, o que, por si, já seria algo bastante polêmico na época, como consiste em um “close” de suas partes íntimas.
O rosto da modelo não é visível no quadro, nem as suas pernas ou braços — e o artista jamais revelou a identidade da ousada mulher, omissão que, obviamente, gerou décadas e décadas de debates entre estudiosos e especialistas (curiosos em descobrir, quem, afinal, seria a dona da “periquita”).
Pois, de acordo com Bernadette Deron, do site All That Is Interesting, o historiador Claude Schopp — um renomado especializado no famoso romancista francês Alexandre Dumas — acredita ter finalmente solucionado o mistério de quem foi a mulher que pousou para Courbet. Confira o "polêmico" quadro a seguir:
Olhe o infame — em exposição no Musée d'Orsay, em Paris (All That Is Interesting/Cesar Lucas Abreu/Cover/Getty Images)
Uma curiosidade envolvendo a enigmática genitália é que, durante anos, a galera investigando a pintura apontou como possível candidata a irlandesa Joanna Hifferman, modelo que, além de posar para Courbet em diversas ocasiões, também foi sua amante. No entanto, o problema com essa suspeita em especial é que Joanna era ruiva e, como podemos ver claramente no quadro, esse não é o caso da pessoa retratada. Confira abaixo um retrato da modelo:
Joanna Hifferman e suas madeixas ruivas (Wikimedia Commons/Gustave Courbet)
Então, fuça daqui, revira de lá, e eis que Claude diz ter encontrado evidências de que a modelo da pintura seria, na verdade, uma dançarina de balé parisiense chamada Constance Queniaux — a moça de aparência recatada que você pode ver nas fotos abaixo:
Constance Queniaux
Com relação às tais evidências, o quadro teria sido pintado a pedido de um diplomata otomano chamado Halil Serif Pasha — que teria solicitado que Courbet pintasse uma mulher nua em seu estado mais “bruto” — para que a peça fizesse parte de sua coleção de obras eróticas.
Acontece que Queniaux era amante de Pasha — e Claude encontrou por acaso uma correspondência entre Dumas e Amandine Aurore Lucile Dupin — baronesa de Dudevant que também era romancista e escrevia sob o pseudônimo de “George Sand” — em que a pintura é mencionada e na qual fica claro que havia uma conexão entre Queniaux e Courbet.
Outros historiadores que analisaram as alegações de Claude concordam que, com as informações que ele encontrou, existe uma chance muito grande — de 99% de possibilidade! — de que a sua teoria esteja correta. Para encerrar o caso completamente, só se um dos envolvidos pudesse confirmar a descoberta, mas, para isso, seria necessário viajar ao passado, uma vez que todos faleceram há muito tempo.
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