A trágica história das gêmeas siamesas Daisy e Violet

03/08/2020 às 11:002 min de leitura

No começo de 1900, duas garotinhas inglesas viveram uma história de vida muito cruel. Daisy e Violet Hilton nasceram no dia 5 de fevereiro de 1908 na cidade de Brighton, onde ganharam a reputação de "aberrações" por um simples fato: eram gêmeas siamesas.

As meninas eram ligadas pelos quadris e nádegas, dividindo apenas a circulação sanguínea — sem qualquer órgão envolvido. O que hoje seria resolvido com um simples procedimento de separação, antigamente era visto como uma monstruosidade e acabou rendendo décadas de sofrimento e descaso.

O abandono das gêmeas e a transformação em atração de horrores

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O primeiro médico a observar o par de bebês conectado deu uma sentença de vida de 1 mês para as garotas. Atordoada com o fato e acreditando que o nascimento daqueles "monstros" era um castigo divino pelos seus pecados, a garçonete Kate Skinner optou por abandonar suas filhas.

Por uma pequena quantia, a mulher vendeu as gêmeas para sua chefe Mary Hilton — de quem Daisy e Violet herdariam o sobrenome. A "titia", como foi apelidada pelas crianças, tinha apenas um objetivo: ganhar dinheiro por meio do interesse que elas despertavam na população.

As meninas eram exibidas como atração de circo em um quarto reservado no pub comandado por Mary e recebiam chicotadas caso suas performances não a agradasse. Não satisfeita com os lucros recebidos dentro do bar, a "tia" resolveu levar as garotas em turnê pela Europa durante a década de 1930, antes de se mudarem de vez para os Estados Unidos.

Enfim, liberdade!

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Obrigadas a trabalhar por incansáveis horas aprendendo truques para suas apresentações, Daisy e Violet demoraram para se livrar das garras de Hilton e — depois de sua morte — acabaram sendo controladas pelos filhos da mulher, Myer e Edith.

Durante as sessões de trabalho escravo, as gêmeas chegaram a se apresentar com os artistas Charlie Chaplin e Bob Hope, mas foi o famoso ilusionista Harry Houdini quem transformou suas vidas de uma vez por todas.

Houdini abriu os olhos das meninas sobre a fama que elas haviam adquirido e as aconselhou a buscar mais informações sobre suas condições. Foi então que Daisy e Violet conseguiram o auxílio de um advogado para conseguir suas emancipações — em um processo de reparação com valor de US$ 80 mil destinado para elas.

Posteriormente, as meninas permaneceram no show business atuando no filme Freaks (1932) e escreveram um livro sobre suas trajetórias de vida. Aos 60 anos de idade, as gêmeas encerraram suas jornadas e faleceram de uma gripe em 1969.

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