Ciência
19/06/2021 às 08:00•2 min de leitura
Nascida em 4 de junho de 1908, em Linz, na Áustria, Angela Maria Raubal, mais conhecida como “Geli”, tinha apenas 17 anos quando sua mãe Angela Raubal foi convidada pelo seu meio-irmão Adolf Hitler para se tornar sua governanta, em 1925.
A mulher levou consigo suas filhas, Geli Raubal e Elfriede, mas foi por Raubal que o nazista ficou imediatamente encantado pelo que intitulou de "beleza incomum" da jovem. Até hoje é incerto como começou o relacionamento amoroso entre o tio e a sobrinha. Cada história que cerca o envolvimento de ambos é marcada por uma versão, com a maioria afirmando ser um caso de amor proibido, repleto de encontros sexuais e muito ciúme e possessão.
Além disso, todas as versões sempre enfatizam que Hitler era muito apaixonado por sua sobrinha, e que ela correspondeu cada gesto.
(Fonte: Time Toast/Reprodução)
Em 1929, o líder pediu para que Angela se mudasse para sua casa maior, localizada em Berchtesgaden. Raubal disse querer ficar com o tio em Munique, embora haja quem diga que ela não tenha tido opção.
Durante os 4 anos que ficaram juntos, os dois teriam vivido uma relação de pura turbulência. Hitler ficou excessivamente possessivo com Raubal, que não teria poupado flertes com outros homens, assim como ela ficou paranoica com a maneira como o tio e amante bajulava Eva Braun, uma jovem modelo empregada pelo fotógrafo de Hitler.
(Fonte: BAOMOI/Reprodução)
A ascensão do ditador ao poder dificultou a vida de Raubal ainda mais, tendo seu convívio social controlado, com Hitler determinando tudo o que ela poderia fazer ou não, impedindo-a até de se matricular na Escola de Música de Viena. Acredita-se que muito desse comportamento aconteceu devido ao relacionamento que Raubal teve com seu motorista, Emil Maurice.
Em 18 de setembro de 1931, o casal teve uma discussão, com Hitler partindo para uma reunião em Nuremberg imediatamente. No dia seguinte, Geli Raubal supostamente cometeu suicídio aos 23 anos, cravando uma bala em seu pulmão com a pistola Walther de Hitler.
(Fonte: Spartacus Educational/Reprodução)
Nenhum inquérito aconteceu sobre o possível suicídio da jovem, apesar de ter acontecido na casa do chanceler alemão, tampouco autópsia foi realizada para analisar o estranho ferimento à bala por autoinflicção. Não existe um relatório oficial sobre a morte.
Em meio a rumores de que Raubal foi encontrada machucada, com o nariz quebrado e até que estaria grávida, Rudolph Hess disse que Hitler cedeu a uma profunda depressão, chegando até cogitar em tirar a própria vida.
Os mais próximos alegaram que o nazista emergiu uma pessoa diferente depois que encerrou o período de luto. Hitler teria desenvolvido um pensamento mais cruel e implacável, apesar de nunca ter sido o melhor exemplo de gentileza. De acordo com os próprios familiares, ele teria se tornado maligno até mesmo com quem compartilhava laços sanguíneos.
Por anos, Geli Raubal existiu apenas nas paredes manchadas de sangue que Hitler preservou, no quarto onde enchia de flores duas vezes por ano para comemorar o nascimento e morte dela.
A dúvida, porém, ainda prevalece: foi a vida enclausurada e possível depressão que fez Raubal tirar a própria vida, ou o próprio Hitler puxou o gatilho de sua Walther?